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NOTÍCIAS DE ARQUEOLOGIA

O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...



Quarta-feira, 27.05.09

Lagos: descobertos cemitérios de leprosos e escravos

Dois cemitérios, um de leprosos que remonta a 1490, e outro de escravos, com cerca de 140 esqueletos foram descobertos em Lagos durante as escavações para a construção de um parque de estacionamento.

Dois cemitérios, um de leprosos que remonta a 1490, e outro de escravos, com cerca de 140 esqueletos foram descobertos em Lagos durante as escavações para a construção de um parque de estacionamento.


As descobertas incluem ainda uma lixeira do século XV.


Os vestígios arqueológicos foram descobertos durante as escavações para a construção de um parque de estacionamento, na zona da Praça d’Armas, no Parque da Cidade, disse hoje à Lusa o presidente da câmara de Lagos, Júlio Barroso.


Além dos cemitérios, foram encontrados vestígios de uma Gafaria (hospital para leprosos), um forno crematório de uma ocupação ainda mais remota, peças de cerâmica e moedas medievais.


Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Lagos disse que os achados arqueológicos, «confirmam as referências documentadas que apontam para o funcionamento de uma Gafaria no período de 1490 até meados do século seguinte».



Num piso inferior ao da Gafaria foi descoberto um forno crematório de uma época mais remota, apresentando o local, vários níveis de ocupação, correspondentes a períodos históricos diferentes.


Segundo Júlio Barroso, num cemitério foram encontrados cerca de 20 esqueletos com deformações, que «correspondem a sinais muito evidentes de lepra, o que torna Lagos um local de referência para o estudo da doença e para a história da medicina».


«Estas descobertas permitem que estudos sobre a lepra que eram feitos na Dinamarca, possam ser feitos em Lagos», observou o autarca.


Júlio Barroso considerou ainda que a descoberta dos 140 esqueletos de escravos africanos «abre um novo campo de conhecimento sobre o estatuto social do escravo, a sua vivência e, em termos gerais, sobre os descobrimentos portugueses».


Para o autarca, as «descobertas enriquecem o património arqueológico da cidade, contribuindo para uma melhor compreensão da sociedade de épocas passadas».



«Abre-se um novo campo de estudo para a História da Medicina, da Engenharia, do Urbanismo, e da Sociologia/Antropologia», observou.


Júlio Barroso acrescentou que a autarquia «está empenhada em continuar os estudos sobre os vários períodos da história, aproveitando as potencialidades que Lagos oferece».


Os achados arqueológicos foram descobertos na sequência dos trabalhos iniciados em Setembro de 2008 de construção de um parque de estacionamento subterrâneo, com três pisos, integrado no processo de renovação urbana da cidade de Lagos.


Fonte: (27 Mai 2009). Diário Digital / Lusa:  http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=4&id_news=390715


Fotos: Diário Região Sul: http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=94890#

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por noticiasdearqueologia às 23:08

Quarta-feira, 27.05.09

Três milhões para Museu de Arte Pré-Histórica de Mação


A Comissão Europeia atribuiu ao Museu de Arte Pré-Histórica de Mação três milhões de euros para que organize um conjunto de intervenções ao nível da arqueologia, antropologia visual, museografia e arte contemporânea, anunciou fonte do Museu.





Segundo disse hoje à agência Lusa Luís Oosterbeek, director do Museu de Mação, o apoio financeiro concedido "visa a organização e realização", em parceria com o Politécnico de Tomar (IPT), "de três projectos diferentes entre si mas dentro da mesma linha, de um mesmo fio condutor, que é o de promover a articulação entre as artes performativas e a arqueologia no espaço europeu, no Brasil e também na República Popular da China".


"O conjunto dos investimentos europeus nestes programas, que envolvem diversos cenários europeus e supera os 3 milhões de euros, é um reconhecimento do trabalho desenvolvido até hoje e permitirá consolidar o Museu de Mação como um pólo de articulação entre a investigação de arqueologia e arte rupestre com a criação artística contemporânea", afirmou o responsável.


