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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
O Bloco de Esquerda apresentou na última terça-feira um projecto de resolução que pretende suspender a transferência de museus no eixo Ajuda/Belém até à elaboração de um plano estratégico para a reconfiguração do seu conjunto. O projecto de resolução apresentado pelo Bloco de Esquerda na passada terça-feira recomenda ao governo a suspensão de todas as acções relativas à transferência de museus e à criação de novos museus no eixo Ajuda/Belém, até à elaboração de um plano estratégico para a reconfiguração do seu conjunto. Argumenta o Bloco que é nesta zona da cidade de Lisboa que se encontram os museus mais visitados do país e algumas das mais importantes colecções museológicas a nível internacional, e que nos últimos dois anos temos vivido um ambiente de incerteza contínua sem que os sucessivos projectos anunciados apresentassem uma fundamentação museológica e em que se compreendam as consequências dos passos isolados que vão sendo dados. O Bloco acusa o Ministro da Economia de tomar unilateralmente a decisão relativa ao Museu Nacional dos Coches, sem qualquer participação do Ministério da Cultura. Considerando este “o exemplo máximo de inexistência de pensamento estratégico”. No caso do Museu Nacional dos Coches o bloco acusa que os projectos de reinstalação carecem de um estudo integrado e fundamentado.
Fonte: (14 Abr 2010). Esquerda.net: http://www.esquerda.net/content/view/16
O Grupo Parlamentar do PCP defende a «suspensão imediata» da construção do novo Museu dos Coches, em Lisboa, e a abertura de uma discussão pública sobre este projecto, que classificou de «desastroso»
O novo Museu, a inaugurar dentro de ano e meio, ficará instalado nas ex-Oficinas Gerais do Material do Exército, em Belém, onde actualmente funcionam os Serviços de Arqueologia, que serão transferidos, na sua maioria, para a Cordoaria Nacional.
No entender do PCP, a construção do novo museu «é uma decisão desastrosa pela falta de perspectiva estratégica em termos de política museológica e cultural que traduz e pelas consequências que acarreta».
Os comunistas criticam que 32 milhões de euros das contrapartidas do funcionamento do Casino de Lisboa sejam destinados a esta obra, que vai substituir «aquele que é hoje o museu mais visitado do país», sem que haja uma perspectiva de «requalificação, modernização ou melhoria dos serviços e museus sob tutela do Ministério da Cultura».
A utilização das actuais instalações do Museu dos Coches como picadeiro real é também criticada pelo PCP, que considera que este uso é «completamente incompatível com a preservação que se impõe ser assegurada pelo Estado».
Os comunistas condenam também a demolição das antigas Oficinas Gerais do Exército, cujo valor patrimonial destacam, para permitir a nova construção, alertando ainda para eventuais prejuízos para o acervo patrimonial e arqueológico decorrentes da forma como está a ser desocupado este espaço.
Por outro lado, a transferência do Museu Nacional de Arqueologia para a Cordoria Nacional é «desadequada» devido ao investimento necessário para adaptar este edifício e por se tratar, ele próprio, de um monumento nacional, além de já estar pensada a expansão daquele museu no Mosteiro dos Jerónimos, uma solução preferida pelo PCP.
Os comunistas pedem ainda um processo de discussão pública sobre o projecto de construção de um novo Museu dos Coches e as suas consequências para os museus e serviços envolvidos e defendem que o Estado apresente, para discussão, um projecto de transferência dos serviços do extinto Instituto Português de Arqueologia, ainda instalados nas antigas Oficinas Gerais.
O edifício, que ocupará 15.177 metros quadrados, foi apresentado como «um projecto-âncora da requalificação e revitalização da Frente Tejo de Lisboa».
O novo edifício - de linhas direitas, envidraçado do lado poente (virado para a Praça D. Afonso de Albuquerque) - disporá de uma área de apoio à manutenção dos coches, restaurantes e apoio ao visitante.
Fonte: (17 Abr 2009). Lusa/SOL: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politic
O investimento pode ser feito na requalificação dos museus do
Ministério da Cultura ou num edifício de raiz para o MNA, defende a
plataforma PPCult
A construção de um novo museu de Arqueologia seria uma alternativa ao
projecto de um novo Museu dos Coches, em Belém, Lisboa, defende a
Plataforma pelo Património Cultural (PPCult) numa carta aberta ontem
divulgada.
A posição da PPCult surge em resposta a uma carta tornada pública na
segunda-feira em defesa do projecto para os Coches, da autoria do
arquitecto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, e assinada por duas
centenas de personalidades, com destaque para os arquitectos Siza
Vieira, Gonçalo Byrne, Eduardo Souto de Moura e Carrilho da Graça.
"Em nosso entender, o abandono da intenção de construção de um novo
Museu dos Coches, ou a reprogramação do projecto já existente, não
deve conduzir à paralisia, muito menos ao desperdício de verbas
existentes para o efeito", escrevem os responsáveis do PPCult, entre
os quais Luís Raposo, presidente da Comissão Nacional Portuguesa do
Conselho Internacional de Museus (ICOM) e director do MNA, João Neto,
presidente da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), e José
Aguiar, presidente da comissão nacional portuguesa do Conselho
Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS).
