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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...


Sexta-feira, 11.09.09

Arqueologia: Campas romanas com dois mil anos

Obras em escola revelam necrópole.


Uma necrópole da época romana com quase dois mil anos foi encontrada durante as obras de requalificação da Escola Secundária Gabriel Pereira, em Évora. Dos achados do séc. II fazem também parte um conjunto de 14 campas, urnas e moedas, entre outros objectos.


As obras acompanhadas pelos arqueólogos desde Janeiro foram revelando outros objectos históricos


"É um achado muito importante em termos arqueológicos, porque até à data não se conhecia onde estariam implementadas as necrópoles da cidade romana de Évora", explicaram ao CM os arqueólogos e Conceição Vitoriano Maia e Gerardo Gonçalves, da empresa Arkeohabilis, que desde Janeiro acompanham as obras da empresa Parque Escolar. A necrópole foi descoberta já durante o mês de Agosto, embora ao longo de todo o acompanhamento fossem detectados alguns objectos históricos no local.


"É provável que quando a escola foi construída [na década de 1960] tenha sido destruída parte desta necrópole", acrescentou a equipa.


As 14 campas continham, na generalidade, vasos utilizados como urnas onde eram depositadas as cinzas, visto tratar-se de uma necrópole crematória. A tradição mandava também que os mortos fossem enterrados com alguns objectos pessoais. Lucernas, contas de colar, osso e ganchos de cabelo foram alguns dos artefactos encontrados. Este material, segundo os arqueólogos, está agora a ser estudado, tratado e marcado, para uma futura musealização.


A Secundária Gabriel Pereira já mostrou interesse em expor os objectos. "Gostaríamos que o material encontrado ficasse na escola, colocado num local próprio, onde os alunos possam ter acesso", disse o director Ananias Quintano.


Fonte: (3 Set 2009). Correio da Manhã: http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?channelid=00000013-0000-0000-0000-000000000013&contentid=E67A7D43-0DB9-406F-BA6C-C0F428C4049A

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por noticiasdearqueologia às 23:25

Segunda-feira, 21.07.08

Sepultura do sogro de Colombo pode estar em Aljezur

Foto 


A sepultura de Bartolomeu Perestrelo, primeiro donatário de Porto Santo e sogro de Cristóvão Colombo, poderá estar em vias de ser descoberta em Aljezur.


 


As sondagens arqueológicas que têm estado a ser feitas desde finais de Maio no cemitério velho desta vila, situado perto do castelo, têm permitido encontrar estruturas relacionadas com a primitiva Igreja de Santa Maria d’Alva, a antiga matriz de Aljezur, construída após a reconquista cristã.

Dentro da igreja e à sua volta eram feitos os enterramentos, como era costume da época. A igreja ruiu com o terramoto de 1755 e o espaço foi aproveitado como cemitério da vila até ao século XIX.

José Marreiros, presidente da Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur, contou ao «barlavento» que Bartolomeu Perestrelo, antes de morrer, por volta de 1458, «pediu para ser sepultado em Aljezur», mas actualmente não há já vestígios de tal sepultura.

«Já fizemos uma pesquisa documental no Arquivo Histórico do Funchal para saber mais», revelou aquele entusiasta da arqueologia da vila algarvia.

«Se a sepultura de Bartolomeu Perestrelo tivesse sido preservada e a conseguíssemos encontrar com estes trabalhos arqueológicos, seria ouro sobre azul!», exclamou.



Vestígios da antiga igreja matriz

Que as sondagens e trabalhos de arqueologia conseguiram já descobrir estruturas relacionadas com a antiga igreja destruída pelo terramoto de 1755 parece não haver dúvidas. Uma das peças recuperadas foi um fragmento de um Cristo crucificado, em terracota, que se presume poder ter pertencido ao primitivo templo.

Foram ainda descobertos restos do pavimento da igreja, tijoleiras rectangulares que foram sendo levantadas à medida que o solo era usado para as sepulturas feitas já depois da ruína do edifício.

Foi também identificada uma parede lateral, integrando uma porta entaipada. Esta parede foi depois usada nos muros de delimitação desse antigo cemitério.

