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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
Uma equipa de arqueólogos descobriu na Alemanha vestígios que provam a existência de canibalismo em massa num local de rituais fúnebres com mais de sete mil anos. Segundo a BBC, os autores defendem que a rara descoberta na cidade de Herxheim prova a existência desta prática no início do período Neolítico na Europa. A tese já está a gerar controvérsia.
Segundo os autores do estudo, publicado no Journal of Atinquity, os esqueletos de mais de 500 pessoas - incluindo crianças e até fetos - foram "intencionalmente cortados e mutilados".
"A hipótese de sacrifícios humanos em Herxheim não é certa, mas temos várias provas de que centenas de pessoas foram comidas por um breve período de tempo", afirmou o líder da equipa, Bruno Boulestin, da Universidade francesa de Bordéus, citado pela Science News.
O investigador diz que foram encontrados nestes ossos outras características que apontam para práticas canibais. "Há padrões nos ossos de animais que foram cozinhados no espeto. Encontramos esses mesmos padrões nestes ossos humanos", explicou à BBC. Admite, contudo, ser difícil comprovar que ossos humanos foram deliberadamente cozinhados.
O local dos achados, na cidade de Herxheim, no Sudoeste da Alemanha, começou a ser escavado em 1996 e continuou a ser explorado entre 2005 e 2008.
As maiores críticas ao novo estudo surgem precisamente de dois arqueólogos que analisaram os mesmos ossos nos anos 90. Jörg Orschiedt da Universidade de Leipzig e Miriam Haidle do Museus de História Natural de Frankfurt, Alemanha, negam peremptoriamente a tese de canibalismo.
O mais provável é que os esqueletos tenham voltado a ser enterrados em Herxheim depois de terem sido desmembrados num ritual fúnebre característico de muitas sociedades antigas, defendem num comunicado citado pela Science News.
Mas a equipa de Boulestin insiste na tese, alegando que alguns dos ossos humanos estudados tinham sido mastigados.
Fonte: JOANA FERREIRA DA COSTA (07 Dez 2009): Diário de Notícias: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/Interio
Ida não conseguiu segurar-se quando os gases venosos do lago Messel, na região da Alemanha, a intoxicaram. A primata, que não teria mais de nove meses e 53 centímetros de comprimento, caiu nas águas, foi coberta pelo lodo, acabou por fossilizar e só passado 47 milhões de anos, em 1983, é que foi trazida à luz do dia. Mas a aventura do que pode ser o antepassado do grupo dos primatas superiores de que o Homem faz parte não acabou aqui.
O fóssil foi descoberto por um coleccionador privado que dividiu as ossadas em duas metades. Uma foi restaurada e vendida como se estivesse completa, acabando por ser adquirida por um museu privado em Wyoming. Em 2000, descobriu-se que era uma fraude. A outra metade, que era maior, foi comprada há dois anos pelo museu de Oslo, na Noruega.
“O meu coração começou a bater muito depressa”, disse aos jornalistas Jorn Hurum, referindo-se à compra do fóssil. “Eu sabia que o vendedor tinha nas mãos um acontecimento mundial. Não consegui dormir durante duas noites”, explicou o investigador do Museu de Oslo que esteve à frente da investigação, que foi hoje publicada na revista Public Library of Science. Quando o grupo começou a estudar o fóssil, rapidamente chegaram à conclusão que era a parte que faltava à metade já conhecida.
Uma nova espécie
Ida, como a baptizou Jorn Hurum, é um verdadeiro achado. 95 por cento do esqueleto está bem preservado devido às condições fora de série do lago que existia na região durante a época do Eocénico (há 56 a 34 milhões de anos), e que lançava gases venenosos por haver actividade vulcânica no local. É possível ver os contornos dos pêlos e a última refeição vegetariana da primata.
Mas o que a torna tão especial é que parece ser uma antepassada do grupo de primatas superiores a que o Homem pertence, na altura em que se separou da linhagem que deu origem a espécies como os lémures, primatas inferiores e mais afastados do Homem.
