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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
A equipa de arqueólogos, coordenados por Gonçalves Guimarães e António Manuel Silva e patrocinados pelo Parque Biológico de Gaia, descobriram uma grande quantidade e variedade de vestígios, nomeadamente pedaços de cerâmica, oriunda da Fóssia, vidro romano, bocados de telhas, pedras trabalhadas e alinhamentos de construções antigas.
Os especialistas escavaram numa área no alto do parque do Castelo (na cota mais alta do cabeço) e na praia de Favaios, junto ao Douro.
Embora o espólio encontrado tenha de ser tratado durante os próximos meses pelos arqueólogos tarefeiros que prestam serviço no Solar Condes de Resende, já é possível confirmar que, de facto, existiu uma construção (uma espécie de fortificação romana) no alto do Castelo que teria como função o controlo das travessias do Douro. Certo é que esta campanha (à qual deverão seguir-se outras) prova a importância e o valor da estação arqueológica do Castelo de Crestuma na história do Vale do Douro nos períodos tardo-romano e altimediévico até à Idade Média.
O Parque Biológico de Gaia dá conta de que foram encontrados, ainda, vestígios romanos de grande porte que poderão estar relacionados com uma estrutura portuária e que toda a área do monte do lugar do Castelo acolheu construções no passado. “Tudo indica que terá sido ocupada ao longo de várias épocas”, especificou, ao JN, Nuno Gomes Oliveira, presidente da Empresa Municipal do Parque Biológico de Gaia.
Os alinhamentos de construções, descobertos no subsolo do Parque do Castelo, continuarão à vista. Para que os utentes possam compreender as descobertas, será colocada informação que incluirá uma planta muito sumária do núcleo de construções que terá existido naquele local, especifica Nuno Gomes Oliveira.
Após o trabalho de laboratório no Solar Condes de Resende, será desenvolvido um estudo científico sobre o lugar do Castelo, em Crestuma, nas áreas de arqueologia, geomorfologia, arqueobotânica, entre outras ciências.
Fonte: Carla Sofia Luz (24 Ago 2010). Jornal de Notícias: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/pais/con
“Em 2010 precisamos de uma equipa estável”
Santa Clara-a-Velha chegou a receber mais de 900 visitantes num dia e a perspectiva é de aumento.
A visitante número 40 mil do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha veio de Lisboa. De visita a Coimbra, instalada na Quinta das Lágrimas, Silvina Pereira não quis perder a oportunidade de ver de perto o mosteiro que já há anos observara degradado e imerso nas águas. Estava no entanto longe de imaginar que iria ser recebida, entre aplausos, pelo coordenador, Artur Côrte-Real, e por toda a equipa do museu, num acontecimento com direito a cobertura jornalística. «É uma alegria para nós ver que o nosso património está a ser recuperado como deve ser e que o nosso dinheiro é bem aplicado, e não só em auto-estradas e TGV. É uma recuperação espantosa, estou admirada», declarou, à entrada do centro interpretativo e já com uma vista plena do jardim e do monumento medieval.
Assinalar o êxito do projecto de Santa Clara-a-Velha e divulgar as perspectivas para 2010 foram os objectivos da iniciativa de ontem, onde não faltaram alguns reparos à carência de recursos humanos. Desde a sua abertura, em final de Abril, depois de 14 anos de intervenção, o espaço recebeu 40 mil visitas e a previsão de Artur Côrte-Real é de um crescimento exponencial em 2010, fruto de uma aposta de divulgação em feiras de turismo e junto de operadores brasileiros e espanhóis.
«No Verão tivemos uma média de 400 visitas por dia e em alguns sábados chegámos às 900», revelou o coordenador do projecto, considerando que a tarefa de gerir pessoal se torna cada vez mais difícil.
Com uma equipa de 16 a 18 elementos, oito dos quais são técnicos da Direcção Regional de Cultura do Centro, Santa Clara-a-Velha funciona, essencialmente, com recurso a inscritos no centro de emprego, que são depois enquadrados pelo Programa Ocupacional. Acontece que, como reparou Artur Côrte-Real, os profissionais das várias áreas que ali estão meses a ser formados, «dando o seu melhor e empenhando-se na organização do museu», podem acabar por ir embora quando estão finalmente integrados. «Mais do que uma grande equipa, em 2010 vamos precisar de uma equipa estável», sublinha, admitindo que um grupo de 20 e poucas pessoas seria o ideal.