Mas outros dados curiosos surgiram destes trabalhos: nos níveis mais antigos, do século XVI, «não foram encontrados muitos esqueletos de jovens, mas sobretudo alguns bebés e até fetos e depois adultos e pessoas mais velhas».

Isso, segundo José Marreiros, indica que, naqueles tempos, quem conseguisse sobreviver às doenças da primeira infância, chegava com alguma segurança a uma idade mais avançada, isto quando a esperança de vida era bem mais baixa que nos tempos actuais.

Outro dado interessante é o facto de terem sido detectados enterramentos em camadas sucessivas, o que parece indicar que haveria falta de espaço para as inumações no solo considerado sagrado.



Raros eram os mortos enterrados com um caixão

Também se verificou que eram raros os mortos enterrados em esquife – caixão de madeira -, um sistema reservado certamente aos aljezurenses mais endinheirados.

Dos raros enterramentos deste tipo, foram recuperadas madeiras, fragmentos de tecidos de revestimento, pegas em ferro e bronze e mesmo peças de vestuário, entre as quais se destacam fivelas e calçado em couro com ilhozes em bronze.

O espaço da antiga igreja continuou a ser utilizado como cemitério até ao século XIX. Desta época mais recente, destacam-se as inumações de crianças, que apresentaram um espólio muito interessante, já que eram enterradas com um «ramo» em fio de cobre, com flores e folhas, em azul e verde, colocado sobre o torso ou à volta da cabeça.

Destes trabalhos ainda preliminares integrados na primeira campanha de valorização arqueológica do cemitério velho de Aljezur, resultou muito espólio material, nomeadamente contas, anéis, botões em vidro, metal e madrepérola, alfinetes e trinta moedas, sobretudo dinheiros da primeira dinastia e ceitis cunhados entre meados do século XV e o final do reinado de D. Manuel I.

Foram também recuperados elementos construtivos pertencentes às arcarias da Igreja e identificados outros, reaproveitados nos muros do cemitério, com especial destaque para uma estela em forma de disco decorada com quadrifólio rebaixado, de extremidades rectas e estrela de oito pontas.

«Todos estes trabalhos foram acompanhados por uma antropóloga, como tem que acontecer quando se escava numa zona de cemitério».

Mais do que o espólio material, aliás muito interessante, esta intervenção e a investigação posterior vai permitir «descobrir mais sobre a vivência destes aljezurense de há séculos, sobre a sua alimentação e as doenças de que padeciam», salientou José Marreiros.

Os trabalhos resultaram da articulação entre a Associação de Defesa do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur, a Arqueonova – Associação de Arqueologia e Defesa do Património e a Câmara Municipal de Aljezur, que suportou os encargos financeiros.


Fonte: Rodrigues, Elisabete (18 Julho 2008). Barlavento. on line: http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=25620

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por noticiasdearqueologia às 23:01

Sexta-feira, 14.12.07

Obras em Tomar revelam mais esqueletos


As obras de construção da nova ponte sobre o Nabão revelaram, só numa semana, duas dezenas de enterramentos, datados possivelmente da época medieval. As ossadas foram descobertas ao lado do edifício do Centro de Emprego. Os vestígios mostram os ossos de vários adultos, mas grande número dos esqueletos são também de crianças e até “de um feto”, facto que provocou alguma surpresa junto da arqueóloga Zélia Rodrigues, que está a acompanhar os trabalhos.


O processo de escavação está a ser executado pela empresa Geoarque, que irá ficar no local por um período mínimo de cinco meses. A retirada das ossadas encontradas “é um trabalho moroso”, justifica a responsável. Zélia Rodrigues nota ainda que os vestígios estão “muito bem preservados”. À medida que os trabalhos de arqueologia vão avançando, vão sendo descobertos mais enterramentos, dando cada vez mais certeza aos especialistas que aquela zona foi uma necrópole iniciada no tempo dos Templários e usada ao longo de vários séculos. Ainda hoje mantém-se naquela área o cemitério “velho” da cidade. As sucessivas obras que têm decorrido na zona da Igreja Santa Maria do Olival têm revelado dezenas de achados arqueológicos, sobretudo enterramentos.


