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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...


Quarta-feira, 20.02.13

Câmara de Beja apresenta Centro de Arqueologia e Artes


A Câmara de Beja apresenta esta sexta-feira, 15, às 19h00, na biblioteca municipal, o projecto do Centro de Arqueologia e Artes, que ficará situado na Praça da República. Fonte municipal explica ao “CA” que a ideia resulta da reformulação do projecto do edifício sustentável para os serviços da Câmara Municipal, estando previsto que acolha a colecção de Jorge Vieira e um centro de arqueologia das “cidades” de Beja. “Pretende-se que este projecto possa ser atractivo turisticamente e que garanta dinâmica cultural e patrimonial da cidade”, acrescenta a mesma fonte. O futuro Centro de Arqueologia e Artes de Beja ocupará um conjunto de edifícios situados na Praça da República, que envolvem um logradouro interior onde têm sido escavados e postos a descoberto os vestígios do antigo fórum romano de Beja (Pax Julia). O centro englobará o museu dedicado à obra do escultor Jorge Vieira, enquanto que os achados arqueológicos que ocupam a totalidade do logradouro entram parcialmente para o interior de um dos edifícios a reabilitar. Todo piso térreo com frente para a Praça da República será dedicado a gabinetes de trabalho e ateliers dedicados à arqueologia, enquanto que num volume novo, situado no lado oposto a este conjunto, na rua da Moeda, serão localizadas áreas de tratamento, depósito e exposição de espólio arqueológico recolhido no local. Com entrada pela rua da Moeda, e situado no primeiro andar dos edifícios antigos, será instalado o Museu Jorge Vieira, com espaços dedicados à exposição da sua obra e de obras da sua colecção particular, incluindo todas as áreas de apoio e de um centro de documentação. No último piso do centro de Arqueologia e Artes funcionará um espaço dedicado a serviços educativos. E ligando os dois edifícios antigos ao novo existirá uma sala polivalente, com amplo contacto visual sobre as estruturas antigas postas a descoberto.

Função: (15/02/2013). Correio do Alentejo: http://www.correioalentejo.com/?go=lista&lista=10&diaria=8673&page_id=36

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por noticiasdearqueologia às 23:00

Quinta-feira, 07.10.10

BEJA: Arqueólogos encontraram pegada no maior templo romano do país


Escavações feitas em Agosto, em Beja, permitiram encontrar novos vestígios.


Tem o tamanho de um pé de uma criança e foi descoberta numa placa de barro, no Alentejo. Um tanque de água, do tempo do primeiro imperador, foi a última surpresa para os arqueólogos.





Contornos do antigo edifício estão bem definidos: 30 metros por 19,40m Contornos do antigo edifício estão bem definidos: 30 metros por 19,40m (Foto: DR)





Desde 1997 e em sucessivas intervenções no centro histórico de Beja - a última terminou no final de Agosto - as equipas de pesquisa do Instituto de Arqueologia da Universidade de Coimbra, lideradas pela arqueóloga Conceição Lopes, porfiaram em confirmar a descoberta de um templo romano. E conseguiram.
"Temos material suficiente para contarmos a história da cidade, desde a época romana até à actualidade", sustenta Conceição Lopes, expressando a sua convicção de que haverá mais escavações para aprofundar a informação até agora recolhida e prosseguir na descoberta de mais elementos sobre o passado de Beja que possam estar sob os entulhos.
Os oito estudantes de arqueologia que, no último mês de Agosto, consumiram parte das suas férias escolares na descoberta do templo perdido tiveram um local de trabalho marcado por vestígios de uma muralha do período do ferro, paredes meias com presença islâmica que, por sua vez, se misturava com a época medieval e, mais abaixo, em profundidade, a dimensão estratigráfica de vestígios romanos. Orientados por Conceição Lopes, decifram os sinais, interpretam as mensagens iconográficas trazidas nos entulhos revolvidos para se perceber o contexto de fragmentos de cerâmica.

