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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...


Sexta-feira, 27.03.09

António Matias é osteoarqueólogo ao serviço da Câmara Municipal de Santarém

Tem apenas 33 anos e há uma década que trabalha ao serviço da Câmara de Santarém. António Matias integra a equipa de arqueologia da autarquia composta por dois técnicos de arqueologia, um desenhador e três operários. Há 10 anos, António Matias trocou um lugar como oficial da Marinha pelo estágio na autarquia escalabitana. Natural da Figueira da Foz, onde tem casa, mulher e filho, passa a semana em Santarém.


Foi na faculdade que cresceu o entusiasmo e fantasias ligados às aventuras de Indiana Jones e às suas descobertas. Licenciou-se em Arqueologia na Universidade de Coimbra, esteve ano e meio em França num mestrado em antropologia biológica. Actualmente, está prestes a concluir a tese de mestrado em Evolução Humana recuperando a descoberta da maior necrópole islâmica do país no Largo Cândido dos Reis, em Santarém. A cidade, reconhece, é um “el dorado” para investigadores de arqueologia.


Enquanto uma colega fiscaliza os trabalhos no jardim das Portas do Sol, António Matias está neste momento encarregue da fiscalização dos trabalhos arqueológicos das obras do Jardim da República e do futuro Jardim da Liberdade. Desenvolve mais um trabalho de orientação e direcção do que de campo. Como diz, faz mais uma arqueologia de urgência, decorrente dos achados que são encontrados no decorrer de obras, do que uma arqueologia de investigação. “Tentamos identificar, avaliar e preservar as descobertas e prejudicar o menos possível o decurso das obras”, acrescenta.


O trabalho de campo começa bem antes. Há que limpar o terreno e dispor de um caderno de campo com a georeferenciação (com recurso a GPS) de toda a área e na qual são marcadas quadrículas da superfície, geralmente com dois metros quadrados cada uma. São também estimados os dados altimétricos (profundidade) para definir as diferentes cotas das escavações.


Detectado um esqueleto ou uma peça, há que trazê-los a descoberto. Em terrenos arenosos recorre-se a pincéis para afastar a areia. Em terrenos barrentos o trabalho é mais demorado e meticuloso. Curiosamente, é utilizado muito material odontológico, como reconhece António Matias. “Espátulas de aço de dentistas são perfeitas para tirar volumes de terra de ossadas e até do espaço entre vértebras. As espátulas mais achatadas adequam-se à limpeza de ossos longos e pincéis de vários tipos limpam com pormenor dentro das costelas do esqueleto. Até as tampas com pegas de alguns detergentes servem para recolher sedimentos”, descreve António Matias.


O esqueleto é limpo, faz-se o registo topográfico e fotográfico do local e das peças que, mais tarde, são analisadas em computador. O esqueleto é exumado peça a peça, que são ensacadas, identificadas e colocadas em caixotes. Estão armazenadas no edifício do antigo arquivo distrital, onde funciona parte do Departamento de Assuntos Culturais e Sociais da câmara. foto


Os métodos para avaliar as descobertas dependem do dinheiro de que se dispõe. Há os métodos bioquímicos, de laboratório, mais dispendiosos, onde se recorre a amostras de ADN, a informação genética de cada um. “Depois há os métodos baratos em que confiamos na experiência e conhecimentos adquiridos para avaliar a morfologia do esqueleto, a idade, sexo e a época em que viveu determinado indivíduo”, explica António Matias.


A arqueologia exige conhecimentos de uma série de áreas científicas conjugadas. Da tipografia à fotografia, passando pela geologia, petrografia (estudo das rochas), matemática, fauna, química, biologia e física.


 


Divulgar os objectivos e


os resultados da arqueologia


António Matias considera que há que proporcionar o conhecimento da arqueo-logia à população. “As pessoas devem saber o motivo pelo qual sofreram com o atraso nas obras do Largo Cândido dos Reis, que esteve quase cortado ao trânsito durante três meses. Têm de saber que se deveu à descoberta do maior cemitério islâmico do país, com 639 indivíduos. E que Santarém ganha importância para estudiosos e investigadores, que nos visitam, com essa descoberta”, sustenta António Matias.


