Integrado numa equipa de 15 especialistas norte-americanos, japoneses, sul-coreanos, canadianos e mongóis, o investigador do Museu da Lourinhã e da Universidade Nova de Lisboa será o único representante europeu na missão que vai durar 34 dias.
Depois de ter participado em várias expedições em África, Laos, Cambodja, Brasil ou Estados Unidos, o investigador desloca-se pela primeira vez à Mongólia, um dos cinco "Grandes" países quanto à existência de fósseis de dinossauros. Este "top" é ainda composto pelos Estados Unidos, Argentina, China e Canadá.
A Mongólia é uma das áreas mais ricas do mundo em vestígios de dinossauros do Cretácico, período que terminou há aproximadamente 65 milhões de anos, mas em comparação com o período Jurássico, com cerca de 150 milhões de anos, fica atrás de Portugal.
"Queremos encontrar novos esqueletos de espécies conhecidas, mas melhor seria encontrar uma nova espécie. Tenho esperança em encontrar um esqueleto relativamente completo e uma novidade, mas é sempre promissor trabalhar num deserto muito rico em fósseis", disse Octávio Mateus à agência Lusa.
No local onde foi descoberto o velociráptor, também conhecido como ladrão veloz e uma das "estrelas" do livro e filme Parque Jurássico, o português indica como exemplo de descoberta interessante um carnívoro.
O convite para a expedição ao deserto de Gobi - onde a temperatura média anual é de -2,5 graus a +2,8 graus e os valores extremos chegaram a 38 e -43 graus numa região e 33,9 e -47°graus numa outra - aconteceu devido à colaboração de alguns anos do investigador português com a Universidade Metodista do Sul, localizada em Dallas (Texas, Estados Unidos).
"Esta é uma oportunidade de vida que tinha de aceitar. Também será uma honra apoiar um país como a Mongólia, assim como será uma aventura estar num local muito difícil de trabalhar", resumiu o paleontólogo, que já participou na identificação de sete novas espécies.
Para explicar a sua paixão por dinossauros, este português socorre-se de um provérbio que envolve outro tipo de animal: "filho de peixe sabe nadar".
A sua família está desde sempre ligada ao Museu da Lourinhã e o gosto pelos assuntos de história natural levaram-no, há pelo menos 20 anos, a integrar escavações e a seguir a carreira profissional de paleontólogo.
Quanto ao "verdadeiro" Indiana Jones, Roy Chapman Andrews, foi investigador do Museu de História Natural de Nova Iorque, onde começou em 1906 como varredor e assistente no departamento de taxidermia. Em 1934 chegou a director da instituição.
O investigador ficou conhecido com as expedições que levou a cabo no deserto de Gobi, entre 1922 e 1930, onde descobriu por exemplo os primeiros ninhos de ovos de dinossauros.
PL (6 de Agosto de 2007). Lusa/fim: http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/w1q9