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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

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Terça-feira, 31.08.10

Múmias: entrámos dentro delas - Museu Nacional de Arqueologia

Deitadas numa nuvem de algodão, e enroladas em lençóis brancos, dentro das caixas de madeira que as hão-de transportar, as três múmias egípcias do Museu Nacional de Arqueologia (MNA), em Lisboa, pareciam... mortos.



A múmia de Pabasa prepara-se para entrar na máquina de TAC A múmia de Pabasa prepara-se para entrar na máquina de TAC (Miguel Manso)





Curiosamente, essa manhã de sexta-feira foi o único momento de todo o processo que vamos contar em que elas fizeram lembrar mortos. Mais tarde, libertas dos lençóis brancos, eram apenas uma presença silenciosa, confortável, com um discreto sorriso simpático, parecendo olhar com alguma ironia para a azáfama que as rodeava.
Comecemos então por essa manhã de sexta-feira, dois dias antes de as três múmias serem levadas para as instalações do IMI (Imagens Médicas Integradas), na Av. da República, em Lisboa, para fazerem radiografias digitais e TAC (tomografia axial computorizada). Na sala de antiguidades egípcias do MNA, o entusiasmo era grande.
O egiptólogo Luís de Araújo, do Instituto Oriental da Faculdade de Letras de Lisboa, andava de um lado para o outro entre as caixas onde as múmias já estavam deitadas. "Temos que estar preparados para tudo", avisava. "Pode haver, no meio das faixas de linho, amuletos, mas também pode não haver nada."
Eram os últimos preparativos para dar início ao Lisbon Mummy Project, um estudo inédito em Portugal e só possível através de uma parceria entre o IMI, que disponibilizou as instalações e a equipa de investigação liderada por Carlos Prates, a Siemens, que patrocina o projecto e disponibiliza uma estação de trabalho de pós-processamento avançado da informação digital, e o MNA, cujo director, Luís Raposo, coordena uma equipa que integra Luís de Araújo e ainda o arqueólogo Álvaro Figueiredo, do University College de Londres.
Primeiro as apresentações. Quem são as três múmias, duas com sarcófago e uma sem, que aguardam pacientemente nas suas camas de algodão? Da primeira, sabemos o nome - e logo, numa familiaridade que nos parece natural, começamos todos a referir-nos a ele como Pabasa. Que este era o seu nome e que foi sacerdote semati algures entre os séculos III e I a.C. - ou seja, explica Luís de Araújo, era o responsável por vestir a estátua do deus Min - é algo que ficamos a saber pelo texto escrito no sarcófago, hieróglifos que o professor decifra rapidamente percorrendo-os com um dedo.
Mas, quanto a informação, é apenas isso. "Ao contrário do que muita gente julga, estes textos não contam a vida do defunto. Nem há espaço para isso", continua Araújo. "São textos mágicos e profilácticos que pedem coisas para garantir a eternidade do defunto. E a eternidade só se garante com duas coisas: uma é acreditando que há uma vida eterna, e a outra é tendo um corpo bem conservado e bem alimentado. Eles são muito pragmáticos. Pedem pão, cerveja, carne de bovino, de aves, leite, vinho, incenso, baixela, roupas, um belo sarcófago."
A única das múmias que não tem "um belo sarcófago" (não se sabe porquê, provavelmente ter-se-á perdido) torna-se inevitavelmente menos familiar, já que temos que nos referir a ela como "múmia ptolemaica" (é dos séculos IV-I a.C.). O museu descreve-a como um "corpo humano, aparentemente masculino, envolvido em sudário de linho [...]. Não se consegue perceber a inscrição do nome do defunto, que não apresenta o título ou a profissão." Mas a esperança de todos na sala é que daí a dois dias já saibamos muito mais sobre ele.


Fonte: Alexandra Prado Coelho (24 Ago 2010). Público: http://www.publico.pt/Cultura/mumias-entramos-dentro-delas_1452649



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por noticiasdearqueologia às 13:28

Terça-feira, 06.11.07

Arqueologia e Medicina dão as mãos para descobrir história precisa de achados em Tavira

Arqueologia e Medicina entraram numa era de simbiose e esta noite a cidade de Tavira recebe uma demonstração sobre técnicas recentes onde a Tomografia Axial Computorizada (TAC) é aplicada para conhecer objectos antigos.


Foto


Em declarações à Lusa, o especialista em radiologia Jorge Pereira explicou que os algarvios podem observar hoje como é que uma TAC, método médico para diagnosticar através da imagem, pode ajudar a arqueologia a conhecer as várias fases de manufactura de objecto de séculos passados.
Os arqueólogos precisam de fazer o perfil do objecto encontrado e a radiografia clássica e a TAC permite analisar o objecto de forma "mais precisa", conta o médico especialista em radiologia.
"Há muitos anos que se faz a radiologia em achados arqueológicos, mas a novidade é aplicar a TAC ao estudo de algumas peças arqueológicas. É uma técnica recente no país", explica o médico especialista Jorge Pereira.
Esta noite vai ser apresentado o "Vaso de Tavira", uma peça de cerâmica rara do século XI, descoberto em Tavira à frente da Câmara Municipal e já apresentada em Lisboa e Paris, e que apresenta figuras humanas e de animais moldados.
O "Vaso de Tavira" é considerado um dos mais eloquentes testemunhos da vida no Al Andaluz no século XI d.C.
Com a TAC que se fez ao "Vaso de Tavira" obtiveram-se novos resultados, nomeadamente conseguiu-se "precisar todas as fazes de manufactura do objecto islâmico" e "perceber que as figuras representadas são ocas e não maciças, como se pensava", explicou Jorge Pereira.
O especialista em radiologia indica ainda que esta técnica pode aplicar-se também para analisar o conteúdo de um objecto descoberto em escavações.
Uma ânfora, por exemplo, que tenha algo no interior, é possível com uma TAC, conseguir analisar o conteúdo sem removê-lo ou partir o objecto, justifica, Jorge Pereira, responsável pela conferência marcada para as 21.30 na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos.
A conferência de hoje, intitulada "Medicina, arte e arqueologia", vai também abordar a possibilidade de usar a técnica radiológica para determinadas artes, nomeadamente a pintura e a escultura.
"Medicina, arte e arqueologia" é uma das seis iniciativas de um programa municipal denominado "Ciência na Cidade de Tavira", com o apoio da Associação do Campo Arqueológico de Tavira.
O ciclo de conferências gravita ao lado da arqueologia e junta outras ciências tais como medicina, geografia ou física atómica e conta com o apoio do programa Operacional Ciência e Inovação 2010/Agência Nacional da Ciência Viva.


In: (6 Nov 2007). Barlavento, on line: http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=19451

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por noticiasdearqueologia às 20:07


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