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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
Uma equipa de Arqueologia da Universidade de Évora, coordenada pelos Profs. Jorge de Oliveira e Clara Oliveira retomará os trabalhos arqueológicos nas pinturas rupestres da Esperança, Arronches, a partir de 25 de Junho. Com o apoio da Câmara Municipal de Arronches, do Laboratório de Arqueologia da Universidade de Évora, e do CHAIA – Centro de História de Arte, no âmbito do Projecto ARA – Arte Rupestre de Arronches, professores, investigadores e alunos de Licenciatura e Mestrado de Arqueologia irão proceder a uma sondagem arqueológica no interior da Gruta Igreja dos Mouros, situada na área agrícola de Vale de Junco, na freguesia da Esperança. Este abrigo com pinturas rupestres foi descoberto há mais de 50 anos e apresenta, para além das já normais pinturas esquemáticas a vermelho e laranja que caracterizam a arte rupestre desta região, uma singular pintura de cor branca no principal local da gruta. No interior deste abrigo, sobre uma grande pedra, conhecida como altar, foi pintada na parede rochosa, por mãos pré-históricas uma estranha e rara mensagem de cor branca. Também nesta gruta encontra-se a única escultura, antropomórfica, pré-histórica, até agora conhecida nesta zona da Península Ibérica. Os trabalhos previstos, que contam igualmente com a colaboração do laboratório de Física Nuclear da Universidade da Extremadura (Espanha) para o estudo da composição química dos pigmentos utilizados nas pinturas, destinam-se a avaliar a potência de solo e a sequência estratigráfica da ocupação deste interessante abrigo pré-histórico. Trabalhos realizados em 2010, pela mesma equipa, na gruta próxima, denominada Pinho Monteiro, possibilitaram recuar as datações conhecidas mais de 4000 anos. Essa grande antiguidade veio despertar a comunidade científica para a possibilidade destes abrigos poderem conter pinturas que possam remontar aos finais do Paleolítico e não apenas ao Neolítico e Calcolítico como se defendeu desde a sua descoberta em 1914. Se no decurso desta nova campanha se conseguir obter material datável e se as datações forem próximas das que há dois anos foram obtidas então poderemos vir a reforçar, ainda mais, o elevado interesse da arte rupestre da Freguesia da Esperança, já conhecida a nível mundial. No decurso dos trabalhos arqueológicos serão recolhidas amostras de terras que serão estudadas por uma equipa de Botânica Universidade da Extremadura que irão identificar o coberto vegetal ao longo dos milénios nesta região, percebendo-se paralelamente, as alterações climatéricas que ocorreram desde o fim da última glaciação. Prevê-se, ainda, que o Laboratório Hércules, da Universidade de Évora, promova o estudo colorimétrico das pinturas e análise de espetrometria de Raman para identificação do pigmento branco existente nesta gruta. |
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