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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
A Câmara do Sabugal vai realizar, no Verão do próximo ano, novas escavações arqueológicas no conjunto de ruínas do cabeço da Senhora dos Prazeres, em Aldeia Velha. Cerca de oito anos depois da última intervenção, os trabalhos regressam ao Sabugal Velho para o estudo de novos dados, que colocam o local na rota de um fenómeno muito estudado na Grã-Bretanha, o dos fortes “vitrificados”.
Nas escavações realizadas na estação arqueológica até 2002 foi detectado que as muralhas tinha sido queimadas, bem como várias outras pedras, com os investigadores a associarem tais vestígios à intensa actividade metalúrgica medieval. Porém, tudo indica agora que os vestígios resultam de um incêndio provocado, o que significa que se encaixam no fenómeno. «É praticamente seguro que temos no Sabugal Velho o fenómeno dos fortes “vitrificados” e daí a necessidade de aproveitar este novo dado», afirma Marcos Osório. «Estamos a falar do primeiro povoado a Norte do rio Tejo com esta característica», constata o arqueólogo da autarquia. Na sua opinião, haverá três possíveis explicações para o fogo intencional: proporcionar mais solidez à estrutura defensiva, ritual de condenação do povoado pelos próprios habitantes antes de o abandonar ou testemunho de destruição deixado por um exército inimigo.
Marcos Osório refere que, em Portugal, foi descoberto recentemente este fenómeno no Baixo Alentejo e que «também se pode encontrar em Salamanca e Cáceres». Os casos mais conhecidos estão na Escócia, Suécia e Alemanha. As escavações a realizar no próximo ano no Sabugal Velho, cuja primeira ocupação remonta à Idade do Ferro (I milénio a.C.), deverão envolver o Centro de Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e Porto (CEAUCP). Esta é, pelo menos, a aspiração da Câmara, que vai apresentar uma candidatura nesse sentido, adianta o arqueólogo. O envolvimento do CEAUPC permitirá «outros meios e outro tipo de projecção», antevê Marcos Osório, adiantando que vai ser colocado à vista mais um troço da muralha ocidental da estação arqueológica. Relativamente ao processo de classificação do sítio como Monumento Nacional, remetido em 2003 ao então Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), ainda não há novidades. O processo «nunca foi dado como incompleto», explica Marcos Osório, para quem esta demora «é normal». «A partir do momento em que está em vias de classificação, já está protegido e pela mesma legislação, pelo que não há motivos para preocupações», acrescenta.
Fonte: (17 Dez 2009). O Interior: http://www.ointerior.pt/noticia.asp?idEd
Uma equipa de arqueólogos descobriu na Alemanha vestígios que provam a existência de canibalismo em massa num local de rituais fúnebres com mais de sete mil anos. Segundo a BBC, os autores defendem que a rara descoberta na cidade de Herxheim prova a existência desta prática no início do período Neolítico na Europa. A tese já está a gerar controvérsia.
Segundo os autores do estudo, publicado no Journal of Atinquity, os esqueletos de mais de 500 pessoas - incluindo crianças e até fetos - foram "intencionalmente cortados e mutilados".
"A hipótese de sacrifícios humanos em Herxheim não é certa, mas temos várias provas de que centenas de pessoas foram comidas por um breve período de tempo", afirmou o líder da equipa, Bruno Boulestin, da Universidade francesa de Bordéus, citado pela Science News.
O investigador diz que foram encontrados nestes ossos outras características que apontam para práticas canibais. "Há padrões nos ossos de animais que foram cozinhados no espeto. Encontramos esses mesmos padrões nestes ossos humanos", explicou à BBC. Admite, contudo, ser difícil comprovar que ossos humanos foram deliberadamente cozinhados.
O local dos achados, na cidade de Herxheim, no Sudoeste da Alemanha, começou a ser escavado em 1996 e continuou a ser explorado entre 2005 e 2008.
As maiores críticas ao novo estudo surgem precisamente de dois arqueólogos que analisaram os mesmos ossos nos anos 90. Jörg Orschiedt da Universidade de Leipzig e Miriam Haidle do Museus de História Natural de Frankfurt, Alemanha, negam peremptoriamente a tese de canibalismo.
O mais provável é que os esqueletos tenham voltado a ser enterrados em Herxheim depois de terem sido desmembrados num ritual fúnebre característico de muitas sociedades antigas, defendem num comunicado citado pela Science News.
Mas a equipa de Boulestin insiste na tese, alegando que alguns dos ossos humanos estudados tinham sido mastigados.
Fonte: JOANA FERREIRA DA COSTA (07 Dez 2009): Diário de Notícias: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/Interio
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