O maior templo do país
A acção decorria no fundo de buraco com mais de dois metros de profundidade. E acabaram por deparar com um tijolo rectangular contemporâneo da construção do templo. Mediram-no. Tinha 45 centímetros de comprimento por 16 centímetros de largura. Interrogavam-se sobre se teria feito parte do muro, erguido com tijolos semelhantes. Enquanto o limpavam do pó e a terra, miravam o achado até que, bem vincado, observam, bem destacado numa das faces, um elo com o passado, um resquício forte, de um momento ocorrido há mil anos. Uma pegada de criança estava impressa no que fora barro fresco, quem sabe, num dia de calor abrasador. Sem o saber, a criança, romana ou indígena, antecipava com a sua pegada o que mais tarde, no século XX e XXI, viria a ser uma forma peculiar de deixar para os vindouros um testemunho em tudo idêntico ao que é deixado em Los Angeles, onde celebridades deixam as marcas de seus sapatos e mãos em placas de cimento.
No fim da última campanha de escavações, em Agosto, estavam claramente definidos os contornos de um edifício com 30 metros de comprimento e 19,40m de largura, em tudo semelhante aos templos romanos de Évora, da província espanhola de Ecija (Sevilha) e de Barcino (Barcelona). Uma surpresa esperava os investigadores: a estrutura estava rodeada por um tanque de água com 4,5m de largura e terá sido construído no final do século I a.C.. Admite-se que seja do tempo de Augusto, o primeiro imperador romano.
Aquele que passa a ser o maior templo do género existente no nosso país, e um dos maiores da Península Ibérica, encontrava-se coberto por três metros de entulho, acumulado ao longo de séculos, na sequência das várias destruições e reconstruções que Beja sofreu, idas e vindas de sucessivos invasores, ou ainda do que aconteceu no final do século XIX pelo derrube do que restava da monumentalidade de Beja, sob as ordens do conde da Ribeira Brava, em nome da modernidade.

Tudo se descobriu graças a vários azares
Os investigadores comprovaram que, afinal, o templo romano de Beja estava no local onde, em 1939, se fizera uma descoberta acidental. Na sequência da abertura dos caboucos para a construção dos alicerces do novo depósito destinado a abastecer a cidade de água, vislumbraram-se as fundações do grande templo romano, agora redescoberto.
Na altura, o achado foi interpretado pelo arqueológo Abel Viana como sendo "um templo que teria dimensões idênticas ao de Évora". Não foi demolido porque ao empreiteiro se afigurava uma tarefa dispendiosa e difícil "de tão considerável e rijo era o bloco", construído em argamassa (formigão) e apoiado no maciço rochoso a seis metros de profundidade.
A estrutura descoberta voltou a ser tapada e os alicerces do reservatório deslocados uns metros, para não danificar os vestígios arqueológicos. Só no início dos anos de 1990 é que Conceição Lopes pegou nos textos de Abel Viana e deu início às escavações que permitiram reencontrar o templo, uma estrutura maior do que a observada em 1939 e em bom estado."Há males que vêm por bem", diz a arqueóloga, explicando a afortunada circunstância que possibilitou alargar as escavações a locais onde não era possível intervir, por estar ocupado por um edifício dos serviços técnicos da Câmara de Beja. Contudo, um incêndio registado há dois anos obrigou à demolição do edifício e abriu a oportunidade para as escavações. "Voltámos a ser bafejados pela sorte", diz a arqueóloga quando uma das paredes laterais da antiga tipografia do Diário do Alentejo, que se encontrava mesmo por cima de quase toda a estrutura do templo, se desmoronou, permitindo a intervenção que faltava para expor quase todo o templo.


Fonte: Carlos Dias (24 Set 2010). Público: http://www.publico.pt/Local/arqueologos-encontraram-pegada-no-maior-templo-romano-do-pais_1457716?all=1



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por noticiasdearqueologia às 12:37

Terça-feira, 31.08.10

Descoberto próximo de Beja um dos maiores povoados fortificados da Idade do Bronze


A terceira campanha de escavações arqueológicas no Outeiro do Circo (Mombeja/Beringel) termina hoje e já é possível concluir que se está perante um dos maiores povoados fortificados da Idade do Bronze Final (1200-800 a.C.) do Sul da Península Ibérica.





