Terça-feira, 07.01.14
(foto:Jaroslav A. Polák/Flickr/CreativeCommons)
Cientistas e antropólogos da Universidade de Berkeley, na Califórnia, concluíram o mais completo e detalhado sequenciamento de DNA do Homem de Neandertal e descobriram que os primeiros Homo Sapiens, os Neandertais, os Denisovans (um terceiro grupo, uma subespécie do humano que conhecemos hoje) e um quarto grupo de hominídeos costumavam se reproduzir entre si - ou seja, a reprodução interespécies era bem comum. Além disso, a análise revelou que os Neandertais costumavam se reproduzir com familiares.
A sequência de DNA analisada vem do osso do dedão do pé de uma mulher Neandertal que viveu há cerca de 50 mil anos. Ela, inclusive, era filha de um homem e uma mulher que eram parentes - possivelmente meio irmãos que dividiam a mesma mãe, ou eram tio e sobrinha, avô e neta.
O genoma foi comparado com o DNA dos humanos modernos, dos Denisovans e de uma quarta espécie hominídea, ainda misteriosa, descoberta recentemente por cientistas. A pesquisa estima que entre 1,5% e 2% dos DNA modernos de humanos não-Africanos possam ser conectados aos Neandertais.
Com a comparação, os cientistas descobriram que os Neandertais e os Denisovans eram bem próximos geneticamente, e que seu ancestral comum se separou do dos ancestrais dos humanos modernos cerca de 400 mil anos atrás. O estudo constatou que pelo menos 87 genes específicos dos humanos hoje são bem diferentes dos genes correspondentes nos Neandertais e Denisovans - e aí pode residir a explicação sobre o fato de nós termos permanecido no planeta e eles terem sido extintos.
Fonte: (19 Dez 2013). Revista Galileu: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Arqueologia/noticia/2013/12/neandertais-praticavam-incesto-e-sexo-interespecies.html
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por noticiasdearqueologia às 13:17
Terça-feira, 12.02.13
Equipa internacional fez novas datações de dois locais arqueológicos de neandertais. Os resultados reveleram que os vestígios são mais antigos, o que pode alterar os livros sobre a Pré-História.
Os europeus e os asiáticos têm uma pequena percentagem de ADN de neandertal Neanderthal Museum.
Quando é que viveram os últimos neandertais da Península Ibérica? Uma teoria defende que se mantiveram até há cerca de 30.000 anos. O reduto final desta população seria a sul do rio Ebro e da cordilheira Cantábrica até Gibraltar. Estas populações teriam estado em contacto com o homem moderno, com a possibilidade teórica de as duas espécies se terem reproduzido.
Mas novas medições de carbono 14 feitas em dois sítios arqueológicos onde se encontram vestígios de neandertais mostram que os nossos parentes extintos estiveram nestes locais até há cerca de 45.000 anos, extinguindo-se muito antes do que se esperava.
O artigo, publicado na revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Science, questiona o último acto da história da evolução humana na Península Ibérica. E põe a hipótese de ter havido um período de interregno na colonização desta região, em que durante alguns milhares de anos nenhuma espécie humana viveria cá.
A ascensão e queda do Homo neanderthalensis é um dos temas mais fascinantes da evolução humana. O motivo para o interesse talvez seja o mais simples: por que sobrevivemos nós ao tempo e não eles?
O neandertal terá evoluído há menos de 300.000. Expandiu-se por toda a Europa e por parte da Ásia. Os últimos vestígios de ossos têm cerca de 30.000, na Croácia, apesar de, no Sul de Gibraltar, haver vestígios com 25.000 anos que alguns cientistas defendem poder estar associados a esta espécie.
Há várias teorias que tentam explicar o desaparecimento desta espécie, a colonização e sobreposição do homem moderno na Europa é uma delas.
Apesar disso, em 2010, um estudo comparativo entre o genoma do Homo sapiens e do Homo neanderthalensis – que foi reconstituído a partir de fósseis – mostrou que os europeus e os asiáticos têm entre 1% e 4% de genoma de neandertal. Provavelmente há cerca de 80.000 anos, algures no Médio Oriente, os primeiros homens modernos cruzaram-se com os neandertais e produziram descendência até hoje.
