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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

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Terça-feira, 28.08.12

Complexo Arqueológico dos Perdigões com novas descobertas


O Complexo Arqueológico dos Perdigões, um projecto da Herdade do Esporão, próximo de Reguengos de Monsaraz (Évora), é agora um forte ponto de atracção para o público, pelas suas mais recentes descobertas.







Os achados científicos apontam para novas interpretações e novos significados sobre as primeiras sociedades de pastores e agricultores no interior alentejano há cerca de 5.500 anos. Alguns destes achados, estatuetas antropomórficas em marfim, são raros na Península Ibérica e podem agora ser vistas, pela primeira vez, em território nacional.


De acordo com o arqueólogo António Varela, responsável pelas escavações, foi encontrado um importante conjunto de ídolos em marfim, numa área de acumulação de restos humanos cremados. Desse conjunto, destacam-se cerca de 20 estatuetas em marfim, datadas de meados do 3º milénio a.C., que terão à volta de 4.500 anos. Esta descoberta, coloca assim, os Perdigões como o complexo arqueológico com a maior quantidade de objectos em marfim no contexto da pré-história portuguesa. Estas estatuetas normalmente representam características masculinas, de grande realismo e beleza estética.


Os recintos dos Perdigões relacionam-se com o apogeu das primeiras sociedades camponesas europeias, que desenvolveram grandes e complexos povoados ou centros cerimoniais, que agregavam comunidades de vastos territórios.


Este conjunto pré-histórico compreende uma área, aproximadamente, de 20 hectares e é composto por um extenso conjunto de recintos concêntricos delimitados por grandes fossos, escavados na terra e na rocha, por necrópoles (cemitérios) e um cromeleque de menires associados a recintos cerimoniais circulares, compostos por grandes blocos de pedra colocados ao alto.


Construído por comunidades neolíticas e da Idade do Cobre, este sítio terá tido um grande simbolismo para as comunidades que habitavam aquela área, tendo sido utilizado para práticas funerárias, relacionadas com o culto dos mortos e dos antepassados. A vida no recinto dos Perdigões estendeu-se por mais de 1.500 anos e foi lá que, em 1996, quando o Esporão adquiriu a Herdade dos Perdigões para nela plantar vinha, se descobriu este notável lugar.


Desde 1997 que este projecto é liderado pela ERA - Arqueologia, um programa de investigação, protecção e promoção deste sítio arqueológico. O projecto conta com o apoio financeiro e logístico do Esporão e do Estado Português e inclui especialistas de várias instituições, nomeadamente, das universidades de Coimbra e de Málaga, o Instituto Arqueológico Alemão, o Laboratório de Arqueociências do Igespar ou o Instituto Tecnológico e Nuclear.


O sítio vai estar aberto ao público pelo menos até 2014, quando o financiamento acordado para o projecto chega ao fim. Os responsáveis pelo complexo arqueológico esperam renovar esse apoio financeiro nessa altura.


Fonte: Catarina Gomes (09 Ago 2012). SOL: http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=56535






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por noticiasdearqueologia às 13:08

Terça-feira, 28.08.12

Estatuetas em marfim com cerca de 4.500 anos descobertas no Complexo dos Perdigões

Perto de 20 estatuetas em marfim, com cerca de 4.500 anos e eventualmente relacionadas com rituais ligados à morte, foram descobertas no Complexo Arqueológico dos Perdigões, da empresa vinícola Esporão S.A., perto de Reguengos de Monsaraz (Évora).



Durante as escavações, "tem aparecido muito marfim e, entre os vários objetos, estão estas estatuetas", datadas de "meados do 3.º milénio antes de Cristo", que "terão à volta de 4.500 anos", revelou hoje à agência Lusa António Valera, da empresa ERA -- Arqueologia.


De acordo com o arqueólogo, trata-se da "primeira vez que este tipo de peças e com estas caraterísticas aparece em Portugal", havendo objetos idênticos "já conhecidos noutros sítios do género no sul da Península Ibérica".


Fonte: (08 Ago 2012). LUSA: http://noticias.sapo.pt/nacional/artigo/estatuetas-em-marfim-com-cerca-de-4-500-anos-descobertas-no-complexo-dos-perdigoes_14797591.html


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por noticiasdearqueologia às 13:06

Quinta-feira, 19.08.10

O maior depósito de marfim do país foi descoberto em Reguengos de Monsaraz


Mais de 300 elementos referentes a diversos objectos e animais.


Numerosas peças arqueológicas, de um realismo inédito e com 5500 anos, foram encontradas no Complexo dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz.





