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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...


Terça-feira, 06.09.11

Lagos alarga cooperação científica para estudo do Monte Molião


 


O estudo da estação arqueológica de Monte Molião é o objeto de um protocolo de cooperação científica a ser assinado entre a câmara de Lagos, a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e o UNIARQ – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa.


O Monte Molião é um dos sítios míticos da arqueologia algarvia, sendo sobre a época romana que existem dados mais significativos. O sítio foi alvo, recentemente, de investigações arqueológicas, cujos resultados aumentaram o conhecimento da ocupação continuada deste sítio, desde o fim do séc. IV a.C. até à primeira metade do século II d.C.


De acordo com o novo documento, o Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa passa a ser um dos outorgantes deste protocolo de cooperação. Recorde-se que anteriormente o documento esteve apenas para ser assinado entre a autarquia e a Faculdade de Letras.


Assim, e no âmbito deste protocolo, o município de Lagos compromete-se a fornecer apoio e a executar trabalhos arqueológicos de terreno, entre outras tarefas, enquanto a Faculdade de Letras vai participar na qualidade de consultor na avaliação curricular da eventual equipa técnica a contratar pelo município para a execução das escavações.


No que diz respeito ao Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa, ficará encarregue pela coordenação técnica e científica de cada intervenção arqueológica, do processamento dos dados e da preparação de conteúdos para publicações diversas de caráter científico.


Fonte: (27 Ago 2011). Jornal do Algarve: http://www.jornaldoalgarve.pt/2011/08/lagos-alarga-cooperacao-cientifica-para-estudo-do-monte-moliao/monte-moliao-lagos/


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por noticiasdearqueologia às 13:06

Quinta-feira, 16.06.11

Lagos avança com estudo da estação arqueológica de Monte Molião


A câmara de Lagos e Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa vão assinar um protocolo que visa o estabelecimento de uma cooperação científica para o estudo da estação arqueológica de Monte Molião.


Esta parceria traduz-se no fornecimento de apoio topográfico, técnico, logístico e de divulgação por parte do município, e na coordenação técnica e científica de intervenções arqueológicas, apresentações públicas e publicações, por parte da Faculdade de Letras de Lisboa.


De acordo com a informação disponibilizada, o Monte Molião é um dos sítios míticos da arqueologia algarvia, sendo sobre a época romana que existem dados mais significativos. O sítio foi alvo, recentemente, de investigações arqueológicas, sob coordenação técnica e científica da Professora Ana Arruda, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, cujos resultados aumentaram o conhecimento da ocupação continuada deste sítio, desde o fim do séc. IV a.C. até à 1.ª metade do século II d.C.


A importância que o sítio tem no imaginário arqueológico, o bom estado de conservação que aparenta e a sua provável correspondência com um local registado nas fontes clássicas – cujo papel nas guerras lusitano-romanas foi particularmente importante – justifica o estabelecimento desta parceria, que visa a valorização do sítio através de uma programação e preparação mais cuidada de todas as intervenções arqueológicas a desenvolver no futuro, designadamente a criação de núcleos para visita e um centro de acolhimento e receção.


Fonte: JA (12 Jun 2011). Jornal do Algarve: http://www.jornaldoalgarve.pt/2011/06/lagos-avanca-com-estudo-da-estacao-arqueologica-de-monte-moliao/


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por noticiasdearqueologia às 13:47

Segunda-feira, 16.08.10

26 pequenos buracos ajudam a revelar mais páginas da história de Lagos

 
 

Foto

Sondagens geoarqueológicas em Lagos (Barlavento on line).


 

Um total de 26 sondagens geoarqueológicas, atingindo um máximo de oito metros de profundidade, ao longo do troço final da Ribeira de Bensafrim, vai ajudar a saber mais sobre o passado longínquo de Lagos.