Ao contrário dos lémures, Ida não tinha uma garra no segundo dedo do pé, nem tinha dentes fundidos. Por outro lado, os olhos já estavam no mesmo plano, oferecendo uma visão parecida com a nossa, e não se situavam mais lateralmente, como acontece nos lémures. A nível do esqueleto o fóssil já tinha talus, um osso do tornozelo que aparece ainda mais desenvolvido nos humanos.
“Isto mostra uma parte da nossa evolução que tem estado escondida até agora porque os únicos especímenes [encontrados] estão tão incompletos ou partidos que não há nada para estudar”, explica o investigador. Os investigadores resolveram chamar à nova espécie Darwinius masillae, em honra aos 200 anos do nascimento do evolucionista Charles Darwin.
Jens Franzen, que trabalha na região de Messel e foi primeiro autor do artigo, salientou que Ida não é uma antepassada directa. “Ela pertence ao grupo a partir do qual se desenvolveram os primatas superiores e os seres humanos, mas a minha impressão é que ela não faz parte da linha directa”, disse, citado pela BBC News.
Mas a descoberta está a ser um êxito. Foi hoje mostrada em Nova Iorque no Museu de História Natural pelo presidente da cidade, Michael Bloomberg, e a seguir volta para Oslo. “São necessários um ou dois ícones para arrastar as pessoas para o museu. Isto é a nossa Mona Lisa e vai ser a nossa Mona Lisa nos próximos cem anos”, concluiu Jorn Hurum.
Fonte: Nicolau Ferreira (19 Mai 2009). Público: http://ultimahora.publico.clix.pt/notici
Testes genéticos confirmaram o parentesco
A disposição das ossadas mostra o cuidado de quem sepultou a família
com 4600 anos de idade. O filho mais velho de frente para o pai, o
filho mais novo de frente para a mãe e os dois adultos flectidos,
pernas a tocarem-se num contínuo, com a cabeça do homem em direcção a
Oeste, a da mulher em direcção a Este, mas a face de ambos a olhar
para Sul, como era tradição na Cultura da Cerâmica Cordada que existiu
no Centro e Nordeste europeu durante o neolítico.
O "quadro" encontrado no sítio arqueológico de Eulau na região alemã
da Saxónia-Anhalt é tão ilustrativo da ideia de família que Wolfgang
Haak sentiu-se comovido quando viu pela primeira vez a sepultura.
"Sentes uma certa simpatia por eles, é uma coisa humana", disse,
citado pela BBC News, o cientista do Australian Centre for Ancient DNA
(Centro australiano para o DNA antigo).
Mas foi a confirmação genética do parentesco entre a família que
tornou a descoberta publicada hoje na revista científica "Proceedings
of the National Academy of Sciences", tão excitante. "Ao estabelecer
os elos genéticos (...) estabelecemos a presença do núcleo familiar
num contexto pré-histórico na Europa Central - pelo que sabemos, a
mais antiga prova dada pela genética molecular até agora", disse Haak,
um dos autores do artigo, citado pelo Science Daily",
Foram encontradas quatro sepulturas e 13 corpos. Os adultos
apresentavam vários ferimentos: uma mulher tinha uma ponta de pedra
enterrada na vértebra e outra apresentava ferimentos no crânio.
Segundo os cientistas, a comunidade sofreu um ataque violento de outro
grupo e salvaram-se os jovens adultos, já que a maioria das ossadas
pertenciam a crianças ou a mulheres com mais de 30 anos.
Os cientistas pensam que quem se salvou veio depois enterrar os
mortos, pois conheciam de perto as relações dos indivíduos. "A
disposição dos corpos espelha as relações que tinham em vida", diz o
artigo, que refere a importância dada ao parentesco já que, por
exemplo, os filhos do casal estão virados para os pais e de costas
para o Sul, indo contra os costumes da cultura.
