Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
Nos últimos oito anos, escavações – que antecederam a exploração de carvão que a empresa Seyitömer Lignite quer fazer no monte Seyitömer Höyük, na região de Kütahya, na Turquia – puseram a descoberto cinco milénios de história da humanidade, cerca de 17 mil artefactos e, agora, quatro cérebros humanos cozidos. O estudo destes cérebros cozidos e bem conservados foi publicado online na revista Homo – Journal of Comparative Human Biology.
O monte, de 23,5 metros de altura, que corresponde a uma zona de habitação ancestral com 150 metros quadrado, mostra sinais de um sismo ocorrido na Idade do Bronze, que terá levado à queda de casas e consequente incêndio, deixando subterradas e carbonizadas pelo menos seis pessoas. Os seus esqueletos foram encontrados no interior de uma casa, rodeados por outros objectos também carbonizados. Mas o que mais impressionou os cientistas foram os cérebros dentro de quatro dos crânios, com 4000 anos.
Noticiada pela revista britânica Newscientist, esta foi uma descoberta extremamente rara porque os tecidos do cérebro são os que se decompõem mais rapidamente após a morte. A mumificação natural, responsável pela fraca deterioração dos tecidos dos cadáveres, ocorre em condições específicas, como temperaturas muito baixas (como nos glaciares), ambiente seco (como no deserto) e condições ácidas ou com baixa concentração de oxigénio (como nas turfeiras).
Para a conservação destes cérebros contribuíram vários factores. Logo após a morte dos indivíduos, o incêndio e as altas temperaturas originadas fizeram com que os cérebros fossem cozidos nos próprios fluídos cerebrais. Para além disso, o incêndio consumiu todo o oxigénio e a humidade presente no espaço, criando mais uma condição para a conservação dos cérebros.
Depois de subterrados, contaram com o próprio solo para manterem a integridade. O boro (elemento químico) é um repelente natural de insectos e bactérias e era utilizado nas mumificações no Egipto. O potássio, magnésio e alumínio, elementos químicos responsáveis por tornarem o solo alcalino (pH alto), promovem a saponificação, formação da “cera dos cadáveres” que preservou o formato dos tecidos cerebrais.
No cérebro em melhor estado de preservação, que será exposto num museu, a equipa de cientistas, liderada por Meriç Altinöz, do Departamento de Biologia Molecular e Genética da Universidade de Halic, na Turquia, já fez uma tomografia axial computorizada (TAC). Neste exame, identificaram-se todas as regiões cerebrais. Pela observação directa detectaram-se também algumas perturbações nos lobos frontais desse cérebro.
Para uma história das doenças neurológicas
Noutros dois cérebros foram sujeitos à observação microscópica de “fatias” dos seus tecidos e à análise dos componentes biológicos (como gorduras) ou de elementos químicos (também analisados no solo do local), comparando-os com os de outros cérebros mumificados e com cérebros actuais.
Vários metais pesados (como mercúrio e alumínio) foram encontrados tanto no cérebro como nos ossos e dentes, e também no solo, mostrando que, para além da contaminação que possa ter existido devido aos cadáveres estarem subterrados, houve incorporação desses elementos durante a vida dos indivíduos, sinal de uma actividade profissional que implicava, por exemplo, a exploração mineira e a exposição aos elementos presentes nos solos daquela região.
Salvo temporariamente da exploração mineira, espera-se que este local arqueológico, escavado pela equipa de Nejat Bilgen, do Departamento de Arqueologia da Universidade Dumlupinar, também na Turquia, traga contributos para a história da região da Anatólia. E não só.
“Os cérebros de Seyitömer contribuíram com mais informação sobre novas formas de tafonomia [estudo de organismos em decomposição ao longo do tempo e como fossilizaram] nos tecidos humanos”, conclui a equipa de Meriç Altinöz, no artigo científico. Num comentário à descoberta na revista Newscientist, Frank Rühli, da Universidade de Zurique (na Suíça), que não fez parte do estudo, destacou, por sua vez, como é importante verificar se nos crânios encontrados em escavações arqueológicas ainda restaram tecidos cerebrais. “Se quisermos saber mais sobre a história das doenças neurológicas, temos de ter tecidos como estes”, acrescentou.
