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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
Esta parceria gerou uma candidatura a fundos comunitários, mais precisamente ao FEDER, que foi já aprovada, e cujo investimento ascende a 674.960 euros. A cidade de Mérida foi comparticipada em 574.960 euros, cabendo-lhe a responsabilidade assumida de 143.760 euros, enquanto Évora foi subsidiada em 100 mil euros sendo o investimento autárquico de 25 mil euros. Esta iniciativa foi dada a conhecer, ontem, numa vídeo-conferência de imprensa realizada em simultâneo no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Évora e no "Ayuntamiento" de Mérida, tendo José Ernesto Oliveira e o seu homólogo José Ángel Calle Gragera salientado "a importância da criação desta entidade de cooperação territorial, prevista pela União Europeia". No âmbito desta parceria, Évora vai ainda editar uma publicação promocional sobre a origem romana da cidade, bem como elaborar um plano técnico e uma carta de boas práticas das diferentes escavações arqueológicas existentes. O edil acrescentou também que a autarquia vai organizar, até ao final deste ano, um certame com vista a promover as economias locais de ambos os lados da fronteira "com vista a aumentar o turismo nas duas cidades".
No entender do alcaide de Mérida, José Ángel Calle Gragera, esta parceria "é de extrema importância não só por tudo o que temos em comum, mas também porque entendemos que a aposta no turismo e no património cultural pode contribuir para o relançamento da economia e da criação de emprego, sobretudo nos tempos de crise que atravessamos". O autarca salientou ainda a relevância que a cidade de Évora tem para si, afirmando mesmo considerá-la "como uma cidade de referência para Espanha", que "tem projectos muito aliciantes do ponto de vista urbanístico e que nos interessa conhecer".
Em contrapartida, o alcaide sublinhou que Mérida tem igualmente de contribuir para esta colaboração, tendo decidido optar por uma estratégia de utilização das novas tecnologias com vista à difusão do património. "Faremos uma plataforma digital/portal Web de promoção turística e cultural, que é uma ferramenta digital e interactiva com múltiplas aplicações e que permite aos turistas de ambas as cidades recolherem informação antes de iniciarem as visitas", explicou.
Um outro evento que conta da candidatura é a realização de uma Feira Internacional de Vestígios Arqueológicos, "onde convidaremos Évora a participar, bem como outras cidades italianas, trazendo deste modo, à nossa cidade, os melhores e maiores especialistas em escavações arqueológicas para debater e propor iniciativas concretas sobre esta temática, a fim de projectarmos esta feira a nível europeu". Por outro lado, em 2010, o alcaide afirmou que vão celebrar o centenário do início das escavações arqueológicas em Mérida, "estando prevista uma série de conferências em torno do património arqueológico".
É desta troca de experiências que Évora e Mérida pretendem beneficiar, apesar de José Ernesto Oliveira ter anunciado existirem outros projectos "que se irão continuar a desenvolver no sentido de tentar aproveitar esta proximidade e amizade que existe entre as duas cidades e os dois alcaides, podendo-se tirar partido do desenvolvimento sustentável das nossas cidades e populações".
O presidente da Câmara Municipal de Évora explicou que caberá à cidade eborense disponibilizar o plano de gestão integrado do Centro Histórico, "que tem como finalidade combater as ameaças de desertificação, que Mérida também está a sofrer, assumindo-nos assim como a segunda cidade portuguesa a ter este programa estratégico e integrado da zona intra-muralhas". Na sua opinião, este é um documento que permitirá gerir o centro histórico tendo em conta as linhas de intervenção prioritárias, "havendo ainda um observatório que irá ter uma postura de vigilância constante sobre o centro histórico e sobre a cidade".
A Câmara Municipal de Évora e a sua congénere de Mérida, Espanha, estabeleceram um projecto transfronteiriço, intitulado "Urbes Romanas", que tem como objectivos estudar e preservar a unidade cultural, promover e divulgar o património histórico existente nas duas cidades a fim de promover o turismo e a economia local de ambas as cidades.
Fonte: (3 Jun 2009). Diário do Sul: http://diariodosul.com.pt/index.php/noti
Uma necrópole do segundo período da Idade do Ferro, com cerca de 80 sepulturas, e uma estrada romana foram descobertas próximo do aeródromo de Évora, na periferia da cidade, constituindo-se como um "importante achado" arqueológico, foi ontem divulgado.