O que terá ocupado os 16 hectares do Complexo Arqueológico dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz, Évora, há 5500 anos? Um povoado ou um meeting point, parecido com o Stonehenge inglês? A resposta não é consensual, mas uma coisa é certa: o espaço reuniu muita gente, com conhecimentos astronómicos e técnicos avançados, e poderá ter funcionado como ponto de passagem para o comércio do marfim entre a Península Ibérica e o Norte de África.
As escavações mais recentes indicam que os dois sepulcros já estudados nos Perdigões têm o maior depósito de marfim do país. Os arqueólogos, que investigam o local desde 1997, registaram 300 elementos referentes a diversos objectos, sobretudo figuras de animais.
"Encontrámos estatuetas com um realismo notável, que reproduzem animais em tamanho pequeno, quando noutras comunidades predominava a arte esquemática", frisa António Valera, arqueólogo da ERA Arqueologia, a empresa responsável pelas escavações, em parceria com a empresa de vinhos Esporão. "A variedade destes animais é inédita em território nacional", sublinha. O passo seguinte é apurar a proveniência do marfim. Se for de origem indiana, comprova "a rede de contactos em que se integrava a Península Ibérica" no Calcolítico (3000 anos a.C.), disse o responsável, numa conferência, anteontem, em Lisboa.
O estudo dos rituais funerários daquela época está na base das escavações, desenvolvidas inicialmente numa zona de necrópole. Há três anos, os arqueólogos dedicaram-se aos fossos que delimitam o complexo. Nos dois locais encontraram ossadas humanas e animais, e nos últimos dias acharam esqueletos incinerados. "A diversidade na gestão da morte é uma das questões centrais para entender o que foi este local pré-histórico, ao longo dos 1500 anos em que esteve ocupado", diz Valera.
As pesquisas, em que participam investigadores de várias universidades internacionais, fornecem dados também sobre a organização social dos habitantes dos Perdigões. Por exemplo, para a escavação de cada um dos fossos, foi necessário retirar 55 toneladas de rocha. "Tudo isso escavado à mão ou apoiados com pedra, hastes e animais. Isso exige uma grande organização social e logística", explica Valera. Além disso, o complexo circular e com 500 metros de diâmetro está construído "com uma orientação astrológica e cosmológica". As portas, localizadas a nordeste e a sudeste, coincidem com os solstícios de Verão e de Inverno.

Uma escavação arqueológica fora do comum
A investigação em curso nos Perdigões pouco tem a ver com as escavações arqueológicas tradicionais. Este é um projecto de "arqueologia em construção", afirma Miguel Lago, administrador da Era Arqueologia. Qual a diferença? "Não queremos apresentar um trabalho final após a escavação, mas sim inserir a população no processo de interpretação à medida que vamos descobrindo novos elementos", explica.
A Era Arqueologia e a Esporão, empresa de vinhos que adquiriu a Herdade dos Perdigões em 1996, querem tirar partido do potencial cultural do complexo, promovendo visitas guiadas aos locais das escavações.
Para isso, João Roquette, presidente da Comissão Executiva da Esporão, está à procura de parceiros que financiem o projecto. A ideia é criar um "pacote" que inclua turismo, gastronomia e vinhos, tirando partido dos empreendimentos turísticos em construção na zona do Alqueva. O objectivo é avançar em breve, depois de uma análise dos investimentos e infra-estruturas necessárias, garantem os responsáveis.


Fonte: Marisa Soares (30 Ago 2010). Público: http://www.publico.pt/Local/o-maior-deposito-de-marfim-do-pais-foi-descoberto-em-reguengos-de-monsaraz_1449387



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por noticiasdearqueologia às 13:51

Terça-feira, 11.08.09

Complexo dos Perdigões está a ser “radiografado”

Uma prospecção geofísica, com técnicas que conseguem "ler" o que está enterrado no solo, está a permitir fazer a "radiografia" do Complexo Arqueológico dos Perdigões, alvo de escavações na Herdade do Esporão, em Reguengos de Monsaraz (Évora).



"Uma das novidades deste ano é o facto de se ter feito uma prospecção geofísica, que não é muito comum em Portugal, que permite fazer uma leitura ou uma 'radiografia' daquilo que está enterrado", disse hoje à agência Lusa um responsável da ERA Arqueologia.


Miguel Lago, arqueólogo e administrador da empresa que procede a escavações e campanhas arqueológicas no Complexo dos Perdigões desde 1997, explicou que, através da prospecção geofísica, conseguem-se detectar "quais os tipos de estruturas arqueológicas" que se encontram no subsolo.


"Mediante a aplicação de várias técnicas que vêm da área da física, conseguimos fazer uma leitura do que está enterrado e ficamos a saber onde estão, por exemplo, fossos, muros ou cabanas", disse.


A prospecção geofísica, fruto de uma parceria entre a ERA Arqueologia e a Universidade de Málaga (Espanha), que este ano também começou a escavar aquele sítio arqueológico, decorreu em Julho e continuará em Setembro.


O trabalho foi desenvolvido pelo alemão Helmut Becker, "um dos maiores especialistas nesta área", e os resultados preliminares da prospecção vão ser divulgados terça-feira na Herdade do Esporão, num encontro com jornalistas.


