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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
Carta Arqueológica do
Concelho apresentada em
Julho.
O painel com a imagem de Baco descoberto no sítio arqueológico de Vale do Mouro, na Coriscada, poderá ser apreciado na Mêda a partir de 18 de Julho, altura em que está prevista também a apresentação da Carta Arqueológica do Concelho.
No próximo mês de Julho deverá ser lançada a Carta Arqueológica do Concelho de Mêda. No mesmo mês regressará ao concelho o painel de mosaico policromático com a imagem de Deus Baco junto de uma Menade, descoberto no Verão de 2006 no sítio de Vale do Mouro, na freguesia de Coriscada, depois de ter sido objecto de restauro em Conímbriga.
O referido painel deverá chegar à Mêda em meados de Julho, onde ficará exposto algum tempo. O programa prevê ainda a exposição da relíquia nos museus do Côa e do Douro e nos Jerónimos.
O património arqueológico da região esteve em destaque durante quatro dias, entre 13 e 16 deste mês, no âmbito do V Congresso de Arqueologia do Interior Norte e Centro de Portugal, organizado pela Associação Cultural, Desportiva e Recreativa (ACDR) de Freixo de Numão (Vila Nova de Foz Côa) e pelo Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC). O evento decorreu em diferentes concelhos do distrito da Guarda, nomeadamente em Pinhel (dia 13), Mêda (dia 14), Figueira de Castelo Rodrigo (dia 15) e Vila Nova de Foz Côa (dia 16), com a participação de cerca de uma centena e meia de pessoas, entre arqueólogos e outros investigadores e estudantes.
A directora do PAVC destaca a importância do evento, que, ano após anos, tem despertado o interesse de cada vez mais investigadores e estudantes. “É essencial que a investigação progrida, e o facto de serem editadas actas com regularidade é muito apelativo para os investigadores, porque eles precisam de ver o seu trabalho publicado. É assim que passa para a comunidade científica”, sublinha Alexandra Cerveira Lima.
Visita ao sítio arqueológico
O programa de quinta-feira, dia 14, do Congresso de Arqueologia incluiu uma visita ao sítio arqueológico de Vale do Mouro, depois de ter sido feito o ponto de situação da investigação de 2003 a 2008, por António Sá Coixão, Tony Silvino e Pedro Pereira, numa sessão realizada no auditório da Casa Municipal da Cultura de Mêda. No final, os participantes fizeram também uma visita ao pequeno espaço museológico instalado provisoriamente num edifício da Junta de Freguesia de Coriscada, onde pode ser apreciada a Exposição de Arqueologia “Os Romanos no Vale do Mouro”. Uma mostra que surgiu na sequência das diversas campanhas de escavação arqueológica realizadas no sítio do Vale do Mouro desde o ano de 2003. Os vestígios foram referenciados por elementos do Centro Sócio-Cultural (CSC) da Coriscada e, em 2003, começaram a ser realizadas campanhas de investigação no sítio por uma equipa de arqueólogos coordenada por António Sá Coixão e Tony Silvano.
Inicialmente com o apoio logístico do CSC da Coriscada e ACDR de Freixo de Numão, as campanhas já envolveram dezenas de investigadores, com a colaboração também da Junta de Freguesia local e o apoio financeiro da Câmara Municipal de Mêda. A descoberta de painéis de mosaico policromo no Verão de 2006, com a figuração do Deus Baco e de uma Menade, criou “uma quase situação de revolução no que se refere ao estudo do Mundo Rural Romano”. Já no último dia da campanha de 2007, um tesouro monetário de cerca de 4600 moedas, de finais do Século III/IV d.C., voltou a constituir motivo de surpresa. De resto, diz quem ali tem feito investigação que o sítio do Vale do Mouro surpreende ano após ano, sendo referência a nível regional e nacional. Duas das apostas futuras serão a musealização do sítio e a criação de um Museu na Coriscada.
Proposta de criação de cinco núcleos museológicos
Além da criação de um Museu na Coriscada, o arqueólogo António Sá Coixão propõe a criação de outros núcleos museológicos no concelho de Mêda. O projecto pensado pelo arqueólogo, já apresentado ao Município, inclui a criação de espaços nas freguesias de Barreira (ligado ao barro), Longroiva (Templários), Marialva e Mêda.
Fonte: Fátima Monteiro (20 Mai 2009). Jornal Nova Guarda: http://www.novaguarda.pt/noticia.asp?idE
Uma campanha arqueológica no Vale do Mouro, Coriscada, revelou um povoamento neolítico com sete mil anos e permitiu descobrir uma aldeia romana que os arqueólogos acreditam ser uma "revolução" no estudo do país rural da época.