"Face à movimentação de terras, descobrimos estas fossas [sepulturas] escavadas no substrato rochoso", explicou à agência Lusa o arqueólogo Telmo Pinheiro, responsável pelos trabalhos. Os achados arqueológicos foram descobertos há cerca de duas semanas, na sequência das obras do futuro Parque de Indústria Aeronáutica de Évora, junto ao aeródromo da cidade.
"São aproximadamente 80 fossas, círculos escavados nas rochas, onde enterravam as cinzas juntamente com algum espólio, depois de cremarem os corpos", relatou o arqueólogo, indicando que a poucos metros do local foi também encontrada "uma mancha" onde era feita a cremação dos corpos.
Segundo o responsável pelo acompanhamento arqueológico das obras, os achados remontam ao segundo período da Idade do Ferro, 800 anos antes de Cristo (a.C.), quando os romanos chegaram a esta zona da Europa. "Algumas delas [sepulturas] foram remexidas e novamente tapadas. O próprio espaço, por ser sagrado, foi reaproveitado pelos romanos, tendo perdurado pela época romana", revelou, explicando que o espaço era habitado por comunidades autóctones que depois foram "romanizadas".
Lembrando que "na tradição romana as necrópoles estão sempre associadas a uma via", Telmo Pinheiro adiantou que foi descoberta uma estrada romana a cerca de 100 metros das sepulturas. "Este sítio vem ajudar a perceber como foi o processo de transição das comunidades locais com a vinda dos romanos e como é que desenvolveram a sua cultura e tradições", afirmou o responsável.
Para Telmo Pinheiro, trata-se de um "importante achado" arqueológico, já que "muitos dos estudos que estão feitos são baseados em fontes escritas e, neste caso, são vestígios". A estrada romana, provavelmente, vai ser reintegrada no projecto da obra e não será destruída e as fossas também vão ficar preservadas", precisou o arqueólogo.
Segundo o arqueólogo responsável pelos trabalhos, os importantes achados remontam ao ano 800 a.C.
As obras de restauro no museu foram iniciadas em 2006 e deverão estar
concluídas no final deste ano, mas os trabalhos no edifício e a
arqueologia não têm andado de braço dado
As obras de requalificação do Museu de Évora vão revelando descobertas
arqueológicas que têm provocado algumas divergências quanto à sua
conservação e restauro. Um criptopórtico, que é um grande arco
monumental de entrada numa acrópole da época romana, datado dos
séculos III a V d.C, um balneário islâmico, parte do piso do fórum
romano e da basílica romana terão sido, segundo fonte ligada ao
processo, alguns dos vestígios encontrados, mas alguns deles poderão
ter sido mal preservados ou mesmo destruídos.
O subdirector do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e
Arqueológico (Igespar), João Pedro Cunha Ribeiro, confirmou terem sido
achados diversos vestígios no local "que haviam sido já detectados
ainda antes de as obras começarem, por uma equipa técnica no subsolo
do edifício". Contudo, o mesmo responsável garantiu que, ao longo das
obras, tem havido uma grande preocupação em compatibilizar, na medida
do possível, a construção do edifício com a preservação desses
vestígios. "Há soluções técnicas para a própria requalificação do
edifício que têm obrigado a fazer opções", sublinhou, adiantando que
houve achados arqueológicos que tiveram de ser removidos de acordo com
a legislação existente para que as obras pudessem continuar.
Esta afirmação foi reiterada pelo director do museu, Joaquim Caetano,
que explicou que dos vestígios encontrados cerca de três quartos
passaram a reserva arqueológica, ou seja, "foram selados e mantidos no
local", "outros vão ficar à mostra para que possam ser observados pelo
público e apenas uma pequena percentagem sofreu uma conservação pelo
registo, isto é, foram retirados depois de previamente desenhados e
fotografados".
Forum romano
Instado sobre o que foi demolido, Joaquim Caetano afirmou que apenas
houve demolição de estruturas em duas situações. "Uma parede que
servia de suporte de uma canalização e que tinha forçosamente de ser
aberta para dar acesso a toda a zona de segurança do piso zero,
nomeadamente às saídas de emergência", sublinhou, avançando que esta
opção deu-se devido à "absoluta necessidade de abrir ali uma porta
porque senão não se conseguiria utilizar o piso zero". A outra
situação teve a ver com a passagem de alguns tubos de drenagem
"imprescindíveis para a salvaguarda quer do edifício, quer das
próprias estruturas, porque o subsolo do museu tem um conjunto de sete
poços que têm que ser drenados", explicou.
