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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
Uma revisão dos dados das lareiras arqueológicas da Europa sugere que a mais antiga terá apenas 400 mil anos, ao contrário de 1.6 milhões de anos, data anteriormente avançada pelos cientistas. Os humanos podem ter realizado a sua expansão para o frio da Europa, ainda sem o controlo do fogo.
Para tentar descobrir as primeiras evidências do uso do fogo controlado, Paola Villa, da Universidade do Colorado e Wil Roebroeks, da Universidade de Leiden, reexaminaram os dados de 100 lareiras arqueológicas europeias.
Através desta análise, procuravam evidências de fogos que terão pouca probabilidade de terem ocorrido naturalmente, como os que estavam em grutas. Por outro lado, também pesquisaram pistas do uso controlado do fogo. Estas evidências poderão estar associadas a determinadas actividades como fazer resina, que implica a queima de casca de bétula. Esta substância era utilizada na construção de ferramentas, para colar peças de pedra a cabos de madeira.
Esta distinção é importante uma vez que muitas das provas do uso do fogo pré-histórico como fragmentos de ossos carbonizados ou pedaços de carvão não implicam necessariamente que os humanos conseguiam controlá-lo. Os nossos ancestrais poderão simplesmente ter explorado fogos ocasionais, como por exemplo, os originados por relâmpagos.
Os investigadores verificaram que as mais antigas fogueiras da Europa têm cerca de 300 a 400 mil anos, muito mais tarde do que as teorias existentes indicavam. Alguns arqueológos avançaram que o uso controlado do fogo tinha começado há cerca de 1.6 milhões de anos.
Richard Wrangham, da Universidade de Harvard, tinha sugerido que os hominídeos começaram a usar o fogo há cerca de 1.9 milhões de anos, o que originou uma tradição culinária que tornou a digestão mais fácil, libertando energia extra que ajudou ao desenvolvimento de cérebros maiores.
Apesar de Villa e Roebroeks terem investigado apenas locais europeus, pensam que as evidências do uso controlado do fogo num número de outros locais também devem estar sob debate. “As provas europeias sugerem fortemente que uso do fogo controlado e habitual foi um fenómeno tardio,” concluem Villa e Roebroeks.
Esta descoberta implica que possivelmente os hominídeos primitivos que migraram de África para a Europa, partiram sem o conhecimento do controlo do fogo. Também questiona a hipótese de Wrangham de que um aumento do cérebro humano estava ligado à invenção de cozinhar os alimentos. No entanto, Wrangham permanece convencido da sua teoria. Aponta que independentemente da data do início da cozinha, esta teve um impacte profundo nos humanos que viviam na altura.
Fonte: Isabel Palma (15 Mar 2011). Naturlink: http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?me
O Conselho de Ministros classificou os Concheiros de Muge como monumento nacional tendo sido reconhecido o seu “excepcional interesse nacional”. No decreto que aprovou a classificação pode ler-se que “o valor científico, patrimonial e cultural aliado aos critérios de autenticidade, originalidade, raridade, singularidade e exemplaridade, revelados pelo modo como foram apropriados pelos cidadãos e na relevância simbólica que adquiriram, como lugares das artes e da memória histórica, justifica que seja classificado como monumento nacional".
Os Concheiros de Muge foram descobertos em 1863 e constituem o maior complexo mesolítico de toda a Europa sendo mesmo uma referência no estudo dos maiores investigadores e estudiosos mundiais. As "colinas naturais", como se podem apelidar os concheiros, resultam da sazonal permanência de várias comunidades de caçadores-recolectores, que faziam da apanha de moluscos uma das suas principais actividades.
O município de Salvaterra de Magos tem patente ao público durante o mês de Março uma exposição intitulada “Nas Margens do Passado – Os Concheiros de Muge”. Uma mostra que conta com a colaboração do Museu Geológico, Núcleo de Arqueologia e Paleoecologia da Universidade do Algarve, Universidade de Coimbra, Universidade Aberta, UNIARQ e Centro de Investigação em Antropologia e Saúde.
Fonte: (16 MAr 2011). O Mirante: http://semanal.omirante.pt/noticia.asp?i
A reestruturação da orgânica do Ministério da Cultura está a gerar preocupações entre arqueólogos e associações de museus.
A Associação dos Arqueólogos Portugueses (AAP) vai reunir com o secretário de estado da Cultura, Elísio Summavielle, a 31 de Março, um encontro que tem como único ponto na agenda a reestruturação em curso no Ministério da Cultura e as suas consequências na tutela arqueológica pública que, consideram, "vai varrer com a arqueologia da estrutura orgânica do Estado"
A reestruturação em curso abrange também o Instituto dos Museus e da Conservação que já fez saber que nove museus vão passar para a tutela das direcções regionais de cultura e um outro passará a pólo museológico dependente de um museu nacional. Uma reorganização que não foi discutida nem com o sector nem com os próprios directores dos museus, como o DN confirmou junto de alguns responsáveis.
fONTE: Marina Marques (19 mAR 2011). Diário de Notícias: http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.a
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