O trabalho de António Matias espicaça-o a querer ir mais além e saber algumas histórias por contar. Como a de poder um dia analisar o túmulo mumificado de Pedro de Meneses, ex-governador de Ceuta, sepultado na igreja da Graça, “um dos poucos nobres do país que foi mumificado”. Ou saber a razão pela qual no esqueleto de um rapaz de Casével, entre os 20 e 25 anos, já com uns séculos, foi detectada uma corcunda, uma torção do rosto e uma série de patologias.


Fonte: (26 Mar 2009). O Mirante: http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=384&id=52193&idSeccao=5759&Action=noticia

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por noticiasdearqueologia às 23:44

Terça-feira, 24.02.09

Descobertas centenas de esqueletos em espaços verdes

 


 


Das Portas do Sol aos jardins da República, passando pelo Sá da Bandeira, os espaços verdes da cidade de Santarém estão transformados em estaleiros de obras e campos arqueológicos. No jardim das Portas do Sol, os arqueólogos puseram a descoberto uma cisterna romana do século I e outras estruturas ainda em estudo. "O jardim está a beneficiar de profundas obras de remodelação que irão permitir musealizar todo um conjunto de achados arqueológicos trazidos à luz do dia ao longo dos últimos 20 anos", explicou Ricardo Gonçalves, vereador das Obras Públicas na Câmara de Santarém. Segundo o autarca será o primeiro núcleo museológico da cidade e a principal sala de visitas para os turistas.

Além da cisterna, os arqueólogos foram ainda surpreendidos com a descoberta de 13 esqueletos humanos, numa necrópole do século XIII que estaria associada à antiga Ermida de S. Miguel, já desaparecida, ou à Igreja de Santa Maria da Alcáçova, fundada por D. Afonso Henriques e recentemente restaurada. A equipa de arqueologia do Instituto Politécnico de Tomar encontrou mais vestígios do período de ocupação islâmica, assim como materiais de tecelagem ou armas da Idade do Ferro.

"Os trabalhos nas Portas do Sol deverão ficar concluídos até ao Verão e incluem a instalação de um miradouro virtual e equipamentos multimedia interactivos num centro de interpretação, que permitirá aos visitantes compreenderem os vestígios arqueológicos e a evolução histórica do local, da Idade do Bronze, Idade do Ferro, períodos de ocupação romana e islâmica até à actualidade." As obras de requalificação do Jardim da República em Santarém também trouxeram à luz do dia outra grande necrópole, onde já foram descobertos cerca de 90 esqueletos humanos. O Jardim Sá da Bandeira também está em remodelação - toda a área será transformada no Passeio da Liberdade, que inclui um parque de estacionamento subterrâneo e uma zona verde. Junto ao Largo Cândido dos Reis, foram ainda encontradas 640 sepulturas naquele que é considerado o maior cemitério islâmico de Portugal.


 


 Fonte: (15 Fev 2009). Diário de Notícias: http://dn.sapo.pt/2009/02/15/cidades/descobertas_centenas_esqueletos_espa.html

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por noticiasdearqueologia às 00:04

Domingo, 01.02.09

Santarém: vestígios da alcáçova vão ser musealizados

As ruínas romanas e os vestígios da Idade do Ferro, junto ao Jardim das Portas do Sol, em Santarém, preparam-se para ser musealizadas, permitindo aos escalabitanos, e a quem a visita, ”espreitaram” uma ”nesga” do passado da cidade. A alcáçova de Santarém tem-se revelado ”riquíssima” para os arqueólogos, tendo as escavações actualmente em curso, no decorrer das obras de requalificação do Jardim das Portas do Sol, confirmado a presença de vestígios desde a Idade do Bronze até à época Contemporânea. Laurent Caron, do Departamento de Território, Arqueologia e Património, do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), responsável pela escavação, disse que os trabalhos iniciados em Setembro trouxeram à superfície uma cisterna romana ”inteira”, do século I, e um tanque que pode estar associado a esta estrutura, na zona exterior ao jardim. Para surpresa do grupo de arqueólogos do IPT, no interior do jardim foram encontrados enterramentos (13 corpos) do século XIII e alguns mais recentes, que podem estar associados à Igreja de Santa Maria de Alcáçova ou a uma Ermida de S. Miguel, o que não havia ainda sucedido nas escavações anteriores. ”Também na primeira vala apanhámos uma parede e um piso de cerâmica e uma fossa com material islâmico. Se se confirmar, seria a primeira vez que teríamos umas estruturas habitacionais desta época na Alcáçova”, disse Laurent Caron.