Defendem, por isso, a "discussão de uma alternativa de investimento"
do capital disponível para o novo Museu dos Coches. Respondendo
directamente aos arquitectos signatários da carta, o PPCult diz: "O
vosso cavalo de batalha é um projecto de arquitectura e um
arquitecto", sublinhando que nada têm contra o projecto ou contra
Paulo Mendes da Rocha. "Move-nos a exigência de uma política de
património e museus democrática e esclarecida", afirmam.
Questionam, nomeadamente, que o novo edifício permita atingir o
objectivo de aumentar para um milhão o número de visitantes do Museu
dos Coches. É uma afirmação que, dizem, "vale tanto como a que foi
feita em tempos de que o futuro Museu do Côa teria mais visitantes do
que a Torre de Belém".
Além disso, acrescentam, "encerrar este museu num ambiente
arquitectónico contemporâneo cheio de efeitos de som e imagem pode
retirar-lhe a alma que lhe confere sucesso". E afirmam que quando
parte dele foi transferido para o recinto da Expo-98 "teve muito menos
visitantes do que no seu espaço próprio".
Não excluindo que o investimento seja feito num novo museu de raiz -
defendendo nesse caso que fosse o MNA -, o PPCult admite, contudo,
outra alternativa: "A requalificação extremamente necessária de alguns
museus do Ministério da Cultura situados em Lisboa", citando os casos
de Arqueologia, Arte Contemporânea/Chiado, Arte Antiga, Azulejo ou
Música.
Os responsáveis da plataforma dizem-se convictos da possibilidade de
"discutir serenamente" o assunto com os signatários da carta em defesa
do projecto dos Coches.
Fonte: Alexandra Prado Coelho (25.03.2009). Público.
Duas centenas de personalidades da área da cultura, como actores,
músicos, artistas plásticos, mas onde sobressaem os nomes dos
arquitectos Siza Vieira, Gonçalo Byrne, Eduardo Souto Moura e Carrilho
da Graça, subscreveram uma carta em defesa do novo projecto para o
Museu dos Coches, em Lisboa. O documento vai ser entregue, ainda esta
semana, ao primeiro-ministro e, posteriormente, colocado on-line.
A iniciativa, diz a agência noticiosa Lusa, partiu dos arquitectos
João Belo Rodeia e Ana Tostões (actuais presidente e vice-presidente
da Ordem dos Arquitectos, mas que aqui se manifestam a título
individual). E defende, ainda segundo a Lusa, que o projecto de Paulo
Mendes da Rocha "qualifica a zona ribeirinha lisboeta e se insere nos
objectivos do Instituto de Turismo de Portugal, para que o museu passe
dos actuais 200 mil visitantes para um milhão".
Também em favor do avanço do novo museu - que deverá ser inaugurado em
Outubro do próximo ano, no âmbito do centenário da República - está a
"luz verde" do Conselho Consultivo do Património do Igespar (Instituto
de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico), anunciado no
passado dia 10. "Houve parecer positivo, mas com uma recomendação para
se ter cuidado com o arranjo dos espaços públicos, isto é, a área
envolvente", disse à Lusa Elísio Summavielle, director do instituto.
Quem continua a não estar de acordo com a construção do novo museu, no
lugar e nos timings indicados, é Luís Raposo, director do Museu
Nacional de Arqueologia e subscritor do movimento de contestação já
lançado, também on-line, pelo Fórum Cidadania Lx - e que ontem à tarde
contava mais de 2200 assinaturas.
Na qualidade de presidente da representação portuguesa do ICOM
(Conselho Internacional dos Museus), Luís Raposo disse ontem ao
PÚBLICO estranhar o teor da petição dos arquitectos e artistas agora
vinda a lume. "Não está em causa nem a escolha do arquitecto
brasileiro Paulo Mendes da Rocha, nem a qualidade do seu projecto" -
diz aquele responsável -, mas antes o avanço de uma obra desta
dimensão e ambição "sem a prévia discussão democrática" que ela
mereceria. O Fórum Cidadania Lx, que na semana passada promoveu uma
manifestação de protesto, em Belém, contra o início da demolição dos
edifícios para onde está prevista a construção do novo museu, promete
para hoje também uma tomada de posição pública sobre a petição dos
arquitectos e artistas.
Fonte: Sérgio C. Andrade (24 Mar 2009). Público.
Cavaco Silva não apoia a transformação do Museu dos Coches em picadeiro da Escola Portuguesa de Arte Equestre. O Presidente da República fez chegar essa ideia aos promotores do movimento que contesta as alterações planeadas para os diferentes museus na zona de Belém.
Os promotores desse movimento reuniram-se hoje numa manifestação na Avenida da Índia, onde estiveram mais de 200 pessoas e onde foi aplaudida a notícia de suspensão das demolições na antiga oficina geral do exército.
O Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arquelógico (IGESPAR) fez saber ao fim da tarde que suspende as demolições do edificio onde se prevê a construção do futuro Museu dos Coches.
As demolições vão ser suspensas até que todo o espólio dos serviços de arqueologia seja instalado noutro depósito.
Luís Raposo, porta-voz da plataforma que diz não à mudança do Museu dos Coches, considera não ser prioritário construir um novo museu que «esta bem no sítio onde está».
Entrada de maquinaria pesada indignou funcionários dos serviços de
Arqueologia que se encontravam nas instalações da Avenida da Índia.
As obras que se iniciaram este fim-de-semana no local onde será
construído o novo Museu dos Coches, em Lisboa, não representam
qualquer risco nem para os funcionários nem para o património ligado à
arqueologia que ali se encontra, garantiu ontem ao PÚBLICO o director
do Igespar (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e
Arqueológico), Elísio Summavielle.
O que se está a passar neste momento é apenas "desmontagem de
armazéns, de prateleiras e recolha de entulho" numa zona que não
afecta os serviços que ali funcionam, afirma Summavielle. A
transferência destes serviços deverá acontecer nos próximos cinco
meses, enquanto decorrer a empreitada de demolição, e "os bulldozers
só entrarão quando já não estiver lá ninguém".
A garantia surgiu depois de, de manhã, os funcionários dos Serviços de
Arqueologia do Igespar que trabalham nas antigas Oficinas Gerais de
Material do Exército, na Avenida da Índia, terem manifestado a sua
indignação, alertando para os riscos provocados pela entrada de
camiões e maquinaria pesada.
"Não há condições para continuarmos a trabalhar", dizia uma das
arqueólogas no local. "Iniciaram-se os trabalhos e há grandes camiões
e máquinas que podem prejudicar o património aqui guardado, sobretudo
o da arqueologia subaquática".
Numa nota de imprensa em que lembravam que "o impasse [sobre o destino
dos serviços que estão nestas instalações] dura há cerca de um ano",
os funcionários denunciavam "o claro conflito de interesses" entre os
Ministérios da Defesa, da Economia e da Cultura.
A transferência dos serviços de Arqueologia - parte dos quais deverão
ir para o Palácio da Ajuda, e outra parte para o edifício da
Cordoaria, também na Avenida da Índia - é da responsabilidade do
Ministério da Cultura. No entanto, a construção do novo Museu dos
Coches, um projecto do arquitecto brasileiro Paulo Mendes da Rocha,
foi lançado pelo Ministério da Economia.
Elísio Summavielle explicou que parte dos serviços de Arqueologia que
se encontram na Avenida da Índia - entre os quais a biblioteca - serão
nos próximos meses transferidos para o torreão ocidental do edifício
da Cordoaria Nacional, na mesma avenida. Por seu lado, o Arquivo da
Arqueologia Portuguesa irá para o Palácio da Ajuda. Os serviços de
arqueologia aquática e subaquática serão divididos entre a Cordoaria e
o Museu da Marinha.
Quanto à eventual transferência do Museu Nacional de Arqueologia dos
Jerónimos para a Cordoaria, Summavielle diz que é "uma questão
independente desta".
Fonte: Alexandra Prado Coelho (10 Mar 2009). Público.
O Ministério da Cultura prepara-se para transferir o Museu dos Coches para um novo edifício e o Museu Nacional de Arqueologia dos Jerónimos para a Cordoaria Nacional.
O edifício, que ocupará 15.177 metros quadrados dos terrenos das antigas Oficinas Gerais do Exército, irá albergar a colecção do actual do Museu dos Coches, incluindo o núcleo existente em Vila Viçosa.
O novo museu, que exige um investimento de 31,5 milhões de euros - um valor que resulta das contrapartidas do Casino de Lisboa- , disporá de um auditório, de uma área de apoio à manutenção dos coches, restaurantes e apoio ao visitante.
«A grande característica do museu é que ele é suspenso no ar», disse o arquitecto Paulo Mendes da Rocha, adiantando que uma das maiores preocupações ao pensar o projecto foi harmonizar o novo museu com a zona de Belém.
O museu terá um bilhete inédito que vai permitir a cada visitante do museu um olhar personalizado, adiantou o arquitecto Nuno Sampaio, responsável pelo projecto expositivo, sublinhando que «não se explica um museu a uma criança da mesma forma que a um adulto».
No entanto, a construção do museu já começou a criar polémica, porque com a mudança para o novo espaço, uma parte do património arqueológico nacional existente no local vai ficar sem tecto, como alertou José Morais Arnaut, presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses.
O instituto que tutela o património já garantiu que está a tentar encontrar uma solução para o problema, mas entretanto começou a correr na Internet uma petição para lembrar que muito do património vai ficar «desalojado».
Entretanto, também o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, anunciou que a Biblioteca e outras áreas de trabalho do antigo Instituto de Arqueologia serão transferidas para uma zona próxima da sua actual localização.
Fonte: (10 Jul 2008). TSF: http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/In
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