O templo foi descoberto por uma empresa mineira chinesa Metallurgical Group Corp (MGC) durante as escavações daquilo que pretendem fazer a segunda maior mina de cobre. Para isso, a maior parte do complexo terá que ser destruído, passando a salvação do espaço pela escavação, recuperação e restauro das peças e estátuas que terão depois como provável destino um museu.
Apesar do alerta dos arqueólogos para a situação, o projecto da mina representa um grande benefício económico para o Afeganistão, que pretende recuperar a sua economia, muito afectada com a guerra que despoletou depois do 11 de Setembro.
Segundo o “The Art Newspaper”, os trabalhos de escavação e recuperação no lugar que em tempos foi um campo de treino de Bin Laden já começaram em 2009 pelo Instituto Nacional de Arqueologia e a Delegação Arqueológica Francesa no Afeganistão. Desde então, novas descobertas foram feitas, como uma capela e um buda a dormir.
O problema é que um acordo entre a MGC e o governo afegão estabeleceu que um prazo de três anos para os trabalhos no campo, Com o prazo a chegar ao fim, termina este ano, os arqueólogos vêem-se obrigados a acelerar o trabalho mas garantem que não têm tempo para preservar tudo.
“Este sítio é tão grande que precisarimos de dez anos para fazer este trabalho arqueológico”, disse à BBC a arqueóloga Laura Tedesco. Ideia reforçada pelo francês Philippe Marquis que trabalha no terreno. “O trabalho que estamos a fazer é mínimo, não só não temos tempo como não temos pessoal nem recursos”, explicou o arqueólogo.
As peças mais importantes que foram encontradas nesta escavação já foram transferidas para o Museu Nacional, em Cabul. Durante o mês de Março, o museu organizou uma exposição com mais de 70 obras descobertas, intitulada “Along the Silk Road: Recent Excavations from Mes Aynak”. No entanto, a instituição não tem espaço para guardar e preservar tudo. Neste sentido o “The Art Newspaper” refere que o governo afegão já tem planos para construir um novo museu perto Mes Aynak.
Fonte: (7 Abr 2011). Público: http://www.publico.pt/Cultura/arqueologo