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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...


Segunda-feira, 02.07.12

Mosteiro de Castro de Avelãs...mais antigo que Portugal...




Castro de Avelãs, em Bragança, é local de umas ruínas arquitectónicas de enorme valor, exemplo único de um património moçárabe que durante anos confundiu os especialistas.  


 




O mosteiro beneditino do Castro de Avelãs é monumento nacional e exemplar único do estilo arquitectónico românico-moçárabe em Portugal, em que sobressai a traça com tijolo maciço herdada da vizinha região espanhola de Castela e Leão.
“É único em Portugal. Não há outro de tijolo maciço, este tipo de construção vem directamente de Castela e Leão, onde há muitos exemplos. A construção data de 1145, é natural que existisse anteriormente, mas há documentos com referências a essas datas. Funcionou durante 400 anos e depois foi fechado”, explica Paula Silva, directora regional de Cultura do Norte.
As edificações existentes eram um enigma para os especialistas pois não condiziam com o que devia ser o monumento, até que escavações arqueológicas recentes revelaram as ruínas do mosteiro original.
“Sabia-se que devia haver um mosteiro, mas não se sabia onde era. Esta escavação arqueológica pôs à vista as ruínas. Temos o claustro, temos a sala do capítulo e começámos a perceber que era uma estrutura grande. Foi uma descoberta importante”, explica.
A Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN) promete agora fazer uma conservação das ruínas e avançar com um programa, em articulação com a Diocese de Bragança-Miranda, a proprietária, e com a Câmara de Bragança, que proteja estas ruínas, as musealize e lhes dê alguma visibilidade.
D. José Cordeiro mostra-se satisfeito com o património descoberto e manifesta o desejo de o ver valorizado: “É motivo de grande alegria e orgulho para estas terras ver conservado o seu património, mas mais que isso dar-lhe uma articulação maior com o turismo religioso e de natureza e com esta investigação feita a nível arqueológico e histórico”.
O mosteiro de Castro de Avelãs, em Bragança, é um monumento único em Portugal que se acredita ser anterior à nacionalidade.

Fonte: Olímpia Mairos (04 Jun 2012). Rádio Renascença.

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por noticiasdearqueologia às 21:59

Domingo, 10.01.10

Santa Clara-a-Velha: ESPAÇO RECEBEU ONTEM VISITANTE NÚMERO 40 MIL

“Em 2010 precisamos de uma equipa estável”


Santa Clara-a-Velha chegou a receber mais de 900 visitantes num dia e a perspectiva é de aumento.


A visitante número 40 mil do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha veio de Lisboa. De visita a Coimbra, instalada na Quinta das Lágrimas, Silvina Pereira não quis perder a oportunidade de ver de perto o mosteiro que já há anos observara degradado e imerso nas águas. Estava no entanto longe de imaginar que iria ser recebida, entre aplausos, pelo coordenador, Artur Côrte-Real, e por toda a equipa do museu, num acontecimento com direito a cobertura jornalística. «É uma alegria para nós ver que o nosso património está a ser recuperado como deve ser e que o nosso dinheiro é bem aplicado, e não só em auto-estradas e TGV. É uma recuperação espantosa, estou admirada», declarou, à entrada do centro interpretativo e já com uma vista plena do jardim e do monumento medieval.

Assinalar o êxito do projecto de Santa Clara-a-Velha e divulgar as perspectivas para 2010 foram os objectivos da iniciativa de ontem, onde não faltaram alguns reparos à carência de recursos humanos. Desde a sua abertura, em final de Abril, depois de 14 anos de intervenção, o espaço recebeu 40 mil visitas e a previsão de Artur Côrte-Real é de um crescimento exponencial em 2010, fruto de uma aposta de divulgação em feiras de turismo e junto de operadores brasileiros e espanhóis.

«No Verão tivemos uma média de 400 visitas por dia e em alguns sábados chegámos às 900», revelou o coordenador do projecto, considerando que a tarefa de gerir pessoal se torna cada vez mais difícil.

Com uma equipa de 16 a 18 elementos, oito dos quais são técnicos da Direcção Regional de Cultura do Centro, Santa Clara-a-Velha funciona, essencialmente, com recurso a inscritos no centro de emprego, que são depois enquadrados pelo Programa Ocupacional. Acontece que, como reparou Artur Côrte-Real, os profissionais das várias áreas que ali estão meses a ser formados, «dando o seu melhor e empenhando-se na organização do museu», podem acabar por ir embora quando estão finalmente integrados. «Mais do que uma grande equipa, em 2010 vamos precisar de uma equipa estável», sublinha, admitindo que um grupo de 20 e poucas pessoas seria o ideal.



Espaço já se auto-sustenta

De acordo com o coordenador do projecto, a Direcção Regional de Cultura - «que “herdou” o sítio de Santa Clara-a-Velha» - já apresentou ao Ministério da Cultura uma proposta de quadro de pessoal e vai desenvolver esforços para sensibilizar a nova equipa ministerial, que integra como secretário de Estado o antigo presidente do IGESPAR, bastante conhecedor do projecto.


