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O s vestígios romanos existentes na encosta de Oureça, na freguesia de Eiras, em Coimbra, podem comprometer a execução da segunda fase da variante de Eiras e um projecto de loteamento previsto para o espaço. "Há indícios, que têm de ser aprofundados, da existência de construção arqueológica na zona. Se se confirmar que têm valor, vão condicionar as obras", explica o presidente da Junta de Freguesia de Eiras, José Passeiro.
"A indicação de que, provavelmente, existiu ali civilização romana é do conhecimento público", disse o autarca, que admite ser "tão importante fazer a variante como verificar se há uma situação de interesse para a freguesia, para a cidade e até para o país". José Passeiro espera só que "não se demore anos a verificar as coisas".
O presidente da Junta considerou urgente a rápida execução de estudos aprofundados "Há que deixar o 'blá blá blá' e ir ao local, com a máxima rapidez, verificar o que existe. Se se confirmar a importância dos vestígios, temos de fazer novos planos", disse. Segundo o autarca, a conclusão da variante permitiria resolver os problemas de trânsito em Casais de Eiras. Mas, "se tivermos ali um espaço importante, não queremos que a obra passe por cima disso", clarificou.
"Os antigos falavam da existência desses vestígios", contou, por seu turno, ao JN, o morador Augusto Mesquita, apontando o local previsto para o loteamento.
Zona esteve "abandonada"
O passado e o presente podem ser facilmente conjugados, defendeu Mário Nunes, historiador, vereador da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra e responsável pelo Gabinete de Arqueologia, Arte e História (GAAH). A seu ver, os projectos previstos para a encosta de Oureça são "conciliáveis" com as marcas romanas. Imprescindível é não fazer obras sem acompanhamento arqueológico, considera.
Mário Nunes admite que aquela zona de Eiras esteve "muito abandonada", "nunca" tendo sido objecto de "um estudo completo ". Porém, assegura que o GAAH está, presentemente, "a avaliar o interesse e a qualidade dos vestígios" encontrados. "Vamos dar celeridade ao assunto", concluiu.
Fonte: Carina Fonseca (4 Jan 2008). Jornal de Notícias: http://jn.sapo.pt/2008/01/04/pais/marca_
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