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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
"É um projeto de grande amplitude, porque o Rio de Janeiro tem uma característica interessante: se formos daqui a Cabo Frio, teremos, estatisticamente, um sítio arqueológico por quilômetro. E essa pesquisa está mostrando exatamente isso", disse a arqueóloga Jandira Neto, gerente de programas de arqueologia do IAB.
Uma equipe de cerca de 40 pessoas, coordenada pelo arqueólogo Ondemar Dias, presidente do IAB, trabalha no chamado "salvamento arqueológico", que é o resgate das peças encontradas em 66 sítios arqueológicos. Os outros sítios serão mantidos preservados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), já que não se situam na área de impacto direto das obras. "É uma amostra muito significativa em arqueologia hoje." Por exigência do Iphan, todas as grandes obras devem ter acompanhamento arqueológico.
Entre os objetos recolhidos estão 20 urnas funerárias feitas de barro modelado, que foram encontradas no sítio Aldeia Itaguaçu I, uma ocupação tupi-guarani estabelecida há cerca de 2 mil anos. Em uma delas, será realizada uma tomografia para identificar se foi preservada alguma estrutura óssea. Os pesquisadores trabalham com infravermelho e ultravioleta para obter detalhes sobre a coloração e os desenhos que decoram as peças.
Sambaqui
As escavações ocorrem desde 2009, em cinco municípios onde estão as obras da rodovia: Japeri, Seropédica, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Itaguaí. Jandira destaca as escavações feitas em três sítios da região de Duque de Caxias. Em um deles, foi encontrado um sambaqui (espécie de colina resultante da acumulação de conchas, cascas de ostras e restos de cozinha de habitantes pré-históricos) de 6 mil anos.
O sítio Aldeia das Escravas II traz pistas de como a área foi ocupada ao longo de 300 anos e o sítio no bairro do Amapá mostra uma ocupação no período colonial onde é possível identificar o início da interação entre indígenas e europeus. "Ali encontramos uma cerâmica que mostra, no seu tempero, o primeiro contato do homem branco com o indígena." O técnico em arqueologia Leandro Correa disse que esse sítio, perto do Rio Iguaçu, mostrou indícios de que a região teria abrigado ali um antigo porto. Em Seropédica, ainda foi identificada a estrutura de uma ferraria do fim do século 19 e resgatada intacta uma bigorna.
O material encontrado pela equipe nos sítios é bastante diversificado: louças dos séculos 16 ao 20, cachimbos do século 17, tinteiros, frascos de perfume e de remédio do século 19, entre outros. Cada peça traz pistas sobre a forma de ocupação dessa que é uma das regiões mais povoadas do Rio de Janeiro.
Fonte: Heloisa Aruth Sturm (11 Jan 2013). Estadão.com: http://www.estadao.com.br/noticias/cidad
O coordenador do projeto Vale do Varosa, Luís Sebastian, defende que a requalificação do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, no concelho de Tarouca, permitiu que um monumento em ruína se tornasse um ponto de atração turística.
O Mosteiro de Santa Maria de Salzedas foi alvo de uma intervenção de requalificação entre agosto de 2010 e agosto de 2011, abrindo oficialmente ao público a 26 de outubro de 2011.
Desde então, passaram pelo Mosteiro de Salzedas “mais de sete mil visitantes, não estando contabilizados nesse número pessoas que vieram assistir a eventos”, disse à agência Lusa Luís Sebastian.
A intervenção, que teve por base um estudo prévio da história e arqueologia do Mosteiro, incidiu na recuperação do edificado, nomeadamente nos dois claustros e na ala nascente, que correspondia inicialmente à noviciaria (século XVII).
“A maior intervenção ocorreu na noviciaria, ao nível das paredes e cobertura. Foi instalado um sistema de drenagem de humidade, um sistema de alarme de segurança e incêndio, intranet e um sistema de iluminação completamente novo”, explicou Luís Sebastian.
O também diretor do Museu de Lamego referiu que foi criado um espaço de exposições temporárias e um auditório, sendo ainda restaurada a sacristia, quer em termos de mobiliário, quer em termos de pintura (século XVIII).
“Foram ainda restauradas 32 pinturas, entre as quais duas de Grão Vasco, 20 de Bento Coelho da Silveira e duas de Pascoal Parente; quatro esculturas de madeira e diversas peças de ourivesaria”, informou.
Luís Sebastian sublinhou que no domingo serão tornados públicos todos os pormenores relacionados com a requalificação do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, recentemente distinguida pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM) com uma menção honrosa, na categoria de Melhor Intervenção em Conservação e Restauro.
A iniciativa está agendada para as 14:30, no auditório do Mosteiro, estando previstas as intervenções do coordenador do projeto e do pároco de Salzedas, António Seixeira, com o tema “Os últimos livros da biblioteca do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, readquiridos”.
A requalificação do Mosteiro de Salzedas custou cerca de um milhão de euros e integra o projeto Vale do Varosa, da responsabilidade da Direção Regional de Cultura do Norte e cofinanciado pelo ON.2 O Novo Norte Programa Operacional Regional do Norte.
O projeto Vale do Varosa inclui ainda as requalificações do Mosteiro de São João de Tarouca, no concelho de Tarouca, e do Convento de Santo António de Ferreirim, no concelho de Lamego.
Luís Sebastian avançou que a intervenção no Mosteiro de São João de Tarouca, também ela de um milhão de euros, deverá estar pronta até ao final do ano.
Já a intervenção no Convento de Santo António de Ferreirim “continua à espera de luz verde para avançar”.
Fonte: (17 Jan 2013): As Beiras/Artigo da Agência Lusa:http://www.asbeiras.pt/2013/01/mosteiro-d
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