Um grupo de investigadores turcos e chineses assegura ter localizado a bíblica Arca de Noé no Monte Ararat, situado no Leste da Turquia, perto da fronteira com o Irão, noticia hoje a imprensa turca.
Um dos membros do grupo, o investigador chinês Yang Ving Cing, declarou que localizaram uma estrutura de madeira antiga, com mais de 4 800 anos, a uma altitude de 4 000 metros no Monte Ararat.
Cing é membro de uma organização internacional que se dedica à busca da mítica embarcação em que Noé e a família terá escapado ao Dilúvio Universal com vários animais, segundo os relatos bíblicos.
'Não é cem por cento seguro que seja a Arca de Noé, mas pensamos que a probabilidade é de 99,9 por cento', disse Cing à agência de notícias turca Anadolu.
'A estrutura do barco tem muitos compartimentos e isso assinala que podem ser os espaços onde estiveram os animais', precisou.
Adiantou que contactou o governo turco para que proteja a zona e possam ser iniciadas escavações, e que também irá pedir à UNESCO que inclua esta região na lista do património da Humanidade.
Não é a primeira vez que um grupo de investigadores assegura ter localizado a embarcação no Monte Ararat, o mais alto da Turquia, onde os relatos bíblicos localizam o episódio da arca construída por Noé para salvar-se do dilúvio.
Fonte: (27 Abr 2010). Correio do Minho: http://www.correiodominho.pt/noticias.ph
Banhos de Sagalassos com esculturas da Dinastia Antonina
Uma estátua gigante de Marco Aurélio foi desenterrada num local arqueológico na Turquia. Os arqueólogos têm vindo a descobrir várias estátuas numa sala de banhos da cidade antiga de Sagalassos, que foi parcialmente destruída durante um terramoto entre 540 e 620 d. C.
Sagalassos fica a 100 quilómetros a norte da cidade de Antália, no Sudoeste da Turquia. Os banhos têm uma forma de cruz e medem 1250 metros quadrados, estão cobertos por mosaicos e eram provavelmente utilizados como frigidarium, uma sala com uma piscina de água fria onde os cidadãos mergulhavam depois de tomarem um banho quente.
Há doze anos que os arqueólogos têm escavado o local, e foram sendo desenterradas várias estátuas dos imperadores e das suas mulheres da dinastia antonina. No ano passado uma equipa liderada pelo professor Marc Waelkans da Universidade Católica de Leuven, Bélgica, pôs à luz vários fragmentos do que seria uma estátua de mármore colossal do imperador Adriano, que viveu entre 117 e 138 d. C.
Depois de terem encontrado a cabeça e o braço de uma estátua de Faustina a Velha, a mulher do imperador Antonino Pio, a 20 de Agosto desenterraram as partes de baixo de duas pernas de uma estátua e um braço direito com um metro e meio. Quando se encontrou a cabeça, os arqueólogos perceberam que estavam diante da estátua do imperador Marco Aurélio quando era jovem.
A cabeça, com quase um metro de altura, mostrava o jovem a olhar para cima. As pupilas estão direccionadas para o céu “como se tivesse numa contemplação profunda, completamente ajustado a um imperador que era mais um filósofo do que um soldado”, explicou Waelkens.
Marco Aurélio foi o último imperador que fez parte da sucessão dos Cinco Bons Imperadores que trouxeram uma época de ouro a Roma. Governou de 161 a 180 DC, e foi considerado como um estóico. O investigador diz que esta estátua é uma das melhores representações do líder romano.
O torso da estátua deveria ter uma armadura de bronze, por dentro deveria estar preenchido por terracota ou madeira. Quando a sala desabou, o torso provavelmente ficou destruído. As botas esculpidas estavam decoradas com pele de leão e escudos amazónicos.