Espaço já se auto-sustenta
De acordo com o coordenador do projecto, a Direcção Regional de Cultura - «que “herdou” o sítio de Santa Clara-a-Velha» - já apresentou ao Ministério da Cultura uma proposta de quadro de pessoal e vai desenvolver esforços para sensibilizar a nova equipa ministerial, que integra como secretário de Estado o antigo presidente do IGESPAR, bastante conhecedor do projecto.
«É fundamental que haja um reconhecimento das potencialidades deste espaço de nível internacional, uma valência social e cultural de relevo e também uma fonte de recursos financeiros, sublinhou Artur Côrte-Real, adiantando que Santa Clara-a-Velha é já auto-sustentável.
Melhorar as condições de visita, definir uma estratégia de programação (criando uma sintonia com o Festival das Artes), desenvolver espaços pedagógicos e ateliers temáticos, numa ligação à cidade, são, no entender do responsável, alguns dos desafios para o próximo ano. «Coimbra tem, pela primeira vez, um espaço onde as pessoas podem passar grande parte do dia, almoçar ou lanchar. Além da singularidade do sítio e do monumento em si, encontram contemporaneidade no ambiente, tempo e disponibilidade das pessoas que aqui trabalham», concluiu.
Uma horta monástica e
outros projectos pedagógicos
O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha pretende desenvolver, com a Escola Superior de Educação, um projecto de Horta Monástica, e está a estudar a criação de um conjunto de ateliers temáticos, no âmbito da arqueologia, da tecnologia dos materiais, da gastronomia, do desenvolvimento das plantas, etc. «Podemos lançar a figura de um arqueólogo que, no âmbito do teatro, dinamize as visitas de crianças, recriando algumas situações», desvendou.
Numa ligação entre a história, a arqueologia e a contemporaneidade, estes projectos resultam mais da criatividade e das parcerias e dinâmicas que se hão-de criar do que de meios financeiros, reflectiu Artur Côrte-Real. O responsável espera vir a implementar algumas actividades já a partir de Fevereiro, com o especial objectivo de atrair crianças e jovens, mas coloca-as ainda num campo do serviço ocupacional. «O serviço educativo terá outras exigências», sustentou.
Fonte: Andrea Trindade (1 Jan 2010). Diário de Coimbra: http://www.diariocoimbra.pt/index.php?op
Achados do Convento de S. Domingos foram descobertos há um ano no centro de Coimbra mas instituto defende que não têm condições para ser preservados. Especialistas contestam
Foi um dos primeiros grandes conventos da Ordem Dominicana em Portugal mas a sua localização exacta na cidade de Coimbra só foi confirmada há cerca de um ano, com o início da construção de um estacionamento subterrâneo. A obra, que pôs a descoberto os primeiros vestígios do antigo Convento de S. Domingos, datado do séc. XIII, teve que parar mas agora, depois de vários meses de escavações arqueológicas, o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) decidiu que os achados não têm condições para ser preservados e deu luz verde ao desmantelamento. A decisão é, porém, questionada por professores universitários e investigadores.
O valor da descoberta arqueológica é reconhecido pelo próprio Igespar, não só por causa da relevância patrimonial dos vestígios mas também pelo que podem dizer sobre a história da cidade no período medieval. O problema, sustenta o subdirector do Igespar, João Cunha Ribeiro, são as "condições e o contexto" em que os vestígios se encontram: a "oito metros de profundidade", "abaixo do nível freático do rio Mondego" e numa zona central da cidade com "diversos edifícios já construídos".
"Chegou-se a um ponto em que não era possível continuar. Uma intervenção de preservação daqueles vestígios seria despropositada pelos riscos e custos que implicaria. E, portanto, face a estas condições, entendemos que era necessário tomar uma decisão. Deu-se autorização para a obra continuar", afirma o responsável pela área de arqueologia do Igespar.
Medidas "insuficientes"
Por ordem deste instituto, os vestígios arqueológicos serão alvo de um registo científico antes de serem desmantelados e várias amostras dos sedimentos que envolvem os achados vão ser preservadas para análises laboratoriais. Medidas "insuficientes", na opinião de Maria de Lurdes Craveiro, professora do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (UC), que defende que "uma parte da cidade e da sua história vai-se perder por causa de um parque de estacionamento".
