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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...


Domingo, 19.10.08

Estudo de moedas poderá dizer qual era a nau portuguesa naufragada na Namíbia

Entre os destroços escavados em Oranjemud foram encontrados ossos

humanos cujo ADN vai ser analisado. Canhões, moedas, espadas, pratos e até chinelos

constam do tesouro.

"Estamos à espera de que as moedas falem." A frase do arqueólogo

Francisco Alves significa que só depois de se saber a datação da mais

nova das moedas encontradas nos destroços da nau quinhentista

portuguesa naufragada próximo de Oranjemud, no Sul da Namíbia, se

poderá ter ideia de que navio se tratava, quem era a sua tripulação e

quais os objectivos da sua viagem.

Após um mês "sem ver o mar", apesar de estar separado dele apenas por

uma parede de areia com seis metros de altura, Francisco Alves,

arqueólogo do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e

Arqueológico (Igespar), deu ontem a conhecer em Lisboa alguns dos

passos que conduziram a um dos maiores achados arqueológicos

subaquáticos.

Com a certeza de que se trata de uma embarcação portuguesa (os

posteriores estudos dirão se é uma nau ou um galeão), este é apenas o

segundo navio português escavado por portugueses à escala mundial (o

primeiro caso foi o da nau Nossa Senhora dos Mártires, há uma década,

em S. Julião da Barra, no Tejo).

O valor do espólio rondará os 70 milhões de euros. Mas essa é apenas

uma estimativa pecuniária, que para os intervenientes portugueses na

escavação de Oranjemud e também para os secretários de Estado da

Cooperação e da Cultura não é a mais relevante. "Mais importante do

que poder reclamar parte do achado ou saber quem fica com ele é salvar

o património", disse a secretária de Estado da Cultura, Paula

Fernandes dos Santos.

Esta posição foi assumida pelo Governo português mesmo depois de saber

que a Namíbia, por não ter ratificado uma convenção internacional, não

será obrigada a devolver qualquer percentagem do espólio ao país a que

pertencia a embarcação.

A questão de uma eventual partilha dos bens escavados não é, no

entanto, um assunto encerrado. É que entre os destroços também foram

encontrados ossos humanos. Após testes para identificação do ADN e de

consultados os livros marítimos da época, é bem possível que se

identifiquem alguns dos tripulantes de então e os seus actuais

familiares. Estes poderão então tentar ficar com algo.

Esta é apenas uma suposição da comunidade científica, que, conforme

disse ao PÚBLICO fonte conhecedora do processo, se viu recentemente

confrontada com um pedido do género (parte da descendência que reside

no Brasil), quando se especulou que os destroços da embarcação até

poderiam de uma nau comandada por Bartolomeu Dias.

Francisco Alves descartou por completo essa hipótese. É que no local

das escavações foram já encontradas moedas que só terão sido cunhadas

anos depois do naufrágio de Bartolomeu Dias, em Maio de 1500.

O que o arqueólogo português garante é que o navio agora

intervencionado fazia a Rota das Índias, para onde supostamente se

deslocava quando naufragou. Essa certeza é fundamentada com a carga

que entretanto tem sido recuperada. Lingotes de cobre (20 toneladas)

recuperados mostram a marca de um conhecido comerciante alemão da

época, a quem o reino português comprara o metal para depois levar

para a Índia. Também a consulta da literatura de cordel publicada em

Portugal no século XVII, rica sobre naufrágios, poderá ajudar a

perceber de que embarcação se trata.

O espólio da por enquanto misteriosa embarcação é ainda composto por

diversas peças pesadas de artilharia, por lingotes de estanho, peças e

moedas de prata e por cerca de 2300 moedas de ouro. Um terço destas

são cruzados portugueses, as restantes são espanholas.

As moedas portuguesas, explicou Francisco Alves, são bem mais

valiosas, uma vez que o ouro que as compõe tem um grau de pureza de

999,2 por mil. Estas moedas terão começado a circular em 1499, e a sua

cunhagem findou 49 anos depois.


Fonte: José Bento Amaro (18 Out 2008). Público.

