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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

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Quinta-feira, 19.08.10

O maior depósito de marfim do país foi descoberto em Reguengos de Monsaraz


Mais de 300 elementos referentes a diversos objectos e animais.


Numerosas peças arqueológicas, de um realismo inédito e com 5500 anos, foram encontradas no Complexo dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz.





O que terá ocupado os 16 hectares do Complexo Arqueológico dos Perdigões, em Reguengos de Monsaraz, Évora, há 5500 anos? Um povoado ou um meeting point, parecido com o Stonehenge inglês? A resposta não é consensual, mas uma coisa é certa: o espaço reuniu muita gente, com conhecimentos astronómicos e técnicos avançados, e poderá ter funcionado como ponto de passagem para o comércio do marfim entre a Península Ibérica e o Norte de África.
As escavações mais recentes indicam que os dois sepulcros já estudados nos Perdigões têm o maior depósito de marfim do país. Os arqueólogos, que investigam o local desde 1997, registaram 300 elementos referentes a diversos objectos, sobretudo figuras de animais.
"Encontrámos estatuetas com um realismo notável, que reproduzem animais em tamanho pequeno, quando noutras comunidades predominava a arte esquemática", frisa António Valera, arqueólogo da ERA Arqueologia, a empresa responsável pelas escavações, em parceria com a empresa de vinhos Esporão. "A variedade destes animais é inédita em território nacional", sublinha. O passo seguinte é apurar a proveniência do marfim. Se for de origem indiana, comprova "a rede de contactos em que se integrava a Península Ibérica" no Calcolítico (3000 anos a.C.), disse o responsável, numa conferência, anteontem, em Lisboa.
O estudo dos rituais funerários daquela época está na base das escavações, desenvolvidas inicialmente numa zona de necrópole. Há três anos, os arqueólogos dedicaram-se aos fossos que delimitam o complexo. Nos dois locais encontraram ossadas humanas e animais, e nos últimos dias acharam esqueletos incinerados. "A diversidade na gestão da morte é uma das questões centrais para entender o que foi este local pré-histórico, ao longo dos 1500 anos em que esteve ocupado", diz Valera.
As pesquisas, em que participam investigadores de várias universidades internacionais, fornecem dados também sobre a organização social dos habitantes dos Perdigões. Por exemplo, para a escavação de cada um dos fossos, foi necessário retirar 55 toneladas de rocha. "Tudo isso escavado à mão ou apoiados com pedra, hastes e animais. Isso exige uma grande organização social e logística", explica Valera. Além disso, o complexo circular e com 500 metros de diâmetro está construído "com uma orientação astrológica e cosmológica". As portas, localizadas a nordeste e a sudeste, coincidem com os solstícios de Verão e de Inverno.

Uma escavação arqueológica fora do comum
A investigação em curso nos Perdigões pouco tem a ver com as escavações arqueológicas tradicionais. Este é um projecto de "arqueologia em construção", afirma Miguel Lago, administrador da Era Arqueologia. Qual a diferença? "Não queremos apresentar um trabalho final após a escavação, mas sim inserir a população no processo de interpretação à medida que vamos descobrindo novos elementos", explica.
A Era Arqueologia e a Esporão, empresa de vinhos que adquiriu a Herdade dos Perdigões em 1996, querem tirar partido do potencial cultural do complexo, promovendo visitas guiadas aos locais das escavações.
Para isso, João Roquette, presidente da Comissão Executiva da Esporão, está à procura de parceiros que financiem o projecto. A ideia é criar um "pacote" que inclua turismo, gastronomia e vinhos, tirando partido dos empreendimentos turísticos em construção na zona do Alqueva. O objectivo é avançar em breve, depois de uma análise dos investimentos e infra-estruturas necessárias, garantem os responsáveis.


Fonte: Marisa Soares (30 Ago 2010). Público: http://www.publico.pt/Local/o-maior-deposito-de-marfim-do-pais-foi-descoberto-em-reguengos-de-monsaraz_1449387



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por noticiasdearqueologia às 13:51

Quinta-feira, 19.08.10

Arqueólogos descobrem templo budista no Afeganistão

Em meio aos conflitos que assolam o país, arqueólogos encontram um sítio budista repleto de relíquias ao sul da capital Cabul


Buda de Bamyan

Uma das estátuas dos Budas de Bamyan, na região central do Afeganistão, desfigurada pelo regime do Talibã que governou o país entre os anos de 1996 e 2001 (DeA Picture Library)





Dentro do templo existem belas salas, murais artísticos coloridos e moedas




Arqueólogos afegão encontraram restos da era budista ao sul de Cabul. Mohammad Nader Rasouli, chefe do departamento de arqueologia do Afeganistão, disse nesta terça-feira, em entrevista à agência de notícias Reuters, que foi encontrado um templo repleto de estátuas e ornamentos em ouro.

 

As autoridades do país informaram que algumas relíquias datam do ano 500, mas há indícios de que muitos objetos sejam pré-históricos. Rasouli disse que o país precisa de ajuda internacional para manter a integridade dos objetos e realizar mais escavações.

 

Os arqueólogos disseram que dentro do templo existem belas salas, murais artísticos coloridos e moedas. O sítio arqueológico tem mais de 12 quilômetros e está na região de Aynak, um pouco ao sul da capital Cabul.

 

O lugar é próximo do local onde a China vem extraindo cobre, parte de um investimento bilionário no Afeganistão. Rasouli disse ainda que a extração de cobre não prejudicou as escavações, mas desde que o governo deu início às escavações, há um ano, algumas relíquias foram roubadas ou destruídas por contrabandistas.

 

Relíquias budistas correm perigo dentro do Afeganistão. O Talibã, regime mulçumano que governou o país durante os anos de 1996 e 2001, destruiu os gigantescos budas de Bamyan, por entenderem que as estátuas representavam uma ameaça ao Islã. O Afeganistão, atualmente quase todo muçulmano, já passou por diferentes dominações de credo como o hinduísmo, o budismo e o zoroastrismo — uma religião monoteísta fundada na antiga Pérsia, atual Irã.

 

Rasouli concluiu dizendo que o governo afegão não possui recursos para levar as relíquias para um local mais seguro. A intenção do chefe do departamento de arqueologia do Afeganistão é construir um museu onde o templo foi encontrado.

Fonte: (17 Ago 2010). Veja.com: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/arqueologos-descobrem-templo-budista-no-afeganistao

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por noticiasdearqueologia às 13:48


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