O povoado, com cerca de 17 hectares, figura entre os maiores conhecidos desta época O povoado, com cerca de 17 hectares, figura entre os maiores conhecidos desta época (Foto: DR)





Durante as escavações realizadas nesta última campanha, que arrancou no início de Agosto, foi possível compreender como se estruturava a complexa muralha, que tem uma dimensão muito superior à inicialmente esperada pelos investigadores. É composta por um muro periférico de contenção a uma rampa de barro que consolidava a base de uma muralha na zona mais elevada. A conclusão dos arqueólogos é que toda a estrutura "servia como arma intimidatória mesmo a grandes distâncias".
O povoado, com cerca de 17 hectares, figura entre os maiores conhecidos desta época e que normalmente não ultrapassam os 5 a 6 hectares, "o que lhe permite atribuir um papel capital no controlo de um vasto e rico território no centro dos férteis "barros negros" de Beja.
Sabe-se também que o Outeiro do Circo não se encontrava isolado, mas dominaria uma vasta rede de pequenos sítios de planície que fariam a exploração deste território. É o caso de Arroteia 6, um pequeno povoado aberto, localizado a menos de um quilómetro do Outeiro do Circo. Este sistema defensivo apresenta-se muito complexo e "com raros paralelos no território nacional", acentuam os arqueólogos. Os trabalhos de pesquisa dirigidos pelos arqueólogos Miguel Serra e Eduardo Porfírio, membros do Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto e da empresa de arqueologia Palimpsesto, dão continuidade aos realizados em 2008 e 2009.
Em anteriores escavações foi registada a presença de vários derrubes que fariam parte da muralha, juntamente com muitos fragmentos de cerâmica enquadráveis na Idade do Bronze, bem como vestígios de épocas mais recentes e outros de períodos mais recuados, comprovado na descoberta de um braçal de arqueiro.

Novas colaborações

Outra presença constante são os numerosos fragmentos de barro cozido, que poderão ter feito parte da estrutura da muralha, sugerindo-se a sua utilização como ligante para preenchimento de lacunas na construção, à semelhança do que se propôs para outros povoados muralhados da mesma época
As escavações integram-se no projecto de investigação A transição Bronze Final/1.ª Idade do Ferro no Sul de Portugal. O caso do Outeiro do Circo e são apoiadas pela Câmara de Beja, Junta de Freguesia de Mombeja e a empresa de arqueologia Palimpsesto.
Através da formalização de novas candidaturas, os responsáveis do projecto contam, no futuro, envolver outras instituições para prosseguir as investigações na estação arqueológica, que já em 1989 mereceu uma primeira apreciação num projecto elaborado pelos arqueólogos Rui Parreira e Teresa Matos Fernandes, sobre O Bronze do Sudoeste na Região de Beja, no então Instituto Português do Património Cultural.


Fonte: Carlos Dias (27 Ago 2010). Público: http://www.publico.pt/Cultura/descoberto-proximo-de-beja-um-dos-maiores-povoados-fortificados-da-idade-do-bronze_1453085



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por noticiasdearqueologia às 13:47

Terça-feira, 13.07.10

Escavações arqueológicas: Em Beja e até às instalações da antiga tipografia do DA







As escavações arqueológicas prévias à construção do novo edifício dos serviços técnicos da Câmara Municipal de Beja estendem-se agora aos terrenos onde esteve instalada a tipografia do Diário do Alentejo (DA).





As escavações arqueológicas prévias à construção do novo edifício dos serviços técnicos da Câmara Municipal de Beja estendem-se agora aos terrenos onde esteve instalada a tipografia do Diário do Alentejo. Esta nova fase de prospecção foi antecedida da demolição de uma parte do edifício, nomeadamente, na remoção de chapas de fibrocimento e de asnas metálicas.


Os trabalhos de arqueologia atravessam uma fase de maior ritmo, uma vez que à equipa que se encontra a trabalhar no projecto irão associar-se, durante os próximos meses, mais de duas dezenas de estagiários dos vários ciclos de ensino ministrados pelo Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto.