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por noticiasdearqueologia às 10:09

Domingo, 19.10.08

Portugal e Namíbia vão preservar nau do século XVI

Especialistas portugueses continuarão a desenvolver a parceria com a Namíbia no estudo e preservação do espólio da nau portuguesa do século XVI naufragada na costa daquele país africano, informou hoje o Governo.


Em conferência de imprensa, realizada na Biblioteca do Palácio Nacional da Ajuda, o arqueólogo Francisco Alves referiu que irá preparar um relatório para informar as autoridades portuguesas sobre o que é mais relevante realizar nesta fase do processo de investigação e preservação do espólio da embarcação.

«É primordial conservar tudo o que foi já recolhido, bem como fazer o registo, o estudo de todas as peças, materiais e restos humanos encontrados», disse Francisco Alves, o director do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática.


O relatório será enviado ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) e aos ministérios da Cultura e dos Negócios Estrangeiros, que irão posteriormente determinar o cronograma de trabalho a ser desenvolvido, assim como o montante do investimento no projecto.


«Em Setembro, mantive em Nova Iorque uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Namíbia, que foi uma reunião extremamente satisfatória, porque pude aperceber-me da importância que as autoridades da Namíbia atribuem a esta temática», disse o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho, durante a conferência de imprensa.


Segundo João Gomes Cravinho, o Governo da Namíbia pretende seguir os parâmetros internacionais de tratamento do património arqueológico descoberto e deseja plenamente a ajuda de Portugal e outros parceiros internacionais.


Para a secretária de Estado da Cultura, Maria Paula Fernandes dos Santos, o fundamental agora é manter as excelentes conversações com o Governo da Namíbia e, sobretudo, ajudar no processo de preservação do espólio da embarcação.


«Não podemos falar neste momento em futuras exposições do espólio ou museus. Temos que acompanhar todo o processo, seguir o cronograma de trabalho e, posteriormente, voltar a estas questões», referiu.


A secretária de Estado acrescentou que o Governo da Namíbia demonstrou interesse na ajuda de Portugal. Francisco Alves participou, juntamente com outro arqueólogo português, Miguel Aleluia, na escavação e recuperação dos restos da nau portuguesa realizada por uma equipe multidisciplinar que incluía também uma missão espanhola, especialistas da Universidade do Texas, Estados Unidos, e da Namíbia.


A expedição, realizada entre 15 de Setembro e 10 de Outubro, permitiu recolher uma parte da estrutura e casco da nau, peças de ouro, pedaços de cerâmicas, pratos e panelas, lingotes, canhões, moedas e restos humanos e de animais, entre outros artefactos.


Segundo Francisco Alves, o objectivo de retirar todo o espólio existente naquele sítio arqueológico foi alcançado a 100 por cento, mas adiantou que outros fragmentos e peças da embarcação podem ainda estar espalhados pela costa sudoeste da Namíbia.


O espólio, considerado de valor histórico inestimável, já foi avaliado preliminarmente em cerca de 70 milhões de euros.


Fonte: (17 Out 2008). Lusa / SOL: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=113506


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por noticiasdearqueologia às 09:43

Terça-feira, 07.10.08

Vestígios da nau portuguesa estão a ser removidos em segurança

Campanha na Namíbia concluída até dia 10

A remoção dos vestígios da embarcação portuguesa do século XVI encontrada em Abril na costa da Namíbia - já identificada com segurança como uma nau da Carreira da Índia - terá de ser integral e impreterivelmente concluída até dia 10 por razões de segurança, confirmou ontem ao DN fonte do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR).

Em causa, o cordão dunar artificial que protege o local dos achados, já no limite da sua vida útil perante as alterações atmosféricas, normais para a época, que se avizinham no Atlântico Sul. O grosso da carga, já descrito como um dos mais ricos e relevantes alguma vez encontrados no campo da arqueologia subaquática, esse, havia sido já removido na fase inicial da campanha arqueológica, entre os meses de Abril e Maio.