As sondagens foram feitas pela equipa dos investigadores da Universidade de Sevilha, com a qual a Câmara de Lagos estabeleceu um protocolo de colaboração de quatro anos, coordenada pelo catedrático Oswaldo Arteaga e integrada ainda por Daniel Barrágan, entre outros técnicos.
Entre 12 e 29 de Julho, os investigadores fizeram então os 26 buracos com oito centímetros de diâmetro, em outros tantos locais entre a foz da Ribeira de Bensafrim, junto à Meia Praia, passando pela frente ribeirinha de Lagos, pelo Monte Molião, Telheiro, Sargaçal, Caldeiroa, ETAR, Portelas e Horta do Trigo.
Segundo explicou Elena Morán, arqueóloga da Câmara de Lagos, foi feita a «perfuração do rebordo costeiro, para ter o enquadramento topográfico, antes de abordar o centro histórico de Lagos».
Os sedimentos e outros materiais recolhidos já foram enviados para a Universidade de Bremen, na Alemanha, onde serão analisados em laboratório.
Elena Morán salientou que estas geo-sondagens são «um procedimento mais rápido e mais barato que a arqueologia tradicional».
«Basta fazer um buraco com oito centímetros, que pode alcançar profundidades bem maiores que as que conseguiríamos atingir com as sondagens arqueológicas tradicionais, com a vantagem de não perturbar ninguém e de ser mais seguro para todos», explicou.
O método já antes tinha sido utilizado, com muito sucesso, na Rua da Barroca, aquando da construção do Parque de Estacionamento da frente ribeirinha de Lagos.
E o sucesso, dessa vez, revelou-se a dois níveis: primeiro porque as geo-sondagens foram feitas, de forma rápida, com o mínimo de perturbação para transeuntes e moradores.
Depois porque, dos resultados dessas sondagens, resultou a escrita de uma nova e mais antiga página na história de Lagos, já que os sedimentos e fragmentos de cerâmica encontrados permitiram chegar à conclusão de que a cidade foi uma feitoria fenícia, há 2800 anos.
No caso desta nova campanha de sondagens, os investigadores não querem, para já, adiantar se há dados interessantes a retirar. Preferem esperar pelo trabalho de laboratório, que vai durar cerca de três anos.
Mas já há pontas do véu que podem ser levantadas. O geólogo Daniel Barrágan revelou ao «barlavento» que as sondagens permitiram definir «a fácies marinha mais a Sul e outra lagunar, de água doce e salobra, mais a Norte», o que indicia que, há 6500 anos, em vez de um pequeno estuário de uma ribeira, haveria naquela zona «uma verdadeira baía», onde as águas do mar chegavam bem mais para o interior.
Depois, ao longo dos séculos, começou a «sedimentação dessa laguna ou baía», acentuada pelo maremoto que se seguiu ao grande sismo de 1755, e, bem mais recentemente, pelo assoreamento natural e artificial da foz da ribeira, com a colocação dos esporões da entrada da barra, a construção da atual avenida dos Descobrimentos e da Marina de Lagos.
«Distintas civilizações e modos de produção têm a ver com processos de erosão e de sedimentação diferentes», que agora podem ser avaliados através das amostras recolhidas pelas geo-sondagens. No fundo, a tarefa dos cientistas vai ser avaliar «o impacto antrópico [do homem] no ambiente ao longo dos tempos», como sublinhou Daniel Barrágan.
Mas o que se pode encontrar nas amostras recolhidas? Por exemplo, «micro-fósseis que nos falam dos ambientes de sedimentação», já que, salientou o cientista, os micro-fósseis marinhos são diferentes dos de ambientes de água doce ou salobra e tudo isso, em função dos locais onde as amostras foram recolhidas, «ajuda a desenhar com exatidão a linha de costa» nos últimos milénios em Lagos.
Também os macro-fósseis (como os bivalves) serão alvo de análise.
Mas serão analisados igualmente fragmentos de cerâmica que foram encontrados e para isso nada melhor que utilizar a expertise do professor Oswaldo Arteaga, que é uma das maiores autoridades mundiais em cerâmicas.
As cerâmicas, explicou Elena Morán, «mudam segundo a época e a sua análise e datação [por Carbono 14 e AMS, ou seja, espectometria de massas] permitirá datar os sedimentos onde elas foram recolhidas».
Mas também a granulometria dos sedimentos será analisada, bem como a sua cor e até cheiro. «Os sedimentos têm cheiros diferentes?», quis saber a vice-presidente da Câmara Joaquina Matos, que assistiu à conversa do «barlavento» com os investigadores.
«Sim! Só pelo cheiro há muita coisa que se pode dizer. Quando são sedimentos marinhos, por exemplo, cheira intensamente a mar», garantiu Barrágan.
Enquanto o grupo de quatro técnicos andava pelo campo a fazer os buracos das sondagens, uma equipa constituída por Oswaldo Aretaga, Ana Maria Rooz e pela própria Elena Morán teve a seu cargo a tarefa de coordenação científica, coadjuvada por prospeção em terra nas zonas abrangidas pelas sondagens.
Agora, todos os dados recolhidos serão enviados para a Universidade de Bremen – que, a par da Universidade de Nantes, integra o mesmo protocolo que a Câmara de Lagos assinou com a Universidade de Sevilha – onde o professor Schulz irá determinar se as amostras são suficientes ou se haverá necessidade de nova campanha de sondagens.
Em paralelo com a análise laboratorial que será feita na Alemanha, na universidade francesa será feito, segundo Daniel Barrágan, o «estudo territorial de todas as fases históricas que detetámos, cruzando com fotografias aéreas e de satélite».
Em Nantes, «vai-se estudar sobretudo os últimos 200 anos, depois do terramoto de 1755 e até ao advento do turismo em Lagos».