Os arqueólogos chegaram à conclusão que a sala estava preenchida com esculturas gigantes da Dinastia Antonina, que governou o Império romano durante o segundo século depois de Cristo. À medida que foram encontrando as estátuas de Adriano, a sua mulher Vibia Sabina, o imperador Antonino Pio, a sua mulher Faustina e Marco Aurélio dispersos em locais diferentes da sala concluíram que os imperadores estavam do lado Oeste da sala e as suas mulheres foram colocadas do lado Este.
No próximo ano, os arqueólogos esperam encontrar a escultura da mulher de Marco Aurélio, Faustina a Jovem, na parte noroeste da sala. Ao imperador sucedeu o filho Cómodo, que acabou por ser assassinado, e governou um reino cheio de conflitos políticos e conspirações.
Fonte: (26 Ago 2008). Público: http://ultimahora.publico.clix.pt/notici
Segundo Wealkens, o busto tem 80 centímetros de altura e pesa cerca de 30 quilos. Ficará em exposição no museu arqueológico da localidade de Burdur.
César Marco Aurélio Antonino Augusto, conhecido como Marco Aurélio, nasceu no ano 121 d.C. e foi imperador desde o ano 161 até ao ano 180.
Um dos mais cultos imperadores da história de Roma, deixou expressa a sua visão do mundo, modelada na filosofia estóica, na obra "Pensamentos".
Fonte: (22 Ago 2008). Lusa/RTP: http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?art
Achados vão trazer uma nova abordagem sobre a história da actual Istambul.
Quem leu os romances do escritor turco Orhan Pamuk e ouviu falar no estreito de Bósforo e nos “tesouros” guardados pelas suas águas pode agora saltar da ficção para a realidade: objectos datados do período bizantino, otomano e neolítico foram descobertos na costa do mar da Mármara. O mesmo local esconde ainda um cemitério de navios do tempo bizantino e um porto comercial do século IV, situado a 400 metros do solo.
As obras do canal da Mármara, um túnel ferroviário que ligará daqui a alguns anos os dois lados de Instambul, na Turquia, permitiu a descoberta de achados de várias épocas históricas da antiga Constantinopla. Vestígios do período neolítico - um porto bizantino, e um muro de 50 metros das antigas fortificações de Constantinopla nunca antes encontradas - foram já retirados do local.
Mais de 70 arqueólogos e 700 funcionários trabalham dia e noite nas escavações iniciadas há quatro anos."O projecto do Mármara é financiado por um único banco japonês preocupado com a preservação do património”, afirmou Aksel Tibet, citado pelo jornal “Le Monde”, arqueólogo do Instituto francês de estudos anatolianos que participou num relatório dirigido à UNESCO, com o objectivo de medir o impacto deste canal.
O director das escavações, Metin Gökçay, não sabe quando terminarão os trabalhos porque todos os dias surgem novos achados. Ainda hoje de manhã, 23 peças pertencentes à esfinge do imperador Theodoro I foram descobertas num barco. No lugar dos trabalhos, estão à vista moedas, pedaços de cerâmica e de ossos, empilhados em várias caixas azuis, saídos de terra nos últimos dias. Os objectos são de seguida lavados, triados, identificados e finalmente classificados.
Um tesouro submerso de navios e velhas mercadorias comerciais
Um simpósio está a ser organizado por equipas de investigadores do museu para apresentar os resultados destas escavações levadas a cabo desde 2004 e que vêm trazem uma nova abordagem sobre a história da actual Istambul. Entre as maiores descobertas destacam-se um vasto complexo de cerâmicas, em Sirkeci, no lado europeu, e uma capela bizantina mencionada nos textos antigos, em Üsküdar, no lado asiático. Mas o mais impressionante foi um porto de comércio importante, o “Eleutherion”, fundado no reinado de Théodose no séc. IV.
“É um dos lugares arqueológicos náuticos mais importantes de todos os tempos”, afirmou James Delgado, do Instituto de Arqueologia Marinha da Universidade do Texas, citado hoje pelo "Le Monde". No local é possível observar-se a base de um farol, de um cais, uma igreja do século XII, assim como os restos de pelo menos 31 navios bizantinos, datando do século VI ao século XI. Gökçay estima que uma dezena de outras embarcações encontram-se ainda soterradas. "São o tipo de embarcação que não conhecíamos a não ser através dos escritos”, precisou Aksel Tibet.