Quando se pensava que o local, no concelho da Meda (distrito da Guarda), teria tido apenas duas ocupações - nos séculos III e IV depois de Cristo (d.C.) -, as escavações de 2008 revelaram novos achados do período Neolítico, com a presença de materiais em sílica e lascas de quartzo.
Este local foi inicialmente referenciado por elementos do Centro Sócio-Cultural da Coriscada em 2001, mas só dois anos depois uma equipa coordenada pelos arqueólogos António Sá Coixão e Tony Silvino iniciou as campanhas de investigação no Vale do Mouro.
Todos os anos chegam a trabalhar neste sítio cerca de 50 pessoas, não remuneradas, deslocando-se de França e de outras zonas de Portugal nos meses de Julho e Agosto.
O arqueólogo Sá Coixão afirmou à Lusa que o projecto tem quatro anos, que termina em 2009, o IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico) apoia as escavações com cerca de 12.500 euros/ano, mas o especialista admite que a campanha "não duraria uma semana" se não fosse também assegurada pela Câmara Municipal da Meda e pela Junta de Freguesia da Coriscada.
Sobre as revelações que a campanha permitiu desvendar, Sá Coixão afirma-se convicto de que "como as gravuras do Vale do Côa marcaram uma época, estas descobertas vão marcar um tempo, em que ainda se pensava num interior rural romano 'pobretanas' onde não se podia viver bem".
"Nos inícios do século I d.C., terá sido ali edificada uma vila [quinta] e já no século III d.C., um senhor abastado, à custa do rendimento agrícola gerado com vinho, cereais e azeite e também da exploração mineira do ferro, estanho, prata ou chumbo, terá reconvertido a vila chamando técnicos para o revestimento de salas de mosaico, edificar balneários, lagares e ferrarias", explicou o arqueólogo à agência Lusa.
Sá Coixão admite que, numa época áurea, é forte a probabilidade de "esse senhor ter-se valido de operários livres criando um 'Vicus' [aldeia] onde os deuses e festividades passariam a ter algum cunho colectivo", algo que pode revolucionar a história conhecida da aldeia romana, defende.
Numa recente visita a este local, o professor catedrático e investigador de Pré-História e Arqueologia Jorge de Alarcão afirmou que "teria que reescrever tudo sobre o Portugal rural romano", conta.
Já o arqueólogo luso-descendente Tony Silvino iniciou esta parceria não oficial com Sá Coixão, que costuma vir fazer as suas "férias arqueológicas" a Portugal.
O especialista traz sempre consigo um grupo de especialistas nas diversas áreas, como o vinho, vidro, cerâmica, metais e arquitectura e, juntamente com outra equipa da Universidade do Porto, 'esgravata' por paixão os segredos da história.
Tony Silvino afirma que a classe "geralmente pensa já ter descoberto tudo sobre a época romana, mas o interior deste país revela-nos o contrário".
Os primeiros anos de trabalhos centraram-se na zona do Balneário Romano e em 2006 foi descoberto um painel de mosaico policromático, presentemente a ser restaurado em Conímbriga, figurando o Deus Baco junto de uma Menade, antes nunca encontrado em regiões interiores de Portugal.
No último dia de campanha de 2007, fez eco na imprensa nacional e estrangeira uma descoberta 'endinheirada' de um tesouro monetário com cerca de seis mil moedas, provavelmente envoltas num saco, tendo sido encontrado um resto de tecido que surpreendeu os arqueólogos pela sua sobrevivência.
A campanha deste ano está a terminar, mas deixa aberta uma exposição permanente de achados no Centro Sócio-Cultural da Coriscada.
O objectivo é sensibilizar a população, adquirir a confiança e empenho necessários das gentes locais, para que o sonho de musealizar o terreno possa ser realidade um dia.
Fonte: (29 Ago 2008). Público/Lusa: http://ultimahora.publico.clix.pt/notici
Um tesouro romano do século IV, com 4526 moedas de cobre e bronze, foi encontrado no sítio arqueológico do Vale do Mouro, Coriscada, concelho de Meda, no âmbito de uma campanha a decorrer desde Julho, informou hoje o arqueólogo responsável.
As moedas estavam dentro de um saco de serapilheira, escondido numa parede, “juntamente com objectos de ferro. Provavelmente, a casa teria pertencido a um ferreiro”, disse António Sá Coixão.
