A preservação e divulgação de um valioso espólio arqueológico, baseado em peças anteriores à fundação de Portugal, está na origem da criação do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes, cujo projecto foi apresentado publicamente na presença do Ministro da Cultura, que este ano presidiu às cerimónias oficiais do dia da Cidade.
O ministro José Pinto Ribeiro considerou que o futuro Museu “é um projecto de interesse nacional”, assegurando que o governo prestará um “contributo interessado e empenhado” na sua integração na Rede Nacional de Museus.
O titular da pasta da cultura sublinhou ainda que “É importante, mais do que o apoio do ministério da Cultura à sua criação, que este Museu Ibérico seja auto-suficiente e saiba articular-se num trabalho em rede e num circuito de descobertas histórico/patrimoniais integrando Abrantes e a sub-região no arco patrimonial norte de Lisboa, nomeadamente com centros monumentais, turísticos e religiosos de referência desde Sintra, Mafra, Óbidos, Caldas da Rainha, descendo por toda esta zona do Tejo, Almourol e Abrantes”.
Uma equipa formada por um arqueólogo, um museólogo e um arquitecto já delinearam as principais ideias que irão nortear o futuro Museu. As cerimónias do Dia da Cidade, foram o mote para a apresentação ao ministro, aos convidados e à comunidade do ante-projecto de arquitectura das instalações, pelo Arquitecto Carrilho da Graça e o projecto museográfico pelo Professor Fernando António Batista Pereira. Foi também exposta a maqueta do projecto, no local das cerimónias, nos Claustros do Convento de S. Domingos, local que vai ser reconvertido e ampliado para acolher este Museu, que o Presidente da Câmara assumiu ser “a aposta prioritária da Câmara na área da cultura nos próximos anos”. Considerando ser este “um projecto no qual Abrantes encontra a sua especialização cultural que irá requalificar e redimensionar inteiramente a imagem da cidade e a projectará no futuro”, Nelson de Carvalho sublinhou a vontade de ver o futuro Museu a reposicionar Abrantes no espaço dos Museus europeus.
O futuro Museu Ibérico de Arqueologia e Arte vai acolher o espólio arqueológico da Fundação Ernesto Lourenço Estrada. Uma colecção notável de objecto arqueológicos recolhidos em vários pontos da Península Ibérica ao longo de meio século por João Estrada. Também irá albergar a colecção de arte contemporânea doada pela pintora Maria Lucília Moita e a colecção legada pelo escultor João Charters de Almeida.