E todo este trabalho para quê, afinal?
Este será «o ponto de partida para fazer a Carta Arqueológica do Centro de Lagos e da sua zona envolvente», revelou Elena Morán.
«O que se pretende não é contar uma história às prestações, mas antes ter uma ideia abrangente do território. O professor Arteaga vai pegar em todos os dados e, com a ajuda de todos, vai contar a história deste território, sob a forma de uma monografia. Vai fazer o nexo interdisciplinar», acrescentou a arqueóloga.
Ou seja, a partir destas sondagens geológicas ao serviço da arqueologia, que são um procedimento inovador em Portugal, vai ser escrita mais uma importante página da história de Lagos.
E delas vai surgir também uma Carta Arqueológica, que será um instrumento importante para a Câmara, mas também para os moradores, os proprietários e todos quantos hoje se cruzam no centro de uma das mais antigas cidades algarvias.


Fonte: Elisabete Rodrigues (9 Ago 2010). O Barlavento on line:  http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=43786


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por noticiasdearqueologia às 13:36

Sábado, 10.10.09

Parque do anel verde em Lagos começa a receber carros em Janeiro

Já falta pouco para Lagos passar a ter dois novos parques de

estacionamento prontos a estrear, com um total de 900 lugares, num

investimento de 15,5 milhões de euros.

Enquanto o parque do anel verde já leva uns pontos de avanço, pois tem

12 meses de prazo de conclusão face aos 14 do da zona ribeirinha,

ambos vão respeitar o tempo de obra previsto, garantiu ao «barlavento»

Carlos Albuquerque, presidente da empresa municipal Futurlagos.


O parque do anel verde, junto ao centro histórico, abrirá ao público

no «início do próximo ano». É que, naquele local, «os trabalhos

arqueológicos já terminaram e os de construção da estrutura estão a

correr como programado, uma vez que foi possível afectar mais meios

humanos e mecânicos» para cumprir os prazos, justificou.

«Um quarto da laje de cobertura já está betonado e agora entrámos na

fase de armar ferro para depois fazer as ancoragens e betonar os

outros três quartos», assegurou.

Em Novembro e Dezembro começam as fases de arquitectura e de

especialidade, como o ar condicionado e a ventilação.

Neste caso, a relevância arqueológica condicionou as obras, mas

acabará por ser uma mais-valia para o resultado final.

«Para preservar a memória histórica do antigo hospital da gafaria,

encontrado durante os trabalhos arqueológicos, foi feita uma alteração

ao projecto de arranjos exteriores no sentido de manter algumas das

suas estruturas», revelou ao «barlavento» Carlos Albuquerque.

No futuro, os utilizadores vão poder ainda encontrar uma placa com

informações sobre o antigo hospital para leprosos do século XV, então

situado na periferia da cidade.

A importância dos achados «obrigou a que tivéssemos equipas de

arqueologia, antropologia, medicina, sociologia, economia e história

para contextualizar o conjunto, que vem enriquecer o património

histórico», sublinhou ainda.

Isto mostra que nem sempre a arqueologia é um entrave, desde que o

planeamento da obra seja rigoroso e que haja uma boa relação entre os

arqueólogos e o empreiteiro.

No outro ponto da cidade, o parque de estacionamento na frente

ribeirinha tem, por sua vez, uma complexidade e visibilidade

diferentes, devido à sua localização.

«Primeiro, porque está paredes meias com o casco urbano do centro

histórico, em segundo lugar, porque vai servir mais os visitantes da

cidade», salientou. Por isso, antes do Verão, o espaço tem que estar a

postos para receber os turistas e facilitar a vida aos residentes.

«Os trabalhos têm o acompanhamento de uma equipa de arqueologia e têm

sido desenvolvidos trabalhos inovadores, para compatibilizar a

engenharia, arquitectura e construção civil, com a arqueologia»,

afirmou.

Uma das inovações serve para acautelar que o pano da muralha é

preservado. «A geoarqueologia, na Rua da Barroca, permitiu validar uma

solução de construção do parque, que consiste em fazer perfurações de

micro-estacas, abaixo da base da muralha para assegurar a sua

sustentação», explicou o responsável pela empresa municipal.

Entretanto, a obra já entrou na fase da impermeabilização, visto que a

contenção periférica está feita.