In: (10 Dez 2007). O Mirante: http://www.omirante.pt/index.asp?idEdicao=51&id=19031&idSeccao=479&Action=noticia

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por noticiasdearqueologia às 18:32

Sexta-feira, 14.09.07

Ossadas Humanas no Centro Histórico de Almeirim

A equipa da empresa ERA - Arqueologia, Conservação e Gestão do Património está a desenvolver uma intensa actividade no Centro Histórico de Almeirim, desde que as sondagens de diagnóstico efectuadas apresentaram resultados indiciadores de contexto arqueológico com elevado valor patrimonial para esta área. A comprovar uma das sondagens efectuadas junto ao Edifício das Escolas Velhas, na Rua Almirante Reis, estão os mais recentes achados, ossadas humanas. Segundo a arqueóloga responsável pelo trabalho em curso, Ângela Ferreira "perante os resultados das sondagens admitimos que irão aparecer nas próximas escavações neste local mais ossadas. Já identificámos outros dois esqueletos num perímetro relativamente curto mas que vamos agora alargar". Rita Guerra, Antropóloga da Universidade de Évora relata-nos que estes achados deverão estar relacionados com o Convento de São Francisco da Ordem Terceira cuja Igreja foi depois transformada em Escola Primária, hoje em dia sede de Associações do concelho como os 20m Kms de Almeirim e jardim de infância. As sondagens da equipa de arqueologia detectaram a necrópole da Igreja e segundo a antropóloga "trata-se de um cemitério cristão pela forma como os corpos se encontram sepultados e que, por norma, e de acordo com a tradição cristã, eram sepultados ou no interior ou à volta das dos locais sagrados. O que encontrámos hoje são ossos muito provavelmente de uma criança entre os 4 e os 6 anos de idade, e deverão datar do século XVI". O procedimento seguinte passa pela identificação e fotografia das ossadas que depois serão levantadas e conduzidas ao Instituto para um estudo mais profundo. Através destas ossadas, de acordo com os estudos que forem encomendados pelo cliente, neste caso, a autarquia, os especialistas da área poderão investigar desde a origem, idade, comprimento e patologias e poderão mesmo desenvolver teses científicas como base de dissertações de mestrado ou doutoramento. Além disso, fica ainda a possibilidade de optar por uma Exposição no futuro. A arqueóloga responsável referiu ainda que "as obras já ali efectuadas anteriormente, mas já durante o século XX, danificaram muito esta zona histórica e terá se perdido muitos artefactos que poderiam contribuir para um conhecimento mais aprofundado da História Moderna de Almeirim." As sondagens arqueológicas de diagnóstico no centro da cidade surgiram na sequência do acompanhamento arqueológico em curso da empreitada de colocação de infra estruturas e da condicionante imposta pelo Instituto Português de Arqueologia. Para além deste espaço junto às Escolas Velhas, Ângela Ferreira esclareceu ainda que "junto ao mercado municipal as pesquisas indicam a presença de silos medievais e vamos analisar essa área e ver o que se encontra nessa zona histórica da cidade de Almeirim." Alvo de curiosidade, a presença dos arqueólogos e as escavações não têm passado despercebidas. Residentes no centro histórico, comerciantes na zona e frequentadores do mercado municipal vai assistindo aos trabalhos e "rezando" para que as escavações e as obras não durem tempo demais. "Compreendemos que seja importante saber a história da nossa terra mas as obras causam sempre transtorno e ainda por cima os trabalhos começaram em Abril, estamos em Setembro e continuamos cheios de pó", comentou um comerciante da zona. Questionada acerca da duração dos trabalhos arqueológicos e das escavações, Ângela Ferreira não estabelece prazos nem faz estimativas mas deixou a garantia de que a sua equipa - Francisco Pimenta, Diliana Duarte, Liliana Serrano, arqueólogos e Rita Guerra, antropóloga, continuarão em Almeirim por mais algum tempo.


In: (9/5/2007) O Almeirinense, on line: http://www.almeirinense.com/almeirinense/index_noticia.asp?id=1880

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por noticiasdearqueologia às 00:09

Quarta-feira, 22.08.07

Prospecção encontra dez esqueletos de época medieval...