 Nas escavações realizadas nas valas abertas no interior do jardim, os arqueólogos encontraram ainda, entre muitos outros vestígios, material, da Idade do Ferro, associado à tecelagem e à metalurgia (atribuída à função militar), num ”sinal da importância que Santarém teria, ao ter fábricas de material militar no próprio sítio”, disse Laurent Caron. ”Encontrámos níveis da Idade do Ferro cortados na época medieval para fazer um grande aterro. Em quase toda a vala encontrámos esse aterro medieval, o que indica uma fase de planeamento do terreno nessa época”, afirmou.As obras em curso no Jardim das Portas do Sol, a concluir em Junho, prevêem a musealização dos vestígios romanos e da Idade do Ferro encontrados em escavações anteriores, agora alargadas para permitir a construção da estrutura. Esta fase de trabalhos permitiu não só descobrir a cisterna romana e meia dúzia de silos islâmicos que ”cortaram” muros e paredes da época romana, mas também vários níveis de uma rua romana, já detectada na escavação anterior. ”Tratar-se-ia de uma zona habitada, constantemente remodelada desde a Idade do Ferro”, época que se identifica num nível estratigráfico inferior e pela técnica de construção das paredes, adiantou.


Fonte:(23 Jan 2009).Jornal Torrejano: http://www.jornaltorrejano.pt/edicao/noticia/?id=2092&ed=655

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por noticiasdearqueologia às 00:33

Domingo, 18.01.09

Obras no Jardim da República descobrem mais sepulturas em Santarém

fotoAs obras de requalificação do Jardim da República, em Santarém, deram a descobrir cerca de 80 ossadas junto ao convento de S. Francisco. Os primeiros cadáveres foram descobertos a cerca de 50 metros do monumento, na zona paralela à rua 31 de Janeiro. Até à data foram identificados cerca de 30 esqueletos de diferentes idades e de ambos os sexos. Neste momento os trabalhos caminham no sentido do convento, com o trabalho meticuloso de limpeza e de consolidação das ossadas, que as chuvas recentes amoleceram, para que os corpos possam ser exumados.


Novidade para os arqueólogos foi também os cerca de 50 cadáveres que estavam enterrados na área onde ficavam os sanitários do jardim. Segundo o arqueólogo da Câmara de Santarém, António Matias, é sempre relevante encontrar enterramentos. “É mais um apontamento com que ficamos na cidade para conhecer não só a população a partir dos restos humanos da população antiga que viveu em Santarém, mas também saber como eles viviam em termos de alimentação, quantos filhos tinham, o que faziam no dia a dia e que actividades desenvolviam. Sem esquecer o que fica para analisar da organização urbana desta área após o final da ocupação do próprio cemitério”, explica o técnico.


No terreno tem sido uma equipa de cinco pessoas – um arqueólogo, duas técnicas e dois operários indiferenciados –, liderada pelo arqueólogo Costa Santos, a fazer os trabalhos de arqueologia para a empresa Oliveiras - Engenharia e Construção SA, encarregue da requalificação do Jardim de República.


“Estamos a dar tempo para que os ossos possam secar e os podermos exumar. Temos os escalões etários diferenciados, como recém-nascidos, crianças, idosos e adultos e de ambos os sexos. Mais a oeste do jardim, em valas que foram feitas, exumámos cerca de 45 cadáveres e aí não havia qualquer registo nem contávamos com qualquer necrópole. Que não estará relacionada com o convento de S. Francisco, mas com outra igreja nessas imediações”, refere Costa Santos.


Quanto aos restantes espaços do centro da cidade que sofrem obras de vulto há também novidades. Na zona do campo Sá da Bandeira acabaram os trabalhos arqueológicos na área do futuro Jardim da Liberdade. Foram descobertos dois núcleos funerários, um com três indivíduos e outro com mais 15 sepulturas da época medieval e moderna. “Possivelmente integrados na cerca do antigo Convento das Donas”, alvitra António Matias.