No interior desses barcos, foram encontradas dezenas de ânforas de vinho intactas, mercadorias de toda a espécie, sapatos, utensílios de cozinha, objectos que enriquecem consideravelmente o conhecimento da história da cidade e da sua população, entreposto comercial das rotas mais importantes do período Bizantino. “Era um dos portos mais importantes da cidade. [A descoberta permite] avançar-se na compreensão das ligações e dos recursos comerciais entre o Império Bizantino e o resto do mundo”, explica Gökçay. O objectivo é abrir um museu próximo do lugar para apresentar as descobertas.
A presença de um porto situado a mais de 400 metros da actual costa do mar da Mármara tem intrigado os geólogos. Segundo um desses estudiosos, Dogan Perinçek, o "Eleutherion" teria sido submergido por um ou dos tsunamis engolindo navios e os seu carregamentos. Um cenário que poderia voltar a repetir-se, uma vez que a região de Istambul é atravessada por uma importante falha sísmica.
Fonte: Filipa Cardoso (27 Mai 2008). Público: http://ultimahora.publico.clix.pt/notici
Uma equipa de arqueólogos turcos exumou de um antigo porto bizantino de Istambul 31 navios, que constituem, na sua avaliação, a mais vasta frota medieval até agora descoberta.
Fazem parte do conjunto caiques à vela utilizados no transporte de cereal e mármore e navios militares bizantinos a remos.
O balanço da exploração, iniciada em finais de 2004 no Eleuterion, porto fundado pelo imperador Teodósio I (364-395) na margem europeia do Mar de Marmara, ultrapassou todas as expectativas.
«Nunca antes foram exumados tantos navios dos séculos VI, VII, IX, X e XI. Eles tapam um grande buraco no conhecimento que temos da tecnologia naval na época bizantina», declarou Metin Gökçay, um dos arqueólogos da missão.
Os navios, dos quais subsistem sobretudo os cascos - atingindo alguns 25 metros de comprimento - - fornecem igualmente preciosas informações sobre as rotas marítimas de ligação da capital de um império então no auge da sua potência com o resto do mundo.
«Os navios chegavam aqui vindos de todos os cantos do império.Encontrámos objectos procedentes do Egipto, de Chipre, da Crimeia, da Rússia, da Roménia, da Bulgária...», assinalou o arqueólogo Mehmet Ali Polat, segundo o qual «é excepcional encontrar-se num mesmo local objectos de tantas origens diferentes».
Durante vários séculos, assinalou Gökçay, o Eleutérion recebeu o milho e a cevada enviados do Egipto para alimentar Constantinopla, populosa capital do império romano de 330 a 395 e, depois, do Império romano do Oriente ou Império bizantino.
«Mas no século VII» - referiu - «os árabes derrotaram os bizantinos, que perderam o controlo do Egipto. E verifica-se que, no século IX, os bizantinos estabelecem relações comerciais com os russos, à medida que estes se convertem ao cristianismo».
Além dos navios, os arqueólogos trouxeram à luz do dia importantes vestígios do próprio porto: as fundações de um farol, um quebra-mar, os alicerces de uma igreja e cerca de 20 metros da muralha do imperador Constantino I (274-337), até agora conhecida unicamente pelos textos que sobre ela se escreveram.
Por esclarecer continua o mistério que rodeia o naufrágio de dezenas de embarcações no cais. Os arqueólogos privilegiam, por agora, a hipótese de um tsunami que teria varrido o porto no século VI.
Fonte: (29 Abr 2008). Lusa/SOL: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/I
De niño, Klaus Schmidt solía pasar el tiempo en las cuevas de su Alemania natal, con la esperanza de encontrar pinturas prehistóricas. Treinta años más tarde, y miembro ya del Instituto Arqueológico Alemán, ha encontrado algo infinitamente más valioso: un complejo templo que casi duplica en antigüedad a cualquier cosa comparable en el planeta.