No projecto global, a concretizar até 2011, Oosterbeek destaca o facto do Museu de Mação passar a integrar uma rede internacional de acolhimento de grandes eventos "pouco vulgares" e a participação de alunos das Faculdades de Belas Artes de Porto e Lisboa, da Academia Taidokolu (Helsinquia, Finlândia) e da Universidade de Tartu (Estónia).


Segundo disse, "o programa inclui diversos eventos artísticos internacionais, de que se destacam 'O Simpósio de Arte' para o espaço público "NoWhere", com a presença de agentes culturais de 9 países diferentes (Finlândia, Croácia, Eslovénia, Estónia, Turquia, Áustria, Alemanha, República Checa e Portugal).


"Também o 'Worskhop Mutopia', com a presença de 18 alunos de Mestrado, das áreas de Arte Contemporânea e Antropologia Visual da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, da Academia Taidokolu, da Universidade de Tartu, coordenado por Tero Nahua e John Grzinich, e um programa de Noites de cinema documental no cine-teatro de Mação são exemplos de actividades a desenvolver", destacou o director ciêntífico do Museu de Mação.


Esta articulação entre as artes performativas e a arqueologia é promovida pelo IPT e pelo Museu de Arte Pré-Histórica de Mação em diversas intervenções no Brasil, também com o apoio da Comissão Europeia, sendo que, também na China, será desenvolvido um projecto  baseado na arqueologia virtual.


"Este é um projecto para concretizar em três anos (2009/2011), sendo que na República Popular da China recriaremos a vida e percurso dos jesuítas, através de um projecto sustentado na arqueologia virtual", concluiu.


Fonte: (24 Mai 2009). Diário de notícias: http://dn.sapo.pt/inicio/artes/Interior.aspx?content_id=1242768



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por noticiasdearqueologia às 22:55

Sábado, 23.05.09

Setúbal: Escavações mostram mosaicos dos séculos III e IV




Dois mosaicos dos séculos III e IV estão entre os achados arqueológicos das escavações efectuadas pelo Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS) no centro histórico da cidade.




"São achados arqueológicos que comprovam a importância económica da cidade de Setúbal naquela época", disse à Lusa Carlos Tavares da Silva, responsável pelas escavações do MAEDS, durante uma visita guiada a alguns dos locais onde foram encontrados vestígios arqueológicos da época romana e do período islâmico.


"A autarquia está a dar apoio ao nível do estudo e da conservação dos mosaicos da Rua António Joaquim Granjo. Foi a autarquia que alugou a casa para as escavações, estando prevista a musealização daquele espaço", acrescentou o arqueólogo do MAEDS.


Além do mosaico da Rua António Joaquim Granjo, e de outro semelhante numa casa particular da rua Arronches Junqueiro, as escavações do MAEDS, perto do Miradouro de São Sebastião, permitiram também descobrir um reservatório de água do século X (d.C.) - que fornecia água a Cetóbriga (Setúbal na época romana)- e um cemitério do período islâmico.





Filme: Lusa/SAPO: http://noticias.sapo.pt/infolocal/artigo/995337.html




Segundo Carlos Tavares da Silva, trata-se de uma "zona sepulcral em que o morto era colocado com as pernas ligeiramente flectidas e com a cara virada para Meca. O morto, como era característico do ritual islâmico, não tinha caixão nem espólio".


"Até agora recuperámos cinco esqueletos", disse o arqueólogo, adiantando que ainda só foi escavada uma pequena parte do antigo cemitério islâmico.


Durante a vista guiada aos dois mosaicos em casas particulares das ruas António Joaquim Granjo e Arronches Junqueiro, a directora do MAEDS, Joaquina Soares, salientou a importância da preservação dos vestígios "in situ", ou seja, nos locais onde foram encontrados.