«Agora é fase de adaptação do plano de trabalhos da arqueologia com a

obra, o que diminui o ritmo de construção. Há ainda o acompanhamento

da arqueologia subaquática, por isso temos a equipa em permanência no

local para ver se há algum contexto que seja relevante, o que até aqui

não aconteceu. Tanto que já estamos a trabalhar para fazer a laje de

fundo», avançou.

Numa fase posterior, há que conciliar os arranjos exteriores e

infra-estruturas comuns à obra de requalificação do Polis de Lagos,

como saneamento, pluviais, telecomunicações, electricidades.

«As obras não estão atrasadas. Houve um condicionamento arqueológico

que influencia o ritmo, mas que pode ser recuperado, desde que haja

articulação entre os intervenientes com visões, responsabilidades e

objectivos diferentes: empreiteiro e arqueologia», considerou.

Fonte: Ana Sofia Varela (7 Out 2009). O Barlavento.

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por noticiasdearqueologia às 23:01

Sexta-feira, 31.07.09

Fenícios viveram em Lagos há 2800 anos.


Estudos geoarqueológicos recentemente levados a cabo na Rua da Barroca comprovam a ocupação desta zona no séc. VIII /VII a.C. Foram na passada Sexta-Feira, divulgados dados que alteram, por completo, o conhecimento do passado histórico de Lagos. A descoberta de que a História de Lagos é muito mais vasta do que se pensava até agora, pode mudar o futuro em termos históricos.


Achados arqueológicos, na sua maioria cerâmicas, apresentados em Conferência de Imprensa, vieram comprovar que a ocupação em Lagos,  por fenícios, será tão antiga como a fundação do 1º templo em Cartago, remontando ao séc. VIII / VII a.C..

Estas descobertas, realizadas no âmbito de sondagens geoarqueológicas levadas recentemente a cabo na Rua da Barroca, foram transmitidas no passado dia 24, em primeira mão, pelo Prof. Doutor Oswaldo Arteaga Matute, Professor Catedrático do Departamento de Pré-história e Arqueologia da Universidade de Sevilha e Director Científico dos trabalhos desenvolvidos e uma referência internacional nesta área.
 


 



Estudos geoarqueológicos na Rua da Barroca


Esta sondagem geoarqueológica consistiu em 28 perfurações, numa extensão de 282 metros, com uma profundidade máxima de 9 metros e envolveu apenas quatro técnicos.


Com esta técnica pioneira em Portugal, e utilizada pela primeira vez em Lagos, é possível estudar os sedimentos depositados no subsolo sem recorrer à escavação arqueológica convencional. Consiste em fazer uma pequena perfuração no solo, através de sondas, extracção e estudo da amostra.

Esta é, aliás, a aposta e o “método do futuro”, garantiu o Professor Oswaldo Arteaga, tendo em conta que “é muito mais económico, mais seguro, mais confortável, menos poluente (já que não existem entulhos), implica redução no pessoal e disponibiliza uma grande quantidade de informação”.


Estudos geoarqueológicos na Rua da Barroca


Para este estudioso, a geoarqueologia pretende “superar a arqueologia urbana, mas sempre partindo dela”. “É preciso entender o passado, para compreender e criticar o presente e podermos contribuir para os conhecimentos do futuro”, afirmou.


Estudos geoarqueológicos na Rua da Barroca


O Presidente da Câmara Municipal de Lagos, Júlio Barroso, lembrou que estes trabalhos foram desenvolvidos “numa das mais simbólicas e míticas ruas da nossa cidade, que conviveu directamente, durante muitos anos, com a Ribeira de Bensafrim e o mundo”. Recordando que já era certa a ocupação de Lagos por cartagineses, gregos e romanos, “o facto de se ficar agora a saber que esta ocupação remonta ao séc. VIII ou VII a.C., e por fenícios, é um marco importantíssimo na História de Lagos”.


Uma certeza partilhada pelo Director Regional de Cultura do Algarve, Gonçalo Couceiro, que adiantou ser “importante que haja progresso e revitalização nas cidades, mas é fundamental que haja sempre lugar para a arqueologia, que desenvolve trabalhos no sentido de poder revelar dados muito significativos para a história do nosso passado”. Adiantando que, hoje em dia, “a arqueologia continua a ser uma matéria muito controversa”, sublinhou o “trabalho inovador que se desenvolveu, pela primeira vez no país, aqui em Lagos, recorrendo-se à geoarqueologia”.


Os custos destes trabalhos geoarqueológicos, representaram um investimento na ordem dos 12 mil euros, que serão suportados pela EL,SA, consórcio responsável pela construção dos Parques de Estacionamento da Frente Ribeirinha e Parque da Cidade, área onde os mesmos decorreram.