A câmara de Santarém realizou uma prospecção arqueológica preventiva para requalificar o jardim da República, recolhendo dez esqueletos de época medieval e uma estela funerária, segundo o arqueólogo da autarquia.


António Matias disse à Agência Lusa que a obra de requalificação do jardim contíguo ao convento de S. Francisco "será acompanhada por arqueólogos" e "avançará sem qualquer problema", acrescentando que os achados remetem para um período entre os séculos XII e XIV.


O arqueólogo afirmou à Lusa que na prospecção, que terminou na segunda-feira, foi encontrada "uma sucessão de três planos de enterramento, depois dos dois primeiros, foram recolhidos mais oito indivíduos" em dois metros quadrados de terreno, explicando que "o mesmo espaço funerário foi sendo utilizado ao longo do tempo".


"Utilizavam a mesma fossa para sepultar mais indivíduos", afirmou António Matias, acrescentando que serão feitas "análises para saber se havia aproveitamento familiar, ou não".


Segundo o arqueólogo, a estela funerária "não tem indicação de idade, mas é da época medieval, apresentando numa face a cruz dos templários e na outra uma estrela de oito pontas", que "identificava uma sepultura de uma criança com idade entre os dois e quatro anos".


O vice-presidente do município disse à Lusa que a "prospecção preventiva já foi dada como concluída" e serviu para "preparar a intervenção" no espaço contíguo, salientando que os achados "não vão condicionar a intervenção" que tem início previsto para Novembro.


Segundo o arqueólogo António Matias, os esqueletos e a estela funerária estão armazenados na reserva do Museu Municipal a aguardar tratamento, lavagem e marcação.


(31 de Jul 2007). Lusa/Fim: http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/hFEYhfTK8kFTit1%2FJt66%2FA.html

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por noticiasdearqueologia às 22:54

Sábado, 11.08.07

Faro: Três sepulturas romanas do século III


Três sepulturas de uma necrópole foram retiradas do Largo das Mouras Velhas, no centro de Faro, no âmbito das escavações arqueológicas que antecedem a construção de um parque de estacionamento subterrâneo naquele local.

Segundo disse à Lusa fonte da autarquia, estima-se que as sepulturas datem dos séculos III e IV e sejam parte da vasta necrópole da cidade de Óssonoba, nome dado pelos romanos a Faro, da qual foram já encontradas mais de uma centena de sepulturas.


A descoberta aconteceu durante os trabalhos arqueológicos que visam minimizar o impacto sobre o património que a construção do parque de estacionamento, que deverá ter 224 lugares, implica.


Depois de catalogadas e fotografadas, as sepulturas vão integrar o espólio do Museu Municipal de Faro.


Em 1878, o arqueólogo Estácio da Veiga descobriu no mesmo local 38 sepulturas e cerca de 60 anos mais tarde foi Abel Viana que escavou mais sete sepulturas daquela necrópole, na Rua D. João de Castro.


Escavações mais recentes efectuadas no Largo 25 de Abril e Rua João Lúcio, há cerca de três anos, trouxeram à luz do dia mais 90 sepulturas, permitindo definir com maior precisão os limites da maior necrópole romana de Ossónoba.


Esta situava-se fora da antiga cidade romana e o seu perímetro pode ser definido como ocupando a área que vai desde o bairro do Teatro Lethes até à Pontinha, passando pela Rua de Portugal e Largo 25 de Abril.


Lusa (26 Jul 2007): http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/McBAmwotR%2FFtla%2FZDoVugg.html


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por noticiasdearqueologia às 02:07

Sábado, 11.08.07

Parte de necrópole islâmica descoberta em Beja

Obras de remodelação da rede de água fazem descobrir sete sepulturas.


Sete enterramentos da época islâmica foram descobertos nas Portas de Mértola, em Beja, fazendo supor uma necrópole de maiores dimensões já referenciada por especialistas.