O estudo arqueológico desta área tem um custo superior a 361 mil euros, financiado em 80% por fundos comunitários, através do InAlentejo – Programa Operacional Regional do Alentejo 2007/2013.


As escavações decorrem desde 2009, nos terrenos do antigo edifício da Rua da Moeda, destruído por um violento incêndio. Trabalhos que de acordo com a arqueóloga Conceição Lopes, coordenadora da intervenção, já permitiram “delimitar o comprimento do templo romano (integrado numa grande praça – fórum romano), identificar o seu lado de entrada bem como o seu estado de conservação”.


O projecto de construção do futuro edifício dos serviços técnicos do Município de Beja é da autoria do arquitecto Eugénio Castro Caldas e deverá ser implementado em perfeito diálogo com as necessidades de preservação e exposição dos achados arqueológicos.



Fonte: Ana Elias de Freitas (6 Jul 2010): Rádio Voz da Planície: http://www.vozdaplanicie.pt/index.php?q=C/NEWSSHOW/38733

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por noticiasdearqueologia às 13:04

Terça-feira, 09.03.10

Beja: Escavações da Rua da Moeda deverão ser retomadas em breve


As escavações arqueológicas da Rua da Moeda, em Beja, deverão ser retomadas em breve. A garantia foi dada pela professora da Universidade de Coimbra Conceição Lopes, responsável pelas escavações.



 


As escavações arqueológicas da Rua da Moeda, em Beja, que colocaram a descoberto o templo romano da antiga Pax Julia e que foram consideradas como as mais importantes, registadas na cidade, referentes ao período Romano, deverão ser retomadas em breve. A garantia foi dada por Conceição Lopes, professora da Universidade de Coimbra responsável pelas escavações, que explicou à Voz da Planície que “os trabalhos deveriam ter sido retomados no passado dia 1 de Fevereiro” e que tal “não aconteceu devido às condições atmosféricas adversas”. Conceição Lopes assegurou também que tem vindo “regularmente a Beja, para acompanhar o estado daqueles achados arqueológicos” e que volta à cidade “na próxima sexta-feira”. A professora da Universidade de Coimbra avançou, igualmente, com a indicação dos trabalhos que vão ser desenvolvidos, referindo que “com a demolição prevista para o edifício que alojou a antiga gráfica do Diário do Alentejo, a zona de escavações vai ser ampliada”. Conceição Lopes frisou também que “o projecto «Arqueologia da cidade de Beja» é para continuar” e que tem “recebido garantias da autarquia bejense nesse sentido, ou seja, de que o actual Executivo camarário mantém o apoio à prossecução das escavações na Rua da Moeda”.



Fonte: Ana Elias de Freitas (07 Mar 2010).Rádio Voz da Planície: http://www.vozdaplanicie.pt/index.php?q=C/NEWSSHOW/36187

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por noticiasdearqueologia às 20:53

Sábado, 10.10.09

Desenterrar o passado à colherada em Beja

O i acompanhou quatro arqueólogos responsáveis pela descoberta de um templo romano em Beja...


Alguma vez lhe ocorreu a hipótese de estar a dormir sobre um cemitério? E ter debaixo de sua casa um tesouro com mais de mil anos? É pouco provável que isto lhe tenha passado pela cabeça mas, acredite, o chão que pisamos esconde histórias insondáveis. Que o digam os arqueólogos com quem o i conversou, em plena escavação de Beja, onde recentemente foi descoberto um dos maiores templos romanos da Península Ibérica.

Quando começou a carreira, Conceição Lopes, hoje uma das principais investigadoras da Universidade de Coimbra e coordenadora deste projecto, teve um rasgo de sorte. Na Vidigueira, enquanto trabalhava num tanque da idade do bronze, a jovem arqueóloga descobriu um tesouro com mais de 200 moedas datadas do século II. Sorte de principiante? Talvez, mas também um pequeno problema em mãos.