Na Península Ibérica, os primeiros vestígios do homem moderno têm cerca de 42.000 anos. Estes vestígios ficam a norte do rio Ebro e da cordilheira Cantábrica e são posteriores ao desaparecimento do neandertal daquela região. A sul, datações feitas em vários sítios arqueológicos de neandertais mostram que viveram até uma altura mais recente.
Mas muitos investigadores não confiam totalmente nos métodos aplicados ou no material recolhido para se fazer a datação. Uma equipa internacional com investigadores da Espanha, do Reino Unido e da Austrália utilizou um método mais certeiro para a datação de colagénio – material orgânico que existe nos ossos dos fósseis – com o método do carbono 14.
A particularidade desta metodologia deve-se à lavagem mais intensa do material, que retira partículas contaminantes que se entrarem na leitura alteram os resultados para datas mais recentes. A equipa recolheu material de 11 sítios arqueológicos, mas só conseguiu obter material em quantidade suficiente para analisar de dois locais: Jarama VI, em Valdesotos, na província de Guadalajara, e Zafarraya, na Andaluzia.
As análises foram feitas a ossos de animais com marcas de uso humano que se encontravam nos locais arqueológicos produzidos por culturas neandertais. Os resultados da nova datação mostraram que estes ossos eram de animais mortos há mais de 45.000 anos. Antes, as datações feitas para estes locais eram cerca de 10.000 anos mais recentes.
Apesar de não terem sido feitas novas datações de outros sítios arqueológicos no centro e Sul da Península Ibérica, a equipa considera que as datações existentes têm vários problemas metodológicos. E as novas medições para Jarama VI e Zafarraya reforçam os seus argumentos.
“É improvável que o último neandertal do centro e do Sul da Península Ibérica tenha persistido até tão recentemente como há 30.000 anos, como pensávamos antes de estas novas datas terem aparecido”, defende Jesús Jordá Pardo, do departamento de Pré-História e Arqueologia da Universidade Nacional de Estudo à Distância, em Madrid, um dos membros da equipa que conta com investigadores da Universidade Nacional da Austrália, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Segundo declarações que o investigador deu em comunicado, estes novos resultados indicam que o neandertal e o homem moderno não viveram ao mesmo tempo na Península Ibérica: “Os livros sobre a Pré-História precisam de ser revistos.” Resultados "inconsequentes"
Para João Zilhão, arqueólogo e especialista sobre o Paleolítico na Península Ibérica, o estudo é “inconsequente”, disse num texto enviado ao PÚBLICO e a outros jornais. “A data obtida para o sítio arqueológico Jarama VI não é do nível mais recente, por isso não refuta os resultados existentes para esse nível e Zafarraya é um sítio em que o material está muito misturado, por isso a maioria dos investigadores ibéricos tirou há mais de uma década este sítio da lista dos locais ibéricos mais recentes [com vestígios de homens-de-neandertal]”, explica o investigador do Instituto Catalão de Investigação em Estudos Avançados e professor da Universidade de Barcelona.
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por noticiasdearqueologia às 20:14
Terça-feira, 05.02.13
Resultado sugere problemas com datação de ossadas na Península Ibérica. Método mais apurado permite concluir que ossos têm cerca de 50 mil anos.
Estudo internacional sugere que neandertal extinguiu-se muito mais cedo do que se pensava (Foto: AP). As teorias sobre quando os últimos neandertais (Homo neanderthalensis) passaram pela Terra precisam ser revistas, de acordo com um estudo publicado na segunda-feira (4) pela revista "Proceedings of the Natural Academy of Sciences" (PNAS), da Academia Americana de Ciências.
O artigo sugere que esses hominídeos se extinguiram em seu último refúgio na Espanha, muito mais cedo do que se pensava. Nos últimos 30 anos, a hipótese de que os neandertais restantes viveram no sul da Península Ibérica, ao mesmo tempo em que os homens modernos (Homo sapiens) avançaram na parte norte da península, foi amplamente aceita pela comunidade científica.
A datação de carbono das ossadas encontradas em sítios neandertais dessa região determinava que o indivíduo mais jovem teria vivido há cerca de 35 mil anos. Mas pesquisadores da Austrália e da Europa reexaminaram os ossos com um método mais apurado para filtrar impurezas e concluíram que o material tem cerca de 50 mil anos.
"É improvável que os últimos neandertais dessa região tenham persistido até uma data tão tardia como pensávamos anteriormente" assegura Jesús Jordá, coautor do estudo e pesquisador do Departamento de Pré-História e Arqueologia da Universidade Nacional de Educação a Distância da Espanha (Uned).
