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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

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Quinta-feira, 09.05.13

Alargada área da Geira romana classificada como monumento nacional

Decisão publicada na segunda-feira protege o troço de Terras do Bouro da via que ligava Braga a Astorga, em Espanha.

Muitos dos marcos anteriormente classificados estão na Mata de Albergaria, no coração do Parque Nacional da Peneda-Gerês ADRIANO MIRANDA

 

Todo o troço da Geira, via romana que ligava Braga a Astorga, que passa pelo concelho de Terras do Bouro é, desde ontem, monumento nacional.

Até aqui, apenas 35 marcos miliários estavam classificados pelo Estado, tendo agora sido alargada a área de protecção a todo o troço de estrada existente no concelho de Terras de Bouro e às estruturas arqueológicas à sua volta. Fica agora a faltar a publicação de uma portaria que estabeleça uma Zona Especial de Protecção à volta daquele conjunto.

O decreto do Governo que alarga a área classificada foi ontem publicado no Diário da República e abrange a totalidade da via e as estruturas arqueológicas a ela associadas, entre as milhas XIV e XXXIV. Esta área fica exclusivamente dentro do concelho de Terras do Bouro, prolongando-se entre Santa Cruz e o final da Mata da Albergaria, zona de reserva total do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Dentro da classificação estão também elementos como as ruínas das pontes sobre a ribeira do Forno e a ribeira da Macieira, os arranques da Ponte de São Miguel sobre o rio Homem. A nova classificação abrange ainda diversas pedreiras exemplificativas da técnica de construção dos romanos, bem como as ruínas arqueológicas do adro de São João.

No decreto, o Governo reconhece que o facto de a classificação como monumento nacional se limitar ao conjunto de marcos miliários, sem inclusão da própria via, era "manifestamente insuficiente face à importância do conjunto". "É um bom sinal que se tenha concluído este processo", concorda o arqueólogo Francisco Sande Lemos, que estudou aquela estrada romana durante anos. O professor catedrático da Universidade do Minho, hoje aposentado, esteve envolvido na primeira fase deste processo de alargamento da área classificada, começado em 2005.

O trabalho, defende, era "essencial" para proteger o conjunto, mas falta-lhe ainda uma fase "muito importante": a criação de uma ZEP alargada. O conjunto monumental está abrangido apenas por uma zona geral de protecção, que está reduzida a uma área de 50 metros envolvendo as estruturas. Sem a zona especial, os monumentos "estão sujeitos a que se produzam situações complicadas", avisa Sande Lemos. "Só assim se dará muito maior protecção à via ao nível da envolvente e também dos terrenos a partir de onde ela é visível", explica ainda.

Os 35 miliários já classificados em 1910 (situados dos concelhos de Amares e Braga) fazem parte da maior concentração de marcos historiados que se conhece na área de influência do império romano. A Geira foi descrita como a via XVIII do itinerário de Antonino, ligando as cidades de Bracara Augusta (Braga) e Asturica Augusta (Astorga).

A ligação tinha 215 milhas, sendo mais curta que a anterior via entre as duas cidades do noroeste da península, que obrigava a uma passagem por Chaves (Aquae Flaviae). Por isso, a estrada ficou por isso conhecida como Via Nova. Além de funções económicas (ver caixa) a ligação foi criada com "objectivos estratégicos", explica Francisco Sande Lemos. Ao "estender-se ao coração das montanhas", a estrada permitia uma deslocação mais fácil do exército romano, que estava estacionado próximo de León, em caso de necessidade de controlo de uma revolta nesta região do império.

Depois da fronteira da Portela do Homem, a via prolongava-se para o actual território espanhol, ao longo das regiões da Galiza e Castela-Leão. O trabalho de estudo da Geira no lado espanhol foi recentemente concluído, o que faz hoje desta "uma das vias mais conhecidas do império romano na península ibérica", classifica Sande Lemos que é um dos maiores especialistas na história de Bracara Augusta e da presença romana na região.

A estrada do ouro

A informação recolhida pelos investigadores ao longo dos anos sobre a antiga estrada romana de Bracara Augusta a Asturica aponta para que a sua importância na época estivesse sobretudo relacionada com o facto de se inserir numa zona mineira.