Uma ideia corroborada pelo arqueólogo Carlos Tavares da Silva, que também sublinhou a importância da nova atitude dos proprietários de edifícios onde são encontrados vestígios histórico da cidade de Setúbal, que mostraram interesse na preservação daquele património arqueológico.


O percurso efectuado por dezenas de setubalenses interessados em conhecer o património histórico da cidade incluiu uma breve passagem pelas instalações musealizadas da antiga Região de Turismo Costa Azul, onde o chão de vidro permite observar um conjunto de tanques da época romana utilizados para a salga de peixe.


Trata-se de um exemplo dos muitos vestígios arqueológicos da baixa da cidade de Setúbal, que evidenciam a importância económica da antiga Cetóbriga, durante a ocupação romana, com base na produção e exportação de sal para outros países europeus.


Fonte: (19 Mai 2009). Diário de Notícias: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/Interior.aspx?content_id=1237322





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por noticiasdearqueologia às 21:24

Sábado, 23.05.09

Painel descoberto no sítio de Vale do Mouro (Coriscada) regressa após trabalhos de restauro em Conímbriga

Carta Arqueológica do Na tarde de quinta-feira, os participantes no V Congresso de Arqueologia fizeram uma visita ao sítio de Vale do Mouro, na Coriscada, concelho de Mêda

 


Concelho apresentada em


Julho.



O painel com a imagem de Baco descoberto no sítio arqueológico de Vale do Mouro, na Coriscada, poderá ser apreciado na Mêda a partir de 18 de Julho, altura em que está prevista também a apresentação da Carta Arqueológica do Concelho.


 


No próximo mês de Julho deverá ser lançada a Carta Arqueológica do Concelho de Mêda. No mesmo mês regressará ao concelho o painel de mosaico policromático com a imagem de Deus Baco junto de uma Menade, descoberto no Verão de 2006 no sítio de Vale do Mouro, na freguesia de Coriscada, depois de ter sido objecto de restauro em Conímbriga.


O referido painel deverá chegar à Mêda em meados de Julho, onde ficará exposto algum tempo. O programa prevê ainda a exposição da relíquia nos museus do Côa e do Douro e nos Jerónimos.


O património arqueológico da região esteve em destaque durante quatro dias, entre 13 e 16 deste mês, no âmbito do V Congresso de Arqueologia do Interior Norte e Centro de Portugal, organizado pela Associação Cultural, Desportiva e Recreativa (ACDR) de Freixo de Numão (Vila Nova de Foz Côa) e pelo Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC). O evento decorreu em diferentes concelhos do distrito da Guarda, nomeadamente em Pinhel (dia 13), Mêda (dia 14), Figueira de Castelo Rodrigo (dia 15) e Vila Nova de Foz Côa (dia 16), com a participação de cerca de uma centena e meia de pessoas, entre arqueólogos e outros investigadores e estudantes.


A directora do PAVC destaca a importância do evento, que, ano após anos, tem despertado o interesse de cada vez mais investigadores e estudantes. “É essencial que a investigação progrida, e o facto de serem editadas actas com regularidade é muito apelativo para os investigadores, porque eles precisam de ver o seu trabalho publicado. É assim que passa para a comunidade científica”, sublinha Alexandra Cerveira Lima.


 


Visita ao sítio arqueológico


O programa de quinta-feira, dia 14, do Congresso de Arqueologia incluiu uma visita ao sítio arqueológico de Vale do Mouro, depois de ter sido feito o ponto de situação da investigação de 2003 a 2008, por António Sá Coixão, Tony Silvino e Pedro Pereira, numa sessão realizada no auditório da Casa Municipal da Cultura de Mêda. No final, os participantes fizeram também uma visita ao pequeno espaço museológico instalado provisoriamente num edifício da Junta de Freguesia de Coriscada, onde pode ser apreciada a Exposição de Arqueologia “Os Romanos no Vale do Mouro”. Uma mostra que surgiu na sequência das diversas campanhas de escavação arqueológica realizadas no sítio do Vale do Mouro desde o ano de 2003. Os vestígios foram referenciados por elementos do Centro Sócio-Cultural (CSC) da Coriscada e, em 2003, começaram a ser realizadas campanhas de investigação no sítio por uma equipa de arqueólogos coordenada por António Sá Coixão e Tony Silvano.


