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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

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Terça-feira, 04.11.08

MINAS DO REI SALOMÃO LOCALIZADAS NA JORDÂNIA

Arqueólogos norte-americanos crêem que um local desértico do Sul da

Jordânia, Khirbat en-Nahas ("ruínas de cobre", em árabe), poderá

conter as há muito procuradas minas do rei Salomão, sobre as quais o

britânico Sir H. Rider Haggard escreveu em 1885 um romance que viria a

ser traduzido e adaptado para português por Eça de Queirós; e por seis

vezes transposto para o cinema. As descobertas ultimamente feitas sob

a direcção de Thomas Levy, da Universidade da Califórnia, em San

Diego, foram esta semana reveladas pela revista Proceedings of the

National Academy of Sciences.

Os investigadores, utilizando técnicas de datação por carbono,

conseguiram chegar à conclusão de que ali se produzia cobre no tempo

de Salomão, terceiro rei de Israel, no século X antes de Cristo,

quando se ergueu o primeiro templo do antigo judaísmo, templo esse que

viria a ser destruído pelos babilónios, povo que viveu no território

do actual Iraque.

Kirbat en-Nahas fica a sul do mar Morto, no Wadi (distrito) Faynan do

deserto jordano, e já em 2004 estudiosos britânicos tinham falado das

concentrações do elemento químico rádon nas antigas minas de cobre que

na região eram pela lenda associadas ao rei Salomão, pelo que o que

actualmente está a ser publicado nos Estados Unidos poderá, ao fim e

ao cabo, não ser assim uma novidade tão grande quanto à primeira vista

parece.

Aliás, os recursos de cobre daquela região já eram conhecidos por

assírios, egípcios e romanos, julgando-se que por ali existiu a cidade

de Phaino (de onde o actual nome de Faynan), tristemente famosa na

Antiguidade Clássica pelas terríveis condições de vida dos

prisioneiros e dos escravos condenados a trabalhar nas minas, tal como

nos foi relatado cerca do ano 300 da era cristã por Eusébio, bispo de

Cesareia e precursor da História do Cristianismo.

A Bíblia não fala especificamente de nenhumas "minas do rei Salomão",

mas diz que os minérios para a construção do Templo eram da região de

Asiongaber, na extremidade setentrional do golfo de Aqaba; o que ao

fim e ao cabo não deixa de ir parar ao Sudoeste da actual Jordânia.

Fonte: Jorge Heitor (29 Out 2008). Público.

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por noticiasdearqueologia às 21:03

Quarta-feira, 22.08.07

IPPAR pode inviabilizar reactivação das minas romanas de Limarinho (Boticas)


O projecto de exploração de ouro em Limarinho pode ser irremediavelmente comprometido pela intenção do IPPAR de classificar as antigas minas romanas, admitiu hoje o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Campos, lamentando a descoordenação entre organismos oficiais. "Isto só acontece porque estamos em Portugal. Como é possível o Conselho de Ministros atribuir uma concessão de prospecção e pesquisa e, quando o concessionário se prepara para começar a trabalhar, surgir um organismo público a dizer que não o poder fazer?", questionou o autarca, em declarações à Lusa.

Em causa está o processo de classificação do denominado Complexo Mineiro Antigo do Vale Superior do Rio Terva, em curso no IPPAR, que abrange a área onde a empresa mineira canadiana Kernow Mining está a estudar a viabilidade da exploração de ouro.

Para Fernando Campos, trata-se de uma "tremenda desarticulação entre serviços públicos", frisando não entender como pode uma decisão do Conselho de Ministros ser contrariada por "um organismo dependente de um dos ministérios".

Segundo Fernando Campos, este problema apenas foi conhecido durante uma reunião da equipa que está a preparar a revisão do Plano Director Municipal (PDM) de Boticas, quando se procedia à delimitação da zona de pesquisa atribuída pelo governo. "Quando estávamos a delimitar a zona de pesquisa, o IPPAR alertou que estava a analisar a classificação daquela área", revelou.


