Estruturado de acordo com o espírito de Bolonha, o novo curso de 1º ciclo em Arqueologia, que a Universidade do Algarve (UAlg) oferece no ano lectivo de 2008/2009, dá a cada estudante a possibilidade de “desenhar” o seu próprio currículo com o apoio de um tutor. O curso inova também ao apostar na área da Arqueologia Empresarial, sector onde até agora não existia oferta formativa em Portugal.
Trata-se da primeira licenciatura em Arqueologia no Sul do país (onde até agora só existiam especializações na área), oferecedno um ramo de Arqueologia Empresarial totalmente inovador à escala nacional e dá liberdade individual ao estudante para traçar o seu próprio percurso académico de acordo com os seus interesses, sempre com o apoio de um tutor.
São estas a principais características do novo curso de 1º ciclo que a UAlg, através da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS), disponibiliza no próximo ano lectivo (2008/2009).
O curso foi pensado de forma abrangente até no que toca às provas de acesso: História da Arte e Património ou Português ou Geologia e Biologia.
“Queremos abrir a porta a alunos com bagagens académicas diversas, desde a área das Humanidades à Científica, já que o curso em si aposta fortemente na interdisciplinaridade como forma de conferir competências diferenciadoras aos técnicos que vamos formar”, refere Nuno Bicho, docente da FCHS e dinamizador da licenciatura em Arqueologia.
O curso de Arqueologia é oferecido, no 1º ano, em conjunto com o curso de Património Cultural, igualmente sob a alçada da FCHS.
Seis cadeiras obrigatórias, 20 opcionais
No primeiro semestre do 1º ano, os alunos terão de fazer seis cadeiras obrigatórias comuns. Depois terão à escolha uma panóplia de 20 cadeiras opcionais, cuja selecção lhes permitirá trilhar um percurso mais de acordo com as respectivas motivações.
“As disciplinas opcionais distribuem-se por três áreas fundamentais, que são a área Histórico-Geográfica, Teoria e Métodos de Trabalho de Campo, sendo que cada aluno terá de completar um número mínimo de créditos em cada uma destas vertentes”, refere o arqueólogo Nuno Bicho.
Para escolher, os alunos poderão recorrer à figura de um tutor e receberão orientação quanto às opções a tomar. “Garantimos que o aluno nunca se sentirá perdido, na medida em que tem todo o apoio da instituição ao longo da sua formação.”
Outra inovação que o curso de Arqueologia comporta prende-se com a possibilidade de o aluno poder, em qualquer parte do seu curso, após o 1º semestre, fazer trabalho de campo com qualquer arqueólogo do país, em qualquer zona, desde que com aprovação prévia por parte da direcção do curso.
“Entendemos que esta é uma forma de sensibilizar o estudante não só para o correcto desempenho da profissão, mas também para as vantagens de estabelecer parcerias e criar uma rede de contactos que lhe permita evoluir profissionalmente”, refere Nuno Bicho.
Quanto à formação pós-graduada, será dada a possibilidade aos estudantes de avançar tanto para o 2º ciclo – onde se mantém a oferta que já existia em anos anteriores na UAlg, através do Centro de Estudos do Património da FCHS –, como para o 3º ciclo, na medida em que já está actualmente em preparação um programa de doutoramento em parceria com a Unidade de Arqueologia da Universidade Clássica de Lisboa (UNIARQ).
Ramo empresarial com elevados índices de empregabilidade
O graduado do curso de Arqueologia da UAlg encontrará um mercado diversificado de trabalho, não só ao nível do Estado, tanto em organismos centrais, como em organismos autárquicos, mas também em instituições privadas e, finalmente, como empresário e técnico especialista.
“O sector da Arqueologia Empresarial é o que tem empregado a maior parte dos licenciados em Portugal, chegando mesmo a absorver profissionais oriundos do mercado espanhol”, explica Nuno Bicho, sublinhando que “isto acontece mesmo não existindo em Portugal formação específica no sector da Arqueologia Empresarial”, um dos dois ramos de especialização propostos pela UAlg no novo curso de 1º ciclo (a par com o ramo de Investigação).
A Arqueologia Empresarial consiste em verificar os recursos arqueológicos, propor e preparar a respectiva protecção no âmbito de qualquer obra.
Neste contexto, avança Nuno Bicho, “o sector das obras públicas é, naturalmente, o que mais profissionais absorve, na medida em que é muito dinâmico e opera em cenários, muitas vezes, de larga escala, como é o caso da construção de auto-estradas, aeroportos, vias ferroviárias, entre outros”. Fonte: (4 Jun2008). O Barlavento.on line: http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=24548
|