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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

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Quarta-feira, 16.07.08

Poço do século XVI destruído na Lourinhã

Um poço, que os arqueólogos do Instituto de Gestão do Património

Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) acreditam ser do século XVI,

foi descoberto e imediatamente entulhado durante os trabalhos de

fundação de uma obra particular na Lourinhã.

"Seria um poço da Idade Moderna, portanto do século XV ou XVI",

confirmou a arqueóloga Sandra Lourenço, do Igespar, cujos serviços

jurídicos estão a analisar o caso e a ponderar mover uma acção

judicial contra o dono da obra para "apuramento de responsabilidades".

Isabel e Horácio Mateus, colaboradores do Museu da Lourinhã,

aperceberam-se da importância arqueológica do poço. "Tinha uma

estrutura bastante grande e uma cobertura em ogiva, com tijolo de

burro e várias bocas de fornecimento de água e achámos que tinha

interesse", explicou Isabel Mateus.

Perante o avanço da obra e a "falta de sensibilidade" do empreiteiro

para os vestígios arqueológicos, o Museu da Lourinhã denunciou o caso

ao Igespar, cujos técnicos estiveram no local, mas já só encontraram a

cobertura do poço destruída e este entulhado de betão. O arqueólogo

Mário Varela Gomes, da Universidade Nova de Lisboa, considera também

estar-se perante "uma estrutura do século XVI ou XVII devido à

tipologia da própria construção", muito comum na Estremadura, dada a

influência islâmica, a partir de fotografias tiradas antes da

destruição dos vestígios. O empreiteiro, Armando Matias, recusou-se a

prestar declarações e apenas disse à Lusa que a construção está

licenciada.

A destruição de bens do património cultural é punível com prisão até

três anos ou multa de até 360 dias.

Fonte: (07 Jul 2008): Público.

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por noticiasdearqueologia às 21:57


1 comentário

De scaliburis a 26.07.2008 às 01:36

É uma pena que os nossos constructores não estejam sensibilizados para a importância dos estudo e conservação deste tipo de vestígios.
Tenho um amigo empreiteiro, no Algarve perto de Portimão que construíu a vivenda onde actualmente mora e que manteve um poço árabe que se situa agora na sua cave. Montou um sistema de roldanas por onde baixa as garrafas de vinho e as mergulha no dito poço para as manter fresquinhas. Na sua sala expõe com horgulho a colecção soberba de moedas e cerâmica árabes, assim como uma simitarra (espada árabe), bem conservada, que retirou dos lodos do fundo do poço.
Existem outros exemplos do género por todo o Algarve e demais locais do país.
É só uma questão de boa vontade e gosto pelo que é a nossa herança histórica.
Um abraço para a Lourinhã.

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