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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
O Museu de Portimão, inaugurado em 2008, bem como o Museu da Escrita do Sudoeste, inaugurado em 2007 Almodôvar, e ainda o Museu do Fado, em Lisboa, receberam sexta-feira à noite, em Vila Franca de Xira, menções honrosas no Prémio Melhor Museu Português.
O Museu do Oriente, que abriu portas em Maio do ano passado, em Lisboa, foi considerado o melhor museu português, segundo a Associação Portuguesa de Museologia (APCOM) que entregou os seus galardões em Vila Franca de Xira.
Foto: Elisabete Rodrigues
Na cerimónia realizada no Museu do Neo-Realismo, com a presença do secretário de Estado da Cultura Elísio Summavielle, foram entregues dez galardões, entre eles, pela primeira vez o de Inovação e de Criatividade.
O Prémio de Inovação e Criatividade foi para o Grupo para a Acessibilidade nos Museus (GAM).
"Os anos de exílio da Rainha D.ª Amélia" recebeu o Prémio para a Melhor Exposição. Esta mostra esteve patente na Casa-Museu José Anastácio Gonçalves, em Lisboa.
As exposições "São Pedro entre o céu e a terra" organizada pelo Museu de Coruche, e "Trajes vestidos em Cabeceiras de Basto" que esteve patente no Museu das Terras de Basto instalado na antiga estação ferroviária de Cabeceiras de Basto.
O Prémio Melhor Serviços de Extensão Cultural foi entregue ex-aequo ao Museu Móvel Carlos Machado (Ponta Delgada) e ao Museu da Farmácia (Lisboa).
As respectivas Menções Honrosas distinguem o Museu de Papel Moeda da Fundação Cupertino de Miranda, no Porto, o Museu do Canteiro em Alcains e o Mosteiro de Alcobaça.
O catálogo do Museu de S. Roque, em Lisboa, recebeu o Prémio para o Melhor Catálogo, enquanto o Museu Municipal de Tavira recebeu uma menção honrosa nesta categoria.
O Prémio para o Melhor Trabalho sobre Museologia foi para a tese de doutoramento de Ana Delicado, intitulada "A musealização da ciência em Portugal".
Nesta categoria, os "Cadernos Museu" do Museu da Pólvora Negra, em Barcarena (Oeiras), a revista "Códice" da Fundação Portuguesa de Comunicações receberam menções honrosas, bem como a revista "Musa. Museus, Arqueologia e Outros Patrimónios", editada pela Câmara de Sesimbra, a Assembleia Distrital de Setúbal/Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal e pelo Fórum Inter-museus do Distrito de Setúbal.
O Prémio Melhor "Site" foi para o sítio do Instituto de Museus e Conservação ex-aequo com o Museu do Mar D. Carlos, em Cascais. As menções honrosas distinguiram os sítios na Internet do Museu do Douro em Peso da Régua, e do Centro Interpretativo da Batalha de Aljubarrota, em Porto de Mós.
O Prémio Melhor Comunicação On-Line foi atribuído aos blogs http://nomundodosmuseus.wordpress.com/
O jornal Público e o programa "Câmara Clara" liderado pela jornalista Paula Moura Pinheiro receberam ex-aequo o Prémio para o Melhor Trabalho Jornalístico. Nesta categoria o suplemento S do jornal Postal do Algarve recebeu a Menção Honrosa.
A museóloga Natália Correia Guedes foi eleita por unanimidade personalidade do ano pela APCOM.
A Câmara de Portimão «comemorou» o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios deixando o construtor de uma moradia entulhar um sítio pré-histórico classificado, em Alcalar, denunciaram os arqueólogos Rui Parreira e Elena Móran, autores de trabalhos de investigação sobre o Povoado Calcolítico de Alcalar.
Os investigadores consideram mesma esta uma «forma curiosa», de proteger a área envolvente de uma moradia em construção no perímetro do Povoado Calcolítico de Alcalar, cujo edital de classificação (proposta como Monumento Nacional, atendendo à relevância histórica deste património) foi recentemente publicitado, tal como o semanário «barlavento» deu conta na sua última edição.