Inicialmente com o apoio logístico do CSC da Coriscada e ACDR de Freixo de Numão, as campanhas já envolveram dezenas de investigadores, com a colaboração também da Junta de Freguesia local e o apoio financeiro da Câmara Municipal de Mêda. A descoberta de painéis de mosaico policromo no Verão de 2006, com a figuração do Deus Baco e de uma Menade, criou “uma quase situação de revolução no que se refere ao estudo do Mundo Rural Romano”. Já no último dia da campanha de 2007, um tesouro monetário de cerca de 4600 moedas, de finais do Século III/IV d.C., voltou a constituir motivo de surpresa. De resto, diz quem ali tem feito investigação que o sítio do Vale do Mouro surpreende ano após ano, sendo referência a nível regional e nacional. Duas das apostas futuras serão a musealização do sítio e a criação de um Museu na Coriscada.


 


Proposta de criação de cinco núcleos museológicos


Além da criação de um Museu na Coriscada, o arqueólogo António Sá Coixão propõe a criação de outros núcleos museológicos no concelho de Mêda. O projecto pensado pelo arqueólogo, já apresentado ao Município, inclui a criação de espaços nas freguesias de Barreira (ligado ao barro), Longroiva (Templários), Marialva e Mêda.


Fonte: Fátima Monteiro (20 Mai 2009). Jornal Nova Guarda: http://www.novaguarda.pt/noticia.asp?idEdicao=181&id=12023&idSeccao=2453&Action=noticia 




 



 

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por noticiasdearqueologia às 21:14

Sábado, 23.05.09

Mosaicos: Alter do Chão revela amanhã nova descoberta arqueológica




 



Um painel, no centro da vila, representando o último canto da 'Eneida' de Virgílio, vai ser desvendado amanhã, no dia do município de Alter do Chão.

Alter do Chão vai fazer amanhã a divulgação oficial do último espólio arqueológico romano descoberto mesmo no centro da localidade, cujos documentos mais significativos são os monumentais mosaicos encontrados em razoável estado de conservação. Com características únicas, representa o último canto da obra de Virgílio, a Eneida, e a sua datação aponta para o século IV d.C.

As intervenções arqueológicas realizadas nos últimos anos, cujos vestígios mais salientes agora se tornaram públicos, permitiram identificar um conjunto digno de nota de estruturas com características romanas que teriam sido, muito provavelmente, um conjunto habitacional bastante ampliado. O arqueólogo Jorge António, há vários anos a trabalhar no local, assinala que esse conjunto habitacional se poderá enquadrar entre os séculos II e IV d.C.

Alter do Chão revela amanhã nova descoberta arqueológica


Além dos mosaicos, foram descobertos objectos numismáticos, esculturas, cerâmica, quer doméstica (como por exemplo grandes recipientes destinados a conservação e transporte de alimentos) quer de construção, como telhas de vários modelos. Conforme referiu o arqueólogo, o processo de pesquisa arqueológica irá continuar, até porque os indícios já detectados apontam para uma maior extensão de um conjunto ainda submerso que pode ser desbravado.

Foi durante trabalhos de obras públicas nos anos 50 do século XX, que os vestígios começaram a ser descobertos, o que levou, em 1956, a uma intervenção de escavação, onde foi encontrado o primitivo balneário, as canalizações e mesmo os primeiros mosaicos com motivos geométricos. Era normal e vulgar, os habitantes locais encontrarem, há 20, 30 anos, "moedas antigas" quando andavam a pastar o seu próprio gado no local.

