Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
Os primeiros colonos humanos na Europa eram oriundos da Ásia e não da Africa, conforme se pensava até hoje, noticia a National Geographic. Os cientistas trouxeram nova luz sobre o passado do homem depois da análise de mais de 5000 dentes.
Historiadores e cientistas cultivavam a ideia tradicional de que a primeira vaga de colonização europeia – há cerca de dois milhões de anos – se compôs por hominídeos oriundos de África.
Contudo, a análise de mais de 5000 dentes destes hominídeos sugere que foram as vagas de asiáticos representaram um papel ainda maior no continente europeu do que os homens primitivos africanos.
«A Ásia é um importante centro para a especiação», afirmou a cientista espanhola Maria Martinon-Torres, do Centro Nacional de Pesquisa sobre a Evolução Humana de Burgos.
Os pesquisadores consideram também que os hominídeos asiáticos são originários da África, ainda que rapidamente tivessem construído uma linha de evolução própria.
A descoberta sugere que a família hominídea poderá ser muito mais complexa do que anteriormente se pensava. Os primeiros australopitecos e os primeiros Homos chegaram à Europa à cerca de dois milhões de anos atrás e até hoje existiam poucos fósseis dessa época que tornassem possível mapear padrões de evolução e migração.
Martinón-Torres e os seus colegas examinaram então os dados disponíveis – cerca de 5000 dentes de esqueletos australopitecos e homo erectus da Ásia, África e da Europa – e obtiveram preciosas pistas sobre as linhagens genéticas de cada espécie.
Os pesquisadores classificaram cada dente com mais de 50 indicadores como padrão de fissura, tamanho geral e o rácio altura-largura. A forma dos dentes muda pouco ao longo da história e é fortemente influenciada pela genética.
«Nós analisámos todos os cenários de origem dos dentes – as montanhas, vales e cumeeiras – e tudo o mais», afirmou Martinón Torres. Concluiram que os dentes europeus eram mais próximos dos asiáticos do que dos africanos.
Os resultados, no entanto, não descartam a influência africana nos genes europeus: «a descoberta não significa que não houve trocas genéticas entre os continentes», acrescentou a pesquisadora espanhola, «mas enfatiza o facto de que este câmbio poderá ter sido bilateral».
Os cientistas consideram que terá havido um padrão fluido de migrações para a Europa, «lá porque as pessoas saíram da África não significa que não pudessem ter voltado para trás», afirmou.
Outros pesquisadores consideram que o mundo científico deve ser mais cauteloso em relação às interpretações dadas à descoberta.
«O estudo demonstra que o impacto da Ásia na Europa foi mais forte do que da África. Mas os dentes não podem dizer-nos em que direcção e em que altura migraram os nossos antepassados», afirmou Erika Hagelberg, uma especialista em genética da Universidade de Oslo. «Os fósseis dentários são uma forma de estudar as caminhadas dos primeiros homens e ajudam no trabalho de descodificação dos genes actuais.»
(08 Ago 2007). SOL.:http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/In
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.