Um grupo de arqueólogos descobriu as ruínas de uma escola de gladiadores nos arredores de Viena, na Áustria. Descrito como "sensacional", o achado irá fornecer novas informações sobre a vida dos lutadores que viveram durante o Império Romano.
No local, 45 quilómetros a leste da capital austríaca, existem ainda vestígios da sala de treino aquecida em que os homens se preparavam. A escola foi encontrada por baixo da antiga aldeia romana de Carnuntum, que conta com um dos anfiteatros mais ricos alguma vez descoberto. Segundo a equipa de arqueólogos, esta é a primeira escola de gladiadores a ser descoberta fora de Itália.
As imagens de radar mostram um complexo, rodeado de paredes grossas, com 40 quartos onde os lutadores viviam e que, de acordo com a AFP, eram tão pequenos que lá dentro mal se conseguia andar.
Frank Humer, um dos arqueólogos envolvidos na descoberta, explicou que "os paus de madeira tradicionalmente usados pelos gladiadores para derrotarem o seu rival durante os treinos ainda são visíveis no meio da arena da escola". Em entrevista à revista alemã "Der Spiegel", Humer afirmou que a descoberta apenas foi possível graças aos avanços significativos no equipamento para pesquisar e perfurar o solo, que permitiu aos arqueólogos identificar claramente as estruturas soterradas. "Agora sabemos o que está lá em baixo e podemos levar o nosso tempo antes de decidir se devemos escavar", sublinhou.
Segundo as autoridades austríacas, o início das escavações ainda não tem data marcada, uma vez que a equipa necessita de elaborar um plano para conservar o mais possível das ruínas. "Quando alguém tem um ferimento grave, primeiro é preciso fazer uma série de radiografias, antes de o cirurgião fazer o seu trabalho", justificou Wolfgang Neubauer, director do Instituto Ludwig Bolzman para a Prospecção Arqueológica e a Arqueologia Virtual.
Além da arena e dos alojamentos, a escola conta ainda com um espaço de treino aquecido que os lutadores deviam usar no Inverno, balneários, escritórios administrativos. A palavra gladiador vem do termo latino "gladius", que significa espada, e durante o Império Romano estes homens - muitas vezes criminosos, prisioneiros de guerra e escravos - eram atiçados uns contra os outros ou contra animais selvagens para entretimento do público. A maioria morria de forma violenta em combate, mas se pelo destino se tornavam famosos podiam ser libertados. Eram muitas vezes admirados pela sua coragem, homenageados em peças de arte e enterrados em túmulos ornamentados em sinal de respeito.
Frank Humer contou que as imagens obtidas por radar mostram ainda um espaço que poderá ser o cemitério dos gladiadores. "Para o arqueólogo o próximo passo é construir um modelo do tamanho real da escola. Se correr bem, podemos até não ter de escavar - vamos ter a possibilidade de a deixar debaixo da terra, onde não será danificada", afirmou.
Com cerca de 50 mil habitantes, Carnuntum era a capital da província romana da Panónia, que ocupava a Áustria e grande parte dos Balcãs. Os especialistas dizem que a escola foi fundada a meio do século i a. C. Estes combates sangrentos atingiram o pico entre o século i a. C. e o ii d. C. e continuaram até ao século iv, quando o cristianismo passou a religião oficial do império.
Os gladiadores foram responsáveis por uma das maiores revoltas contra o império. Em 73 a. C., 200 gladiadores, comandados por Espártaco, revoltaram-se e libertaram milhares de escravos, tendo sido preciso vários exércitos romanos para os derrotar.
O secretário de Estado da Cultura mantém, ao que tudo indica, a nomeação de Fernando Real para a presidência da Fundação Côa Parque, em Vila Nova de Foz Côa. O antigo presidente do Instituto Português de Arqueologia (IPA) deverá ser empossado por estes dias.
O nome deste professor universitário e quadro do IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico) tinha sido apontado pelo anterior Governo para o cargo, mas a sua escolha nunca chegou a ser oficializada. «Não é uma surpresa, já que Fernando Real coordenou toda a construção do Museu do Côa, portanto conhece bem o terreno», disse Gustavo Duarte, presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, que
vai integrar o Conselho de Administração da Côa Parque como vogal não executivo em representação da Associação de Municípios do Vale do Côa. O autarca é o único elemento do CA formalmente nomeado até hoje, faltando ainda as secretarias de Estado do Turismo e do Ambiente designarem o segundo vogal não executivo e dar posse ao presidente. «Logo após a tomada de posse haverá uma série de reuniões de trabalho, que incluem o próprio secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas», revelou Gustavo Duarte.
Criada em junho do ano passado, na véspera da abertura do Museu do Côa, a Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa tem por missão proteger, conservar, investigar, divulgar e valorizar a arte rupestre do parque arqueológico e o Museu do Côa. De acordo com os seus estatutos, terá um património inicial de 500 mil euros, repartido pelos fundadores iniciais, a saber o Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR), com 275 mil euros; a Entidade Regional de Turismo do Douro (100 mil euros), a Administração da Região Hidrográfica do Norte (100 mil euros), o município de Vila Nova de Foz Côa (20 mil euros) e a Associação de Municípios do Vale do Côa (5 mil euros). Terá ainda um Conselho dos Fundadores, ao qual compete definir as grandes linhas de orientação da Fundação, um Conselho Consultivo e um Fiscal designado pelo Conselho de Fundadores para fiscalizar a atividade da Fundação.
Fonte (08 Set 2011). O Interior: http://www.ointerior.pt/noticia.asp?idEdicao=618&id=32228&idSeccao=7647&Action=noticia