Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
Na manhã do passado dia 12 o presidente da Câmara Municipal de Mafra, José Ministro dos Santos, inaugurou a recuperação do forte do Zambujal, entre Mafra e a Carvoeira. A embaixadora da Noruega, Inga Magistad, também esteve presente.
O forte do Zambujal insere-se num plano de intervenções intermunicipal (2008-2011) permitindo, futuramente, a implementação de uma rota turística que abrange fortes, quartéis-generais, centros interpretativos e outros locais de interesse.
O projecto intermunicipal (Mafra, Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras, Loures e Vila Franca de Xira) tem como principal objectivo a investigação e a valorização turística do património histórico-militar relacionado com as Linhas de Torres (1º e 2ª linhas), com financiamento da Islândia, Liechtenstein e Noruega através do mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu.
Apesar do tempo chuvoso compareceram no local o presidente da Assembleia Municipal de Mafra, vereadores, director de Infra-estruturas do Exército, em representação do chefe do Estado-Maior do Exército; director do Museu da Marinha, em representação do chefe do Estado-Maior da Armada; comandante da EPI, em representação do comandante de Instrução e Doutrina do Exército; um representante do director de História e Cultura Militar; comandante do Regimento de Queluz; novo comandante do CMEFD, director da licenciatura em Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, párocos de Mafra e Carvoeira, bem como outras entidades civis, militares e muito povo.
Proteger e conservar o património das Linhas de Torres
Após o descerramento da placa que assinala a inauguração da recuperação do forte do Zambujal usou da palavra Ministro dos Santos, que fez questão de salientar que “há duzentos anos milhares de camponeses estremenhos abandonaram as suas terras para construir, em segredo absoluto, o mais eficiente sistema de fortificações de campo da História militar: as Linhas de Torres. Executado sob o comando inglês, o impressionante conjunto de 152 redutos permitiu travar o avanço do exército francês que se dirigia para Lisboa. Foi o início do fim da carreira vitoriosa de Napoleão. Por isso, valorizar este legado é muito mais do que assumir o desafio de proteger e conservar o património das Linhas de Torres; é difundir os factos sociais, políticos, económicos, culturais e militares associados a um conflito à escala europeia. É evocar um passado comum de muitas nações, que marcou o dealbar da Idade Contemporânea. Depois da abertura ao público do Circuito da Enxara – o primeiro concluído no âmbito da “Rota Histórica das Linhas de Torres” - o município de Mafra assinala a concretização do processo de escavação, restauro e valorização do forte do Zambujal: escavação arqueológica, identificando com rigor a planta do monumento e as técnicas de construção, mas também estrutura perecíveis em madeira datadas da época, circunstância rara em Portugal; restauro, efectuando a integração e a estabilização das estruturas que se encontravam em ruínas, fruto da erosão natural a que foram sujeitas durante dois séculos; valorização, colocando equipamentos de apoio ao visitante, tais como a ponte, os percursos pedonais ou a sinalética. A partir de hoje a Câmara Municipal disponibiliza à fruição do público uma realidade para muitos desconhecida, mas que constitui um desafio ao conhecimento”. O autarca concluiu assim o seu discurso: “no momento em que se conclui o primeiro processo de escavação, restauro e valorização alargada no âmbito das Linhas de Torres, saúdo todos aqueles que colaboraram activamente, integrando uma verdadeira equipa de trabalho: o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, a Direcção de Infra-Estruturas do Exército, a Escola Prática de Infantaria, as Juntas das Freguesias da Carvoeira e de Mafra, a fanfarra do Regimento de Artilharia Antiaérea 1, os alunos do curso de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e a equipa técnica de arqueólogos e restauradores. Para a sua efectiva concretização, não posso deixar de registar a oportunidade do apoio financeiro atribuído pela Noruega. Assim, permitam-me que enderece os melhores agradecimentos à senhora embaixadora, que muito nos honra com a sua presença”.
Até houve disparo de canhão
A embaixadora da Noruega, Inga Magistad, também usou da palavra, em inglês, para se congratular com a valorização do forte do Zambujal que teve o apoio do seu país.