Obras na Rua de Mértola, em Beja, fizeram descobrir recentemente sete sepulturas do que parece ser parte de uma necrópole islâmica extra-muralhas, de uma época posterior ao século X, até então apenas suposta pelos arqueólogos. A ocorrência foi detectada durante os trabalhos de remodelação da rede secundária de abastecimento de água, no troço que atravessa o centro histórico, obra da responsabilidade da Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS) e que colocou à superfície sete enterramentos, sem espólio algum associado, mas com a marca distintiva dos rituais fúnebres islâmicos: corpo em decúbito lateral, deitado sobre o ombro direito, e com a face voltada para Nascente.
Segundo Miguel Serra, natural de Beja e arqueólogo da Palimpsesto, empresa de Coimbra que está fazer o acompanhamento arqueológico da intervenção, trata-se de um "conjunto muito pequeno e muito destruído, em péssimo estado de conservação, quer por destruições antigas, quer por destruições mais recentes de várias obras que já tiveram aqui lugar". As ossadas apareceram atravessadas por antigos arruamentos, tubagens de água, esgotos e electricidade, sendo que um dos esqueletos foi destruído numa pequena parte por um colector antigo da cidade, que terá entre 100 e 200 anos e que constitui outras das ocorrências arqueológicas da intervenção. "Estamos a falar de uma zona que está muito remexida, pelo que foi um pouco uma sorte encontrar alguma coisa aqui", realça Miguel Serra, admitindo que uma necrópole desta natureza "ocupará uma área muito maior, estendendo-se se calhar por toda a zona das Portas de Mértola", o que vem confirmar uma hipótese académica dos arqueólogos Cláudio Torres e Santiago Macias, que supunham a existência de uma necrópole islâmica num ponto das Portas de Mértola mais próximo das muralhas. A suposição também é corroborada, diz, pelo testemunho de algumas pessoas mais velhas, que se recordam de ter visto "esqueletos inteiros" sensivelmente na mesma zona, em obras ocorridas há décadas.
Já escavadas e retiradas, as ossadas – três em bom estado, as restantes muito parciais – seguirão agora para Coimbra, onde serão estudadas em laboratório por uma equipa de antropologia física, que tentará apurar eventuais patologias ou hábitos alimentares, detectáveis através da dentição. Os dados recolhidos no local permitem, para já, afirmar estarmos perante os restos mortais de duas crianças, um idoso, uma jovem adulta, com idade entre os 20 e 30 anos, um juvenil do sexo masculino, e um outro adulto do sexo masculino, com idade superior a 30 anos.

Beja romana poderá ter tido "maior extensão"
Apesar de uma "relevância científica muito grande", o achado não se reveste de igual importância do ponto de vista patrimonial, tendo em conta o péssimo estado de conservação dos ossos, o que também se deve ao tipo de solo que os albergou durante séculos. "Não há justificação nenhuma para conservar o que está ali. Será retirado, analisado em laboratório, processado e elaborados os relatórios. As ossadas, em concreto, são sempre difíceis de conservar no local e sobretudo numa via pública", explica Miguel Serra, referindo-se também ao achado de estruturas romanas, nomeadamente um piso em opus signinum, um material de revestimento muito comum para impermeabilizar tanques, por exemplo, e que poderá fazer supor "uma maior extensão da cidade romana" – "em teoria, estamos fora dos limites da cidade romana. Se não estou em erro, esta é a primeira evidência arqueológica da época romana deste lado da cidade, exterior às muralhas".
Quanto à amostra de necrópole islâmica encontrada, ela não interferirá no andamento dos trabalhos de remodelação da rede de água no centro histórico, que nunca chegaram a estar parados, seguindo-se agora uma fase de "trabalho de gabinete", de modo a confirmar ou desmentir suposições. "O que temos ali é um troço de 5 por 1, 5 metros dentro de uma vala. Não temos elementos para saber qual a extensão total. Teremos que cruzar isto com outros dados que existam de outras intervenções arqueológicas, para ver se há mais ocorrências deste género, que eu não conheço. Esta zona da cidade, desse troço da muralha para Leste, é uma zona em branco, não há quase nada identificado em termos históricos", conclui o arqueólogo.



Sergivs: Apesar desta notícia já ter uns mesitos, pela sua importância, decidi colocá-la no blog.
Ferreira, Carla (30 Nov 2006). Diário do Alentejo.
Foto: José Serrano


http://da.campodosmedia.com/jornal/index.php?link=noticia&id=3685

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por noticiasdearqueologia às 01:54


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