Nova técnica de datação de carbono elimina as impurezas dos materiais e é mais precisa (Foto: Divulgação/Neanderthal Museum (Alemanha).
O estudo contesta a ideia de que os seres humanos modernos e os neandertais coexistiram e até mesmo tiveram relações sexuais durante milênios, já que o Homo sapiens não teria se instalado naquela região antes de 42 mil anos atrás.
"Os resultados sugerem que há grandes problemas com a datação dos últimos neandertais na atual Espanha", disse Thomas Higham, vice-diretor da Unidade de Acelerador de Radiocarbono da Universidade de Oxford, na Inglaterra. "É pouco provável que os neandertais tenham sobrevivido mais nessa área do que em outros lugares da Europa Continental", afirmou.
No entanto, o trabalho não exclui completamente a possibilidade de que os neandertais tenham vivido até 35 mil anos atrás. O problema é que o clima quente na Península Ibérica degrada rapidamente uma proteína-chave usada no processo de datação por radiocarbono.
'Ultrafiltração' Os pesquisadores só puderam testar ossos de dois dos 11 sítios de neandertais na Espanha. O material foi submetido a um novo método, chamado "ultrafiltração", que remove as mais recentes moléculas de carbono que podem ter contaminado os ossos e fazê-los parecer mais jovens do que realmente são.
Fonte: (05-02-2013). G1.Globo:http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/02/ultimos-neandertais-nao-coexistiram-com-homem-moderno-diz-estudo.html
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por noticiasdearqueologia às 19:21
Terça-feira, 19.06.12
A gruta de El Castillo, em Espanha, tem a
pintura rupestre mais antiga da Europa, com mais de 40 mil anos, citando uma
nova investigação, na qual participou o arqueólogo português João Zilhão.
A investigação, com recurso à técnica radio-métrica com urânio e tório, foi
efetuada em 50 pinturas paleolíticas de 11 grutas localizadas nas regiões
espanholas das Astúrias e Cantábria, incluindo as grutas de Altamira, El
Castillo e Tito Bustillo.
Em El Castillo, os peritos detetaram uma gravura que creem ter mais de 40 800
anos. São, por exemplo, marcas de mãos que se julga terem sido feitas por um
Neandertal.
Até há bem pouco tempo, a gruta Abri Castanet, em França, reclamava ter a
imagem rupestre mais antiga da Europa, com 37 mil anos.
Na descoberta agora divulgada participaram 11 investigadores, incluindo o
português João Zilhão, especialista em arqueologia pré-histórica e antigo
coordenador do projeto do Parque Arqueológico do Vale do Côa.
O estudo, publicado hoje pela revista Science, concluiu que a prática
artística pré-histórica começou na Europa talvez dez mil anos antes do que os
cientistas previam e pela mão do homem de Neanderthal, que terá morrido há cerca
de 40 mil anos.
Fonte: (15 Jun 2012). Diário de Notícias: http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=2610548&seccao=Artes%20Pl%E1sticas
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por noticiasdearqueologia às 23:17
Sexta-feira, 29.01.10
Scientists claim to have the first persuasive evidence that Neanderthals wore "body paint" 50,000 years ago.
The team report in Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) that shells containing pigment residues were Neanderthal make-up containers.
Scientists unearthed the shells at two archaeological sites in the Murcia province of southern Spain.
The team says its find buries "the view of Neanderthals as half-wits" and shows they were capable of symbolic thinking.
Professor Joao Zilhao, the archaeologist from Bristol University in the UK, who led the study, said that he and his team had examined shells that were used as containers to mix and store pigments.
Black sticks of the pigment manganese, which may have been used as body paint by Neanderthals, have previously been discovered in Africa.
"[But] this is the first secure evidence for their use of cosmetics," he told BBC News. "The use of these complex recipes is new. It's more than body painting."
The scientists found lumps of a yellow pigment, that they say was possibly used as a foundation.
They also found red powder mixed up with flecks of a reflective brilliant black mineral.
The shells were coated with residues of mixed pigments |
Some of the sculpted, brightly coloured shells may also have been worn by Neanderthals as jewellery.
Until now it had been thought by many researchers that only modern humans wore make-up for decoration and ritual purposes.
There was a time in the Upper Palaeolithic period when Neanderthals and humans may have co-existed. But Professor Zilhao explained that the findings were dated at 10,000 years before this "contact".
