Um grupo de arqueólogos “descobriu” esta semana no Jardim Botânico de Coimbra uma fonte que, embora se soubesse da sua existência, estava “escondida” debaixo de muita vegetação na mata do jardim. A equipa esteve até esta semana em operações de limpeza da zona e o que foi encontrado «tem um potencial muito maior do que se previa», confessou ao Diário de Coimbra o director científico da Dryas, empresa que está a realizar trabalhos de arqueologia no local. Esta descoberta está integrada num trabalho mais vasto de valorização de toda a parte fechada do Botânico e, embora não tenha propriamente surpreendido Helena Freitas, que «há muito tempo suspeitava que haveria alguma fonte naquela zona», a importância que aquela fonte poderá vir a ter para todo o jardim, assim como a sua dimensão deixou a responsável «espantada». «O mais interessante é que foi encontrada uma mina, uma espécie de galeria, que vai dar à fonte, em frente à Rua da Alegria» explicou a directora do Jardim Botânico, falando numa «infra-estrutura antiga, com azulejos muito antigos», mas confessando que se desconhece, por enquanto, qual a data da sua construção ou muitos mais pormenores sobre esta estrutura, que teria uma importância considerável, na altura em que foi construída, para o abastecimento de água. Aliás, a responsável fala na possibilidade de vir a criar um projecto autónomo que permita estudar toda a história daquele espaço e apresentar esta fonte agora descoberta a António Pedro Pita, director regional da Cultura do Centro, de modo a que possa obter apoios na continuação das investigações. «O que temos ali merece um estudo mais aprofundado e um projecto independente», afirmou. O mesmo confirmou ao Diário de Coimbra Miguel Almeida, que concorda que aquela fonte, «quase caída no esquecimento», necessita de um «projecto de valorização». Depois de ter colocado a fonte à vista, através de um processo de limpeza, a equipa de arqueólogos vai agora proceder «a um estudo mais exaustivo» de toda a estrutura que compõe a fonte.
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