Do campo Sá da Bandeira às Portas do Sol, atravessa-se boa parte do centro histórico de Santarém, sendo o ex-libris da cidade um manancial de achados arqueológicos e de histórias. Segundo António Matias, haverá algumas surpresas dado que se trata de uma zona mais sensível, apontada como um dos berços de criação da própria cidade. “Temos alguns materiais da idade do ferro, vestígios de equipamentos da idade do bronze, da época romana e medieval, caso dos enterramentos. É um espólio que ainda não tinha surgido na zona da alcáçova”, diz o arqueólogo.


No caso da empreitada do Jardim da Liberdade, a empresa responsável pelo projecto tem luz verde para começar a fazer o parque subterrâneo sem condicionamentos de arqueologia. Nas Portas do Sol e Jardim da República os trabalhos terão de acompanhar o ritmo das descobertas.


Fonte: (14 Jan 2009). O Mirante: http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=374&id=50258&idSeccao=5575&Action=noticia


 

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por noticiasdearqueologia às 21:19

Domingo, 18.01.09

Santarém: Vestígios romanos vão ser musealizados

As ruínas romanas e os vestígios da Idade do Ferro, junto ao Jardim das Portas do Sol, em Santarém, preparam-se para ser musealizadas, permitindo aos escalabitanos, e a quem a visita, «espreitaram» uma «nesga» do passado da cidade.

A Alcáçova de Santarém tem-se revelado «riquíssima» para os arqueólogos, tendo as escavações actualmente em curso, no decorrer das obras de requalificação do Jardim das Portas do Sol, confirmado a presença de vestígios desde a Idade do Bronze até à época Contemporânea.


Laurent Caron, do Departamento de Território, Arqueologia e Património, do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), responsável pela escavação, disse à agência Lusa que os trabalhos iniciados em Setembro trouxeram à superfície uma cisterna romana «inteira», do século I, e um tanque que pode estar associado a esta estrutura, na zona exterior ao jardim.


Para surpresa do grupo de arqueólogos do IPT, no interior do jardim foram encontrados enterramentos (13 corpos) do século XIII e alguns mais recentes, que podem estar associados à Igreja de Santa Maria de Alcáçova ou a uma Ermida de S. Miguel, o que não havia ainda sucedido nas escavações anteriores.

Fonte: (17 Jan 2009). Diário Digital: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=4&id_news=368465

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por noticiasdearqueologia às 21:01

Quarta-feira, 22.08.07

Prospecção encontra dez esqueletos de época medieval...

A câmara de Santarém realizou uma prospecção arqueológica preventiva para requalificar o jardim da República, recolhendo dez esqueletos de época medieval e uma estela funerária, segundo o arqueólogo da autarquia.


António Matias disse à Agência Lusa que a obra de requalificação do jardim contíguo ao convento de S. Francisco "será acompanhada por arqueólogos" e "avançará sem qualquer problema", acrescentando que os achados remetem para um período entre os séculos XII e XIV.


O arqueólogo afirmou à Lusa que na prospecção, que terminou na segunda-feira, foi encontrada "uma sucessão de três planos de enterramento, depois dos dois primeiros, foram recolhidos mais oito indivíduos" em dois metros quadrados de terreno, explicando que "o mesmo espaço funerário foi sendo utilizado ao longo do tempo".


"Utilizavam a mesma fossa para sepultar mais indivíduos", afirmou António Matias, acrescentando que serão feitas "análises para saber se havia aproveitamento familiar, ou não".


Segundo o arqueólogo, a estela funerária "não tem indicação de idade, mas é da época medieval, apresentando numa face a cruz dos templários e na outra uma estrela de oito pontas", que "identificava uma sepultura de uma criança com idade entre os dois e quatro anos".


O vice-presidente do município disse à Lusa que a "prospecção preventiva já foi dada como concluída" e serviu para "preparar a intervenção" no espaço contíguo, salientando que os achados "não vão condicionar a intervenção" que tem início previsto para Novembro.


Segundo o arqueólogo António Matias, os esqueletos e a estela funerária estão armazenados na reserva do Museu Municipal a aguardar tratamento, lavagem e marcação.


(31 de Jul 2007). Lusa/Fim: http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/hFEYhfTK8kFTit1%2FJt66%2FA.html

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por noticiasdearqueologia às 22:54


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