"To me, it's the smoking gun that kills the argument once and for all," he told BBC News.
"The association of these findings with Neanderthals is rock-solid and people have to draw the associations and bury this view of Neanderthals as half-wits."
Professor Chris Stringer, a palaeontologist from the Natural History Museum in London, UK, said: "I agree that these findings help to disprove the view that Neanderthals were dim-witted.
But, he added that evidence to that effect had been growing for at least the last decade.
"It's very difficult to dislodge the brutish image from popular thinking," Professor Stringer told BBC News. "When football fans behave badly, or politicians advocate reactionary views, they are invariably called 'Neanderthal', and I can't see the tabloids changing their headlines any time soon."
Fonte: (09 Jan 2010). BBC News: http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/8448660.stm
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por noticiasdearqueologia às 23:30
Quinta-feira, 28.01.10
Nem há 28 mil, nem há 34 mil anos. Os neandertais desapareceram da face da terra há 37 mil anos.
A nova datação foi feita por uma equipa de investigadores liderada pelo arqueólogo e investigador português João Zilhão, da Universidade britânica de Bristol, com base em achados do lugar de Pego do Diabo, em Loures, perto de Lisboa.
A novidade, que é publicada hoje na revista científica PloS ONE, clarifica de uma vez por todas uma questão que estava em aberto - a da altura em que os neandertais deixaram de existir - e traz uma nova luz à compreensão das características morfológicas mistas (de neandertal e homem moderno) apresentadas pelo menino do Lapedo, descoberto há uma década no Lagar Velho, perto de Leiria.
Já se sabia que foi aqui, na Península Ibérica, a sul da fronteira natural traçada pelo vale do Ebro, que persistiram os últimos neandertais. A tese foi aliás proposta pelo próprio arqueólogo português há cerca de 20 anos e desde então aceite pela comunidade científica. Até agora, no entanto, não se sabia exactamente até quando duraram aqueles últimos resistentes nestas paragens.
A datação por radiocarbono de restos de fauna e de dentes que foram encontrados no Pego do Diabo, realizada por investigadores da Universidade de Viena, em colaboração com a equipa de João Zilhão, permitiram concluir que a data-limite para a persistência dos neandertais não pode ter sido mais recente do que 37 mil anos.
"Desde que se tornou claro, há cerca de 20 anos, a persistência tardia [dos neandertais a sul dos Pirenéus], a opinião da generalidade dos investigadores era que essa persistência não teria ultrapassado um intervalo de tempo impreciso, entre 34 mil e 38 mil antes do presente", adiantou ao DN o arqueólogo português. "Os novos resultados vêm, por um lado, trazer maior precisão a estas estimativas, colocando o limite em cerca de 37 mil, e, por outro, demonstrar de forma concludente o carácter infundado das especulações à volta de uma possível sobrevivência dos neandertais em Gibraltar até há cerca de 24 mil ou 28 mil anos", adiantou ainda João Zilhão. Esta descoberta vem contribuir também para compreender melhor a criança do Lapedo, da qual o arqueólogo português foi também um dos descobridores, em 1998.
O estudo do esqueleto e dentes da criança, que tinha cinco anos na altura da sua morte, ocorrida há 30 mil anos, revelou que o menino tinha características do homem moderno, mas também de neandertal, o que abalou o mundo da arqueologia e tem, desde então, sido motivo de debate por parte da comunidade científica.
Nunca antes do achado do menino do Lapedo tinha sido encontrada uma prova material de miscenização entre homens modernos e neandertais. Para João Zilhão, ao confirmar-se agora que deixaram de existir neandertais há 37 mil anos, "confirma-se também que o mosaico de características neandertais e modernas que caracteriza a criança do Lapedo, que data de há 30 mil anos, não pode ser interpretado como resultado de um evento de hibridação anedótico entre progenitores de espécies distintas (um neandertal, o outro moderno)". Como sublinhou ao DN, essa mistura de características "reflecte, assim, necessariamente um processo de miscigenação extensiva dos dois tipos de populações à época do contacto".
A permanência tardia dos neandertais nesta região deverá ter estado relacionada com factores climáticos.