Os trabalhos, que desde o início de Setembro estão a ser acompanhados por uma equipa portuguesa constituída pelos arqueólogos Francisco Alves e Miguel Aleluia - entre vários outros técnicos provenientes da Namíbia, África do Sul, Zimbabwe, Reino Unido e Estados Unidos -, prosseguirão depois também com envolvimento português, nomeadamente ao nível da inventariação, estudo e divulgação dos materiais encontrados na interface costeira de Oranjemund.

Os destroços e carga da nau portuguesa, recorde-se, foram encontrados durante trabalhos de prospecção levados a cabo pela Namdeb, consórcio formado pelo gigante mundial da produção de diamantes - o grupo sul-africano De Beers - e pelo governo namibiano. Segundo a mesma fonte, os custos da operação no local estão a ser suportados pelo consórcio, tendo Portugal assegurado a estadia da sua equipa mediante verbas do Instituto Camões e do Instituto Português para o Desenvolvimento.


Fonte: Maria João Pinto (2 Out 2008). Diário de Notícias.

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por noticiasdearqueologia às 21:22

Sábado, 04.10.08

Nau portuguesa do século XVI em risco de ser submersa na Namíbia

Equipa luso-namibiana trabalha em contra-relógio até 10 de Outubro

para salvar segundo navio deste tipo recuperado à escala mundial por

especialistas

A nau quinhentista portuguesa descoberta em Abril ao largo de

Oranjemud, no Sul da Namíbia, corre o risco de voltar a ficar submersa

a partir de 10 de Outubro, último dia para manter a céu aberto o local

da escavação garantido pelo consórcio Namdeb, formado pelo Governo

namibiano e pelo grupo diamantífero sul-africano De Beers. Uma

informação de que o Ministério da Cultura português não dispunha até

ontem, reconheceu ao PÚBLICO o assessor de imprensa Rui Peças. "Vamos

tentar perceber o que se passa", afirmou.

Segundo uma notícia avançada ontem pela agência francesa AFP, o

governo namibiano e a De Beers, um dos maiores produtores mundiais de

diamantes - que ao longo dos últimos seis meses têm custeado juntos a

preservação do achado -, não pretendem continuar a gastar os 1700

euros diários que a operação implica. Ao PÚBLICO, o arqueólogo

Francisco Alves, da equipa que está a proceder à escavação e estudo da

"mais importante descoberta de sempre da arqueologia náutica

subsariana", confirmou o deadline, mas mostrou--se optimista quanto à

possibilidade de se conseguir concluir o trabalho de recuperação nas

próximas duas semanas.

"Estamos a trabalhar diariamente para limpar e dar continuidade à

extracção de todo o material dentro do prazo e hoje mesmo conseguimos

retirar a única parte da estrutura do navio que ainda está conexa",

anunciou Francisco Alves, director da divisão de Arqueologia Náutica e

Subaquática do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e

Arqueológico (Igespar). "Todos os dias estamos a encontrar coisas

novas - moedas, âncoras de ferro, pedaços de canhão, espadas,

astrolábios e instrumentos de navegação da época -, até já perdemos a

conta" ao tesouro já recuperado do navio, afirma (ver caixa). Mas é um

trabalho difícil, já que o navio está "ensanduichado" entre a

rocha-mãe e uma "camada extremamente dura" resultante de produtos de

corrosão e oxidação misturados com pedras e algas, explica o

arqueólogo. Por outro lado, há pedaços da nau dispersas numa grande

área em redor.



Vitória sobre os piratas

Ao PÚBLICO, o arqueólogo sublinha que, após a escavação que dirigiu da

Nau da Pimenta, em S. Julião da Barra, em 1998, este é apenas "o

segundo navio do mesmo tipo à escala mundial" que está a ser

recuperado por uma equipa de especialistas de várias nacionalidades.

Uma vitória para os arqueólogos na muito acesa lutra contra os

caçadores de tesouros, de cujas mãos o tesouro do navio está agora

praticamente a salvo. "A Namíbia tem dado provas de boas práticas" a

nível da preservação de achados arqueológicos, sublinha Francisco

Alves, um dos dois especialistas portugueses nesta missão (o outro é

Miguel Aleluia).