"Eram seis da tarde e os trabalhadores estavam prestes a ir embora. Não podia simplesmente retirar as moedas e voltar no dia seguinte", recorda. Mais do que a descoberta em si, aos arqueólogos interessa o contexto do achado - através do qual se pode determinar, por exemplo, a sua cronologia. E esse implica tempo de análise. "A solução foi dormir ali ao relento, junto ao tesouro. Não podia arriscar perdê-lo."



Escavar no pico do Verão


Muitos anos depois deste episódio, a investigadora volta ao Alentejo. Desta vez traz consigo alguns dos seus alunos, que trocaram as férias na praia pela campanha arqueológica numa das cidades mais quentes do país. O objectivo? Escavar um templo do século I, dedicado a um imperador romano. A descoberta foi feita há 70 anos, mas as escavações só começaram em 1996. Quando o i visitou o "buraco", já só se fazia o trabalho de minúcia. As pás gigantes das escavadoras deram lugar ao colherim, um pequeno objecto que serve para remover a terra, e que, em conjunto com o método estratigráfico, permite interpretar os dados que a terra esconde. "É um método que nos diz que, ao longo dos tempos, tudo o que aconteceu, seja fruto da mão humana ou da natureza, se deposita em camadas", explica Conceição Lopes.

Moedas, peças de cerâmica, vestígios animais, ossos humanos, praticamente todos os objectos descobertos ao longo das diferentes camadas têm uma leitura e são quantificáveis no tempo. Mas não só: "Um osso humano, por exemplo, pode ajudar-nos a reconstituir os hábitos alimentares, a dieta, a causa de morte, as doenças da época. É informação que nunca mais acaba", explica Susana Gomez, uma investigadora espanhola radicada em Portugal há mais de 17 anos. No caso dos cemitérios, acrescenta Conceição Lopes, é possível até identificar a crença religiosa: "Depende da forma como estão dispostos, se estiveram deitados a sul, de forma lateral, podemos dizer com algum grau de certeza que são muçulmanos. Se estiverem de braços pousados sobre o peito, são católicos."

Se antigamente o trabalho do arqueólogo passava pelo uso de colheres e vassouras, hoje as novas tecnologias deram novo alento à investigação, sem as substituir. O Google Earth, por exemplo, veio simplificar muito o trabalho de prospecção de vestígios. "Antigamente, funcionava tudo na base das fotogragias aéreas", conta Tiago Costa, estudante de mestrado em Arqueologia e Território.

Além da proximidade de outras descobertas, ou do nome da terra, a própria disposição das habitações e a forma como os terrenos estão divididos são condicionados pelo que está debaixo da terra.

No Alentejo - explica a investigadora Ana Costa - quando o trigo começa a secar, "as cores são distintas consoante o que está no subsolo." E hoje, continua Conceição Lopes, "já não é necessário comprar fotografias caríssimas." Claro que isto não dispensa a investigação no terreno, nem tão pouco a parte laboratorial que lhe segue. A parte que mais os entusiasma? "Impossível, é o mesmo que dizer de que filho mais se gosta."


 


Provavelmente, o maior templo romano da Península Ibérica

Foi identificado em 1939 mas só começou a ser investigado há dez anos. A estrutura é semelhante ao Templo de Diana, em Évora


Por estes dias, Beja está longe de ser uma das urbes mais importantes do país. Mas no século II pode ter sido uma imensa cidade romana, sede dos conventus e administrada com uma circunscrição jurídica que ia do rio Tejo ao Algarve. Pelo menos é essa a convicção dos arqueólogos que, desde 1997, trabalham nas escavações de um templo romano, por muitos identificado com um dos maiores da Península Ibérica.

“Era uma cidade com estatuto de colónia de Roma, os seus cidadãos tinham direitos idênticos aos romanos. Do ponto de vista político, os cidadãos de Pax Julia (designação de Beja na época romana) que tivessem um milhão de sestércios podiam ser senadores em Roma”, explica Conceição Lopes, adiantando que “as inscrições que existem fornecem a ideia de uma cidade grande, com muita indústria, comércio e artesanato”.