Entretanto têm sido escavados noutros locais do centro de Alter do Chão vestígios de períodos antigos, como uma necrópole tardo-antiga, cujos trabalhos não estão terminados. Vestígios localizados numa zona desabitada e em ruínas, mas que tem uma certa importância histórica, pois nela foram encontrados materiais que vão dos tempos romanos dos meados do século I DC até enterramentos que teriam sido consumados nos séculos VII-IX, ou seja quando aquele território já estaria sob ocupação árabe.

Um dos espólios descobertos diz respeito a uma placa funerária, cujo epitáfio se refere a uma senhora de nome Sentia Laurila, que viveu no século I d.C. e que foi encontrada à cabeceira de uma sepultura, cuja datação, por radiocarbono, de um dos ossos enterrados, o situa nos finais do século VIII, princípios do IX. Esta necrópole era cristã, mas a região, nessa altura, já estava sob a alçada moura, possivelmente com uma ocupação muito lassa, do ponto de vista administrativo.

De acordo com o estudo do epitáfio em que participaram o arqueólogo Jorge António e o catedrático José d`Encarnação, verifica-se que a mulher terá morridos aos 85 anos. Na placa, são identificados os seus herdeiros. Aqueles investigadores admitem que o nome Laurila tem ascendência indígena.




Fonte: Serafim Lobato (20 Mai 2009). Diário de Notícias: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1237931




 

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por noticiasdearqueologia às 21:01

Sábado, 23.05.09

Alter do Chão: Circuito turístico vai integrar este património arqueológico




 




Amanhã, depois da inauguração, será colocada a questão: como preservar e dar relevo aos documentos arqueológicos expostos e, naturalmente, outros?

O Gabinete de Arqueologia da Câmara Municipal de Alter do Chão, pela voz de Jorge António, tem um projecto que denomina Via Hadriana para "recuperação, valorização e promoção histórico e arqueológico", visando "a criação de um circuito turístico integrado de visitas e animação cultural" no concelho.


Para aquele gabinete, "é indiscutivelmente um projecto bastante ambicioso, estruturante, de longo prazo e deve assumir-se como uma referência para todo o Norte alentejano". Ou seja, na sua especificação: "pretende-se a fruição pública imediata ao património a intervencionar, aos laboratórios de Arqueologia e Antropologia, às reservas e ao laboratório de conservação e restituo, apostando fortemente no aumento do fluxo turístico e na sensibilização dos visitantes e da população local para a importância do património do concelho".





Do ponto de vista do arqueólogo Jorge António, há nove anos a trabalhar em Alter do Chão,  os vestígios romanos encontrados em vários pontos desta localidade, bem como a existência ainda hoje de uma ponte autenticamente romana - talvez a única do país, conhecida como 'A Ponte de Vila Formosa', situada sobre a ribeira de Seda (monumento nacional desde 1910, mas a necessitar de urgentes trabalhos de manutenção que, caso não se façam rapidamente, podem vir a contribuir para a sua deterioração), levam a admitir que todo esse conjunto arqueológico edificado poderá ter uma correspondência com a antiga Abelterium, de origem romana, um tecido urbano já de certa dimensão, que tem levado os investigadores a prever que possa ter sido uma sede de civitas.


Um dado curioso, no entanto, é que até agora, nas escavações já empreendidas nesta, como noutras regiões vizinhas, também de grande dimensão, não tenham sido encontrados objectos de cariz militar.



Fonte: (20 Mai 2009). Diário de Notícias: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/Interior.aspx?content_id=1238229




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por noticiasdearqueologia às 20:56

Quinta-feira, 21.05.09

Descoberta de cemitério islâmico pode antever núcleo importante

Descoberta de cemitério islâmico pode antever núcleo importante


A descoberta de um cemitério islâmico, na baixa setubalense, pode antever a existência de um núcleo, do mesmo período, “bem mais importante”. Para o arqueólogo Carlos Tavares da Silva, a descoberta da necrópole islâmica, “que pode corresponder exactamente ao período de finais do século X”, é “extremamente importante”, dado que, “até ao momento, os achados arqueológicos islâmicos na cidade eram bastante reduzidos”.


