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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

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Quarta-feira, 23.03.11

Cientistas sugerem que os humanos controlaram o fogo mais tarde do que se pensava







Uma revisão dos dados das lareiras arqueológicas da Europa sugere que a mais antiga terá apenas 400 mil anos, ao contrário de 1.6 milhões de anos, data anteriormente avançada pelos cientistas. Os humanos podem ter realizado a sua expansão para o frio da Europa, ainda sem o controlo do fogo.


Para tentar descobrir as primeiras evidências do uso do fogo controlado, Paola Villa, da Universidade do Colorado e Wil Roebroeks, da Universidade de Leiden, reexaminaram os dados de 100 lareiras arqueológicas europeias.



Através desta análise, procuravam evidências de fogos que terão pouca probabilidade de terem ocorrido naturalmente, como os que estavam em grutas. Por outro lado, também pesquisaram pistas do uso controlado do fogo. Estas evidências poderão estar associadas a determinadas actividades como fazer resina, que implica a queima de casca de bétula. Esta substância era utilizada na construção de ferramentas, para colar peças de pedra a cabos de madeira.


Esta distinção é importante uma vez que muitas das provas do uso do fogo pré-histórico como fragmentos de ossos carbonizados ou pedaços de carvão não implicam necessariamente que os humanos conseguiam controlá-lo. Os nossos ancestrais poderão simplesmente ter explorado fogos ocasionais, como por exemplo, os originados por relâmpagos.


Os investigadores verificaram que as mais antigas fogueiras da Europa têm cerca de 300 a 400 mil anos, muito mais tarde do que as teorias existentes indicavam. Alguns arqueológos avançaram que o uso controlado do fogo tinha começado há cerca de 1.6 milhões de anos.


Richard Wrangham, da Universidade de Harvard, tinha sugerido que os hominídeos começaram a usar o fogo há cerca de 1.9 milhões de anos, o que originou uma tradição culinária que tornou a digestão mais fácil, libertando energia extra que ajudou ao desenvolvimento de cérebros maiores.


Apesar de Villa e Roebroeks terem investigado apenas locais europeus, pensam que as evidências do uso controlado do fogo num número de outros locais também devem estar sob debate. “As provas europeias sugerem fortemente que uso do fogo controlado e habitual foi um fenómeno tardio,” concluem Villa e Roebroeks.


Esta descoberta implica que possivelmente os hominídeos primitivos que migraram de África para a Europa, partiram sem o conhecimento do controlo do fogo. Também questiona a hipótese de Wrangham de que um aumento do cérebro humano estava ligado à invenção de cozinhar os alimentos. No entanto, Wrangham permanece convencido da sua teoria. Aponta que independentemente da data do início da cozinha, esta teve um impacte profundo nos humanos que viviam na altura.


Fonte: Isabel Palma (15 Mar 2011). Naturlink: http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=20&exmenuid=0&bl=1&cid=32077



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por noticiasdearqueologia às 13:29


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