Fonte: (27 Jan 2010). Diário de Notícias. http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/Interior.aspx?content_id=1479734
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por noticiasdearqueologia às 10:45
Domingo, 15.02.09
El último reducto de neandertales en Europa fue en sureste de la Península Ibérica, donde habitaron hasta hace unos 24.000 años. La existencia en esa zona de una biodiversidad más cálida que en el resto del continente, una flora en la que no faltaban árboles y arbustos, está detrás de su supervivencia, según revela un grupo de investigadores españoles.
El estudio, publicado en 'Quaternary Science Reviews', está dirigido por el investigador José S. Carrión, de la Universidad de Murcia, quien ha utilizado los restos fósiles de plantas encontradas en la Cueva de Gorham, en Gibraltar, para determinar las especies que había en el Peñón del Pleistoceno.
Carrión, especialista en fósiles de flora, y su equipo han logrado determinar que, mientras el resto de Europa estaba prácticamente congelada, en esa región había pinos, encinas, robles y árboles caducifolios, vegetales que indican que el clima era cálido. Se trataba de un área semiboscosa a la que, según explica a elmundo.es, "los neandertales estaban muy bien adaptados".
"Esta especie humana no llevaba muy bien los espacios abiertos, que son más propios de nuestra especie. Precisamente, puede que se extinguieran porque el paisaje dominante durante el último máximo glaciar fue muy estepario, y puede que sobrevivieran allí porque era uno de los últimos reductos de vegetación forestal europea", señala el investigador.
Carrión apunta que hace 24.000 años la temperatura media era 4ºC o 5ºC menor que ahora y que el nivel del mar estaba mucho más bajo. De hecho, las cuevas de los acantilados gibraltareños en las que se refugiaban los neandertales estaban a 10 kilómetros de la costa, y daban a una sabana. Hoy esas cuevas están junto al mar.
LOS COPROLITOS
El trabajo ha sido realizado con la información que aportan los coprolitos, heces fosilizadas de animales, en este caso de las hienas que tenían en el área sus cubiles. Pero ¿cómo llegaba el polen hasta allí? El proceso, según explica Carrión, es el siguiente: la vegetación lo produce y lo dispersa en el aire y cae al suelo; a continuación, un herbívoro ingiere el polen a través de la dieta (ejemplo comiendo hierba), y luego, a su vez, es ingerido por un carnívoro como la hiena.
Miles de años después llega un paleobotánico, coge el coprolito, lo trata en el laboratorio y extrae los granos de polen de aquella época, de manera que puede reconstruir la vegetación que había.
Investigaciones anteriores ya habían demostrado que los neandertales eran omnívoros y se alimentaban de mamíferos terrestres (conejos, palomas, cabras montesas...) y marinos (focas monje, delfines, peces o mejillones). Se sabe, por los restos encontrados, que también se alimentaban de frutos secos y plantas.
Los paleontólogos consideran que su desaparición se debió a un cúmulo de factores, como el endurecimiento del clima y la falta de diversidad genética, dado que esta última población de neandertales estaba muy aislada.
Junto con la Universidad de Murcia, en esta investigación han colaborado expertos del Museo de Gibraltar, del IPHES, del Laboratorio de Arqueobotánica del CSIC y del Instituto Pirenaico de Ecología, entre otros.
Fonte: Rosa M. Tristán (3 Fev 2009). El Mundo Digital: http://www.madrimasd.org/informacionIDI/noticias/noticia.asp?id=38027&sec=1
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por noticiasdearqueologia às 01:18
Domingo, 15.02.09
Estudo ajudará a esclarecer a evolução humana
Svante Pääbo, antropólogo do Instituto Max Planck, sentiu-se sem dúvida muito feliz, hoje, ao subir ao palco no congresso da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Chicago, para proferir a sua palestra. Vinha anunciar oficialmente que tinha conseguido fazer aquilo que ele e os seus colegas andavam há anos a tentar: ler o genoma dos Neandertais, esses homens das cavernas que viveram na Europa e partes da Ásia ao mesmo tempo que os primeiros Homo sapiens sapiens (os nossos avós) – e que se extinguiram, ninguém sabe porquê, há 30 mil anos.
