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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

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Quinta-feira, 18.03.10

Arqueólogos descobrem cemitério de povo misterioso no Tibete

No meio de um deserto aterrorizante no norte do Tibete, arqueólogos chineses escavaram um extraordinário cemitério. Os ocupantes morreram quase quatro mil anos atrás, mas seus corpos foram bem preservados pelo ar seco. O cemitério fica em território hoje pertencente à província de Xinjiang, noroeste da China, mas os restos encontrados são de pessoas com traços europeus, cabelos castanhos e narizes longos. Embora sepultados em um dos maiores desertos do mundo, os corpos foram enterrados em barcos posicionados de cabeça para baixo. E em lugar de lápides que declarem esperanças pias na mercê de um deus quanto a eles, o cemitério exibe uma vigorosa floresta de símbolos fálicos, sinalizando intenso interesse dos moradores locais quanto aos prazeres ou utilidade da procriação.


O povo há muito desaparecido não tem nome, porque sua origem e identidade ainda não desconhecidas. Mas estão surgindo muitas pistas sobre sua proveniência, modo de vida e até mesmo sobre o idioma que falava. Os sepulcros, conhecidos como Pequeno Cemitério Fluvial Número 5, ficam perto do leito seco de um rio na bacia de Tarim, região cercada por inóspitas cadeias de montanhas. A maior parte da bacia é ocupada pelo deserto de Taklimakan, uma terra tão árida que os viajantes posteriores da Estrada da Seda sempre optavam por contorná-lo ao norte ou ao sul.


Nos tempos modernos, a região foi ocupada pelos uigures, uma etnia de fala turca, e nos últimos 50 anos também recebeu migrantes da etnia chinesa dominante, os han. Recentemente surgiram tensões étnicas entre os dois grupos, com conflitos em Urumqi, a capital de Xinjiang. Grande número de antigas múmias - na verdade cadáveres ressecados- foram localizadas nas areias, e se tornaram mais um objeto de disputa entre os uigures e os han.


As cerca de 200 múmias encontradas têm aparência distintamente ocidental, e os uigures, mesmo que só tenham chegado à região no século 10, as alegam como prova de que a província sempre pertenceu a eles. Algumas das múmias, entre as quais uma mulher bem preservada conhecida como "a beldade de Loulan", foram analistas por Li Jin, conhecido geneticista da Universidade Fudan que afirmou em 2008 que o ADN continha marcadores que apontavam para origens no leste ou até mesmo no sul da Ásia.


As múmias do cemitério são as mais antigas já encontradas na bacia de Tarim. Testes de carbono conduzidos pela Universidade de Pequim dataram as mais antigas delas de 3.980 anos atrás. Uma equipe de geneticistas chineses analisou o DNA das múmias.


A despeito das tensões políticas quanto à origem das múmias, os pesquisadores chineses afirmaram em relatório publicado no mês passado pela revista científica BMC Biology que o povo tinha origens mistas, com marcadores genéticos europeus e siberianos, e que provavelmente tinha vindo de fora da China. A equipe trabalhou sob o comando de Hui Zhou, da Universidade Jilin, em Changchou, e o relatório tinha Jin como co-autor.


Todos os homens que foram analisados portavam um cromossomo Y hoje mais comumente encontrado no leste da Europa, centro da Ásia e Sibéria, mas raramente na China. O DNA mitocôndrico, que é transmitido pela linhagem feminina, consistia de uma linhagem da Sibéria e duas comuns na Europa. Já que tanto o cromossomo Y quanto as linhagens de DNA mitocôndrico são antigas, o Dr. Zhu e sua equipe concluíram que as populações europeia e siberiana provavelmente já haviam começado a se combinar antes de chegar à bacia de Tarim, por volta de quatro mil anos atrás.


O cemitério foi redescoberto em 1934 pelo arqueólogo sueco Folke Bergman, mas passou 66 anos ignorado até que uma expedição chinesa voltou a localizá-lo, usando o GPS. Os arqueólogos começaram a escavar o sítio entre 2003 e 2005. Os relatórios dos pesquisadores foram traduzidos e resumidos por Victor Mair, professor de chinês na Universidade da Pensilvânia e especialista na pré-história da bacia de Tarim.


Enquanto os arqueólogos chineses escavavam as cinco camadas de túmulos, conta Mair, encontraram cerca de 200 estacas, cada qual com quatro metros de altura. Muitas tinham lâminas lisas, pintadas de vermelho e negro, como os remos de alguma grande galera que tivesse naufragado por sob as ondas de areia.