As explorações levadas a cabo pelo Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS), na rua Francisco Augusto Flamengo, deixaram a descoberto, numa primeira fase, algumas estruturas do século XVII, que “se encontravam revestidas de tijoleira”. No entanto, as escavações seguintes, que “prosseguiram em profundidade”, puseram a descoberto “indícios da existência de um cemitério, de carácter muçulmano”. “O MAEDS pressupõe isso pelo facto de os corpos estarem virados para Meca, sem quaisquer espólios, nem caixões”, adianta o arqueólogo.


Segundo as informações disponibilizadas pelo antropólogo físico, Ricardo Godinho, até ao momento foram exumados cinco indivíduos adultos, uma mulher e dois homens, uma criança e, finalmente, um adolescente. “O adolescente deveria ter entre quinze a vinte anos e a criança cerca de cinco ou seis”, adianta. A nível de patologias, Ricardo Godinho esclarece que foram “detectadas inúmeras cáries e perda de ossos”, além de “existirem inúmeros indicadores de marcas nos ossos”.


A descoberta deste novo achado arqueológico reveste-se de uma grande importância, dado que em Setúbal, como explica Carlos Tavares da Silva, apenas “existia um núcleo islâmico perto da praça do Bocage e um outro no largo da Misericórdia”. “Eram vestígios ténues, mas esta descoberta muda tudo”, sublinha. Ainda debaixo do cemitério, foram encontradas algumas estruturas que deixaram a descoberto “parte de um grande reservatório de água, que, até ao momento, já tem 3,3 metros e continua pela rua”, adianta.


“Esta água deveria abastecer grande parte de Cetóbriga, no século III”, acrescenta ainda Tavares da Silva. De acordo com Joaquina Soares, presidente do MAEDS, todo este depósito poderá, futuramente, “ser visitável e integrado no complexo a ser reedificado”. Além do cemitério islâmico, foi ainda encontrado, “numa área mais pequena da rua Arronches Junqueiro”, um mosaico do período romano, que teria pertencido, de acordo com Tavares da Silva, “a uma dómus, ou seja, a uma casa bastante rica, que possuía pátio anterior”.


Este mosaico romano, “caracterizado por motivos geométricos, pertenceu a uma área que revelava elevado poder económico”. Para Joaquina Soares, também este achado arqueológico poderá ser visitável, dado que a proprietária do edifício onde foi encontrado “se sensibilizou bastante com este acontecimento”. “É possível que exista uma estrutura metálica futura, com um pavimento em vidro por cima, que se prolongue por toda aquela rua e pelo lote contíguo”, adianta também a directora do MAEDS.                                                                                     Fonte: Bruno Cardoso (20 Mai 2009). Setúbal na Rede: http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=10844                                                                                                                          

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por noticiasdearqueologia às 22:48

Quinta-feira, 21.05.09

Fóssil encontrado na Alemanha: Ida, a nossa tia-avó com 47 milhões de anos








Ida não conseguiu segurar-se quando os gases venosos do lago Messel, na região da Alemanha, a intoxicaram. A primata, que não teria mais de nove meses e 53 centímetros de comprimento, caiu nas águas, foi coberta pelo lodo, acabou por fossilizar e só passado 47 milhões de anos, em 1983, é que foi trazida à luz do dia. Mas a aventura do que pode ser o antepassado do grupo dos primatas superiores de que o Homem faz parte não acabou aqui.

O fóssil foi descoberto por um coleccionador privado que dividiu as ossadas em duas metades. Uma foi restaurada e vendida como se estivesse completa, acabando por ser adquirida por um museu privado em Wyoming. Em 2000, descobriu-se que era uma fraude. A outra metade, que era maior, foi comprada há dois anos pelo museu de Oslo, na Noruega.

