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Segunda-feira, 22.06.09

Júlio Barroso garante que vestígios arqueológicos nos Palmares não estão em risco

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Após denúncia ao Igespar, um técnico da entidade foi ao local e viu que havia afectação dos vestígios devido a construção do «Palmares Resort». Câmara de Lagos foi informada de que qualquer obra com impacto no subsolo deveria ser suspensa.


«Os vestígios arqueológicos estão fora da área de intervenção da obra» do Projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN) dos Palmares, junto à Meia Praia e à Ria de Alvor, garantiu ao «barlavento» o presidente da Câmara de Lagos.

Os trabalhos de terraplanagem para a execução do PIN «Palmares Resort» tinham deixado a descoberto vestígios arqueológicos, que poderiam indicar a existência de uma villa romana, situação denunciada pelo investigador de arqueologia João Velhinho, tal como o «barlavento» revelou em Abril.

Na altura, havia duas estruturas arqueológicas mais a Sul que ainda não tinham sido danificadas. No entanto, a Norte, na área onde houve a movimentação de terras, eram visíveis sobre o terreno vestígios de cerâmica em terra sigilata, vidros e bocados de ânforas, que podem ter sido partidas pelas máquinas.

Após a denúncia feita por João Velhinho ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), esta entidade enviou um técnico à zona onde está a ser construído o empreendimento turístico para confirmar a veracidade da afectação dos vestígios.

Além dos vestígios e de duas estruturas, o «barlavento» sabe ainda que o arqueólogo do Igespar teria identificado menires que poderiam estar em risco numa outra zona junto ao empreendimento.

As informações recolhidas pelo técnico levaram aquela entidade a emitir um ofício à «Câmara Municipal de Lagos chamando a atenção para esta situação», avançou fonte da assessoria do Igespar.

«Nesse ofício, referia-se ainda que qualquer obra com impacto no subsolo deveria ser suspensa até que fosse garantida a presença de um arqueólogo no local», acrescentou ainda a porta-voz daquele Instituto.

Esta salvaguarda já estava prevista no Plano de Urbanização da Meia Praia, mas poderá até nem ter sido respeitada, visto que havia vestígios arqueológicos na zona e as obras não pararam.

Por outro lado, o facto de ter sido feito um levantamento prévio para o Plano de Urbanização da Meia Praia e de então ter sido identificada apenas uma zona de interesse patrimonial (Sete Figueiras), dispensava o acompanhamento permanente de um arqueólogo.

A verdade é que foi necessária a denúncia ao Igespar e a emissão de um ofício por aquela entidade para a Câmara decidir colocar os seus serviços de arqueologia a acompanhar a obra.

«Os serviços de fiscalização e arqueologia da Câmara Municipal estão a acompanhar a obra», garantiu também Júlio Barroso.

Ainda assim, o autarca disse que «todos os condicionalismos da licença foram cumpridos», reafirmando que aqueles vestígios encontrados agora e referenciados pelo Igespar no ofício «estão fora da área de intervenção da obra».

O facto é que, segundo João Velhinho, já pode ter sido destruído, com a movimentação de terras, o que poderá ter sido um tanque de um impluvium, a zona central de uma casa romana onde era recolhida a água da chuva.

Era também nesse local, onde foram feitos os trabalhos de terraplanagem, que se encontrava o maior volume de vestígios da cerâmica em terra sigilata e de ânforas partidas.

As estruturas podem mesmo ter sido de uma villa ou quinta romana, com actividades industriais, como a produção do garum (pasta de peixe) e de ânforas para a exportar. Mais a Norte, poderá ainda ter existido uma necrópole, segundo as indicações de João Velhinho.

Através dos vestígios visíveis à superfície do terreno, o investigador supunha que a villa romana teria tido «uma certa importância, até porque há cerâmica em terra sigilata, que era fina e importada. Justificava a qualidade da vida de um senhor que tinha posses». E a quantidade de fragmentos daquele material é enorme.


Fonte: Ana Sofia Varela (18 Jun 2009). O Barlavento, on line: http://www.barlavento.online.pt/index.php/noticia?id=33822

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por noticiasdearqueologia às 23:51


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