O caso tem a ver com uma moradia que está a ser construída na zona, aproveitando a ruína de uma antiga casa rural.
A obra , situada em pleno povoado calcolítico de Alcalar, foi licenciada com apertadas condicionantes patrimoniais, que obrigavam a uma intervenção de arqueologia preventiva.
De tal forma que os antigos proprietários acabaram por vender o terreno, sem que o Instituto do Património ou a Câmara Municipal de Portimão se disponibilizassem a exercer o seu direito de preferência na aquisição.
Os novos proprietários promoveram a demolição da ruína da casa rural até à cota de soleira (sem escavação) e a nova construção foi levantada em aterrro (com o embasamento da construção coincidente com a construção antiga e apoiado sobre o seu antigo pavimento), com compactação mas sem alicerces escavados no terreno.
Sendo assim, a cota de soleira da nova moradia ficou cerca de 80 centímetros elevada em relação à anterior, sem causar danos para o património arqueológico, designadamente para as numerosas pré existências do 3º milénio antes de Cristo.
Segundo Rui Parreira e Elena Móran, estas operações foram efectuadas «com o devido acompanhamento arqueológico e mediante autorização concedida pela autarquia para que a cota de soleira da moradia e da área mais imediatamente envolvente pudesse ser alteada, mantendo a mesma implantação planimétrica».
Está igualmente assegurado que «as ligações das diversas infraestruturas às respectivas redes públicas se façam com o devido acompanhamento arqueológico».
Só que, numa recente reviravolta nestes procedimentos cautelares, os arqueólogos responsáveis pela investigações sistemáticas realizadas no sítio, constataram, «com surpresa e raiva», esta sexta-feira, 18 de Maio, Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que o empreiteiro procedeu, durante a semana, à deposição de entulhos (terra, pedras, lixo...) sobre mais de metade da superfície da propriedade rural, numa área com cerca de 50 por 50 metros, «sem que nem a fiscalização, nem a área de património cultural da Autarquia tivessem impedido esta acção».
Os arqueólogos sublinham que «a ocultação da superfície do terreno por baixo de um espesso depósito de entulhos inviabiliza praticamente um futuro alargamento da área já escavada nesta parcela».
Mas, em contrapartida, «abre a possibilidade de os futuros usuários da nova moradia poderem implantar uma área agradavelmente ajardinada, sem quaisquer contingências do ponto de vista da arqueologia, dado que o espesso manto de entulhos lhes assegura a almejada tranquilidade relativamente aos «fundamentalistas» do património...»
«Curiosa forma de proteger o património arqueológico, perante a extraordinária inoperância, dos serviços autárquicos! Será falta de vontade? Ou é só desleixo?», interrogam ainda Rui Parreira e Elena Móran.
O local onde mais este atentado ao património se deu «vem sendo estudado sistematicamente desde há cerca de 11 anos» por uma equipa internacional de arqueólogos, com prospecções geofísicas, escavações e estudos especializados no campo das arqueociências.
Revelou «um vasto espaço habitacional directamente relacionado com a conhecida necrópole megalítica de Alcalar, cujos túmulos monumentais, dispondo já de um centro interpretativo, integra uma selecta e recentemente constituída rede europeia de sítios megalíticos, juntamente com Stonehenge, Avebury, os monumentos do Vale do Boinne (como Newgrange) e os alinhamentos de Carnac, entre outros», acrescentam os arqueólogos.
Uma importância internacional que tornam o entulhamento das estruturas arqueológicas feito na semana passada ainda mais grave.
O presidente da Câmara de Portimão Manuel da Luz cumpre hoje o seu segundo dia de «presidência aberta» na freguesia da Mexilhoeira Grande, onde se encontra o complexo megalítico de Alcalar.
Fonte: Rodrigues, Elisabete (19 Abr 2008). O Barlavento, on line: http://www.barlavento.online.pt/index.ph
Os dois potenciais achados arqueológicos foram, entretanto, alvo de declaração de achado junto do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS). Um desses achados tem as características de um cepo romano.
In: (17 Set 2007): http://observatoriodoalgarve.com/cna/not
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