O presidente da Câmara de Boticas salientou que a empresa canadiana "ficou preocupada" com a situação, já que está a investir na realização de sondagens com o objectivo de avaliar o potencial de exploração daquele local. "Naturalmente, a empresa quer ter segurança quanto ao futuro", afirmou Fernando Campos. Contactado pela Lusa, Alan Matthews, presidente da Kernow Mining Portugal, admitiu a existência de "um problema arqueológico", mas escusou-se a comentar a situação. "Estamos a negociar com as autoridades. É muito importante que as coisas se resolvam. Não queremos trabalhar contra ninguém", afirmou Alan Matthews.

Para tentar ultrapassar o problema, a Câmara de Boticas solicitou à Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho a elaboração de um estudo que permitisse chegar a uma solução que servisse todos os interessados. O estudo, segundo Fernando Campos, definiu uma "área sagrada", que não pode ser destruída, mas admite que a exploração mineira pode decorrer nas restantes zonas "se houver cuidados com os trabalhos".

(21 Ago 2007). Lusa: http://www.rtp.pt/index.php?article=294974&visual=16



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por noticiasdearqueologia às 22:07

Quarta-feira, 22.08.07

Antiga mina romana de Limarinho(Boticas), pode voltar a produzir ouro.

A empresa canadiana Kernow Mining está interessada na exploração de ouro nas antigas minas romanas de Limarinho, em Boticas, depois das primeiras perfurações e análises de amostras recolhidas nas rochas à superfície revelarem resultados animadores. "Temos boas indicações de que o ouro continua lá", afirmou Alan Matthews, presidente da Kernow Mining Portugal (KMP), em declarações à Lusa.

"Estamos seguros da existência de ouro, mas não sabemos ainda qual a quantidade", salientou, acrescentando que "o próximo passo é realizar um grande número de furos (sondagens) para conseguir informação que permita calcular quanto ouro ali existe e quanto dinheiro é preciso para o ir buscar".

O interesse da Kernow Mining incide na zona da denominada Mina do Poço das Freitas, uma área que foi explorada pelos romanos entre os séculos I e IV. O presidente da KMP não acredita que o local venha a ser uma grande mina de ouro, mas admite que os estudos possam revelar as potencialidades de uma exploração "entre pequena e média dimensão".

Nesse caso, a Kernow Mining poderá vir a investir em Limarinho "entre 20 a 60 milhões de euros".

Alan Matthews admitiu à Lusa que acredita neste projecto, até porque os romanos fizeram grandes explorações de ouro na zona de Boticas e a experiência diz que "o melhor local para encontrar uma mina é procurar onde existiu uma no passado".

Aparentemente, os primeiros trabalhos de prospecção realizados em Limarinho, no sopé da Serra do Leiranto, deram razão a esta teoria, tendo sido identificado um potencial mineiro de 7,1 toneladas de ouro.

Os conhecimentos demonstrados pelos romanos para escolher os locais de exploração de ouro foram também elogiados por Fernando Campos, presidente da Câmara de Boticas, salientando que "todas as sondagens mostram que os locais onde eles exploraram são os que têm teores de ouro mais elevados".

"Para o concelho, este projecto não representa nada de significativo em termos de investimento e de emprego. O que nos interessa é aproveitar (as antigas minas romanas) em termos de turismo cultural", afirmou o autarca. As antigas minas romanas, de que ainda são visíveis entradas de galerias subterrâneas, poços, diques e canais para o transporte de água e alguns montes de escombros de minério não aproveitado, são a maior obra realizada pelo homem em Boticas.

"A nossa ideia é criar um circuito de visita que permita ver como funcionavam as minas romanas", salientou Fernando Campos, revelando que a autarquia admite investir cerca de um milhão de euros neste projecto.

A autarquia pretende criar um parque arqueológico envolvendo as minas das Batocas, do Poço das Freitas e do Brejo, que incluirá um centro de interpretação, percursos pedonais, plataformas de observação e a reabilitação de antigos povoados mineiros das épocas castreja e romana.