Fonte: (27 Jul 2009). C.M.Lagos: http://www.cm-lagos.pt/portal_autarquico/lagos/v_pt-PT/pagina_inicial/noticias/achados_arqueologicos_barroca_2009.htm

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por noticiasdearqueologia às 23:25

Quarta-feira, 27.05.09

Lagos: descobertos cemitérios de leprosos e escravos

Dois cemitérios, um de leprosos que remonta a 1490, e outro de escravos, com cerca de 140 esqueletos foram descobertos em Lagos durante as escavações para a construção de um parque de estacionamento.

Dois cemitérios, um de leprosos que remonta a 1490, e outro de escravos, com cerca de 140 esqueletos foram descobertos em Lagos durante as escavações para a construção de um parque de estacionamento.


As descobertas incluem ainda uma lixeira do século XV.


Os vestígios arqueológicos foram descobertos durante as escavações para a construção de um parque de estacionamento, na zona da Praça d’Armas, no Parque da Cidade, disse hoje à Lusa o presidente da câmara de Lagos, Júlio Barroso.


Além dos cemitérios, foram encontrados vestígios de uma Gafaria (hospital para leprosos), um forno crematório de uma ocupação ainda mais remota, peças de cerâmica e moedas medievais.


Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Lagos disse que os achados arqueológicos, «confirmam as referências documentadas que apontam para o funcionamento de uma Gafaria no período de 1490 até meados do século seguinte».



Num piso inferior ao da Gafaria foi descoberto um forno crematório de uma época mais remota, apresentando o local, vários níveis de ocupação, correspondentes a períodos históricos diferentes.


Segundo Júlio Barroso, num cemitério foram encontrados cerca de 20 esqueletos com deformações, que «correspondem a sinais muito evidentes de lepra, o que torna Lagos um local de referência para o estudo da doença e para a história da medicina».


«Estas descobertas permitem que estudos sobre a lepra que eram feitos na Dinamarca, possam ser feitos em Lagos», observou o autarca.


Júlio Barroso considerou ainda que a descoberta dos 140 esqueletos de escravos africanos «abre um novo campo de conhecimento sobre o estatuto social do escravo, a sua vivência e, em termos gerais, sobre os descobrimentos portugueses».


Para o autarca, as «descobertas enriquecem o património arqueológico da cidade, contribuindo para uma melhor compreensão da sociedade de épocas passadas».



«Abre-se um novo campo de estudo para a História da Medicina, da Engenharia, do Urbanismo, e da Sociologia/Antropologia», observou.


Júlio Barroso acrescentou que a autarquia «está empenhada em continuar os estudos sobre os vários períodos da história, aproveitando as potencialidades que Lagos oferece».


Os achados arqueológicos foram descobertos na sequência dos trabalhos iniciados em Setembro de 2008 de construção de um parque de estacionamento subterrâneo, com três pisos, integrado no processo de renovação urbana da cidade de Lagos.


Fonte: (27 Mai 2009). Diário Digital / Lusa:  http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=4&id_news=390715


Fotos: Diário Região Sul: http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=94890#

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por noticiasdearqueologia às 23:08

Sexta-feira, 08.05.09

Vestígios de leprosaria do século XV encontrados no Parque da Cidade em Lagos

Lagos obras parque estacionamento Parque da Cidade


As escavações arqueológicas feitas em Lagos, no âmbito da construção do Parque de Estacionamento subterrâneo, no Parque da Cidade, junto às Muralhas, já revelaram a existência de vestígios do Edifício da Gafaria (leprosaria) e outras estruturas, um cemitério de leprosos, um enterramento de escravos, uma lixeira dos séculos XV a XVII, e peças de cerâmica.


A Câmara Municipal de Lagos realizou uma reunião com as entidades envolvidas nas escavações arqueológicas, com o objectivo de dar a conhecer as primeiras análises científicas dos trabalhos.

Rui Almeida, arqueólogo e um dos directores da intervenção, afirmou que «o interesse desta escavação é tanto maior quanto o conhecimento que da mesma venha a resultar, quer para os investigadores e para a comunidade científica, quer para a comunidade em geral».

O impacto das escavações foi muito além da situação inicial, o que acabou por obrigar a trabalhos mais profundos e, em consequência, mais demorados. A importância dos achados levou a que o programa de construção do Parque de Estacionamento fosse alterado.

No entanto, foi possível continuar a construção do Parque de Estacionamento e, em simultâneo, fazer o levantamento dos vestígios arqueológicos de outras épocas.