A estrutura – com 30 metros de comprimento e quase vinte de altura – foi descoberta nas traseiras da Câmara Municipal e é semelhante ao templo de Diana. À sua volta, tal como no templo de Évora, existia um tanque para abastecimento de água. “É pelos materiais que descobrimos, como cerâmicas importadas da Campânia, ânforas que transportavam vinho e alguns dados da idade do ferro que nos permitem datar a estrutura.”

O templo está integrado numa grande praça, o chamada fórum, cujos vestígios já tinham sido anteriormente identificados por Abel Viana, em 1939, aquando da construção do reservatório de água de Beja. Os vestígios foram novamente tapados e só 60 anos depois voltariam a ver a luz do dia. Nas duas primeiras campanhas, em 1999 e 2006, foram descobertos edifícios de várias épocas, mas só na campanha de 2008 foi descoberto o templo romano identificado há 69 anos.

O outro grande edifício da praça central, também identificado em 2008, “refere-se à primeira instalação romana da cidade e foi construído no final do século I a.C., no tempo de Augusto. “Eram importantes edifícios do fórum da cidade”, ou seja, da praça central onde se situavam os edifícios dos poderes político-administrativo, judicial e religioso.


Fonte: André Rito (6 Out 2009). Jornal i.

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por noticiasdearqueologia às 10:38

Sábado, 12.09.09

Beja através dos múltiplos achados arqueológicos

O Núcleo Museológico da Rua do Sembrano onde o visitante pode observar estruturas arqueológicas de diversas épocas, com particular destaque para a Idade do Ferro e Época Romana, vai, a partir da próxima sexta-feira, 11 de Setembro, pelas 18.30h, passar a contar com duas exposições. A partir desta data, o Núcleo funcionará como um espaço expositivo dedicado à Arqueologia, aí ficando instalada uma mostra permanente que integra uma selecção dos principais materiais arqueológicos recolhidos durante as escavações do local. 


 Parte da área expositiva passará, também, a funcionar como galeria de exposições temporárias, destinada a dar a conhecer os resultados das múltiplas intervenções de Arqueologia que nos últimos anos têm vindo a ser efectuadas no concelho de Beja, decorrentes, na sua maioria, de acompanhamentos arqueológicos de obras públicas nas zonas urbana e rural. A primeira exposição é dedicada aos resultados dos trabalhos de acompanhamento arqueológico efectuados durante a renovação da rede de água da cidade, que forneceram dados valiosos sobre a ocupação de Beja, sobretudo no que se reporta ao Período islâmico.


Na cerimónia inaugural estarão presentes o Presidente da Câmara Municipal de Beja e o Director Regional de Cultura do Alentejo uma vez que a montagem da Exposição Permanente resulta de um trabalho de parceria entre estas duas instituições e um representante do Conselho de Administração da EMAS, EEM, empresa que financiou os trabalhos de acompanhamento arqueológico que deram origem à Exposição Temporária. Do programa consta uma visita guiada a estas duas exposições.


Fonte:(10 Set 2009).Diário doSul: http://diariodosul.com.pt/index.php/noticias/1333-beja-atraves-dos-multiplos-achados-arqueologicos

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por noticiasdearqueologia às 22:51

Quinta-feira, 30.07.09

Templo romano descoberto em Beja é o maior de Portugal e um dos maiores da Península Ibérica

O templo romano do século I d.C. soterrado em Beja, identificado há 70 anos e que tem sido escavado desde que foi descoberto há um ano, é "o maior" de Portugal e "um dos maiores" da Península Ibérica. 


O templo romano do século I d.C. soterrado em Beja, identificado há 70 anos e que tem sido escavado desde que foi descoberto há um ano, é "o maior" de Portugal e "um dos maiores" da Península Ibérica.


"É o maior dos templos romanos já conhecidos em Portugal", como o de Évora e o de Conímbriga, e, "sem dúvida, um dos maiores da Hispânia" (designação da Península Ibérica na época romana), confirmou hoje à agência Lusa a arqueóloga Conceição Lopes.



Trata-se de "um edifício imponente", com 30 metros de comprimento e 19,40 metros de largura, e, tal como os templos romanos de Évora, da província espanhola de Ecija (Sevilha) e de Barcino (Barcelona), é rodeado por um tanque, com 4,5 metros de largura, precisou a arqueóloga.