«É fundamental que haja um reconhecimento das potencialidades deste espaço de nível internacional, uma valência social e cultural de relevo e também uma fonte de recursos financeiros, sublinhou Artur Côrte-Real, adiantando que Santa Clara-a-Velha é já auto-sustentável.

Melhorar as condições de visita, definir uma estratégia de programação (criando uma sintonia com o Festival das Artes), desenvolver espaços pedagógicos e ateliers temáticos, numa ligação à cidade, são, no entender do responsável, alguns dos desafios para o próximo ano. «Coimbra tem, pela primeira vez, um espaço onde as pessoas podem passar grande parte do dia, almoçar ou lanchar. Além da singularidade do sítio e do monumento em si, encontram contemporaneidade no ambiente, tempo e disponibilidade das pessoas que aqui trabalham», concluiu.



Uma horta monástica e

outros projectos pedagógicos


O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha pretende desenvolver, com a Escola Superior de Educação, um projecto de Horta Monástica, e está a estudar a criação de um conjunto de ateliers temáticos, no âmbito da arqueologia, da tecnologia dos materiais, da gastronomia, do desenvolvimento das plantas, etc. «Podemos lançar a figura de um arqueólogo que, no âmbito do teatro, dinamize as visitas de crianças, recriando algumas situações», desvendou.

Numa ligação entre a história, a arqueologia e a contemporaneidade, estes projectos resultam mais da criatividade e das parcerias e dinâmicas que se hão-de criar do que de meios financeiros, reflectiu Artur Côrte-Real. O responsável espera vir a implementar algumas actividades já a partir de Fevereiro, com o especial objectivo de atrair crianças e jovens, mas coloca-as ainda num campo do serviço ocupacional. «O serviço educativo terá outras exigências», sustentou.

Fonte: Andrea Trindade  (1 Jan 2010). Diário de Coimbra:   http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=5555&Itemid=135

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por noticiasdearqueologia às 17:19

Domingo, 19.04.09

Mosteiro de Santa Clara-a-Velha: "Intervenção de grande importância"

Director Regional da Cultura do Centro lembra que o que vai reabrir é um espaço cujo elemento gerador é o mosteiro, mas que se desdobra por outros equipamentos.


Para o director Regional da Cultura do Centro, António Pedro Pita, a recuperação e valorização do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha foi "uma das mais importantes" intervenções culturais a que o país já assistiu. E uma prova de que Coimbra está a mudar, observa.



Valeu a pena esperar décadas e investir 25 milhões de euros [16 milhões vieram da UE] no projecto do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha?


Valeu. O que vai reabrir não é o que fechou há uns anos: é um espaço cujo elemento gerador é o mosteiro, mas que se desdobra por outros equipamentos e espaços que dão forma a um objecto completamente diferente.


O que destaca?


O que caracteriza a singularidade daquele sítio. Nele coexistem o património, a intervenção de arqueologia e de arquitectura, que se conjugam com condições para o lazer, o turismo, o conhecimento e o acesso à criação artística contemporânea.


O que significa para Coimbra?


A reabertura de um dos seus espaços míticos e simbólicos mais importantes, mais um elemento da nova centralidade cultural que se está a definir na margem esquerda e uma possibilidade de esta se relacionar com a direita, através da relação privilegiada com o Museu Machado de Castro. Há muitos objectos que estão num lado e no outro. Além disso, é uma intervenção de grande importância no domínio da arqueologia e da história da arte. Uma das mais importantes intervenções culturais do país, que se fez em Coimbra.


A cultura, em Coimbra, não continua a ser o marasmo de que falava Eduardo Prado Coelho, em 2001?


Há mudanças muito significativas. Temos hoje uma oferta artística muito significativa e atravessamos um período de requalificação cultural muito significativo. Basta ver a reabertura do Museu Machado de Castro, o novo Museu da Ciência, o programa de acção que quer influenciar o centro histórico, a presença de grandes arquitectos em Coimbra, a requalificação do Pátio da Inquisição… Temos que ter uma leitura atenta, e em função do futuro, ao dinamismo da cidade, que traduz vontades de vários parceiros, com uma intervenção muito significativa do Ministério da Cultura.


Mas a comunidade cultural parece pessimista.


Por vezes, quando estamos metidos em determinada situação, temos dificuldade em observar todas as dimensões do contexto. Aquilo que me parece mais significativo é aquele dinamismo de que falei. Mas poderia referir outros aspectos, como o financiamento do MC, que se alterou significativamente, permitindo uma diversificação da oferta, quer em termos regionais quer locais. Temos o festival de jazz [do Jazz ao Centro Clube] apoiado; temos o reconhecimento da importância da cena lusófona, ao fim de um longo período em que não mereceu apoio de ninguém; mantém-se o apoio ao Centro de Artes Visuais, que é absolutamente fundamental para manter abertos canais com alguns aspectos da criação contemporânea…



Fonte: Nelson Morais (17 Abr 2009). Jornal de Notícias: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=1203740

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por noticiasdearqueologia às 00:05


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