Apesar de a Namíbia ainda não ter ratificado a convenção da UNESCO que

protege o património arqueológico e estipula a partilha do achado,

Francisco Alves considera que "estão reunidas condições de

cordialidade" de forma a assegurar o interesse comum dos dois países

no património, tendo em conta a cooperação rara que tem havido entre o

país do achado e o país de bandeira do navio. No entanto, a verdade é

que, à luz da lei da Namíbia (idêntica à portuguesa), todo o

património encontrado nas suas águas territoriais é sua propriedade.

O levantamento de objectos, até agora, tem sido feito por

especialistas portugueses, namibianos e zimbabueanos graças a um

financiamento da Namdeb. Mas, segundo Peingeondjabi Shipoh,

responsável pelo projecto no Ministério da Cultura namibiano, citado

pela AFP, "manter o muro artificial de areia, que sustém as correntes

fortes do Atlântico e permite aos especialistas fazer o seu trabalho

custa 100 mil dólares namibianos por dia [1700 euros]", e essa despesa

apenas está assegurada por mais 12 dias.

As escavações estão a decorrer numa espécie de ilha ao contrário: uma

área de 60 por 30 metros situada a seis ou sete metros abaixo do nível

do mar, mas que se encontra a céu aberto graças aos muros. "A partir

de 10 de Outubro não vamos manter mais estes muros e os restos do

navio vão voltar a ser entregues aos elementos, ainda que eu tenha a

certeza que há ainda coisas por descobrir", diz Shipoh.



Um tesouro de 70 milhões em peças de valor inestimável

Uma autêntica arca do tesouro. Logo em Abril, quando foi anunciada a

descoberta na exploração diamantífera de Oranjemund, Namíbia, se soube

que a nau quinhentista transportava uma quantidade incalculável de

ouro, prata, cobre e marfim, além de objectos de valor histórico e

cultural inestimável como astrolábios e instrumentos de navegação da

época.

A caravela, que inicialmente se pensou poder ser a do explorador

Bartolomeu Dias, o primeiro a dobrar o Cabo da Boa Esperança, foi

encontrada por trabalhadores da De Beers. Estes estranharam a presença

de estruturas em madeira e grandes pedras redondas que posteriormente

se concluiu tratar-se de canhões de bronze. Entretanto foram

encontradas mais de 2300 moedas em ouro do século XVI, muitas em

prata, 13 toneladas de lingotes de cobre, dezenas de presas de

elefante e cerca de 600 quilos de objectos como instrumentos de

navegação e espadas. Uma descoberta cujo valor de mercado poderá

ascender aos 70 milhões de euros mas cujo valor cultural é

"inestimável", segundo Francisco Alves, que viajou para a Namíbia a

convite do consulado português na África do Sul e numa missão

coordenada entre o Igespar e o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Francisco Alves traça o perfil de uma descoberta que define como

verdadeiramente extraordinária: "Este navio é o mais bem preservado da

sua época fora de Portugal e há tantas moedas em ouro que talvez seja

mesmo a mais importante descoberta africana à excepção do Egipto".

Em termos históricos, os arqueólogos ainda não têm a certeza sobre o

tipo de navio em causa, pois "parece ser de uma tonelagem bem maior do

que uma caravela". "Nos próximos tempos este achado vai tornar mais

legíveis outros anteriores", frisa Francisco Alves ao PÚBLICO.

Fonte: Leonete Botelho (29 Set 2008). Público.

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por noticiasdearqueologia às 21:57

Domingo, 31.08.08

Cientistas encontram cidades perdidas na Amazónia

Uma vasta região da floresta da Amazónia, no Brasil, foi o centro de cidades antigas nas quais cerca de 50 mil pessoas viviam, de acordo com a recente descoberta feita com recurso a imagens de satélite por cientistas.

A descoberta foi publicada ontem na revista "Science" e onde se descrevem aglomerados de cidades e pequenas vilas ligadas por complexas redes.

A chegada de colonos europeus e as doenças que traziam com eles há cinco séculos atrás terão morto a maioria dos habitantes e danificado os aglomerados, segundo os antropólogos.