"Este lugar es una supernova", explicó Schmidt, en pie bajo un árbol solitario en una cumbre golpeada por el viento, a 55 kilómetros de la frontera turca con Siria. "Al minuto de verlo supe que tenía dos opciones: salir de allí y no contárselo a nadie o pasar el resto de mi vida trabajando en ese lugar".
Tras él se encuentran los primeros pliegues de la meseta de Anatolia. Por delante, la planicie mesopotámica, como un mar de arena coloreada, se extiende hacia el sur a lo largo de cientos de kilómetros. Los círculos de piedra de Gobekli Tepe se hallan justo al frente, ocultos bajo la cima de la colina.
En comparación con Stonehenge, conforman una estructura humilde. Ninguno de los círculos excavados (cuatro de un total estimado de 20) mide más de 30 metros de longitud. Los pilares tienen forma de T como el resto, y hay dos torres de cinco metros de altura que sobresalen al menos un metro sobre las demás. Lo que hace de este conjunto algo remarcable es que cuentan con grabados de jabalíes, zorros, leones, pájaros, serpientes y escorpiones, además de la época de la que data. Estas piedras, cuyo origen se calcula en el año 9.500 antes de Cristo, son 5.500 años más viejas que las primeras ciudades de Mesopotamia, y 7.000 años más ancianas que la composición de Stonehenge.
Gobekli lo cambia todo
Muy lejos de la rueda o la escritura, las personas que levantaron estas edificaciones no conocían siquiera la cerámica ni cultivaban el trigo. Vivían en aldeas y eran cazadores, no agricultores.
"La gente pensaba que sólo las civilizaciones complejas y jerárquicas eran capaces de construir tales emplazamientos monumentales, y que sólo cambiaron de dirección con la invención de la agricultura", explicó Ian Hodder, catedrático de antropología de la Universidad de Stanford, al cargo de las excavaciones en Catalhoyuk, el más conocido emplazamiento neolítico de Turquía, desde 1993. "Gobekli lo cambia todo. Es elaborado, complejo y preagrícola. Todo esto convierte el emplazamiento en el descubrimiento arqueológico más importante desde hace mucho tiempo".
Con tan sólo una fracción del emplazamiento al descubierto tras una década de excavación, la importancia de Gobekli Tepe para las personas que lo construyeron continúa siendo todo un misterio. Hay quien piensa que se trataba del punto central de un rito de fertilidad, y que las dos piedras elevadas en el centro de cada círculo representaban a un hombre y una mujer. Se trata de una teoría que el consejo turístico de la cercana Urfa ha adoptado con presteza. Visite el jardín del Edén, anuncian a bombo y platillo sus folletos: vea a Adán y Eva.
Schmidt se muestra escéptico. Está de acuerdo en que Gobekli Tepe podría ser "el último florecimiento de un mundo semi-nómada que la agricultura estaba a punto de destruir", y apunta que su condición actual casi perfecta se debe a que aquéllos que lo construyeron lo enterraron al poco bajo toneladas de tierra, como si su rico mundo de animales salvajes hubiese perdido todo sentido.
La mayor de las preguntas
Pero el emplazamiento está exento de los símbolos de fertilidad que sí aparecen en otros emplazamientos neolíticos, y las columnas con forma de T no muestran sexo alguno, a pesar de su apariencia semi-humana.
"Creo que aquí nos enfrentamos cara a cara con la primera representación de los dioses", comentó Schmidt, señalando una de las piedras de mayor tamaño.
"No tienen ojos, boca ni rostro, pero sí que tienen brazos y manos. Son creadores. En mi opinión, la gente que realizó estos grabados ya se planteaba la mayor de las preguntas. ¿Qué es el universo? ¿Por qué estamos aquí?".
Sin evidencia de la existencia de alguna casa o tumba cercana a las piedras, Schmidt considera que la cumbre de la colina era un emplazamiento de peregrinaje para las comunidades de un radio de aproximadamente 160 kilómetros. Las piedras más elevadas están todas colocadas hacia el sureste, como si observaran la planicie salpicada de emplazamientos contemporáneos, en muchos aspectos tan destacados como Gobekli Tepe.