A equipa de Pääbo e a empresa norte-americana 454 Life Sciences, especialista das técnicas de sequenciação genética, realizaram uma proeza: a partir de ossos fósseis de Neandertal vindos de uma gruta na Croácia, sequenciaram milhões de fragmentos de ADN deste humano ancestral. Para tal, desenvolveram métodos específicos para ter a certeza de que estavam realmente a sequenciar o genoma dos Neandertais – e não o dos microorganismos que colonizaram os ossos, nem o dos próprios técnicos que faziam a sequenciação. Afinal de contas, os humanos actuais e os Neandertais têm em comum entre 99,5 e 99,9 por cento do nosso ADN. Nada mais fácil, portanto, do que confundi-los Um outro feito, não menos impressionante, foi terem conseguido extrair a sequência de ADN utilizando menos de meio grama de matéria óssea. Seja como for, o primeiro “rascunho” do genoma dos Neandertais ontem apresentado corresponde a cerca de 60 por cento da totalidade do património genético dos Neandertais. O trabalho não acabou, mas já revelou novidades.
Uma delas, disse Pääbo à BBC News, é que, segundo os resultados preliminares, “não há razão para não terem falado como nós”. Os Neandertais tinham a mesma variante que nós de um gene chamado FOXP2, que está associado à linguagem e à fala – ao passo que os chimpanzés não partilham dessa variante do gene.
Mas a questão principal é a de saber se os Neandertais se terão ou não misturado com os Homo sapiens sapiens. Será que herdámos genes dos Neandertais que ainda hoje persistem nas populações humanas? Pääbo responde que não há indicações, no genoma agora reconstituído, de que tal tenha acontecido. Para isso, analisaram um outro gene, chamado microcefalina-1, implicado no desenvolvimento cerebral. Há quem pense que uma variante deste gene, comum nos europeus, vem dos Neandertais. Mas Pääbo e a sua equipa apenas encontraram uma forma ancestral desse gene no genoma dos Neandertais.
A sequenciação deste genoma fóssil deverá ajudar a identificar as alterações genéticas que permitiram que os humanos saíssem de África, há 100 mil anos, e se espalhassem pelo mundo. Mas há um enigma que Pääbo não acredita que vá ser resolvido pelos genes: o da extinção dos Neandertais. “Não me parece que tenha sido devido ao seu genoma,” disse. “Teve claramente a ver com o ambiente ou com os humanos modernos.”
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por noticiasdearqueologia às 00:55
Domingo, 31.08.08
Só quando se fala em achados de fósseis humanos, como aconteceu o mês passado, as pessoas despertam para o que se passa nas Grutas do Almonda. Desde 1988 que equipas voluntárias e profissionais se dedicam durante dois meses por ano, a ”escavar” as grutas de Torres Novas, na procura de sinais que ajudem a melhor conhecer a história. Este ano, a campanha arqueológica na Gruta da Oliveira resultou no achado de fósseis humanos. Mais tempo houvesse e o resultado seria melhor, já que, no entender de João Zilhão, responsável pelos trabalhos, muito há ainda por descobrir nas grutas da nascente do Almonda.
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Desde o final da década de 80 (tirando dois anos de interregno devido a outros projectos e falta de financiamento) que se sucedem as campanhas arqueológicas no sistema de Grutas do Almonda, considerado pelo Ministério da Cultura, ”imóvel de interesse público”. O primeiro passo neste trabalho foi dado pela Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia (STEA), que descobriu os primeiros utensílios em pedra, que desencadearam todo o trabalho que se seguiu. Isto, em 1987. Desde então, o trabalho tem continuado e o resultado de tantos anos de exploração, materializado em achados, poderia ser muito maior, não fosse a falta de financiamento que condiciona a evolução da investigação.
A campanha deste ano, que decorreu entre Junho e Julho, na Gruta da Oliveira, trouxe boas notícias e um incentivo à continuação das escavações: a descoberta de fósseis humanos do Neandertal, segundo contou João Zilhão. Uma falange e um úmero, como continuou o arqueólogo, e dois outros elementos ainda em fase de diagnóstico, terão sido encontrados na gruta e são testemunhos importantes da pré-história e do homem Neandertal e elementos chave na discussão que se desenvolve à escala internacional, sobre a evolução humana. Disto, não tem dúvidas João Zilhão. Achados importantes e que se vêm juntar a outros já efectuados nas mesmas grutas: ”Até agora, de Neandertais da Gruta da Oliveira temos uma falange da mão, um cúbito, dois úmeros direitos, um fragmento do crânio e uma tíbia”.
