O crânio de Australopithecus sediba estudado pela equipa de cientistas Brett Eloff, cortesia de Lee Berger / University of Witwatersrand
Um crânio muito bem preservado de um jovem Australopithecus sediba, com dois milhões de anos, pode ser a chave para perceber como é que o cérebro humano evoluiu, ajudando os cientistas a conhecer melhor a origem do homem atual, revela um artigo publicado hoje pela revista Science.
"Os fósseis mostram um cérebro avançado apesar de pequeno, uma mão muito evoluída com um grande polegar como os humanos, uma pélvis muito moderna, e um pé e uma anca nunca observados em qualquer hominídeo, que combina as características dos macacos e dos homens", disse Lee Berger, do Instituto de Evolução Humana da Universidade de Witwatersrand em Joanesburgo, um dos autores do artigo na revista Science.
"Estas características muito avançadas no corpo e no cérebro, e o facto de serem mais antigas, colocam [este fóssil] como o melhor candidato para antepassado do nosso género, o género Homo, muito mais que outras descobertas anteriores, como o Homo habilis", garantiu Lee Berger.
A equipa que estudou estes fósseis, encontrados em Malapa, África do Sul, em agosto de 2008, é considerada a mais completa de sempre na história da arqueologia e da paleontologia e inclui mais de 80 cientistas. Desde que começaram as escavações, os investigadores já retiraram do local mais de 220 ossos de antigos hominídeos, pertencentes a mais de cinco indivíduos, entre bebés, crianças e adultos.