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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
"É uma área que cronologicamente está relacionada com o início da humanidade, 200 mil ou 300 mil anos, e não se conhece nada em Moçambique, ao contrário dos países que o rodeiam, onde há conhecimento muito importante sobre o aparecimento da nossa espécie", disse à Lusa Nuno Bicho, da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve.
De acordo com o arqueólogo, a escolha da zona sul de Maputo prende-se com "razões de preservação de vestígios" devido à existência de grutas e abrigos.
"Aquilo que nós queremos encontrar são fósseis humanos e a preservação acontece em zonas que estão protegidas, ou seja, grutas e abrigos", disse, frisando que a região da Montanha dos Pequenos Limbombos, mesmo junto à fronteira sul, apresenta, do ponto de vista geológico, este tipo de espaços.
O projeto de investigação arqueológica, que conta com subsídios norte-americanos e com o financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia, em Portugal, vai prolongar-se durante dois anos e tudo aponta para que tenha início em maio.
"Estaremos no terreno com uma equipa de 10 a 15 pessoas, principalmente portugueses. Para já vamos trabalhar na zona sul de Moçambique. Aquilo de que estamos à procura são de vestígios da nossa espécie: o aparecimento do homo sapiens, o que significa que estamos a falar de um período de há 250 mil anos".
Nuno Bicho explicou que junto à fronteira entre Moçambique e a Tanzânia, no norte, e também na região da fronteira com o Malawi existem estudos e investigações já realizados no passado mas que "dizem respeito a 150 mil anos" e que o projeto atual procura vestígios mais antigos.
Para a investigação, o arqueólogo vai contratar dois estudantes moçambicanos que podem, no âmbito do projeto, vir estudar para Portugal, onde vão ser acompanhados durante o mestrado ou mesmo no doutoramento.
Licenciado pela Universidade Lusíada de Lisboa, Nuno Bicho fez o seu doutoramento em Antropologia, especialidade de Arqueologia, na Southern Methodist University, em Dallas, Texas, nos Estados Unidos, em 1992, onde também lecionou.
Participou em trabalhos de investigação arqueológica, nos EUA e no Equador.
Tem coordenado projetos de investigação internacionais sobre Pré-história desde 1987 na Estremadura, Ribatejo e no Algarve, com financiamento do extinto Instituto Português de Arqueologia, Fundação para a Ciência e Tecnologia, National Science Foundation dos EUA, Wenner Gren Foundation e do Archaeological Institute of America e foi também o primeiro bolseiro português da National Geographic Society, a qual lhe atribuiu uma segunda bolsa em 2006.
Fonte: (06-02-2013). LUSA/RTP: http://www.rtp.pt/noticias/index.php?art
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