E por sob as estacas existiam de fato barcos, de cascos revestidos de couro animal e posicionados de cabeça para baixo. Os corpos que os barcos abrigavam ainda vestiam as roupas com que foram sepultados - toucas de feltro com penas enfeitando as abas, muito parecidas com chapéus montanheses do Tirol. As múmias portavam grandes mantos de lã com borlas, e botas de couro. Uma espécie de Victoria¿s Secret da Idade do Bronze parece ter fornecido as roupas de baixo - tangas sumárias para os homens e saias feitas de fios soltos para as mulheres.


Dentro de cada barco usado como caixão haviam oferendas de sepultamento, entre as quais cestos de palha muito bem trançados, máscaras rituais entalhadas e ramos de efedra, uma erva que pode ter sido usada em rituais ou como medicamento.


Nos caixões femininos, os chineses arqueólogos encontraram um ou mais falos de madeira em tamanho natural, postados sobre ou ao lado dos corpos. Ao observar de novo o formato das estacas de quatro metros que se estendiam da proa dos barcos femininos, os arqueólogos chegaram à conclusão de que se tratava de gigantescos símbolos fálicos.


Os barcos dos homens todos estavam sob estacas em estilo remo. Mas na verdade não era essa sua função, concluíram os arqueólogos chineses: as peças no topo das estacas eram uma representação simbólica de vulvas femininas, o complemento dos símbolos encontrados nos barcos das mulheres. "O cemitério todo estava decorado com símbolos sexuais explícitos", escreveu Mair. Em sua interpretação, a "obsessão com a procriação" refletia a importância que a comunidade atribuía à fertilidade.


Arthur Wolf, antropólogo da Universidade Stanford e especialista em fertilidade em culturas leste asiáticas, disse que as estacas talvez sirvam como marcos de status social, um tema comum nas tumbas e nas estátuas encontradas em cemitérios. ¿Ao que parece o que a maioria das pessoas deseja levar é o seu status, se esse status é motivo de orgulho¿, disse.


Mair disse que a interpretação dos arqueólogos chineses que definiram as estacas como símbolos fálicos é "uma análise crível". A evidente veneração das pessoas sepultadas no local pela procriação pode indicar que estavam interessadas tanto nos prazeres quanto na utilidade do sexo, se levarmos em conta que os dois são difíceis de separar. Mas parecia haver respeito especial pela fertilidade, disse Mair, porque muitas mulheres estavam enterradas em caixões duplos, com oferendas especiais de sepultamento.


Dada a vida em um ambiente hostil, "a mortalidade infantil deve ter sido muito grande, e a necessidade de procriar, especialmente devido à situação isolada em que viviam, muito intensa", disse Mair. Outro possível risco para a fertilidade poderia ter surgido caso a população praticasse procriação consanguínea. "As mulheres capazes de gerar crianças e garantir sua sobrevivência até a idade adulta devem ter sido especialmente reverenciadas", disse Mair.


Diversos dos itens identificados no cemitério se assemelham a artefatos ou costumes familiares na Europa, ele apontou. Barcos para sepultamento eram comuns entre os vikings. Saias de fios e símbolos fálicos também foram localizados em locais de sepultamento da era do bronze no norte da Europa.


Não há assentamentos populacionais conhecidos perto do cemitério, e portanto é provável que as pessoas vivessem a alguma distância e chegassem ao cemitério de barco. Não foram encontradas ferramentas para trabalho em madeira no local, o que sustenta a ideia de que as estacas tenham sido entalhadas em outro lugar.


A Bacia de Tarim já era bastante árida quanto os moradores responsáveis pelo cemitério chegaram, quatro mil anos atrás. Eles provavelmente viveram lutando arduamente para sobreviver até que os lagos e rios dos quais dependiam por fim secaram, por volta do ano 400. Sepultamentos acompanhados por objetos como chapéus de feltro e cestos de palha eram comuns na região até dois mil anos atrás.


Não se sabe que idioma os moradores da região falavam, mas Mair acredita que possa ter sido tocariano, uma antiga intrigante na família dos idiomas indoeuropeus. Manuscritos em tocariano foram localizados na bacia de Tarim, onde o idioma era falado entre os anos 500 e 900. A despeito de sua presença no leste, o tocariano parece mais aparentado aos idiomas "centum" da Europa que aos idiomas "satem" da Índia e Irã. A divisão se baseia nas palavra usadas para centena em latim (centum) e sânscrito (satam).


Os moradores da região já estavam presentes dois mil anos antes das primeiras provas quanto ao uso do tocariano, mas "existe uma clara continuidade de cultura", disse Mair, comprovada pelo uso dos chapéus de feltro em sepultamentos, uma tradição preservada até os primeiros séculos depois de Cristo.