As comunidades consistiam em redes de cidades rodeadas por muralhas e pequenas vilas organizadas à volta de uma praça central, que agora estão quase totalmente tapadas pela floresta.

O antropologista da Universidade da Florida, Mike Heckenberger realçou a capacidade urbanística das vilas. “Se olharmos para a média das cidades medievais ou para média das cidades medievais da polis grega, a maioria é da mesma escala das que encontrámos na Amazónia. Só que as que encontramos agora são muito mais complicadas em termos de planeamento”, acrescenta Heckenberger.

Ajudados pelas imagens de satélite, os investigadores passaram mais de dez anos a estudar e mapear as comunidades perdidas.

Antes da chegada dos europeus em 1492, as Américas eram palco de prósperas sociedades com grandes cidades. A descoberta ajuda a entender também as várias civilizações pré-colombianas.

Os investigadores afirmaram que um aspecto importante da existência de antigas comunidades na região da Amazónia de Xingu, no centro-norte do Brasil, significa ainda que uma região da floresta tropical da Amazónia, antes considerada intacta, na verdade já foi cenário de extensa actividade humana no passado.

Os cientistas norte-americanos e brasileiros trabalharam com trabalharam com membros da tribo Kuikuro, o povo indígena da amazónia que acreditam ser os directos descendentes dos habitantes desses aglomerados civilizacionais.


Fonte: (29 Ago 2008). Reuters/Público: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1340933

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por noticiasdearqueologia às 11:20

Segunda-feira, 25.08.08

Baía de Angra é uma «arca» de artefactos de naufrágios seculares

A Baía de Angra do Heroísmo continua a revelar-se uma «arca» de vestígios arqueológicos do século XVI ao XX, com o aparecimento de três novos «sítios» descobertos por uma equipa de nove investigadores de arqueologia marítima.


José António Bettencourt, responsável pelos trabalhos arqueológicos, revelou à Lusa que foram localizados um novo naufrágio, denominado «Angra J», um túmulo de lastro de embarcação e um terceiro com uma densidade de vestígios que vão do século XVI ao século XX.


«Junto do naufrágio, que mantém grande parte da sua estrutura de madeira e que é um local com elevado potencial de investigação, foi também localizado um canhão em ferro e um apito em bronze [século XVI], que se supõe fosse usado para chamar a tripulação e que já foi enviado para o Centro de Conservação e Restauro», adiantou o arqueólogo.


No mesmo local, foi ainda recolhida uma «concreção» (solidificação) que os técnicos pensam «corresponder a uma espada», bem como outros objectos em metal e cerâmicas. Os investigadores localizaram, também, junto do túmulo de lastro, uma «anforeta» e outras cerâmicas mais comuns.


O terceiro sítio agora sinalizado, onde existe uma densidade de vestígios que vão do século XVI ao século XX, deverá estar relacionado com a sua utilização como fundeador - zona de ancoragem e actividades portuárias.


 



 


Dez locais de naufrágios assinalados


O trabalho dos arqueólogos estende-se a uma intervenção num outro naufrágio, denominado «Angra B» - um navio do século XVI ou princípio do século XVII -, no sentido de ser finalizado «o seu registo, de forma exaustiva, em termos de planta, fotografia e análise descritiva».


Na Baía de Angra, ilha Terceira, estão sinalizados, a partir de agora, dez locais de naufrágios denominados de «Angra», numerados de «A» a «J», e cerca de duas dezenas de sítios com interesse arqueológico. Dois deles são parques arqueológicos e abertos ao turismo subaquático desde 2006.


O primeiro parque, «Naufrágio do vapor Lidador», navio brasileiro de transporte de passageiros e mercadorias, que afundou em 1878, está localizado a dez metros da costa da baía e a sete metros de profundidade.


O segundo, um «Cemitérios de Âncoras», onde ancoravam as naus e galeões dos séculos XVI e XVII, localiza-se a 500 metros da costa e a uma profundidade variável entre os 16 e 40 metros.


Para além destas reservas, o Governo Regional pretende abrir mais duas nas ilhas do Pico e Flores, onde se encontram afundados os navios «Caroline» (1901), que controlava o mercado europeu de adubos, e o «Slavónia» (1909), um navio inglês de passageiros.