“O meu coração começou a bater muito depressa”, disse aos jornalistas Jorn Hurum, referindo-se à compra do fóssil. “Eu sabia que o vendedor tinha nas mãos um acontecimento mundial. Não consegui dormir durante duas noites”, explicou o investigador do Museu de Oslo que esteve à frente da investigação, que foi hoje publicada na revista Public Library of Science. Quando o grupo começou a estudar o fóssil, rapidamente chegaram à conclusão que era a parte que faltava à metade já conhecida.



Uma nova espécie

Ida, como a baptizou Jorn Hurum, é um verdadeiro achado. 95 por cento do esqueleto está bem preservado devido às condições fora de série do lago que existia na região durante a época do Eocénico (há 56 a 34 milhões de anos), e que lançava gases venenosos por haver actividade vulcânica no local. É possível ver os contornos dos pêlos e a última refeição vegetariana da primata.

Mas o que a torna tão especial é que parece ser uma antepassada do grupo de primatas superiores a que o Homem pertence, na altura em que se separou da linhagem que deu origem a espécies como os lémures, primatas inferiores e mais afastados do Homem.

Ao contrário dos lémures, Ida não tinha uma garra no segundo dedo do pé, nem tinha dentes fundidos. Por outro lado, os olhos já estavam no mesmo plano, oferecendo uma visão parecida com a nossa, e não se situavam mais lateralmente, como acontece nos lémures. A nível do esqueleto o fóssil já tinha talus, um osso do tornozelo que aparece ainda mais desenvolvido nos humanos.

“Isto mostra uma parte da nossa evolução que tem estado escondida até agora porque os únicos especímenes [encontrados] estão tão incompletos ou partidos que não há nada para estudar”, explica o investigador. Os investigadores resolveram chamar à nova espécie Darwinius masillae, em honra aos 200 anos do nascimento do evolucionista Charles Darwin.

Jens Franzen, que trabalha na região de Messel e foi primeiro autor do artigo, salientou que Ida não é uma antepassada directa. “Ela pertence ao grupo a partir do qual se desenvolveram os primatas superiores e os seres humanos, mas a minha impressão é que ela não faz parte da linha directa”, disse, citado pela BBC News.

Mas a descoberta está a ser um êxito. Foi hoje mostrada em Nova Iorque no Museu de História Natural pelo presidente da cidade, Michael Bloomberg, e a seguir volta para Oslo. “São necessários um ou dois ícones para arrastar as pessoas para o museu. Isto é a nossa Mona Lisa e vai ser a nossa Mona Lisa nos próximos cem anos”, concluiu Jorn Hurum.

Fonte: Nicolau Ferreira (19 Mai 2009). Público: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1381656

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por noticiasdearqueologia às 10:11

Segunda-feira, 18.05.09

Dia dos Museus

Exposições, concertos, teatro, filmes, gastronomia e visitas a espaços menos conhecidos no interior dos museus e palácios são algumas das propostas entre 548 actividades da programação oficial do Dia Internacional dos Museus, a 18 de Maio.



A efeméride acontece este ano numa segunda-feira, mas as celebrações começam mais cedo, a partir de 16 de Maio, sábado, devido ao evento com iniciativas pela noite dentro originalmente criado na França, intitulado «Noite dos Museus», cuja adesão tem crescido nos últimos anos em Portugal.


Uma extensa programação para o Dia Internacional dos Museus foi organizada pelo Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), este ano subordinado ao tema «Museus e Turismo», sugerido pelo ICOM - Conselho Internacional de Museus.


Com este tema, o ICOM pretende lançar o debate sobre a articulação do turismo com os museus, procurando responder a questões como qual a relação entre estas duas áreas, ou que benefícios pode trazer o turismo para as sociedades e para os museus que divulgam a sua identidade cultural.


Aderiram às celebrações oficiais, com entradas gratuitas, cerca de 70 museus de norte a sul do país tutelados pelo IMC e também da Rede Portuguesa de Museus (RPM), mas outros museus municipais e privados também vão assinalar a data.