Segundo comunicado da Câmara de Lagos, «dos vários vestígios encontrados, o do Edifício da Gafaria (leprosaria) é o mais evidente e veio confirmar as referências existentes em documentos da época. Segundo esses dados, o Edifício teria funcionado, entre 1490 até meados do século seguinte, havendo registo desta construção à data da construção do pano de muralha adjacente».

O local apresenta vários níveis de ocupação, correspondentes a períodos históricos diferentes, tendo sido identificados, num nível inferior ao Edifício da Gafaria, vestígios (um forno) de uma ocupação ainda mais remota.

Quanto à geomorfologia as escavações permitiram determinar a localização exacta da Ribeira dos Touros e os desvios que foi sofrendo ao longo dos tempos devido à intervenção humana e à ocupação dos solos.

Outra das descobertas considerada importante para os investigadores foi a da existência de dois cemitérios na zona. Primeiro foi encontrado um conjunto de mais de vinte esqueletos, cujas deformações correspondem a sinais muito evidentes da lepra. Esta informação torna Lagos num local de referência para o estudo da lepra e para a história da Medicina.

Num outro local, que coincide com «uma antiga lixeira da cidade, e misturados com os dejectos aí despejados há muitos séculos, foram encontrados outros esqueletos, cujas características, marcas culturais (modificações dentárias) e forma como se encontravam depositados, permitiram concluir tratarem-se de escravos africanos, abrindo todo um novo campo de conhecimento sobre o estatuto social do escravo à época, sobre a sua vivência e sobre os Descobrimentos Portugueses», explicou a autarquia.

Para Rui Almeida, «estas escavações e as revelações abrem um novo campo de estudo para a História da Medicina, da Engenharia, do Urbanismo, ajudando a conhecer e a compreender melhor a sociedade dessas épocas e os hábitos culturais da população».

Também Rui Parreira, da Direcção Regional de Cultura, relevou que houve uma atitude muito positiva da Câmara de Lagos quanto à salvaguarda do património, recordando «não ser esta a primeira vez que temos uma intervenção desta escala em Lagos».

Na sua intervenção referiu-se ainda às profundas alterações que a arqueologia sofreu, a partir de 1995, quando foram consagrados legalmente dois grandes princípios.

Um dos princípios é a conservação dos achados através do registo científico, o que faz com que os registos possam ser documentados com exaustão.

O outro é a aplicação ao património de um princípio conhecido na área ambiental como o do «poluidor/pagador», que prevê que a entidade que vai realizar uma determinada obra, tem que promover o registo de todos os vestígios que vão ser destruídos.

No caso desta obra, as entidades decidiram não inviabilizá-la, autorizando-a com a condição de ser feito acompanhamento científico, que acabou por realizar-se numa área muito superior à prevista no início.

Desse acompanhamento foi obtido um volume de informação importante, que vai permitir a valoração dos dados em estudos futuros, estando previsto que grande parte seja feito pelo Laboratório de Antropologia da Universidade de Coimbra.

No final da sua intervenção, Rui Parreira considerou esta intervenção um exemplo a seguir por outras entidades e uma mais-valia para o património histórico e arqueológico da cidade de Lagos dos Descobrimentos.


Fonte: (6 Mai 2009). Barlavento, on line: 

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por noticiasdearqueologia às 23:57

Domingo, 26.04.09

Vestígios de villa romana podem estar em risco com PIN dos Palmares

Os trabalhos de terraplanagem para a execução do Projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN) do Palmares Resort, junto à Meia Praia e à Ria de Alvor, deixou a descoberto alguns vestígios arqueológicos, que poderão indicar a existência de uma villa romana no local.


No entanto, António Pinto Coelho, director de projectos do grupo Onyria, promotor do resort, garantiu ao «barlavento» que a informação não tem fundamento, «devendo tratar-se claramente de um equívoco».


Foto

Fundo de ânfora na zona em obras no resort dos Palmares, na Meia Praia




O alerta partiu de João Velhinho, investigador de arqueologia, que até já enviou uma denúncia ao director regional de Cultura do Algarve Gonçalo Couceiro.

Em declarações ao «barlavento», o investigador explicou que, apesar de duas estruturas, que poderão ter sido uma «casa romana e um forno», ainda não terem sido danificadas na sua totalidade com as movimentações de terra, na semana passada já eram visíveis «vestígios de cerâmica em terra sigilata, vidros e bocados de ânforas», que podem ter sido partidas pelas máquinas. A reportagem do «barlavento» constatou isso mesmo no local.