No entanto, as opções tomadas perante os achados arqueológicos parecem
não ter sido unânimes entre os peritos, sobretudo no que diz respeito
à conservação do pavimento do fórum romano, local onde foi feita a
drenagem das águas. De acordo com o arqueólogo alemão Theodor
Hauschild, responsável pelas escavações efectuadas há uns anos em
torno do Templo Romano, "o piso do fórum deveria ter sido devidamente
preservado, manifestando-se contra a sua destruição", declarou Manuela
Oliveira, responsável pelo Núcleo do Centro Histórico, Património e
Cultura da Câmara Municipal de Évora. A opinião deste "conceituado
arqueólogo" foi solicitada pela autarquia, "como uma preocupação
patrimonial resultante do facto de a cidade de Évora ser conhecida
pela sua riqueza arqueológica", recordou.
Já o subdirector do Igespar frisou que todas as obras "têm sido e
continuarão a ser feitas sob o desígnio de diminuir ao mínimo as
intrusões nos vestígios arqueológicos", anunciando ainda que o museu
irá ter uma sala onde vão estar expostos os achados recolhidos ao
longo de toda a intervenção.
Fonte: Maria Antónia Zacarias (24 Set 2008). Público.
"As muralhas, classificadas como Património Nacional, estão submetidas à salvaguarda do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR)", disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Évora, José Ernesto Oliveira.
Responsabilizando o IGESPAR, tutelado pelo Ministério da Cultura, o autarca de Évora advertiu que "qualquer intervenção nas muralhas tem de ser tecnicamente bem conduzida".
Apesar de várias tentativas, a agência Lusa não obteve qualquer declaração por parte da Direcção Regional de Cultura do Alentejo, dirigida por José Nascimento, organismo que representa a tutela, a nível local.
Pela parte da Câmara de Évora, José Ernesto Oliveira garantiu "toda a colaboração" da autarquia para colaborar na limpeza e preservação das muralhas, mas esclareceu que a iniciativa tem de partir do IGESPAR.
O autarca afirmou-se preocupado com o estado das muralhas e lembrou que a questão já foi analisada pelos membros da comissão municipal de arte e arqueologia, de que fazem parte representantes das várias instituições regionais responsáveis pela área do património.
O troço das muralhas em que são visíveis sinais de falta de limpeza já foi alvo de uma intervenção ao abrigo do programa Polis, vocacionado para a recuperação urbana e ambiental, numa extensão de dois quilómetros.
O centro histórico de Évora, o maior do país distinguido pela UNESCO, com cerca de 100 hectares, celebrou a 25 de Novembro do ano passado 21 anos como Património Mundial.
O valor patrimonial do centro histórico de Évora foi reconhecido a 25 de Novembro de 1986, dia em o Comité do Património Cultural de Paris anunciou a decisão da UNESCO.
A proposta de classificação fora apresentada pela autarquia ao Ministério dos Negócios Estrangeiros cerca de um ano antes, depois de em 1984 ter manifestado essa intenção junto da Comissão Nacional da UNESCO.
Apontada como "o melhor exemplo de cidade da idade do ouro portuguesa", após a destruição de Lisboa pelo terramoto de 1755, Évora apresenta imóveis notáveis, como fontes e chafarizes, muralha, aqueduto, conventos, palácios, solares e igrejas, além do Templo Romano, o ex-libris da cidade.
Fonte: (14 Fev 2008). RTP: http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?art
Dois esqueletos com quase mil anos, de uma mulher e de uma criança, foram encontrados recentemente na mata do Jardim Público de Évora. A descoberta foi feita pela equipa de arqueólogos que procura parcelas não visíveis da Muralha Fernandina. “Encostada à muralha encontramos dois enterramentos”, revelou à DianaFm a arqueóloga Conceição Maia, indicando que “possivelmente são muçulmanos”. De acordo com a responsável, os dois esqueletos foram entregues para a estudos antropológicos na Universidade de Évora. A equipa de arqueologia considera mesmo possível que naquela zona se encontre uma necrópole. A autarquia vai iniciar em breve as obras de requalificação do Jardim Público, pelo que é necessário delimitar as áreas sensíveis, para depois não atrasar a obra. “A Muralha Fernandina, que envolve toda a cidade, chega à zona da Rua do Raimundo e desaparece completamente”, indicou Conceição Maia. Segundo a arqueóloga, “em cartografias antigas a muralha passa no jardim público e na mata e é isso que viemos sondar”. Estão visíveis, perto das “Ruínas Fingidas”, parte das escavações já realizadas, nesta etapa inicial do programa de recuperação e valorização do Jardim Público. |
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