Paralelamente, as autoridades regionais estão a elaborar a Carta Arqueológica Subaquática dos Açores (CASA) que visa criar um banco de dados informatizado, constituído por informações das mais diversas fontes. A CASA vai permitir ainda a criação de um roteiro específico de turismo de parques arqueológicos subaquáticos na região.

 



 


Fonte: (25 Ago 2008). Portugal Diário: http://diario.iol.pt/sociedade/acores-baia-angra-do-heroismo-arqueologia-artefactos-naufragios/984528-4071.html

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por noticiasdearqueologia às 18:57

Quarta-feira, 16.07.08

Arqueólogos madeirenses fazem descoberta nos Açores

"Primeiras formas de pão de açúcar cuja cronologia poderá remontar ao século XV"


Uma equipa de arqueólogos madeirenses, que incluiu Élvio Sousa, realizou no passado mês de Junho uma importante descoberta arqueológica na cidade da Ribeira Grande, na Ilha de São Miguel, Açores.


De acordo com o Centro de Estudos de Arqueologia Moderna (CEAM), as investigações efectuadas no EX-Mosteiro de Jesus da Ribeira Grande permitiram identificar, pela primeira vez nos Açores, as primeiras formas de pão de açúcar cuja cronologia poderá remontar ao século XV. Trata-se, segundo o CEAM, de uma descoberta «extremamente relevante para a História dos Açores, uma vez que se descobrem os primeiros indícios materiais do fabrico do açúcar em São Miguel, informação que até então era conhecida apenas por documentos escritos».

Esta investigação, integrada num projecto de estágio, "A Cerâmica da Expansão Portuguesa", financiado pelo Programa Operacional de Valorização de Potencial Humano e Coesão Social da RAM - Eixo I, Educação e Formação (CITMA), contou com as participações de Mário Moura, responsável pelas escavações na Ribeira Grande, Pedro Gomes Barbosa, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e orientador do estágio, e Lígia Gonçalves, técnica de conservação e restauro. "


Fonte: (11 Jul 2008). Jornal da Madeira.

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por noticiasdearqueologia às 22:04

Sábado, 28.06.08

AS NOSSAS NAUS E AS LEIS DELES

Tesouros do mar. O património cultural subaquático não deve ser

explorado comercialmente. É o que diz, desde 2001, a Convenção da

UNESCO para a sua protecção. Que por enquanto não está em vigor.

Portanto, quem se dedica a retirar do fundo do mar pequenos e grandes

tesouros para serem leiloados, independentemente da sua origem tem

toda a cobertura legal. E tem lucros que divide com os Governos desses

países africanos



Património luso em Moçambique e Cabo Verde tem sido leiloado

A Arqueonautas WorldWide - Arqueologia Subaquática, SA, empresa

sedeada no Estoril e registada na zona franca da Madeira, encontrou 20

navios portugueses dos séculos XVI a XIX, dois naufragados em Cabo

Verde e 18 em Moçambique. Parte do espólio que lhe coube das

escavações efectuadas em cinco deles foi comercializada, com o

consentimento dos respectivos governos.

Destes navios, só o São José, de 1622, estava "razoavelmente intacto",

diz ao DN o administrador da empresa, Nikolaus Sandizell. Uns tinham

sido pilhados, "severamente", em outros ficaram vestígios "muito

escassos". Garante-nos ter observado 15 navios "sem intrusão". O

grande trabalho da Arqueonautas consistiu em escavar cinco, dos quais

três estão quase concluídos, diz um relatório cedido ao DN.

Há nove anos que a empresa renova contratos com Moçambique. O último

assinado vigorará até 2010. Em exclusivo tem 700 quilómetros de costa,

para percorrer a bordo do Indian Ocean Explorer, munido de tecnologia

avançada e uma equipa numerosa. Dos navios observados ou escavados,

oito são do séc. XVI, oito do séc. XVII, dois do séc. XVIII e dois do

séc. XIX.