Durante a visita ao forte teve lugar a animação histórica a cargo do Pelotão 1810 da Escola Prática de Infantaria e da fanfarra do Regimento de Artilharia Antiaérea nº 1.
Nada faltou até um disparo do canhão, da época de Napoleão e tiros de espingarda.
Fique sabendo que visitar o forte do Zambujal é assim uma viagem com dois séculos, a uma realidade, que muitos desconhecem, mas que deixou inúmeros vestígios que importa proteger, investigar e divulgar.
As primeiras escavações no Forte do Alqueidão, Sobral de Monte Agraço, permitiram aos arqueólogos pôr pela primeira vez a descoberto o que pensam ser o posto de comando do general Wellington, comandante das tropas luso-britânicas durante as invasões francesas.
"Pusemos a descoberto o Quartel do Governador e um paiol, uma estrutura de armazenamento de armamento", afirmou à agência Lusa o arqueólogo Artur Rocha.
Já identificado na cartografia, o chamado Quartel do Governador foi pela primeira vez escavado na totalidade e os arqueólogos acreditam tratar-se do posto de comando das Linhas de Torres Vedras do general Wellington, que comandou as tropas luso-britânicas contra o exército francês, no período das invasões francesas, entre 1807 e 1814.
"Estrategicamente era um ponto muito importante dentro do forte e tinha acesso visual privilegiado em relação à maior parte dos paióis (zona de armazenamento do material de guerra) e às posições de canhões das Linhas de Torres Vedras, por isso pode ter servido como posto de comando", apontou o arqueólogo.
Durante a campanha de escavações, os arqueólogos descobriram também um paiol, um dos maiores das Linhas de Torres Vedras, o nome dado ao conjunto das mais de 152 fortificações construídas entre Torres Vedras e Vila Franca de Xira, entre 1809 e 1812, com o intuito de defender Lisboa das tropas invasoras.
O paiol, cujo sistema de drenagem de águas ainda funciona, encontra-se em "excelente estado de conservação", tal como todo o forte.
O seu estado de conservação permite aos arqueólogos conhecer todas as técnicas de construção e os materiais usados na época, essencialmente sedimentos de terra ou pedra.
Sendo o Forte do Alqueidão uma das estruturas "melhor conservadas" das Linhas de Torres, vai ser restaurado para poder receber visitantes e integrar a Rota Histórica das Linhas de Torres Vedras, projecto que envolve os municípios de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira.
No âmbito do Projecto Intermunicipal da Rota Histórica das Linhas Defensivas de Torres Vedras, financiado pelo mecanismo financeiro EEA Grants, que contempla a requalificação de um conjunto de fortificações militares de campo, que incluem escarpamentos, trincheiras, fossos, redutos, outrora bem guarnecidos de tropas e de artilharia, postos de comunicação telegráfica e estradas militares, a Câmara Municipal do Sobral de Monte Agraço está a levar a cabo, durante o corrente mês, a primeira campanha de trabalhos arqueológicos no forte do Alqueidão, um dos maiores e mais importantes postos de comando das Linhas.
Tendo o forte do Alqueidão desempenhado um papel estratégico fundamental para travar o avanço das tropas napoleónicas em direcção à capital, durante a terceira invasão, o município sobralense, entre as várias acções previstas para a reabilitação e promoção cultural do património referente a esse período da História de Portugal, apostou na salvaguarda e valorização daquele sítio com um inegável carisma histórico-simbólico.
Nesse sentido, e após os trabalhos de desmatação e limpeza realizados em Junho deste ano, os resultados das escavações arqueológicas, obtidos até ao momento, não têm desapontado as expectativas. Uma equipa coordenada por um arqueólogo, na qual participa um estagiário em arqueologia, jovens do Programa Municipal de Ocupação de Tempos Livres e outros recursos do município já diagnosticaram e intervencionaram dois paióis, um dos três redutos, duas canhoneiras e a zona do poço. Surpreendemente bem conservadas, as estruturas militares do forte do Alqueidão garantem para já duas coisas: o grande reduto do Sobral ainda guarda alguns “segredos” e muito trabalho a realizar!
Fonte: (28 Ago 2008). Badaladas: http://www.badaladas.pt/site/php/noticia.p
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.