Uma exposição sobre as múmias da bacia de Tarim será aberta em 27 de março no Bowers Museum, em Santa Ana, Califórnia - a primeira ocasião em que elas são vistas fora da Ásia.


Fonte: (17 Mar 2010). Terra.com: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4323110-EI8147,00-Arqueologos+descobrem+cemiterio+de+povo+misterioso+no+Tibete.html

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por noticiasdearqueologia às 23:33

Quinta-feira, 18.03.10

Peças Arqueológicas são encontradas em Ortigueira

O programa de resgate arqueológico começou em janeiro de 2010 e ainda não tem prazo para terminar.

Técnicos em arqueologia de Erechim, no Rio Grande do Sul, estão realizando um trabalho de pesquisa ao longo do Rio Tibagi, na Área de impacto da Hidrelétrica Mauá, através da Habitus – assessoria e consultoria que tem como arqueólogo responsável Everson Paulo Fogolari.


O programa de resgate arqueológico, no qual se incluem a prospecção, o monitoramento conjunto à execução da obra, o salvamento com escavações em sítios relevantes e a educação patrimonial, começou em janeiro de 2010 e ainda não tem prazo para terminar. O 1° passo foi realizado há três anos, com o levantamento de todas as áreas da barragem. Agora,  está sendo feito o salvamento dessas áreas.


Ao todo são 39 sítios identificados no levantamento. As peças mais encontradas são cerâmicas indígenas e artefatos líticos (ponta de flechas e lâminas de machado), e também uma fogueira com data ainda não determinada. Participam do trabalho oito técnicos em arqueologia.


Fonte: (15 Mar 2010). Bem Paraná: http://www.bemparana.com.br/index.php?n=138131&t=pecas-arqueologicas-sao-encontradas-em-ortigueira


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por noticiasdearqueologia às 23:27

Quinta-feira, 18.03.10

Estudo aponta que cão domesticado surgiu no Oriente Médio

Pesquisadores analisaram DNA de cachorros e lobos para desmistificar origem asiática






Os ancestrais dos cachorros domésticos provavelmente surgiram no Oriente Médio, contrariando a hipótese de que eles eram originais do leste asiático. A conclusão teve como base um estudo genético divulgado na edição da revista Nature publicada nesta quinta-feira, 18.




Mike Segar/Reuters

Mike Segar/Reuters

Presença de cães em túmulos humanos no Oriente Médio reforçam nova tese sobre a origem



A descoberta sustenta um registro arqueológico que conecta a domesticação dos cachorros no Oriente Médio com a ascensão da civilização humana na região, segundo os cientistas.


"A descoberta é significante porque prova que os cachorros fizeram parte da evolução civilizatória", disse Robert Wayne, professor de evolução biológica da Universidade da Califórnia e principal autor do estudo. A região, que hoje reúne Iraque, Síria, Líbano e Jordânia, também foi uma área onde os gatos e alguns animais pecuários se originaram, diz Wayne.


O estudo é baseado em comparações genéticas entre mais de 900 cachorros que representavam 85 raças (da América do Norte, Europa, Leste Asiático e Oriente Médio) e mais de 200 lobos cinzentos, o parente selvagem mais próximo dos cachorros ainda vivo.


Na mais extensa análise por período, os cientistas usaram técnicas de genética molecular para examinar mais de 49 mil traços de todo a sequência do DNA (genoma) de cada um dos animais incluídos no estudo.


Foi descoberto que a maioria dos cachorros dividem mais traços genéticos únicos com os lobos cinzentos do Oriente Médio do que com qualquer outra população de lobos. Um parentesco com os lobos europeus foi encontrado, mas ainda com menos extensão.


"Melhor amigo do homem"


Os cientistas também investigaram sobre o início da relação dos cachorros com o homem. "Nós sabemos que os cachorros originais do Oriente Médio tinham uma relação mais próxima com os homens porque eles foram encontrados enterrados em áreas de sepultamento humano", explica o pesquisador norte-americano.


Mas os mais antigos laços entre as pessoas e o chamado "melhor amigo do homem" foram possivelmente mais do que uma relação de amor e ódio e que persiste em diversas partes do mundo até hoje, e ajuda a explicar a ambivalência cultural sobre os cães em cada região de onde eles se originaram.


A arqueologia tem registros de cachorros que datam de 31 mil anos atrás, dos vestígios de um animal encontrado na Bélgica. O primeiro cachorro do Oriente Médio data de 12 a 13 mil anos atrás.


Fonte: (18 Mar 2010). Reuters/Estadão.com: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,estudo-aponta-que-cachorros-domesticados-surgiram-no-oriente-medio,526088,0.htm





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por noticiasdearqueologia às 23:19


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