Como una pintura de Klee
El pasado año, por ejemplo, los arqueólogos franceses que trabajaban en Djade al-Mughara, al norte de Siria, descubrieron el mural de mayor antigüedad jamás encontrado. "Dos metros cuadrados de formas geométricas de colores rojo, negro y blanco, como una pintura de Paul Klee", explicó Eric Coqueugniot, de la Universidad de Lyon, al cargo de la excavación.
Coqueugniot describe la hipótesis de Schmidt de que Gobekli Tepe era un punto de reunión para la realización de rituales como "tentadora", dada su posición espectacular. Pero las investigaciones en la región aún se encuentran en una fase muy temprana. "Es posible que mañana alguien encuentre algo mucho más espectacular".
Vecihi Ozkaya, director de una excavación en Kortiktepe, a 190 kilómetros al este de Urfa, duda de que los miles de cuencos de piedra que ha encontrado desde 2001 en cientos de tumbas de más de 11.500 años de antigüedad puedan calificarse así. Pero su entusiasmo llena su austera oficina de la Universidad de Dicle en Diyarbakir.
"Eche un vistazo a esto", comenta, señalando una foto de una escultura exquisitamente tallada en la que se muestra a un animal, mitad humano y mitad león. "Es una esfinge, miles de años antes de la existencia de Egipto. El sureste de Turquía, o el norte de Siria, es la región que fue testigo de la noche de bodas de nuestra civilización".
Fonte: (24 Abr 2008). El Mundo.es: http://www.elmundo.es/elmundo/2008/04/23/c
La antigua ciudad termal de Allianoi, en el oeste de Turquía, a menudo comparada con Pompeya por su extraordinario estado de conservación, será pronto engullida por las aguas de una presa.
Una fuente de agua caliente, que alimenta un estanque todavía protegido por los muros de casi cinco metros de altura, una sala decorada con columnas monolitas intactas y mosaicos, pasillos cubiertos, vestigios de avenidas y de viviendas, fuentes y cerca de 11.000 objetos, componen este tesoro arqueológico.
Hicieron falta casi nueve años al doctor Ahmed Yaras y a su equipo de arqueólogos para catalogar estos vestigios conservados gracias a un providencial caudal de barro y que sólo representan una pequeña parte de las joyas de Allianoi.
Sin embargo, los investigadores no tendrán tiempo de descubrir el resto: tras un controvertido debate, una comisión científica se decantó en octubre de 2007 por dejar que Allianoi fuera engullida.
El pleno de agua de la presa de Yortanli, destinada a la irrigación de unas 8.000 hectáreas de tierras agrícolas y cuya construcción fue finalizada el año pasado, ya es sólo cuestión de semanas.
"Lo que me duele en tanto que científico, es que estos vestigios nos sean arrebatados para siempre sin haber podido conocer antes todas sus riquezas", declara Yaras, quien visitó Allianoi hace unos días para rendir un último homenaje al lugar.
Lo que este 20% explorado "nos ha permitido comprender, es que Allianoi posee la mayor fuente termal antigua y la mejor conservada en el mundo. Sólo por esto debería protegerse este sitio", se indigna el investigador.
"Hemos hallado unos 400 instrumentos médicos de metal, más que en ninguna otra ciudad antigua del mundo", agrega.
Muchos científicos interrogados por la AFP comparten la desesperación de su colega y deploran la desaparición de un lugar "excepcional".
"La administración turca ha dado muestras de una muy mala voluntad", asegura Pierre Chuvin, especialista francés de la Grecia Antigua.
Para el arqueólogo Aksel Tibed, la desaparición programada de Allianoi es doblemente absurda porque la duración de vida de la presa será una de las más reducidas.
"Esta presa sólo podrá ser utilizada durante unos 50 años, a causa de los depósitos de aluviones", dice.
En cambio, si se hubiese conservado Allianoi, "podría haberse convertido en una segunda Pompeya. Sin fecha de caducidad", deplora Chuvin.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.