"Lamento profundamente esta decisão. Estes achados são importantes não apenas por que se trata de um convento medieval mas pelo facto de contarem uma parte importante da história de Coimbra", diz.
Maria Conceição Lopes, docente no Instituto de Arqueologia da UC, reconhece que a escavação arqueológica exigiria "meios logísticos e financeiros muito grandes" que precisam de ser "bem avaliados", mas sustenta que o "debate prévio" que deveria existir é se a cidade precisa de "mais um parque de estacionamento numa zona em que já existem vários". Devido à "importância dos achados", João Cunha Ribeiro revela que, no decorrer do processo, foi avaliada a possibilidade de os vestígios serem classificados, uma hipótese que não mereceu concordância da Direcção Regional de Cultura do Centro e que o próprio Igespar considerou "despropositada" pelos riscos e custos que implicaria.
Contudo, defende Walter Rossa, docente no departamento de arquitectura da UC, a classificação dos vestígios "não era a única opção possível". Para este arquitecto, com uma tese de doutoramento sobre a evolução do espaço urbano de Coimbra, "valia a pena parar a obra durante mais tempo" para que os achados fossem "verdadeiramente estudados". Porém, para João Cunha Ribeiro, "não seria possível continuar a exploração arqueológica sem provocar impactos extraordinários na zona envolvente". "Provavelmente seria necessário abrir uma cratera no centro da cidade e demolir edifícios para pôr a descoberto estruturas como o claustro ou a igreja. Seria do domínio do absurdo."
Um grande convento que foi invadido pelo Mondego
Situado debaixo da Avenida Fernão Magalhães e dos edifícios ali construídos nos sécs. XIX e XX, o estado de conservação do Convento de S. Domingos é uma incógnita. Mas quanto à relevância do conjunto, Saul Gomes, historiador na Universidade de Coimbra, que publicou uma planta do convento datada do séc. XVI, garante que se está perante um "exemplo maior da presença dominicana em Portugal".
"Não só pela sua dimensão física mas também pelo dinamismo cultural. Foi o lugar onde, durante muitos anos, era feita a formação da elite dominicana em Portugal."
Maria de Lurdes Craveiro, docente do Instituto de História da Arte, em Coimbra, já visitou o local e diz que as estruturas visíveis parecem constituir "uma das alas contíguas ao claustro do convento". De acordo com as plantas conhecidas, a igreja estará alguns metros a sul, debaixo de vários edifícios e, porventura, da Avenida Fernão Magalhães. "Mas nada foi ainda identificado com clareza", lamenta.
Devido à proximidade do Mondego e à invasão das águas, o convento foi abandonado no séc. XVI, tendo sido transferido para a Rua da Sofia, também no centro de Coimbra, onde hoje funciona um centro comercial.
S. Domingos não foi o único convento em Coimbra a ser invadido pelas águas do Mondego. Também o Convento de Santa Clara-a-Velha foi resgatado ao rio depois de uma intervenção iniciada em 1994 que durou vários anos e custou 7,5 milhões de euros.
Fonte: André Jegundo (23.02.2009). Público.
As escavações abragem uma área total de 6.500 metros quadrados
Pelo espólio encontrado junto às sepulturas (moedas, cerâmica, alfinetes para atar as mortalhas, pregos, contas, terços e alguns brincos e anéis), pensa estar-se perante uma necrópole moderna, com enterramentos feitos entre os séculos XIII e XVI, disse a arqueóloga, sublinhando que esta é uma escavação "com grande complexidade", uma vez que vários enterramentos aparecem sobrepostos.
"Trata-se da maior necrópole da Europa em número de indivíduos e em área", disse Arlete Castanheira, adiantando que as duas fases da escavação abrangem uma área total de 6.500 metros quadrados. Desde o início dos trabalhos, em Novembro de 2007, foram encontrados cerca de 3.400 enterramentos, sendo que 40 por cento das sepulturas têm ainda ossários associados, afirmou à Lusa Elizabete Pereira, directora da escavação.