Porque onde há fumo, há fogo, Zilhão suspeita que não muito longe dos achados deste ano, outros vestígios de vida humana existirão. Mas o ritmo de trabalho é lento, uma vez que não há financiamento para campanhas mais alargadas e, por isso mesmo, segundo o arqueólogo, haverá trabalho para mais 20 anos nas Grutas do Almonda, até se descobrir tudo o que o imóvel tem para oferecer aos estudiosos. Enquanto não se encontrarem mais fósseis humanos de relevo para o estudo da pré-história, a gruta, por si só, e como afirmou João Zilhão, oferece já elementos importantes para perceber a forma de vida de outrora: ”A jazida já nos dá importantes informações sobre o modo de vida, como era a paisagem dessa região, que animais existiam, como eram explorados pelos caçadores desse período – 30 a 100 mil anos antes do presente – e qual o papel que aquela gruta desempenhava no sistema de povoamento dos caçadores. Esta jazida dá informações sobre essa época, como mais nenhuma dá”, alerta João Zilhão.
Quem visita a nascente do Almonda, nas traseiras da fábrica de papel Renova, não imagina que aí se encontre tal riqueza. João Zilhão não tem reservas em afirmar que o sistema de grutas do Almonda é, à escala da Península Ibérica, uma das poucas que dá informação de tanta qualidade: ”Em termos arqueológicos, para a pré-história, este é um sistema de jazidas único no país e com poucos paralelos a nível mundial. Não vou dizer que é uma jazida, no estado actual de desenvolvimento, para ser merecedora da classificação de património mundial. No caso de grutas arqueológicas, isso resulta em grande medida dos achados que lá se fazem e da relevância que têm para certos problemas, nomeadamente relacionados com a evolução humana”. Um título que apenas não merece, no entender de Zilhão, porque a falta de investimento, não permite uma exploração condigna, que resulte em um número significativo de achados: ”O apoio reduzido que temos tido significa que a exploração do sistema do Almonda vá muito devagar e, embora o potencial seja enorme, os achados que foram feitos até agora são de relevância nacional e, em alguns aspectos, europeia. E é, seguramente, uma das mais importantes do país”, garante o estudioso.
Mas porquê? ”As pessoas que vêm à nascente vêem a água a brotar por cima da parede da represa e o lago, que tapa a galeria por onde actualmente o rio desemboca à superficie. Ali confluem dois rios subterrâneos. Como é uma escarpa muito alta, o rio hoje está a nascer aquela cota, mas em anos anteriores ele nascia mais alto. De cima para baixo, vamos tendo vestígios de habitação de há 200/300 mil anos. A meia encosta está a Gruta da Oliveira onde encontramos vestígios de 30 mil a 100 mil anos, depois, logo por cima da nascente há duas - uma que está em exploração, que é a Lapa dos Coelhos e que corresponde ao período a seguir (10 mil a 30 mil anos) e, logo por cima da nascente, a Galeria da Cisterna, onde encontrámos, nas primeiras escavações, um cemitério da época dos primeiros agricultores (de há 6 mil, 7 mil anos). Esta diacronia num único lugar, é caso único em Portugal. Há um caso parecido em Espanha, que é a Tapuerca e não conheço na Europa outra situação parecida. Temos aqui todas as etapas da pré-história”, explicou João Zilhão.
O investigador não tem dúvidas de que o sistema de Grutas do Almonda tem imenso potencial sub-aproveitado e deixa umas dicas: ”Com os achados da Gruta do Almonda, faz-se um museu completo da pré-história do território português. Uma coisa que é realista e viável, é começar aqui um pequeno museu, como não se pode fazer nem no Museu Nacional”.
Os fósseis humanos entretanto achados em Torres Novas, ao longo destes 20 anos de campanhas, encontram-se no Centro de Investigação de Paleontologia Humana e Afrociências, juntamente com o esqueleto do Menino do Lapedo, a fim de poderem ser estudados em conjunto, como contou Zilhão. Os restantes achados estão em Torres Novas, na sede da STEA e uma parte no Museu Nacional de Lisboa e na universidade.
O perfil da região
O sistema das Grutas do Almonda deixa, por si só, perceber qual foi o perfil da região em tempos idos: ”Era uma terra de caçadores, nas margens do Almonda, com manadas de cavalos a pastar ao longo do rio. Um bosque aberto, parecido com a savana de África, com grandes carnívoros como leões, panteras, hienas, e pequenos grupos humanos. Em tudo o que é hoje a área do concelho, haveria talvez vinte pessoas, que exploravam tudo, gruta em gruta, ao ar livre, vivendo da caça. Ao longo do tempo inventando coisas novas, desenvolvendo tecnologias”, terminou João Zilhão.