"Este especialista considera que este é um dos sítios onde obteve melhores resultados", afiançou Miguel Lago, garantindo que a técnica possibilita uma "radiografia" apurada do complexo, que ocupa 16 hectares, dois terços na Herdade do Esporão e o restante em quatro herdades vizinhas.


"Há uma fotografia aérea dos Perdigões, já famosa, mas agora temos uma imagem muito clara da planta do complexo e esta informação trazida pela geofísica permite afinar os dados, apurar a complexidade do sítio e gerir quais as áreas mais relevantes a escavar e a investigar", acrescentou.


A campanha arqueológica deste ano nos Perdigões começou em Julho e termina no final desta semana, tendo a ERA Arqueologia começado a escavar a zona central do complexo, enquanto a Universidade de Málaga se centrou numa outra área, onde a empresa portuguesa iniciou, em 1997, as escavações.


"No centro do complexo, numa zona bastante restrita, há vários elementos que apontam para a existência de uma sequência arqueológica que abrange uns mil anos, desde o Neolítico Final até ao Calcolítico Final", revelou.


Nesse local, os arqueólogos encontraram objectos de cerâmica, restos de minérios e de ossos de animais e várias estruturas, como fossos, muros, eventuais bases de cabanas e valas de assentamento de paliçadas, assim como o que se pensa serem dois fornos.


O complexo arqueológico dos Perdigões, um conjunto pré-histórico fundado há mais de cinco mil anos, tem em curso o processo de classificação como Monumento Nacional.




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por noticiasdearqueologia às 21:45

Quinta-feira, 25.09.08

Ossadas humanas com 4500 anos descobertas no Esporão


Arqueólogos do complexo dos Perdigões terão identificado três esqueletos que seriam das primeiras sociedades de camponeses do Sul da Europa


 


 


O Complexo Arqueológico dos Perdigões, projecto da Herdade do Esporão, em Reguengos de Monsaraz, fez novas descobertas inéditas. Durante as escavações de 2008, realizadas pela ERA-Arqueologia, em fossas escavadas há aproximadamente 4500 anos, a equipa de arqueólogos identificou um conjunto de três esqueletos humanos do que se pensa serem das primeiras sociedades de camponeses do Sul da Europa.

Segundo os peritos, este achado é particularmente importante e surpreendente porque não teve lugar na necrópole, local onde até agora eram conhecidas todas as sepulturas do sítio, mas sim a cerca de 300 metros do cemitério. "Esta descoberta suscita um grande interesse na comunidade científica e abre novas linhas para o programa global de investigação do sítio dos Perdigões", afirmou António Valera, responsável pelo Núcleo de Investigação Arqueológica da ERA.

Os vestígios encontrados indicam uma importante revelação no que respeita ao estudo do ritual de gestão da morte. "Era já sabido que, após a morte de cada indivíduo existiria um local onde o corpo era colocado para decomposição, sendo os ossos transportados posteriormente para a necrópole", explicou.

Esta descoberta surgiu no decorrer de uma investigação sobre a actividade da povoação na área da metalurgia do cobre em dois fossos e de um conjunto de fossas circulares. Segundo António Valera, aquelas fossos contêm abundantes vestígios de ossos de fauna e grande quantidade de fragmentos cerâmicos, de pesos de tear, instrumentos em pedra e restos de cobre resultantes de fundição. "Já a escavação das fossas circulares revelou algumas surpresas, sendo a mais significativa a identificação de enterramentos humanos", frisou.

"O povoado de 16 hectares, fundado há mais de cinco mil anos, apresenta particularidades que o tornam num dos importantes complexos pré-históricos deste género conhecidos na Europa, sendo constituído por vestígios de um santuário megalítico, incluindo menires, e um conjunto de recintos concêntricos definidos por grandes fossos escavados na terra e na rocha e um cemitério de sepulturas", explica António Valera.

Abertura ao público

A confirmação da grande importância histórica dos Perdigões deu-se em 1996, numa zona de plantação de vinha da Herdade do Esporão, que, "enquanto empresa que preserva o património, imediatamente se apercebeu da relevância deste achado, abandonando a plantação para investir em estudos e escavações", sustentou o presidente da administração da Finagra, José Roquette, que pretende agora "trazer à superfície o povoado e impulsionar visitas ao público para conhecimento do modo de vida dos nossos antepassados".

Está em curso o processo de classificação do complexo como monumento nacional. A ERA-Arqueologia, impulsionada por José Roquette, encetou há cinco anos um processo de candidatura, tendo-a apresentado ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico. Para Miguel Lago, um dos responsáveis desta investigação, "tudo aponta para que o complexo seja considerado monumento nacional e, se assim não for, no mínimo terá que ser considerado como imóvel de interesse público", justificou.

 Fonte: Maria Antónia Zacarias (20 Set 2008). Público.


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por noticiasdearqueologia às 21:19


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