Os cientistas compararam o ADN dos ossos entre os adultos e as
crianças. Com o ADN mitocôndrial, que todas as pessoas herdam da mãe,
e com o ADN do cromossoma masculino - o Y, provaram que os dois
rapazes eram obrigatoriamente filhos do homem e da mulher da
sepultura. "O que é extraordinário é a genética que torna a prova [de
um núcleo familiar] incontornável", disse ao PÚBLICO por telefone
Mariana Diniz, professora na Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa.
Através dos isótopos do estrôncio, um elemento que se vai acumulando
nos dentes dos humanos ao longo do crescimento, os investigadores
concluíram ainda que as mulheres, ao contrário dos homens, não eram
originárias daquele local, já que tinham uma quantidade relativa do
elemento que a alimentação da região não podia dar. Os investigadores
defendem que as mulheres viajavam de longe, para se casarem com os
homens, evitando a endogamia e promovendo as boas relações entre
comunidades.
Fonte: Nicolau Ferreira (18 Nov 2008). Público.
"Nos tempos de Jesus Cristo já era normal conquistar territórios ou defendê-los com a vida. Porém, não tínhamos testemunho de algo assim 1.300 anos antes", declarou nesta quinta-feira, 9, o diretor do departamento de Arqueologia deste estado alemão, Delet Jantzen, ao apresentar a descoberta.
Entre os restos humanos há sete crânios, diversos ossos e peças de bronze e, segundo Jentzen, tudo indica que houve uma batalha nesta região e nesta época, apesar de até agora não terem sido encontrados vestígios deste tipo ao norte dos Alpes.
Os restos correspondem a homens adultos, embora também haja algumas de mulheres e crianças, afirmaram os especialistas, o que permite supor que se tratou de um ataque a alguma aldeia ou assentamento.
Até agora, na região haviam sido encontrados restos humanos datados de 1.200 ou 1.300 anos antes de Cristo, mas sem rastros de batalha, e se acreditava que os habitantes da região conviviam em harmonia.
Fonte: (9 Out 2008). EFE / estadao.com.br: http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid2
Uma equipa de arqueólogos descobriu em Pömmelte (leste da Alemanha) um novo local de culto pré-histórico, semelhante ao que se encontra em Stonhenge (Inglaterra), mas composto por estruturas de madeira de há 4.250 anos |
Esta espécie de santuário, com 115 metros de diâmetro, está em piores condições de conservação do que o inglês, pelo facto de ter sido construído com madeira, explicou um dos arqueólogos, André Saptzier, da Universidade Marthin-Lutter de Halle-Wittenberg.
O director das escavações, François Bertemes, considera que se trata de uma «descoberta-chave» para estudar o terceiro milénio antes de Cristo.
O santuário, de estrutura circular, tem um primeiro círculo concêntrico composto de postes de madeira de 30 centímetros de diâmetro cada e um círculo exterior, no qual foram descobertas numerosas tumbas funerárias.
Os investigadores partem do princípio de que o local - descoberto, pela primeira vez, em 1991, durante trabalhos de reconhecimento aéreo - foi utilizado para a prática de sacrifícios e culto religioso durante cerca de 250 anos.
As escavações em Pömmelte realizam-se no quadro de um projecto de investiga ç ão da Idade do Bronze no estado federado de Saxónia-Anhalt, que procura dar a conhecer em profundidade os vestígios dessa época ainda existentes na região.
Graças a este programa foi descoberto o disco estelar de Nebra, a representação mais antiga do firmamento.
O disco solar, de 3.600 anos de antiguidade, faz parte da exposição permanente do Museu Regional de Pré-história Saxónia-Anhalt e foi encontrado em 1999 perto da localidade de Nebra.
Com 32 centímetros de diâmetro e dois quilos de peso, é a representação mais antiga, e a primeira portátil, do firmamento e sobre a sua superfície metálica verde-azulada aparecem o sol, a lua e 32 estrelas, em lâminas de ouro.
Fonte: (29 Jul 2008). Lusa/SOL: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/I
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