Fonte: (30 Jul 2009) . Visão: http://aeiou.visao.pt/arqueologia-templo-romano-descoberto-em-beja-e-o-maior-de-portugal-e-um-dos-maiores-da-peninsula-iberica=f523847

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por noticiasdearqueologia às 23:37

Quarta-feira, 10.09.08

Fórum Romano de Beja com futuro decidido brevemente

Destino do Fórum Romano de Beja pode ficar decidido na primeira quinzena deste mês. A totalidade dos resultados inéditos desta escavação vão ser apresentados, pela primeira vez, nas 1ªs Jornadas do Património de Ferreira do Alentejo, a realizar no dia 21 de Outubro.



 


O destino do Fórum Romano de Beja pode ficar decidido até ao próximo dia 15. A Voz da Planície sabe que Conceição Lopes, arqueóloga responsável pelas escavações realizadas no logradouro do Conservatório Regional do Baixo Alentejo, em Beja, que colocaram a descoberto vestígios da milenar Pax Julia, tem estado em contacto com o vice-presidente do IGESPAR, João Pedro Ribeiro, e que o mesmo está informado dos resultados dos trabalhos. É do nosso conhecimento igualmente que o mesmo está a tentar encontrar uma data para reunir Câmara Municipal, IGESPAR, Direcção Regional da Cultura, Direcção do Conservatório Regional do Baixo Alentejo e arquitecto Castro Caldas, que trabalhou o edifício e o Quintal do Conservatório. Esta reunião, ao que tudo indica, deverá realizar-se ainda na primeira quinzena do corrente mês e terá como objectivo decidir o destino deste espaço.


A nossa estação está em condições de avançar igualmente com a indicação de que a proposta de reconstituição provisória dos legados encontrados será efectuada por Conceição Lopes e pelo seu colega José Luís Madeira, que tem elaborado todas as plantas, alçados e outros desenhos, com a colaboração da arquitecta Marcela Rucq. Estes dois especialistas esperam ter este trabalho pronto para o II Encontro Luso Brasileiro de Arqueologia Urbana, a realizar na Universidade de Coimbra em 8,9,10, de Outubro 2008. A totalidade dos resultados inéditos desta escavação vão ser apresentados pela primeira vez nas 1ªs Jornadas do Património de Ferreira do Alentejo, a realizar no dia 21 de Outubro.


Fonte: Ana Elias de Freitas (4 Set 2008). Rádio Voz da Planície: http://www.vozdaplanicie.pt/index.php?q=C/NEWSSHOW/22547

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por noticiasdearqueologia às 19:40

Segunda-feira, 11.08.08

Arqueologia: Desvendados edifícios que testemunham importância de Beja na Época Romana

Um templo imperial e um edifício da praça central da "velha" Pax Julia, descobertos durante escavações que terminaram esta semana em Beja, vêm "confirmar e testemunhar" a importância e o carácter monumental da cidade na Época Romana.






Trata-se de "importantes edifícios do fórum da cidade romana de Pax Julia" (designação de Beja na época romana), ou seja, da praça central onde se situavam os edifícios dos poderes político-administrativo, judicial e religioso, explicou à agência Lusa a coordenadora científica das escavações Maria da Conceição Lopes.






Segundo a arqueóloga, o templo imperial agora posto a descoberto, datado do século I ou início do século II d.C., é o identificado pelo arqueólogo Abel Viana em 1939, durante a abertura dos caboucos para a construção do reservatório de água de Beja, junto ao logradouro do Conservatório Regional do Baixo Alentejo (CRBA), onde decorreram as escavações e as descobertas.


Na altura, lembrou a arqueóloga, Abel Viana identificou um "grande edifício, que interpretou como o templo romano de Pax Julia", mas os vestígios foram tapados e no final dos anos 90 Conceição Lopes decidiu avançar com escavações no local para "tentar ver o que Abel Viana tinha identificado".


