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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...


Sábado, 23.05.09

Painel descoberto no sítio de Vale do Mouro (Coriscada) regressa após trabalhos de restauro em Conímbriga

Carta Arqueológica do Na tarde de quinta-feira, os participantes no V Congresso de Arqueologia fizeram uma visita ao sítio de Vale do Mouro, na Coriscada, concelho de Mêda

 


Concelho apresentada em


Julho.



O painel com a imagem de Baco descoberto no sítio arqueológico de Vale do Mouro, na Coriscada, poderá ser apreciado na Mêda a partir de 18 de Julho, altura em que está prevista também a apresentação da Carta Arqueológica do Concelho.


 


No próximo mês de Julho deverá ser lançada a Carta Arqueológica do Concelho de Mêda. No mesmo mês regressará ao concelho o painel de mosaico policromático com a imagem de Deus Baco junto de uma Menade, descoberto no Verão de 2006 no sítio de Vale do Mouro, na freguesia de Coriscada, depois de ter sido objecto de restauro em Conímbriga.


O referido painel deverá chegar à Mêda em meados de Julho, onde ficará exposto algum tempo. O programa prevê ainda a exposição da relíquia nos museus do Côa e do Douro e nos Jerónimos.


O património arqueológico da região esteve em destaque durante quatro dias, entre 13 e 16 deste mês, no âmbito do V Congresso de Arqueologia do Interior Norte e Centro de Portugal, organizado pela Associação Cultural, Desportiva e Recreativa (ACDR) de Freixo de Numão (Vila Nova de Foz Côa) e pelo Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC). O evento decorreu em diferentes concelhos do distrito da Guarda, nomeadamente em Pinhel (dia 13), Mêda (dia 14), Figueira de Castelo Rodrigo (dia 15) e Vila Nova de Foz Côa (dia 16), com a participação de cerca de uma centena e meia de pessoas, entre arqueólogos e outros investigadores e estudantes.


A directora do PAVC destaca a importância do evento, que, ano após anos, tem despertado o interesse de cada vez mais investigadores e estudantes. “É essencial que a investigação progrida, e o facto de serem editadas actas com regularidade é muito apelativo para os investigadores, porque eles precisam de ver o seu trabalho publicado. É assim que passa para a comunidade científica”, sublinha Alexandra Cerveira Lima.


 


Visita ao sítio arqueológico


O programa de quinta-feira, dia 14, do Congresso de Arqueologia incluiu uma visita ao sítio arqueológico de Vale do Mouro, depois de ter sido feito o ponto de situação da investigação de 2003 a 2008, por António Sá Coixão, Tony Silvino e Pedro Pereira, numa sessão realizada no auditório da Casa Municipal da Cultura de Mêda. No final, os participantes fizeram também uma visita ao pequeno espaço museológico instalado provisoriamente num edifício da Junta de Freguesia de Coriscada, onde pode ser apreciada a Exposição de Arqueologia “Os Romanos no Vale do Mouro”. Uma mostra que surgiu na sequência das diversas campanhas de escavação arqueológica realizadas no sítio do Vale do Mouro desde o ano de 2003. Os vestígios foram referenciados por elementos do Centro Sócio-Cultural (CSC) da Coriscada e, em 2003, começaram a ser realizadas campanhas de investigação no sítio por uma equipa de arqueólogos coordenada por António Sá Coixão e Tony Silvano.


Inicialmente com o apoio logístico do CSC da Coriscada e ACDR de Freixo de Numão, as campanhas já envolveram dezenas de investigadores, com a colaboração também da Junta de Freguesia local e o apoio financeiro da Câmara Municipal de Mêda. A descoberta de painéis de mosaico policromo no Verão de 2006, com a figuração do Deus Baco e de uma Menade, criou “uma quase situação de revolução no que se refere ao estudo do Mundo Rural Romano”. Já no último dia da campanha de 2007, um tesouro monetário de cerca de 4600 moedas, de finais do Século III/IV d.C., voltou a constituir motivo de surpresa. De resto, diz quem ali tem feito investigação que o sítio do Vale do Mouro surpreende ano após ano, sendo referência a nível regional e nacional. Duas das apostas futuras serão a musealização do sítio e a criação de um Museu na Coriscada.


 


Proposta de criação de cinco núcleos museológicos


Além da criação de um Museu na Coriscada, o arqueólogo António Sá Coixão propõe a criação de outros núcleos museológicos no concelho de Mêda. O projecto pensado pelo arqueólogo, já apresentado ao Município, inclui a criação de espaços nas freguesias de Barreira (ligado ao barro), Longroiva (Templários), Marialva e Mêda.


