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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

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Quarta-feira, 21.11.07

BESTIÁRIO PALEOLÍTICO VOLTA À LUZ


O elegante cavalo de duas cabeças, o auroque, os veados, cabras, e outras espécies do bestiário paleolítico, gravados há mais de 15 mil anos na rocha nº 1 do sítio do Fariseu, submersos nas águas da barragem Pocinho, vão entrar no futuro museu do Côa. Sabem nadar, afinal, estas gravuras. Mas não voam: é uma réplica da rocha que seguirá viagem, à procura do novo abrigo.
Em 1999 quando foi descoberta a rocha nº1 do sítio do Fariseu, após a descida das águas da barragem, os arqueólogos anunciavam um dos mais importantes achados do Vale do Côa. No painel de xisto, submerso durante anos, irrompiam dezenas de gravuras de grande beleza. Mas o mais surpreendente surgia durante as escavações: junto à rocha aparecem vestígios de habitat humano.
Pela primeira vez, no imenso Vale do Côa, Património da Humanidade, o homem pré-histórico e o seu imaginário artístico (as gravuras e placas de arte móvel) são encontrados no mesmo local. Fica a saber-se, a partir dessa altura, que a história do Côa é ainda mais remota.
Breve a alegria da descoberta. Quinze dias depois, a equipa de arqueólogos dirigida por António Martinho Baptista envolvia a rocha com uma tela a branca, para a proteger, e volta a aterrar as valas de prospecção em redor. Pouco depois, as águas da barragem do Pocinho subiam e sepultavam as gravuras.
Há dois anos, lembra António Marinho Baptista, a barragem voltou a descer e foi possível continuar por alguns dias as escavações no sítio do Fariseu. Agora, porque se trata de uma das quatros painéis que vão aparecer no Museu de Arte e Arqueologia do Côa, em construção na foz deste rio, a EDP baixou o nível da barragem para ser feita a réplica da rocha.
Desde a semana passada, e até ao final do mês, a equipa do Parque Arqueológico do Côa, composta por onze elementos, continua as escavações no local e volta retirar a terra em redor da rocha de xisto, que tem cerca de cinco metros quadrados. "Para além da beleza artística das gravuras", diz António Marinho Baptista, a rocha do Fariseu "é a única" em todo o Vale do Côa "onde existe um relação directa entre as gravuras e camadas arqueológicas que que a selavam". Por essa razão, em forma de réplica, integrará o espólio artístico do Museu do Côa, que deverá ficar concluído durante o verão do próximo ano.
Além da réplica de rocha, que contém cerca de uma centena de gravuras sobrepostas, com mais de 15 mil anos, o sítio de Fariseu - que ficará de novo submerso a partir do final do mês - terá ainda em exposição algumas das placas de arte móvel: pequenas pedras gravadas, que apresentam mesma marca artística encontrada nas rochas do vale.

 In: Francisco Mangas (21 Nov 2007). Diário de Notícias: http://dn.sapo.pt/2007/11/21/tema/bestiario_paleolitico_volta_a_luz.html

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por noticiasdearqueologia às 22:41

Terça-feira, 13.11.07

Águas do Côa descem para copiar rocha com 86 gravuras

A “rocha nº1” do Sítio do Fariseu é uma espécie de sortido de todas as figuras que se podem encontrar no Vale do Côa. Numa operação conjunta com a EDP, as águas do Rio Côa vão descer para que a equipa do Parque Arqueológico possa fazer uma réplica, a integrar o futuro Museu do Côa As águas do Rio Côa vão baixar a partir de amanhã para que possa ser feita uma réplica da "rocha nº 1" do Sítio do Fariseu. "É uma das mais importantes do Parque Arqueológico do Vale do Côa", anunciou Martinho Baptista, director do Centro Nacional de Arte Rupestre (CNART), ali sedeado. Numa operação acordada com a EDP e que segundo Martinho Baptista "é rara", o nível das águas vai baixar cerca de três metros, permitindo às equipas do Parque Arqueológico realizar uma cópia que vai integrar o futuro Museu do Côa.




"Já fomos avisados que o nível vai começar a baixar quarta-feira. É preciso esperar alguns dias e depois os trabalhos podem avançar", o que deverá acontecer na próxima semana, refere.
Segundo explicou, a EDP vai controlar a descida das águas com as comportas da barragem do Pocinho, no Rio Douro. A "rocha nº1" costuma estar submersa a três metros de profundidade e é uma das mais importantes do parque. "Tem 86 gravuras rupestres, parte das quais estiveram tapadas com sedimentos desde o paleolítico, o que permitiu fazer uma boa datação", destaca Martinho Baptista. De acordo com aquele responsável, as gravuras têm mais de 20 mil anos e a rocha junta um pouco de todos os tipos de figuras que se podem encontrar no Vale do Côa.
Por outro lado, a qualidade das gravuras, "é o melhor exemplo de discurso arqueológico do Côa", pela diversidade e divisão em diferentes ciclos.

UMA SEMANA DE TRABALHO
"A partir do momento em que esteja concluída a descida das águas, precisamos de uma semana para trabalhar", refere, acrescentando que a oportunidade vai ser aproveitada para serem feitas escavações no local. Sem precisar meios humanos e materiais, Martinho Baptista garante, no entanto, que "todo o pessoal do parque arqueológico está mobilizado para esta operação".
O equipamento a usar para a realização da réplica está em análise, mas "em princípio deverá ser feita recorrendo a equipamento laser, para garantir a máxima precisão e evitar que se toque na rocha", conclui.


Notícia continua in: (13 Nov 2007). Diário XXI: http://diarioxxi.com/?lop=artigo&op=34173cb38f07f89ddbebc2ac9128303f&id=a7c3525b2c5e24f3f212246ee3a64b6d


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