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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...


Domingo, 06.09.09

Vila de Rei vai criar rotas e um centro de interpretação das conheiras do concelho



Abundantes vestígios da exploração de ouro na época romana são cada vez mais uma atracção turística e um valor patrimonial do concelho que está no centro geodésico do país.






A Câmara de Vila Rei pretende fazer uma grande aposta no valor arqueológico, geológico e cultural das conheiras do concelho. Em 2010 vai avançar com a criação de uma rota envolvendo o principal destes depósitos de seixos existentes no concelho e provenientes da exploração de ouro na época romana, localizado próximo da aldeia de Lousa. Trata-se de um projecto-piloto que deverá ser posteriormente alargado à maioria das cerca de 50 conheiras dispersas por quase um terço do território municipal, que já foram identificadas, sinalizadas e classificadas pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar).


 




As conheiras são protegidas por lei, mas chegaram a servir para abastecer a construção civil.

A par da abertura das rotas das conheiras, umas em percursos pedestres, outras só possíveis de realizar em veículos preparados para circular em todos os tipos de terreno, a autarquia já apresentou uma candidatura aos fundos comunitários para a edificação de um centro de interpretação daqueles vestígios. Neste espaço, a localizar na própria sede do concelho, será possível aos visitantes ficar com uma noção do que são estes imensos aglomerados de centenas de toneladas de grandes seixos rolados, bem como o seu enquadramento histórico e as incríveis histórias e lendas que acompanham cada um deles.

"Tem havido um crescente interesse de grupos institucionais e informais de pessoas que têm curiosidade em visitar e adquirir conhecimentos sobre as conheiras e que contactam a autarquia no sentido de prestarmos o apoio possível. Neste momento temos dois guias que podem fazer o acompanhamento dos visitantes e explicar as razões da existência das conheiras", afirma o vereador da Cultura do município local, Paulo César. O autarca adianta que a Câmara de Vila de Rei, distrito de Castelo Branco, vai em breve admitir a estágio um técnico de Antropologia cujo trabalho incidirá na área da investigação e dinamização das conheiras já classificadas.

Durante muito tempo foi notória a falta de interesse e o pouco reconhecimento público que mesmo em Vila de Rei se nutria pelas suas monumentais "montanhas de seixos", que atestam ainda hoje a exploração do ouro que se encontrava residualmente nalguns seixos dos rios (conhecidos popularmente por "conhos") na época dos romanos e também no período da presença árabe.

Mas hoje a perspectiva que se tem em todo o concelho sobre aquelas "montanhas de pedras" é diferente, tendo inclusivamente a conheira de Lousa sido reconhecida como uma das sete maravilhas do concelho, numa competição similar às sete maravilhas do Mundo ou de Portugal, mas circunscrita ao município de Vila de Rei. Por outro lado, há uma empresa de animação turística a operar na vila que, entre outras alternativas, comercializa a possibilidade de percorrer um trajecto que inclui a visita a algumas conheiras.

Durante alguns anos, as conheiras foram ameaçadas pela eucaliptização intensiva dos sítios em que se encontram, que alterava a topografia dos terrenos e o seu próprio conteúdo geológico e arqueológico. O furto dos "conhos", usados para a edificação de prédios e moradias nas aldeias vizinhas e, por vezes, mesmo fora do concelho, foi também uma das ameaças a que os vestígios estiveram sujeitos durante muito tempo.

Paulo César frisa que este cenário se alterou bastante nos últimos tempos, fruto de uma maior sensibilização das pessoas para a importância dos amontoados de "conhos", levada a cabo pela câmara e por uma arqueóloga que até há pouco tempo trabalhou para a autarquia. "É verdade que os eucaliptos são ainda uma ameaça, mas em relação ao furto de pedras para obras isso já pouco acontece, porque o próprio povo que vive nas proximidades alerta e não permite que levem as pedras, ou então denuncia a situação, já que as conheiras têm protecção legal", garante o vereador da cultura.

 

Fonte: Manuel Fernandes Vicente (31 Ago 2009). Público. http://jornal.publico.clix.pt/noticia/31-08-2009/vila-de-rei-vai-criar-rotas-e-um-centro--de-interpretacao-das-conheiras-do-concelho-17689375.htm


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por noticiasdearqueologia às 23:20

Quarta-feira, 22.08.07

IPPAR pode inviabilizar reactivação das minas romanas de Limarinho (Boticas)


O projecto de exploração de ouro em Limarinho pode ser irremediavelmente comprometido pela intenção do IPPAR de classificar as antigas minas romanas, admitiu hoje o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Campos, lamentando a descoordenação entre organismos oficiais. "Isto só acontece porque estamos em Portugal. Como é possível o Conselho de Ministros atribuir uma concessão de prospecção e pesquisa e, quando o concessionário se prepara para começar a trabalhar, surgir um organismo público a dizer que não o poder fazer?", questionou o autarca, em declarações à Lusa.

Em causa está o processo de classificação do denominado Complexo Mineiro Antigo do Vale Superior do Rio Terva, em curso no IPPAR, que abrange a área onde a empresa mineira canadiana Kernow Mining está a estudar a viabilidade da exploração de ouro.