Fonte: Fátima Monteiro (20 Mai 2009). Jornal Nova Guarda: http://www.novaguarda.pt/noticia.asp?idEdicao=181&id=12023&idSeccao=2453&Action=noticia 




 



 

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por noticiasdearqueologia às 21:14

Domingo, 31.08.08

Meda: Campanha arqueológica na Coriscada revela povoamento neolítico e aldeia rural romana

Uma campanha arqueológica no Vale do Mouro, Coriscada, revelou um povoamento neolítico com sete mil anos e permitiu descobrir uma aldeia romana que os arqueólogos acreditam ser uma "revolução" no estudo do país rural da época.

Quando se pensava que o local, no concelho da Meda (distrito da Guarda), teria tido apenas duas ocupações - nos séculos III e IV depois de Cristo (d.C.) -, as escavações de 2008 revelaram novos achados do período Neolítico, com a presença de materiais em sílica e lascas de quartzo.

Este local foi inicialmente referenciado por elementos do Centro Sócio-Cultural da Coriscada em 2001, mas só dois anos depois uma equipa coordenada pelos arqueólogos António Sá Coixão e Tony Silvino iniciou as campanhas de investigação no Vale do Mouro.





Todos os anos chegam a trabalhar neste sítio cerca de 50 pessoas, não remuneradas, deslocando-se de França e de outras zonas de Portugal nos meses de Julho e Agosto.

O arqueólogo Sá Coixão afirmou à Lusa que o projecto tem quatro anos, que termina em 2009, o IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico) apoia as escavações com cerca de 12.500 euros/ano, mas o especialista admite que a campanha "não duraria uma semana" se não fosse também assegurada pela Câmara Municipal da Meda e pela Junta de Freguesia da Coriscada.

Sobre as revelações que a campanha permitiu desvendar, Sá Coixão afirma-se convicto de que "como as gravuras do Vale do Côa marcaram uma época, estas descobertas vão marcar um tempo, em que ainda se pensava num interior rural romano 'pobretanas' onde não se podia viver bem".

"Nos inícios do século I d.C., terá sido ali edificada uma vila [quinta] e já no século III d.C., um senhor abastado, à custa do rendimento agrícola gerado com vinho, cereais e azeite e também da exploração mineira do ferro, estanho, prata ou chumbo, terá reconvertido a vila chamando técnicos para o revestimento de salas de mosaico, edificar balneários, lagares e ferrarias", explicou o arqueólogo à agência Lusa.

Sá Coixão admite que, numa época áurea, é forte a probabilidade de "esse senhor ter-se valido de operários livres criando um 'Vicus' [aldeia] onde os deuses e festividades passariam a ter algum cunho colectivo", algo que pode revolucionar a história conhecida da aldeia romana, defende.

Numa recente visita a este local, o professor catedrático e investigador de Pré-História e Arqueologia Jorge de Alarcão afirmou que "teria que reescrever tudo sobre o Portugal rural romano", conta.

Já o arqueólogo luso-descendente Tony Silvino iniciou esta parceria não oficial com Sá Coixão, que costuma vir fazer as suas "férias arqueológicas" a Portugal.

O especialista traz sempre consigo um grupo de especialistas nas diversas áreas, como o vinho, vidro, cerâmica, metais e arquitectura e, juntamente com outra equipa da Universidade do Porto, 'esgravata' por paixão os segredos da história.

Tony Silvino afirma que a classe "geralmente pensa já ter descoberto tudo sobre a época romana, mas o interior deste país revela-nos o contrário".

Os primeiros anos de trabalhos centraram-se na zona do Balneário Romano e em 2006 foi descoberto um painel de mosaico policromático, presentemente a ser restaurado em Conímbriga, figurando o Deus Baco junto de uma Menade, antes nunca encontrado em regiões interiores de Portugal.

No último dia de campanha de 2007, fez eco na imprensa nacional e estrangeira uma descoberta 'endinheirada' de um tesouro monetário com cerca de seis mil moedas, provavelmente envoltas num saco, tendo sido encontrado um resto de tecido que surpreendeu os arqueólogos pela sua sobrevivência.

A campanha deste ano está a terminar, mas deixa aberta uma exposição permanente de achados no Centro Sócio-Cultural da Coriscada.