Nikolaus Sandizell esteve primeiro em Cabo Verde, mas "a maioria dos

18 navios naufragados tinham sido roubados. E como o Atlântico é

violento, muitas das peças estavam destruídas. Num navio do séc. XVIII

havia 60 mil moedas, a maioria irreconhecível".



Ilha de Moçambique classificada

Dez dos navios referenciados estão junto à Ilha de Moçambique,

classificada em 1991 pela UNESCO como Monumento do Património Cultural

da Humanidade. Por isso, as escavações, embora oficiais, são vistas

pelos arqueólogos como mais um atentado ao património da humanidade.

Alegam que a Convenção para a Protecção do Património Cultural

Subaquático de 2001, embora não ratificada por Moçambique, condena a

exploração comercial dos achados.

Mas Moçambique é um país soberano. A sua lei é muito diferente da

portuguesa. Enquanto cá os bens são "propriedade inalienável do

Estado", aquele país divide este património entre "objectos únicos"

(devem ficar no país) e "objectos repetidos" (podem ser vendidos,

segundo o Conselho de Ministros).



O negócio da Arqueonautas não é visto com bons olhos. "Continuamos a

pensar que a venda das peças no leilão da Holanda foi feita à margem

da lei", escreviam Maura Quatorze e Machado da Graça na altura em que

se leiloou achados do Forte de S. Sebastião.



Afugentar caçadores de tesouros

Estas arqueólogas queriam saber numa carta aberta publicada no

Mediafax , relativamente ao projecto de recuperação da nau portuguesa

que situavam junto as Inhambane, se "não estará o Governo português

disposto a uma parceria nesse sentido? Mais uma vez gostaríamos de

saber se algum esforço está a ser feito nesse sentido".

Também o arqueólogo moçambicano Ricardo Teixeira Duarte disse ter

sido afastado do seu projecto quando esta empresa chegou, queixando-se

que "(...) assim traçou os destinos da nau portuguesa que durante

séculos tinha sido conservada no fundo do mar e cujo espólio foi agora

parar às mãos pri- vadas de meia dúzia de ricaços na Europa". Outras

críticas visam a falta de fiscalização durante os dois primeiros anos

em Moçambique e a ausência de formação para com os seus nacionais.

Nikolaus Sandizell nega. "Temos connosco dez estudantes moçambicanos

na conservação e documentação dos achados."

O conde alemão lembra que "quando chegámos à Ilha de Moçambique havia

dois grupos de caçadores de tesouros, um húngaro e outro português. O

Governo pediu-nos para corrermos com eles".

Fonte: Figueiredo, Leonor (25 Jun 2008). Diário de Notícias.

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por noticiasdearqueologia às 19:36

Quinta-feira, 01.05.08

15th-century shipwreck laden with treasure found

The ship was laden with tons of copper ingots, elephant tusks, gold coins -- and cannons to fend off pirates lurking off Africa some five centuries ago.



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An archaeologist displays shipwreck loot: a Spanish gold coin, three Portuguese silver coins and brass dividers.










It had nothing to protect it from the fierce weather off a particularly bleak stretch of inhospitable coast. It sank, only to be found last month by men seeking other treasure.


"If you're mining on the coast, sooner or later you'll find a wreck," archaeologist Dieter Noli, who is researching the ship's origins, said in an interview Thursday, describing De Beers geologists stumbling on the wreck April 1 as they prospected for diamonds off Namibia's southwest coast.






art.namibia.ap.jpg


Top archaeologist Dieter Noli uses his hat to count the daily take of gold coins from the shipwreck.







 


Namdeb Diamond Corp., a joint venture of the government of Namibia and De Beers, had cleared and drained a stretch of seabed, building an earthen wall to keep the water out so geologists could work.


Noli said one of the geologists first saw a few ingots, but had no idea what they were. Then they found what looked like cannon barrels, but weren't sure.


The geologists stopped the brutal earth-moving work of searching for diamonds and sent photos to Noli, who had done research in the Namibian desert since his university days in Cape Town in the mid-1980s and since 1996 has advised De Beers on the archaeological impact of its operations in Namibia.