Para Fernando Campos, trata-se de uma "tremenda desarticulação entre serviços públicos", frisando não entender como pode uma decisão do Conselho de Ministros ser contrariada por "um organismo dependente de um dos ministérios".

Segundo Fernando Campos, este problema apenas foi conhecido durante uma reunião da equipa que está a preparar a revisão do Plano Director Municipal (PDM) de Boticas, quando se procedia à delimitação da zona de pesquisa atribuída pelo governo. "Quando estávamos a delimitar a zona de pesquisa, o IPPAR alertou que estava a analisar a classificação daquela área", revelou.


O presidente da Câmara de Boticas salientou que a empresa canadiana "ficou preocupada" com a situação, já que está a investir na realização de sondagens com o objectivo de avaliar o potencial de exploração daquele local. "Naturalmente, a empresa quer ter segurança quanto ao futuro", afirmou Fernando Campos. Contactado pela Lusa, Alan Matthews, presidente da Kernow Mining Portugal, admitiu a existência de "um problema arqueológico", mas escusou-se a comentar a situação. "Estamos a negociar com as autoridades. É muito importante que as coisas se resolvam. Não queremos trabalhar contra ninguém", afirmou Alan Matthews.

Para tentar ultrapassar o problema, a Câmara de Boticas solicitou à Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho a elaboração de um estudo que permitisse chegar a uma solução que servisse todos os interessados. O estudo, segundo Fernando Campos, definiu uma "área sagrada", que não pode ser destruída, mas admite que a exploração mineira pode decorrer nas restantes zonas "se houver cuidados com os trabalhos".

(21 Ago 2007). Lusa: http://www.rtp.pt/index.php?article=294974&visual=16



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por noticiasdearqueologia às 22:07

Quarta-feira, 22.08.07

Antiga mina romana de Limarinho(Boticas), pode voltar a produzir ouro.

A empresa canadiana Kernow Mining está interessada na exploração de ouro nas antigas minas romanas de Limarinho, em Boticas, depois das primeiras perfurações e análises de amostras recolhidas nas rochas à superfície revelarem resultados animadores. "Temos boas indicações de que o ouro continua lá", afirmou Alan Matthews, presidente da Kernow Mining Portugal (KMP), em declarações à Lusa.

"Estamos seguros da existência de ouro, mas não sabemos ainda qual a quantidade", salientou, acrescentando que "o próximo passo é realizar um grande número de furos (sondagens) para conseguir informação que permita calcular quanto ouro ali existe e quanto dinheiro é preciso para o ir buscar".

O interesse da Kernow Mining incide na zona da denominada Mina do Poço das Freitas, uma área que foi explorada pelos romanos entre os séculos I e IV. O presidente da KMP não acredita que o local venha a ser uma grande mina de ouro, mas admite que os estudos possam revelar as potencialidades de uma exploração "entre pequena e média dimensão".

Nesse caso, a Kernow Mining poderá vir a investir em Limarinho "entre 20 a 60 milhões de euros".

Alan Matthews admitiu à Lusa que acredita neste projecto, até porque os romanos fizeram grandes explorações de ouro na zona de Boticas e a experiência diz que "o melhor local para encontrar uma mina é procurar onde existiu uma no passado".

Aparentemente, os primeiros trabalhos de prospecção realizados em Limarinho, no sopé da Serra do Leiranto, deram razão a esta teoria, tendo sido identificado um potencial mineiro de 7,1 toneladas de ouro.

Os conhecimentos demonstrados pelos romanos para escolher os locais de exploração de ouro foram também elogiados por Fernando Campos, presidente da Câmara de Boticas, salientando que "todas as sondagens mostram que os locais onde eles exploraram são os que têm teores de ouro mais elevados".

"Para o concelho, este projecto não representa nada de significativo em termos de investimento e de emprego. O que nos interessa é aproveitar (as antigas minas romanas) em termos de turismo cultural", afirmou o autarca. As antigas minas romanas, de que ainda são visíveis entradas de galerias subterrâneas, poços, diques e canais para o transporte de água e alguns montes de escombros de minério não aproveitado, são a maior obra realizada pelo homem em Boticas.

"A nossa ideia é criar um circuito de visita que permita ver como funcionavam as minas romanas", salientou Fernando Campos, revelando que a autarquia admite investir cerca de um milhão de euros neste projecto.

A autarquia pretende criar um parque arqueológico envolvendo as minas das Batocas, do Poço das Freitas e do Brejo, que incluirá um centro de interpretação, percursos pedonais, plataformas de observação e a reabilitação de antigos povoados mineiros das épocas castreja e romana.

Um estudo elaborado pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho considera que aquela área "possui características únicas de autenticidade, originalidade e monumentalidade", frisando que se trata de "um dos mais importantes complexos mineiros antigos do Norte de Portugal".

 
Francisco Ribeiro (21 Ago 2007). Lusa:http://expresso.clix.pt/Economia/Interior.aspx?content_id=412465

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por noticiasdearqueologia às 22:00


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