Nas duas primeiras campanhas, em 1999 e 2006, foram descobertos edifícios de várias épocas, mas só na campanha deste ano, que começou a 14 de Julho e terminou quinta-feira, foi descoberto o templo romano identificado há 69 anos por Abel Viana.


O outro grande edifício da praça central de Pax Julia, também descoberto na campanha deste ano por Conceição Lopes e 12 alunos do Instituto de Arqueologia da Universidade de Coimbra, "refere-se à primeira instalação romana da cidade e foi construído no final do século I a.C., no tempo de Augusto, o primeiro imperador romano".


Os dois edifícios, frisou a arqueóloga, confirmam que Pax Julia "era a mais importante cidade romana do actual Portugal", a "grande colónia do Sudoeste Peninsular" e "a capital do `conventus pacencis`", ou seja, da região político-administrativa e jurídica que ocupava toda a zona a Sul do Tejo do actual território português.


"Pax Julia era uma colónia, mas tinha estatuto de cidade romana, ou seja, os cidadãos de Pax Julia tinham o mesmo estatuto dos cidadãos de Roma. E, do ponto de vista político, os cidadãos de Pax Julia que tivessem um milhão de sestércios podiam ser senadores em Roma", contou Conceição Lopes, frisando que "nem todas as cidades romanas tinham este estatuto".


A descoberta destes edifícios "vai obrigar os arqueólogos a reequacionar as ideias sobre a organização urbana da cidade romana", porque "algumas estruturas não confirmam, por exemplo, a hipótese de que à Praça da República da actual Beja corresponderia a praça central da velha Pax Julia", admitiu a arqueóloga.


Além dos dois edifícios romanos, as escavações colocaram ainda a descoberto um outro edifício da Idade do Ferro que "confirma a ocupação e revela a importância da cidade na época pré-romana", disse a também coordenadora do Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto.


Apesar de frisar que não dispõe de elementos para dizer exactamente quando foi construído o edifício, "um dos melhores e dos mais bem conservados da Idade do Ferro descobertos no Sul de Portugal", Conceição Lopes referiu que "há a presença de materiais desde o século VII a.C. ao século III d.C.".


Nas anteriores campanhas, já tinham sido descobertas várias estruturas de períodos posteriores à Época Romana, como "belíssimos" edifícios dos séculos XVI e XVII, como "vestígios da antiga cadeia de Filipe III e de algumas casas do tempo de D. Manuel".


Em termos científicos, "o mais interessante" destas descobertas "é perceber que Beja teve uma dinâmica muito interessante ao longo dos tempos", frisou a arqueóloga, referindo que através do núcleo escavado no logradouro do CRBA "dá para perceber que Beja tem sido ocupada desde o século VII a.C." e que "soube reciclar e usar muito bem os edifícios que tem".


As escavações realizadas até agora "evidenciam que é necessário continuar a escavar, se as entidades públicas e privadas quiserem desvendar a história de Beja e colocar à mostra os edifícios importantes das várias épocas da história", sugeriu a arqueóloga.


Caso contrário, as escavações no quintal do CRBA "ficam por aqui", disse, frisando que, "sem apoios, não há condições para continuar a escavar".


Questionada sobre o futuro dos edifícios descobertos, a arqueóloga referiu tratar-se de "uma questão que terá que ser discutida com a Câmara de Beja e o IGESPAR [Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico]".


No entanto, defendeu, "alguns edifícios deviam ficar à mostra, para devolver aos cidadãos de Beja os vestígios do seu passado, da sua memória e que lhes pertencem por história".


Noutro sentido, sugeriu, "seria interessante ligar os edifícios romanos agora escavados com os outros descobertos nas parcelas de escavações que têm sido feitas na cidade, sobretudo na rua do Sembrano e no Castelo", porque, "todos juntos demonstram a dimensão e a importância de Beja na Época Romana".


Nesta lógica, defendeu a arqueóloga, "seria interessante mostrar os vários núcleos romanos que foram descobertos para o público ter a noção de como tudo isto funcionava em rede e como era a cidade Pax Julia".


Fonte: LL. (9 Ago 2008). RTP: http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=358167&visual=26&tema=5


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por noticiasdearqueologia às 21:43


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