Um estudo elaborado pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho considera que aquela área "possui características únicas de autenticidade, originalidade e monumentalidade", frisando que se trata de "um dos mais importantes complexos mineiros antigos do Norte de Portugal".

 
Francisco Ribeiro (21 Ago 2007). Lusa:http://expresso.clix.pt/Economia/Interior.aspx?content_id=412465

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por noticiasdearqueologia às 22:00

Quarta-feira, 15.08.07

Complexo romano mineiro de Tresminas: escavações.

Uma equipa de arqueólogos vai escavar a partir do dia 20 o complexo romano mineiro de Tresminas, em Vila Pouca de Aguiar, que a autarquia local quer candidatar a património mundial da UNESCO.


O projecto de investigação "Complexo Mineiro de Tresminas", imóvel classificado como de Interesse Público em 1997, pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), tem início este ano e vai decorrer em todos os Verão dos próximos três anos.


O presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar, Domingos Dias, disse hoje à Agência Lusa que este projecto "é mais um passo para a candidatura das minas romanas a património mundial da UNESCO".


A equipa liderada por Carlos Batata, especialista em arqueologia romana, vai para o terreno a 20 de Agosto onde, até meados de Setembro, efectuará sondagens em locais referenciados como acampamentos de soldados romanos e habitação para os trabalhadores, onde estes seriam enterrados.


O arqueólogo disse à Lusa que o auge da exploração de ouro em Tresminas (freguesia de Tresminas) terá ocorrido durante os séculos I e II d.C, mas, segundo frisou, pretende-se ainda através destas escavações comprovar se a exploração mineira já era anterior à chegada dos romanos.


Segundo um investigador espanhol, neste território eram explorados metais nos fins do período Neolítico e sobretudo nas idades do bronze e do ferro.


Carlos Batata referiu que vai ser também estudado um castro da idade do ferro, o que permitirá saber qual "a influência dos povos galaicos e o seu papel na exploração mineira".


A exploração mineira em Tresminas realizava-se essencialmente pelo desmonte a céu aberto, sendo disso resultado os desfiladeiros que são as cortas (ou lagos) de Covas e Ribeirinha.


Um engenheiro de minas inglês calculou que 2000 trabalhadores operando diariamente levariam 200 anos a fazer estes desmontes, sendo necessário remover pelo menos 5.800.000 metros cúbicos.


Estas minas seriam uma das "mais importantes" do Império Romano, segundo Carlos Batata, que destacou a descoberta de uma quantidade enorme de inscrições e de artefactos ligados à actividade mineira.


Depois de algumas prospecções efectuadas, pressupõe-se a existência de determinadas construções, nomeadamente edifícios administrativos, casernas, balneários, complexos industriais, armazéns, silos, mercados, lojas, casas de habitação, templos e santuários.


O estacionamento de militares em Tresminas, onde, para além de soldados da sétima legião, está também comprovada a estadia de secções da cohors I Gallica equitata civium romanorum, reflecte a importância destas minas para o Império Romano.


O arqueólogo considera que a existência na Península Ibérica de metais como o ouro, prata e cobre, foi um factor de atracção diversos povos.


Paralelamente, a autarquia vai avançar com a recuperação de monumentos (capela, pelourinho) e fachadas nas aldeias envolventes às minas romanas, designadamente Vales, Ribeirinha, Alfarela de Jales, Covas, Tresminas, Tinhela de Baixo e Tinhela de Cima.


No âmbito do projecto, que conta com um apoio financeiro de 500 mil euros de fundos comunitários, vai ainda ser construído um centro interpretativo.


Carlos Batata está ainda a efectuar a carta arqueológica de Vila Pouca de Aguiar a qual, segundo Domingos Dias, deverá estar concluída até ao final do ano.


O objectivo é, de acordo com o autarca, fazer um "levantamento exaustivo dos locais arqueológicos" para potenciar turisticamente o concelho.


(15 Ago 2007). Lusa: http://www.rtp.pt/index.php?article=294454&visual=16

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por noticiasdearqueologia às 23:29


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