Aquelas duas estruturas poderão, contudo, nem correr perigo, visto que António Pinto Coelho garante que, nessa zona, junto ao acesso para o molhe poente da Ria de Alvor, no Vale de Lama, não está prevista uma intervenção.

O local situa-se «entre a linha de caminho de ferro e a Ria de Alvor, sendo considerada no PUMP [Plano de Urbanização Meia Praia] como área natural, a qual não é passível de transformação», justificou o director do projecto.

No entanto, segundo João Velhinho, já terá sido destruído, a Norte do caminho de ferro, o que poderá ter sido um tanque de um impluvium, a zona central de uma casa romana onde era recolhida a água da chuva. É também aí que se encontra o maior volume de vestígios da cerâmica em terra sigilata e de ânforas partidas.

O investigador supõe, através dos vestígios visíveis à superfície do terreno, que a villa romana teria tido «uma certa importância, até porque há cerâmica em terra sigilata, que era fina e importada. Justificava a qualidade da vida de um senhor que tinha posses». E a quantidade de fragmentos daquele material é enorme.

António Pinto Coelho garantiu que «o único sítio arqueológico existente em Palmares e constante do relatório do Plano de Urbanização da Meia Praia é o sítio de Sete Figueiras 1, relativamente ao qual foram tomadas as medidas de delimitação e de defesa previstas na lei. Durante a execução dos trabalhos, não foram encontrados quaisquer vestígios arqueológicos». E garante, se tivessem sido encontrados, as obras teriam que parar.

No entanto, João Velhinho assegura existir «um levantamento arqueológico» com dados sobre essa villa romana, tendo a autora informado a administração do resort já há alguns anos.

As estruturas podem mesmo ter sido de uma villa ou quinta romana, com actividades industriais, como a produção do garum (pasta de peixe) e de ânforas para a exportar. Mais a Norte, poderá ainda ter existido uma necrópole.

O certo é que, quer tenha fundamento ou não, sem as escavações e sem o acompanhamento de um arqueólogo na obra, não será possível ter certezas.

E João Velhinho estranha que, numa zona onde têm surgido frequentemente importantes vestígios arqueológicos, não tenha sido feita uma campanha de prospecções antes do início de quaisquer obras.

O Palmares Resort é um projecto PIN, que ascende aos 300 milhões de euros de investimento, implantado em 200 hectares, com um hotel de cinco estrelas, spa, 450 moradias e apartamentos turísticos, onde se prevê ainda a ampliação do campo de golfe de 18 para 27 buracos.


Fonte: Ana Sofia Varela (25 Abr 2009): O Bralavento, on line: http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=32505

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por noticiasdearqueologia às 21:35

Quinta-feira, 19.03.09

Lagos inicia novas sondagens para descobrir vestígios do passado


Arrancam hoje mais trabalhos de sondagens para tentar descobrir vestígios do passado arqueológicos na cidade de Lagos. Desta vez, tratam-se de sondagens do tipo geoarqueológico, na Rua da Barroca, trabalho que está a ser desenvolvido no âmbito da obra de requalficação da frente ribeirinha que está a decorrer em Lagos, desde Abril de 2008.


"A cidade de Lagos está a proceder a uma das maiores obras de requalificação urbana de que há memória na cidade", frisa a autarquia, acrescentando que o projecto visa "revalorizar a história e melhorar a relação da cidade com a sua frente de mar".


 


No âmbito deste vasto projecto está também em curso a construção do parque de estacionamento subterrâneo da frente ribeirinha, que irá pôr a descoberto grande parte da muralha de Lagos, na zona confinante com a Rua da Barroca. As escavações serão precedidas de trabalhos arqueológicos na área do parque de estacionamento e, também, na Rua da Barroca.


 


"As condicionantes arqueológicas definidas pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) e pela Direcção Regional de Cultura do Algarve estabelecem a obrigatoriedade de execução de sondagens do tipo geoarqueológico na Rua da Barroca. Este tipo de sondagem foi escolhido tendo em consideração a dimensão da rua e a estabilidade das habitações, evitando assim, maiores perturbações", adianta a Câmara de Lagos.


 


A direcção dos trabalhos é conduzida por Oswaldo Arteaga Matute, professor catedrático do Departamento de Pré-história e Arqueologia da Universidade de Sevilha, e decorrerão "por um período máximo de vinte dias".


 


A autarquia explica ainda que, embora o método adoptado não exija a execução de escavação arqueológica convencional, que inviabilizaria o tráfego de peões, irá, no entanto, produzir algum ruído. "Esta situação poderá, pontualmente, e durante alguns dias, condicionar a normal vivência na Rua da Barroca."


 


Os trabalhos irão decorrer apenas em dias úteis (de segunda a sexta-feira) e das 8h00 às 18h00.