Todo o espólio osteológico recolhido está a ser encaminhado para a Universidade de Évora, que reúne condições para o manter em reserva, estando o espólio material à guarda do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), adiantou.
A fase actual da escavação está a atingir um nível de vestígios romanos, tendo sido encontrada cerâmica fina e vidro, bem como algumas estruturas de divisões de pouca dimensão e fornos que poderiam destinar-se à cozedura da cerâmica, disse Elizabete Pereira. "Dá para saber que a área foi usada no período romano e depois como necrópole na Idade Média", disse.
Nas proximidades da igreja foram encontradas várias sepulturas estruturadas, que não foi possível associar a um estatuto social pois não apareceu espólio que sustente essa hipótese, afirmou Sérgio Pereira, também director de escavação.
Além dos relatórios mensais que vão dando conta do desenrolar dos trabalhos, a equipa de arqueólogos no terreno produzirá, quando terminar a intervenção, prevista para o final de Fevereiro, um relatório final, científico, já com o estudo dos materiais encontrados.
O presidente da Câmara Municipal de Tomar, Corvêlo de Sousa, disse à Lusa que a autarquia está a estudar a possibilidade de publicar os resultados finais da escavação no seu boletim municipal, bem como a realização de conferências e de uma exposição temporária com o espólio do material encontrado e as duas sepulturas estruturadas removidas, já com o objectivo de virem a ser expostas noutro local.
Corvêlo de Sousa referiu ainda que a possibilidade da musealização in situ de alguns dos achados, em particular de um conjunto de sepulturas estruturadas, não recebeu parecer favorável do IGESPAR, pelo que, eventualmente, será colocado no local um painel com informação sobre os trabalhos realizados.
Supõe-se que a actual igreja de Santa Maria do Olival remonte a meados do século XIII, tendo sido edificada no local onde teria existido um convento beneditino, mandado construir por São Frutuoso, arcebispo de Braga, no século VII.
O templo serviu de panteão à maior parte dos mestres templários e aos primeiros da Ordem de Cristo, dependendo, no tempo dos Templários, directamente da Santa Sé, não integrando por isso nenhuma diocese. Por bula papal de 1455 foi matriz de todas as igrejas dos territórios descobertos.
Fonte: (3 Fev 2009). LUSA/Público: http://ultimahora.publico.clix.pt/notici
A Fundação Batalha de Aljubarrota inaugura amanhã o Centro de Interpretação da contenda, ao fim de seis anos de trabalhos, e a menos de um ano de ser canonizado pela Igreja Católica o estatego militar que derrotou os castelhanos e pôs termo à disputa pelo trono de Portugal
Fonte: JACINTA ROMÃO; NUNO BRITES. (10 Out 2008). Diário de Notícias: http://dn.sapo.pt/2008/10/10/artes/batal
A equipa de arqueologia que está a escavar à volta da igreja de Santa Maria dos Olivais em Tomar já fez o levantamento de mais de 600 esqueletos. Toda a zona envolvente da igreja funcionava, há cinco séculos, como uma necrópole.
Hoje a Câmara Municipal de Tomar promoveu uma visita às obras do Polis no Flecheiro e nas imediações da igreja de Santa Maria dos Olivais, trabalhos que devem estar concluídos em Setembro.
Fonte: (9 Jun 2008). O Templário: http://www.otemplario.pt/por/conteudosde
Os visitantes podem encontrar vestígios de outras eras e outros povos. As ruínas partilham o espaço com as vitrinas onde estão expostos os artefactos encontrados. Foi em 1993 que as ruínas foram descobertas, quando se começou a converter o antigo convento numa pousada.
Este ano a 18 de Abril celebra-se o património religioso e espaços sagrados. Nesse sentido, serão hoje abertos vários locais religiosos, habitualmente encerrados, num conjunto de mais de 400 iniciativas, entre visitas guiadas, seminários e palestras a acontecer em 150 localidades diferentes, no continente e Açores.
No Mosteiro da Batalha pode participar num peddy-paper, em Alcobaça ateliers pedagógicos de artes plásticos acolhem alunos do 1º ciclo, no Parque Arqueológico do Vale do Côa decorre a actividade “ pequenos arqueólogos” e em Tomar entre as 20h e as 22h pode participar na actividade que o leva a conhecer o Convento de Cristo à noite.
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