The find "was what I'd been waiting for for 20 years," Noli said. "Understandably, I was pretty excited. I still am."



art.sextant.ap.jpg




Bruno Werz, of the Southern Africa Institute of Maritime Archaeological Rresearch, poses with two astrolabes.





Noli's original specialty was the desert, but because of Namdeb's offshore explorations, he had been preparing for the possibility of a wreck, even learning to dive.


He had also studied maritime artifacts with an expert from his university days, Bruno Werz, whom he has brought in to help research the Namdeb wreck.


Judging from the notables depicted on the hoard of Spanish and Portuguese coins and the type of cannons and crude navigational equipment, the ship went down in the late 1400s or early 1500s, around the time Vasco de Gama and Columbus were plying the waters of the New World, "a period when Africa was just being opened up, when the whole world was being opened up," Noli said.


Noli compared the remnants found -- the ingots, ivory, coins, coffin-sized timber fragments -- to evidence at a crime scene.


"The surf would have pounded that wreck to smithereens," he said. "It's not like `Pirates of the Caribbean,' with a ship more or less intact."


He and Werz are trying to fit the pieces into a story. They divide their time between inventorying the find in Namibia and researching in museums and libraries in Cape Town in neighboring South Africa, from where Noli spoke by phone Thursday.


Eventually, they will go to Portugal, whose ships were particularly active in the area 500 years ago, or Spain to search for records of a vessel with similar cargo that went missing.


"You don't turn a skipper loose with a cargo of that value and have no record of it," Noli said.


The wealth aboard is intriguing. Noli said the large amount of copper could mean the ship had been sent by a government looking for material to build cannons. Trade in ivory was usually controlled by royal families, another indication the ship was on official business.


On the other hand, why was the captain still holding so many coins? Shouldn't they have been traded for the ivory and copper?


"Either he did a very, very good deal. Or he was a pirate," Noli said. "I'm convinced we'll find out what the ship was and who the captain was."


What sent her down may remain a mystery. But Noli has theories, noting the stretch of coast where it met its fate was notorious for fierce storms and disorienting fogs. In later years, sailors with sophisticated navigational tools avoided it. The only tools found aboard Noli's wrecks were astrolabes, which can be used to determine only how far north or south you have sailed.


"Sending a ship toward Africa in that period, that was venture capital in the extreme," Noli said. "These chaps were very much on the edge as far as navigation. It was still very difficult for them to know where they were."


Noli has found signs worms were at work on his ship's timber, and sheets of lead used to patch holes, indications the ship was old when it set out on its last voyage.


Imagine a leaky, overladen ship caught in a storm. The copper ingots, shaped like sections of a sphere, would have sat snug. But the tusks -- some 50 have been found -- could have shifted, tipping the ship.


"And down you go," Noli said, "weighed down by your treasure."


Spanish gold coins, Portuguese silver coins minted in the late 1400s or early 1500s were found, as well as dividers used for measuring distance on a map during navigation.


Fonte: (30 Abr 2008) CNN.com: http://edition.cnn.com/2008/WORLD/africa/05/01/Namibia.shipwreck.ap/index.html


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Quarta-feira, 15.08.07

Descoberto canhão de fragata portuguesa no Uruguai


 Um pequeno canhão oitocentista, em bronze, que pertenceu à fragata portuguesa Keen Mann IV foi descoberto no Rio da Prata, no Uruguai, e recuperado por especialistas hidrográficos, informou ontem a imprensa espanhola.


Datada de 1818, a peça, de 84 centímetros de altura e 27 de diâmetro e 300 quilos de peso, tem várias inscrições, um desenho de uma coroa e encontra-se em bom estado de conservação, segundo o diário El País, que reproduz uma imagem do canhão.


A descoberta foi feita por funcionários da Direcção Nacional de Hidrografia do Uruguai, quando dragavam o rio, no porto desportivo da cidade de Colonia do Sacramento, a 180 quilómetros de Montevideu.


A cidade de Colonia do Sacramento, que esteve sob domínio português, mantém intacto seu centro histórico, declarado há vários anos Património da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).


(14 Ago 2007). Lusa:



http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/EdiZvBPYq%2Bvvoa1seCTaZA.html


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