Fonte: (19 Mar 2009). Jornal do Algarve. http://www.jornaldoalgarve.pt/artigos.aspx?id=9796

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Quarta-feira, 11.03.09

Lagos debruça-se sobre o mar e reduz para metade a largura da avenida marginal


 Zona ribeirinha volta a ser o centro da vida da cidade, valorizado com achados arqueológicos da época dos Descobrimentos. Automóveis ficam em parques subterrâneos com 900 lugares


 


Ao revolver as lajes da zona ribeirinha de Lagos, os arqueólogos descobriram a antiga cidade do Infante D. Henrique virada para o mar. 


Resgatar o património que ficou enterrado com a construção da Avenida dos Descobrimentos, na década de 40, é o objectivo da operação que está agora a ser levada a cabo no âmbito do programa Polis.

Um cais do século XVII, duas portas de acesso à cidade e uma muralha entre o Palácio dos Governadores e a messe militar constituem os vestígios mais significativos, detectados no decorrer de uma intervenção urbanística que visa criar mais 900 lugares em dois parques de estacionamento subterrâneos e alargar o espaço pedonal na orla marítima.


A requalificação da zona ribeirinha, um investimento de 2,2 milhões de euros, faz parte da terceira e última fase do programa Polis, que conta com 5,5 milhões de euros de orçamento total, dois terços dos quais comparticipados pela administração central. A criação do "anel verde" (Parque da Cidade) e a recuperação do núcleo primitivo do centro histórico foram as duas fases anteriores. Para completar o projecto, sublinha o presidente da câmara, Júlio Barroso (PS), falta passar para a posse do município o edifício Mercado dos Escravos, "em poder da messe militar, a fim de aí se instalar um pólo museológico dedicado à escravatura". As negociações, diz, "já duram há algum tempo", deixando entender que o Ministério da Defesa não parece disposto a ceder as instalações.


A maior parte do troço das muralhas diluiu-se na paisagem urbana para quem passa pela Avenida dos Descobrimentos. O que sobressai é um muro pintado de amarelo, sem o devido enquadramento histórico. A este propósito, a arqueóloga Elena Morán observa: "As pessoas vão de carro e nem olham para o lado, e há tanta coisa interessante para descobrir". As primeiras evidências de urbanismo em Lagos, na área do actual centro histórico, remontam ao período romano imperial. Porém, é a história ligada ao Infante D. Henrique, com alguns mitos à mistura, que mais atrai os turistas. Aqui foram vendidos os primeiros escravos negros chegados da África ocidental. A promoção da cidade, diz Júlio Barroso, "passa por assumir o passado em toda a sua dimensão, e valorizar também o património imaterial".


Os dois parques de estacionamento - Parque da Avenida (frente ribeirinha) e Parque da Cidade (Praça das Armas) - representam um investimento de 15,7 milhões de euros, a desenvolver por uma parceria público-privada. O primeiro tem dois pisos abaixo do solo e o segundo três. À superfície pretende-se valorizar o espaço, criando roteiros culturais que mostrem como se fazia no século XVII o acesso marítimo-fluvial à cidade - numa primeira fase por um cais e depois através de duas portas.


A intervenção urbana, refere Elena Morán, foi acompanhada em permanência pela arqueologia, "e os projectistas integraram os achados como elemento de valorização do espaço". Aliás, sublinha, "antes do início dos trabalhos fizeram-se as escavações para diagnóstico arqueológico". A recuperação do espaço, conclui, "permitirá a valorização de vestígios que estavam até agora pouco dignificados ou mesmo invisíveis, por se encontrarem enterrados".


A requalificação da frente ribeirinha vai implicar que a Avenida dos Descobrimentos fique reduzida a metade, passando a ter apenas duas faixas de rodagem. Júlio Barroso diz que o objectivo é "devolver a cidade ao mar, criando mais espaço para as pessoas usufruírem de um lugar com história". O reencontro com o cais da ribeira, enfatiza, "é mais um elemento para a consolidação da imagem de Lagos, cidade dos Descobrimentos".


A câmara criou incentivos para os promotores imobiliários valorizarem os achados arqueológicos como parte integrante do património em vez de os esconderem das autoridades. A lei estabelece que compete ao proprietário pagar as prospecções arqueológicas quando são encontrados vestígios. O município aprovou um regulamento que prevê a dedução, nas taxas municipais, de 80 a cem por cento do montante que gastou com as escavações. Apenas oito das 16 câmaras algarvias contam arqueólogos nos seus quadros de pessoal.



Fonte: Idálio Revez (9 Mar 2009). Público.  

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