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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
Um vestígio sepulcral, pertencente ao conjunto de três monumentos megalíticos da necrópole de Tojal Mau, em Tondela, foi destruído, após movimentações das terras que sustinham o monumento. A Mamoa de Tojal Mau, assim se designa o vestígio histórico, era referente ao período cronológico entre 4500 A.C. e 2500 A.C.
O incidente foi denunciado por um professor de história, Jorge Humberto, a leccionar na cidade de Tondela, que, durante as suas visitas aos achados arqueológicos do concelho, se deparou com as terras removidas. As perturbações no solo ocorreram, em data incerta, quando o dono dos terrenos decidiu estabelecer um prado para ovinos. Jorge Humberto reconhece que o proprietário “terá destruído o monumento por desconhecimento ou ignorância” do significado do vestígio. O professor de História só lamenta a “inexistência de um inventário do concelho” que permita identificar e proteger o património.
A Mamoa do Tojal Mau é o quarto monumento do género a ser destruído desde o ano de 1990.
As mamoas são montículos megalíticos, em terra e pedra, implantados no topo de um pequeno relevo natural. O monumento do Tojal Mau apresentava, segundo um relatório do Centro de Estudos Pré-Históricos da Beira Alta, “contorno circular, com cerca de 15 metros de diâmetro e um metro de altura, mediana depressão central e três esteios em granito, provavelmente pertencentes a um dólmem simples”. Da mamoa, só restam os três esteios, que se encontram parcialmente soterrados.
“É uma perca em termos científicos, educacionais e turísticos”, refere Jorge Humberto, alertando para o facto de que “não foram feitas escavações arqueológicas” no local, para apurar o que o monumento poderia conter.
Segundo uma das responsáveis pela delegação do Instituto Português de Arqueologia, Gertrudes Branco, a salvaguarda do património arqueológico passa pela “actualização do inventário nacional”, pela criação de inventários concelhios e por acções de sensibilização dos proprietários dos terrenos. Gertrudes Branco adianta que os donos das terras que destruam monumentos arqueológicos, que são de interesse nacional, podem vir a ser sancionados.
(17 Ago 2007). Jornal do Centro: http://www.jornaldocentro.pt/index.php?l
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