A área entre Braga e Astorga chegou a ser a mais importante zona mineira da Península Ibérica e foi aqui extraído a maior parte do ouro que alimentou Roma na época do Alto Império. A Geira era por isso uma espécie de estrada do ouro, servindo um "elevado conjunto de minas", entre as quais Las Médulas, um complexo próximo da cidade espanhola de Ponferrada, que está classificado como Património da Humanidade desde 1997.

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por noticiasdearqueologia às 22:17

Quinta-feira, 09.05.13

Arqueólogos encontram porto com papiros mais antigos do Egito

Estrutura é da época do faraó Keops, que reinou há 4,5 mil anos.
Descoberta foi a 180 km de Suez, no leste do país.

Uma equipe de arqueólogos descobriu no Egito um porto histórico no litoral do Mar Vermelho com os papiros mais antigos já encontrados até hoje, informou nesta quinta-feira (11) em comunicado o Ministério de Estado para as Antiguidades.

O porto, que remonta à época do faraó Keops, o segundo rei da quarta dinastia que reinou há mais de 4,5 mil anos, fica na zona de Wadi al-Gurf, a 180 quilômetros ao sul da cidade de Suez, no leste do Egito.

Nele, estão 40 papiros com hieróglifos, que documentam a vida cotidiana dos egípcios, alguns datados do ano 27 do reinado de Keops.

Na nota, o ministro de Estado egípcio para as Antiguidades, Mohammed Ibrahim, explicou que esses textos incluem registros mensais com o número de trabalhadores no porto e oferecem detalhes sobre suas vidas.

O arqueólogo francês Pierre Tallet, diretor da equipe francesa que colaborou com arqueólogos egípcios nas escavações, acrescentou que nos papiros se reflete o estilo de vida dos cidadãos na antiguidade, seus direitos e obrigações.

Os documentos foram levados ao Museu de Suez para que sejam estudados.

O porto, aonde chegavam embarcações com bronze e metais procedentes da Península do Sinai, tem um píer, onde foram descobertas várias âncoras de pedra.

Além disso, há restos de quartos nas quais se alojavam os trabalhadores do porto e 30 cavernas escavadas na rocha, junto a blocos de pedra empregados para fechá-las com o nome de Keops escrito em tinta vermelha.

Também foram encontradas cordas de embarcações e ferramentas usadas para cortá-las.

Fonte: (11.04.2013). Globo.com: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/04/arqueologos-encontram-porto-com-papiros-mais-antigos-do-egito.html

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por noticiasdearqueologia às 22:08

Quinta-feira, 09.05.13

Arqueólogos acham crânio que prova canibalismo nos EUA do século XVII

Colonos de Jamestown, no estado americano da Virgínia recorreram ao canibalismo durante a grande crise de fome no inverno de 1609-1610, de acordo com confirmação de arqueólogos feita esta semana.

Em uma coletiva no Museu Nacional de História Natural do Smithsonian, arqueólogo Doug Owsley apresentou o crânio reconstruído de uma menina inglesa de 14 anos, chamada de Jane pelos pesquisadores.

- O crânio foi dividido ao meio, provavelmente com um machado leve ou muito possivelmente, um cutelo - disse Owsley. - Marcas de corte cruzando o crânio e a mandíbula da garota indicam que sua carne, língua e massa encefálica foram retiradas do crânio.

Segundo o arqueólogo, aqueles eram os cortes tradicionais em açougues no século 17. Jamestown foi fundada em 1607 por colonos ingleses. O tempo de fome ocorreu de dois anos mais tarde, quando 80% dos colonos morreram. Sitiados por índios powhatan em sua fortaleza de madeira, os colonos tinham sido acompanhados por outros no final daquele verão, entre eles mulheres e crianças, cuja principal navio de abastecimento havia desaparecido durante uma tempestade, deixando-os sem alimentos. Apenas 60 das 300 pessoas sobreviveram ao inverno.

- Eles estavam tão magros quando eles foram resgatados, que eles foram descritos como algo semelhante a esqueletos - diz o historiador James Horn, da Fundação Colonial Williamsburg. - Registros mantidos pelo governador da colônia, George Percy, fazem referências claras ao canibalismo durante o inverno. Os ingleses teriam apenas recorrido ao canibalismo sob as mais graves circunstâncias.

Fonte: (03.05.2013). Agência O Globo: http://br.noticias.yahoo.com/arque%C3%B3logos-acham-cr%C3%A2nio-prova-canibalismo-nos-eua-s%C3%A9culo-213318350.html

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por noticiasdearqueologia às 22:03


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