O achado foi feito na quinta-feira passada, no último dia daquela campanha arqueológica. “Estava no local com dois homens, já a elaborar os desenhos finais, mas mandei fazer uma sondagem”, contou o arqueólogo.
“Os homens começaram a abrir uma vala e um deles chamou-me a atenção, dizendo que estavam lá umas paredes. Foi nessa ocasião que encontrámos as moedas escondidas”.
Quem escondeu as moedas executou “um alinhamento de pedras, colocou as moedas no interior de um saco de serapilheira, deitou uma camada de terra e, por cima, disfarçou com ferragens diversas (uma foice, uma picareta, argolas para lareira, duas chaves, etc) e mais terra, para as pessoas pensarem que era uma tulha de ferreiro”.
António Sá Coixão está surpreendido com o achado, nomeadamente com o número “invulgar” de moedas. Este arqueólogo diz que o espólio tem “um valor muito grande”, tendo em conta a futura musealização do sítio arqueológico e a criação de um museu onde todo o material ali encontrado será mostrado aos visitantes.
Agora, as moedas serão limpas e inventariadas por um grupo de especialistas. “Não podem ficar fechadas num cofre. Têm de ser preservadas”.
Na campanha arqueológica deste ano participaram cerca de 50 arqueólogos, técnicos e alunos de arqueologia de Universidades do Porto, Polónia, Sérvia, Jugoslávia, Itália e Espanha. As escavações no sítio do Vale do Mouro serão retomadas em Julho de 2008, no âmbito de um projecto apoiado pelo Instituto Português de Arqueologia, Câmara Municipal de Mêda, Junta de Freguesia e Centro Sócio-Cultural da Coriscada.
In: (10 Out 2007). Público / Lusa: http://ultimahora.publico.clix.pt/notici
Mosaico policromado encontrado nas escavações realizadas na Coriscada |
As escavações arqueológicas realizadas nas últimas noves semanas no sítio do Vale do Mouro, Coriscada, no concelho de Mêda, revelaram a existência de novas salas e áreas revestidas com mosaico policromado idêntico ao de Conímbriga.
O arqueólogo António Sá Coixão, responsável pelos trabalhos, disse ao Jornal A Guarda que “na sequência da descoberta do ano anterior [uma sala com cerca de seis metros quadrados, que poderá ter pertencido ao administrador do balneário romano] encontramos a seguir à sala um corredor em L e, no topo Norte, mais duas salas (uma delas aquecida) também revestidas com mosaicos policromados”.
No ano passado foi encontrada uma sala com o chão revestido com mosaico policromado com várias cores e com figurações humanas e geométricas, parecido com o de Conímbriga e este ano, “foi essencialmente encontrado mosaico com motivos geométricos e florais com seis a sete cores, com muito boa qualidade e desenhos diversificados”, contou.
O achado que, segundo o arqueólogo, datará da segunda metade do século III e primeira do século IV d.C. faz parte da área envolvente do complexo do balneário romano que começou a ser estudado em 2002. “Estamos perante uma vila de dimensões muito grandes. Já escavámos muito, mas ainda estamos muito além daquilo que é o vicus (aldeia) ou vila romana”, disse, salientando que foram encontradas diversas estruturas, divisões, lojas, fornos, lagares, lagaretas, etc.
Os arqueólogos também descobriram “que a entrada principal no vicus, que seria uma entrada monumental, com paredes duplas, seria uma entrada triunfal em arco. Encontramos um conjunto enorme de achados que não é comum. Estamos contentes não só pela qualidade mas também pela quantidade do vicus ou vila que estamos a escavar”, salientou António Sá Coixão.
De acordo com o mesmo responsável, seguem-se agora os trabalhos de consolidação do local para preservar tudo aquilo que já foi encontrado no sítio do Vale do Mouro. “Uma invernada sobre o mosaico seria o fim, mas a Câmara Municipal de Mêda comprometeu-se a tomar medidas e parte daquilo que está escavado deverá ficar visitável”, referiu o arqueólogo ao Jornal A Guarda.
As escavações arqueológicas da campanha deste ano terminam amanhã, 31 de Agosto, e serão retomadas em Julho de 2008, no âmbito de um projecto apoiado pelo Instituto Português de Arqueologia, Câmara Municipal de Mêda, Junta de Freguesia e Centro Sócio-Cultural da Coriscada.
Na campanha deste ano, participaram cerca de 50 arqueólogos, técnicos e alunos de arqueologia de Universidades do Porto, Polónia, Sérvia, Jugoslávia, Itália e Espanha.
In: (30 Ago 2007). A Guarda: http://www.jornalaguarda.com/index.asp?i
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