Fonte: Inês Vidal (22 Ago 2008). Jornal Torrejano: http://www.jornaltorrejano.pt/edicao/noticia/?id=594&ed=633
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por noticiasdearqueologia às 11:53
Quarta-feira, 27.08.08
Su desaparición no puede atribuirse a un déficit tecnológico - Un estudio de sus herramientas refuta la teoría de que el 'Homo sapiens' fuera más avanzado.
El misterio de por qué se extinguieron los neandertales no podía tener una solución tan fácil. Durante décadas los libros de arqueología han defendido que fue por las herramientas: su tecnología no era tan avanzada como la sapiens -nosotros-, y de ahí su decadencia. Pero arqueólogos británicos y estadounidenses han pasado tres años fabricando, golpe a golpe,instrumentos neandertales y sapiens, y han comparado el resultado. Su conclusión es que ambas tecnologías son igual de eficaces y prácticas. "Los neandertales no eran más tontos, eran distintos", dicen los autores.
Juan Luis Arsuaga: "Lo único que no hacían era pintar"
"Nuestro hallazgo derriba un pilar de la teoría, largamente aceptada, de que el Homo sapiens era más avanzado", asegura Metin Eres, primer autor del trabajo que se publica en Journal of Human Evolution. "Es hora de que los arqueólogos empiecen a buscar otras razones por las que los neandertales se extinguieron, mientras que nuestros antepasados sobrevivieron. Tecnológicamente, no hay ventajas claras de unas herramientas frente a otras".
Tras convivir con el Homo sapiens durante 10.000 años en Europa, los neandertales se extinguieron hace 28.000. Y no se sabe por qué. En los últimos años, los paleoantropólogos han encontrado muchas evidencias de que los neandertales no eran esos brutos que se vieron superados por una especie inteligente. Por eso Antonio Rosas, del Museo Nacional de Ciencias Naturales (CSIC), que investiga en neandertales, dice que estas conclusiones no le sorprenden. Marcus Bastir, su colega, añade: "Los neandertales estaban muy bien adaptados. Cuidaban a sus enfermos, y, por tanto, tenían una estructura social y un lenguaje. Practicaban enterramientos... Debió de haber varios motivos para su extinción".
Durante mucho tiempo, neandertales y sapiens fabricaron el mismo tipo de herramientas, generando lascas de piedra. La llegada del Paleolítico Superior supuso un cambio tecnológico para los sapiens, que empezaron a producir hojas, más estrechas. "Siempre se había creído que el cambio condujo a una mayor eficiencia tecnológica", explican los autores del trabajo. La fabricación de hojas se asociaba una producción más eficaz y a la obtención de más filo cortante por cantidad de materia prima. Sin embargo, estas afirmaciones "no habían sido sometidas a pruebas sistemáticas", escribe Eren.
Durante tres años, él se dedicó a generar lascas y hojas, analizando el resultado con programas informáticos. El equipo midió el número de herramientas producidas, su filo, la eficiencia en el uso de la piedra y la duración del proceso. Concluyeron que la fabricación de hojas aprovechaba peor la materia prima y no producía más filo. "En resumen, que nuestra producción de hojas no fue estadísticamente más eficaz".
¿Por qué, entonces, los sapiens optaron por las hojas? Tal vez por motivos culturales o simbólicos. "Colonizar un continente no es fácil. Y hacerlo durante la Edad del Hielo es aún más duro", señala Eren. "Así que para el sapiens
pudo servir de pegamento social, una forma de crear redes de apoyo. Así, en tiempos de sequías o carestías estas redes funcionarían como seguros de vida, favoreciendo los intercambios y el mercado entre miembros del mismo equipo".
La idea podría casar con lo que dice Juan Luis Arsuaga. "La mente no fosiliza, así que siempre se ha recurrido a evidencias indirectas, como las herramientas, para decir que los neandertales eran menos inteligentes. Pero lo único que veo distinto es la capacidad simbólica. No encontramos diferencias en lo desarrollado de la sociedad, en el uso del fuego, en la economía... Lo único que no hacían los neandertales era pintar". La solución al misterio de la extinción neandertal podría estar en el Museo del Prado.
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por noticiasdearqueologia às 22:24