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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
A zona de influência do Alqueva é "uma das mais bem conhecidas" do ponto de vista arqueológico em Portugal, graças a "uma das maiores intervenções arqueológicas" realizadas no país e no âmbito das obras associadas à barragem alentejana.
A zona, que abrange 20 concelhos dos distritos de Beja, Évora, Portalegre e Setúbal, "é uma das regiões do país mais bem conhecidas do ponto de vista arqueológico", disse hoje à Agência Lusa o subdiretor do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR), João Ribeiro.
A intervenção de minimização dos impactes das obras da barragem e do plano de rega de Alqueva sobre vestígios arqueológicos, desenvolvida pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), é "exemplar, uma das maiores do país e vai ficar nos anais da arqueologia portuguesa", frisou.
Fonte: (23 Fev 2010). Expresso: http://aeiou.expresso.pt/arqueologia-zon
A empresa do Alqueva e o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) vão colaborar para acelerar os processos para salvaguardar vestígios arqueológicos que sejam encontrados durante as obras na área de influência da barragem.
A parceria, que resulta de um protocolo hoje assinado entre as duas entidades, pretende "encontrar formas mais expeditas" de minimizar os impactes das obras do plano de rega de Alqueva sobre vestígios arqueológicos que venham a ser descobertos na zona, explicou Henrique Troncho, presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA).
O protocolo, que surgiu das necessidades ditadas pelo "novo ritmo" do empreendimento, frisou o responsável, é um "passo importante" para a EDIA concretizar o objectivo do Governo de antecipar em 10 anos (de 2025 para 2015) a conclusão do projecto global de Alqueva, existindo a possibilidade de terminar em 2013.
"Sem cedências ao rigor científico, técnico e legal exigido", salientou Henrique Troncho, a parceria pretende "facilitar a comunicação" entre a EDIA e o IGESPAR, "encurtar os prazos de actuação" e "optimizar as estratégias e metodologias" de minimização dos impactes nas fases de Avaliação de Impactes Ambientais (AIA) e durante a execução das empreitadas.
O director do IGESPAR, Elísio Summavielle, considerou o protocolo hoje assinado como um "aliado do conhecimento do passado" e elogiou a "sensibilidade" da EDIA na salvaguarda do património histórico na área de influência da barragem.
De acordo com o protocolo, o IGESPAR vai designar dois arqueólogos para acompanhar os processos de AIA e as intervenções para minimizar os impactes arqueológicos do empreendimento de Alqueva.
Um dos arqueólogos vai ser o representante permanente do IGESPAR nas Comissões de Avaliação dos Estudos de Impacte Ambiental nomeadas para o empreendimento de Alqueva e o outro irá acompanhar no terreno os trabalhos de minimização dos impactes arqueológicos.
Após a aprovação das medidas de minimização de impactes arqueológicos prévias às várias empreitadas, o representante do IGESPAR nas Comissões de Avaliação irá também acompanhar directamente, para tentar "tornar mais célere", a instrução dos processos de "autorização" dos trabalhos arqueológicos.
Observando que "as maiores dificuldades dos processos de minimização dos impactes ocorrem durante as empreitadas", sobretudo devido a descobertas imprevistas, o protocolo prevê também outras formas de actuação para reduzir ao "estritamente necessário" as paragens de obra e os prejuízos associados.
Assim, além do habitual "acompanhamento arqueológico" das obras garantido contratualmente pelos empreiteiros e pela fiscalização, a EDIA poderá contratar um serviço complementar, que irá disponibilizar prontamente "uma equipa técnica adequada e capaz de dar resposta imediata a qualquer ocorrência imprevista".
Os eventuais trabalhos arqueológicos a efectuar no âmbito desta prestação de serviços, além da libertação de frentes de obra para retoma de empreitadas, serão também acompanhados pelo arqueólogo do IGESPAR no terreno.
De acordo com a EDIA, as "preocupações" com a salvaguarda do património histórico e cultural começaram com o início da construção da barragem de Alqueva em 1996, quando a empresa desenvolveu vários projectos de minimização de impactes sobre o património arqueológico, de "dimensão inédita a nível nacional".
Com o avançar da execução das inúmeras infra-estruturas associadas ao plano de rega de Alqueva, a EDIA já desenvolveu várias escavações arqueológicas, prospecções, registos gráficos e levantamentos topográficos".
Entre as várias intervenções, destacam-se as quatro campanhas de escavações arqueológicas desenvolvidas desde 2004 no Castro dos Ratinhos, um povoado fundado no final da Idade do Bronze, por volta do ano 1.100 a.C. e situado junto ao corpo da barragem de Alqueva.
Só este ano, a EDIA já investiu 700 mil euros na realização de intervenções arqueológicas em cerca de 90 ocorrências patrimoniais, localizadas um pouco por todas as infra-estruturas, cujas obras estão em curso ou irão começar em breve.
In: L.L. (9 Out 2007). Lusa: http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/aV1C
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