O objectivo é sensibilizar a população, adquirir a confiança e empenho necessários das gentes locais, para que o sonho de musealizar o terreno possa ser realidade um dia.


Fonte: (29 Ago 2008). Público/Lusa: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1340974

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por noticiasdearqueologia às 11:28

Sábado, 27.10.07

“Achados extremamente importantes” em Coriscada (Mêda)

Os achados arqueológicos datados do período romano no século IV detectados no sítio de Vale de Mouro (Coriscada) no concelho de Meda vieram transformar a ideia que havia desta região durante a época de ocupação romana.


Esta é a opinião do especialista em Romanização em Portugal e professor da Universidade de Coimbra, Jorge Alarcão classificou os achados arqueológicos de Vale de Mouro (Coriscada) no concelho de Meda como “extremamente importantes”.
As escavações, orientadas por Sá Coixão, permitiram recentemente a descoberta de um “tesouro” constituído por 4.526 moedas datadas do século IV, um dos maiores achados no género localizados no país que estavam “escondidas” num compartimento ou pequena tulha, de pedra propositadamente colocada para o efeito, situado nas ruínas de um edifício que se atribui ter sido a casa ou oficina de um ferreiro.
O arqueólogo Sá Coixão, que dirige os trabalhos desde 2003, explicou ao DIÁRIO AS BEIRAS que o “tesouro” estava coberto por alguns utensílios em ferro, designadamente uma foice, uma picareta, chaves de grande dimensões, correntes (lares), sob os quais estava uma camada de terra e sob esta as referidas moedas onde foi possível ainda recolher um pedaço de pano, presumivelmente linho, onde teriam sido envolvidas e que se manteve conservado durante cerca d 1.700 anos.
Face às descobertas arqueológicas Jorge Alarcão disse que a ideia que se tinha era a de que esta seria “toda uma zona relativamente atrasada e pobre na época romana e de repente surge-nos aqui uma vila, uma casa de um grande proprietário de uma dimensão extraordinária, com mosaicos, nesta zona da Beira Interior, onde também não se conheciam praticamente mosaicos”.
De facto, foram postos a descobertos mosaicos da habitação romana onde está representado o deus Baco e a mulher, tendo sido possível obter reboco com a matriz do mesmo.
“Dá-nos a ideia que a zona não seria, na época romana, tão atrasada como a gente pretendia. Numa primeira impressão, isto se poderia integrar-se na zona mais próxima de nós, da Meseta Castelhana, onde também há nesta época de fins do século IV, uma época tardia, “vilas” de grandes dimensões”, comentou.
É de opinião que se está em presença de “um rico proprietário cuja exploração se terá desenvolvido mais nessa altura, no final da época romana, no Baixo Império.
É uma casa de uma dimensão extraordinária, com as suas termas próprias aquecidas, o que é raro na zona em todo o país, com aparte de exploração agrária”.
Jorge Alarcão observou o aquecimento da casa, que em Conimbriga não existe nenhuma sala aquecida.
“Temos as termas que eram aquecidas como estas aqui, mas uma sala aquecida como esta aqui que poderia ser uma sala de refeição um Triclínio ou sala de jantar, mas é curioso que isso fosse aquecido, observou.
Para o universitário e autor do “Portugal Romano” os achados são “uma coisa que merece um investimento e além disso está bem conservado e depois de devidamente restaurado pode vir também a ter uma atracção turística desta região”.
Entende, porém, que pode transformar-se num pólo de atracção turístico mas que “estas coisas deveriam ser estudadas não à escala de um Município mas à escala de vários concelhos”
“Não direi que esta seja uma coisa que justifique as pessoas virem aqui. Conimbriga justifica que as pessoas façam uma viagem de propósito, mas é uma “cidade” e além disso está quase junto à auto-estrada, servida por uma rede de estradas de certa importância, como estrada de Tomar, e está bem posicionada”, disse.
Integrar todas estas coisas e fazer um circuito, ver as ruínas, ver as amendoeiras os achados rupestres do Côa, o Vale do Côa e procurar integrar um percurso que justifique que as pessoas se desloquem aqui numas mini-férias é uma das possibilidades avançadas para Jorge Alarcão para potenciar os achados de Coriscada.

In: José Domingos (27 Out 2007). Diário as Beiras: http://www.asbeiras.pt/?area=guarda&numero=51162&ed=27102007

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por noticiasdearqueologia às 15:11


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