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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
A descoberta dos seis dólmenes em terrenos destacados para a exploração de caulino, em Vila Seca, Milhazes e Faria, despoletou uma troca de acusações entre Mibal (que emite um comunicado em jeito de publicidade) e autarcas.
A Mibal, Minas de Barqueiros, S.A. publicou em jornais nacionais e regionais, em jeito de publicidade, um comunicado intitulado “Mibal condena pressões à justiça”.
No texto, a empresa fala de “vários responsáveis políticos, designadamente da Junta de Freguesia de Vila Seca e da Autarquia de Barcelos (...) que tem uma intenção clara de influenciar a agenda mediática da região através de um conjunto de posições que constituem, uma vez mais, uma grave tentativa de condicionar a boa administração da justiça e de manipular a opinião pública”.
No mesmo comunicado pode ainda ler-se que a MIBAL “estranha que as Juntas de Freguesia locais e o Município de Barcelos só agora se preocupem com a alegada existência de tais achados arqueológicos”.
Ora, confrontado com o comunicado, o autarca de Vila Seca, José Faria, começa por dizer que “o facto de se tratar de uma publicidade paga pode querer dizer alguma coisa, nós não temos dinheiro para isso e contra má consciência, bom coração”.
Acrescenta que “isto não é uma instrumentalização da população, nem coisa que se pareça, trata-se sim de dar a conhecer à população uma descoberta arqueológica que desconhecíamos e que foi despoletada por causa da eventual exploração, depois de estudos feitos por nós, caso contrário, se os gestores da Mibal fossem sérios e rigorosos, ao fazerem os estudos tinham detectados este património”, conclui.
Sobre a preocupação com os achados, José Faria desmente a Mibal. Diz que “em 1997 foi formada uma comissão para lutar contra a exploração de saibreiras clandestinas, houve a comunicação a vários organismos e foi desencadeada uma acção em tribunal, que esse senhor não refere”, remata com a certeza que a defesa do património é para continuar.
Fonte: (4 Mar 2008). A Voz do Minho.
Notícia continua em: http://www.avozdominho.com/index.php?sec
A concessão de caulino prevista para Vila Seca e Milhazes pode ser bloqueada se a Câmara Municipal de Barcelos e as Junta de Freguesia de Vila Seca e Milhazes pedirem ao Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) a classificação do conjunto de vestígios arqueológicos existentes nos terrenos da exploração.
Um estudo realizado pelo Gabinete de Arqueologia da Câmara encontrou dois dólmenes e diversos elementos arquitectónicos que integram o património pré-industrial (relacionado com sistemas de rega para a agricultura e para a moagem), que, caso a exploração avançasse seriam destruídos.
Alguns destes elementos estão semi-destruídos, mas podem ser recuperados. A Junta de Vila Seca está disposta, em conjunto com a Câmara, a requerer a classificação e, caso o IPPAR venha a dar provimento a essa pretensão, os terrenos onde os vestígios estão situados e um perímetro de 50 metros ou mais, conforme o valor dos vestígios encontrados, fica a salvo de qualquer intervenção, o que inviabilizaria quase todos os terrenos para a extracção de caulino prevista. Aliás, Vila Seca, Milhazes e Gilmonde são zonas de alguma abundância de vestígios das sociedade megalítica - com mais de 5 mil anos - como é o caso dos dólmenes (monumentos funerários) encontrados, e, que, na opinião dos especialistas, urge escavar e preservar. Para isso é fundamental que os projectos de concessão ou licenciamentos de construção estejam obrigados a investigações arqueológicas prévias.
“Pela nossa parte, e em conjunto com a Câmara, vamos tentar que se consiga a classificação dos vestígios arqueológicos ali existentes. Está em causa um património importante para a história da freguesia e do concelho e deve ser salvaguardo”, disse ao Barcelos Popular (BP), José Faria, presidente da Junta de Freguesia de Vila Seca. O autarca aproveita o momento para recordar que a existência de tais vestígios “mostra a falta de rigor com que foram feitos os estudos da exploração”. E garante que “se não fosse a nossa insistência e oposição à exploração, bem como os estudos feitos no terreno pela Câmara, a Mibal destruía tudo que se conhece e o que está por escavar”.
Fonte: (27 Dez 2007). Barcelos Popular: http://www.barcelos-popular.pt/index.php?z
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