Em Lisboa, no âmbito do programa do IMC para a «Noite dos Museus», o Museu da Água organiza a 16 de Maio, no Aqueduto das Águas Livres, com início às 20:00, uma visita-guiada. Às 21:30, realiza uma animação histórica para recriar um serão na Corte de D. João V, na Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos.


O Museu da Fundação Calouste Gulbenkian faz dia 17 de Maio uma visita orientada sob o título «O que é um Museu», seguida de oficina criativa, enquanto o Museu de Arte Contemporânea do Chiado organiza, a partir das 11h de 18 de Maio, uma «Maratona de Visitas guiadas» às exposições «As Cores da Vanguarda. Arte Na Roménia 1910-1950» e «A Arte Moderna em Portugal 1910-1950».


Ainda em Lisboa, o Museu das Comunicações inaugura dia 18, às 14h30, a exposição «Do museu ao bairro: histórias de viajantes», iniciativa seguida de uma visita guiada pelo bairro da Madragoa que visa uma aproximação do museu à comunidade onde está inserido.


No Museu da Música, no dia 16 de Maio, às 21:00, actua o Grupo Coral Masculino «Vozes de Casével», naquela que será a primeira apresentação neste espaço de um grupo tradicional de cante alentejano.


No mesmo dia, pelas 11h, no Museu Nacional de Arqueologia, abre a «Feira dos Saberes e dos Sabores», que inclui ainda o evento «Um Oleiro no Museu» Paulo Franco:«A Magia da Forma», enquanto a Região do Oeste Torres Vedras apresenta uma Mostra de Produtos Regionais.


O Museu Nacional de Arte Antiga organiza para famílias e crianças «O Mistério dos Livros desaparecidos - À descoberta dos animais escondidos», com diversos itinerários pelos espaços do museu, e às 22h15 apresenta um espectáculo de capoeira pelo grupo «VidArte».


No dia 18 de Maio, o Museu dos Coches realiza em duas sessões, de manhã e à tarde, o tradicional «Passeio Real em Belém» em charrete, com o público a poder passear, como faziam príncipes e princesas, entre o Museu Nacional dos Coches, o Palácio de Belém e outros monumentos desta zona histórica.


O Palácio Nacional de Sintra irá abrir nessa data, excepcionalmente, espaços da Ala Manuelina para serem visitados e guiados com comentários do serviço educativo sobre «D. Manuel I e o Paço de Sintra».


Na zona norte, no Porto, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves dedica várias actividades no Dia Internacional dos Museus ao público escolar, com várias oficinas para as crianças, entre elas «Alerta Espantalho» - para descobrirem quem come as sementes da horta e pica os frutos das árvores - e «Que Som é este?» - para construir instrumentos musicais - e ainda «Animais à Solta», para observar animais na quinta de Serralves.


No Algarve, no Museu Municipal de Faro, haverá «Jogos de Descoberta» para o público em geral.


A programação completa do IMC com as actividades previstas para os dias 16, 17 e 18 de Maio pode ser consultada em www.imc-ip.pt.


Fonte: (18 Mai 2009). Lusa/SOL: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=134732


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por noticiasdearqueologia às 10:23

Segunda-feira, 18.05.09

Arqueologia: IGESPAR na Cordoaria até final de Julho

Os serviços do IGESPAR oriundos das instalações de Belém onde vai ser construído o Museu dos Coches estarão na Cordoaria Nacional até finais de Julho, disse quinta-feira à Lusa o sub-director daquele instituto.


João Pedro Cunha Ribeiro garantiu que as obras de adaptação da Cordoaria Nacional, a cargo da Parque Expo, começam nos próximos dias e terão a duração de dois meses.


O sub-director do IGESPAR afirmou que a abertura da biblioteca de Arqueologia no Torreão Poente da Cordoaria «pode demorar um pouco mais», para salvaguarda dos documentos. «A direcção fez questão de que fossem os técnicos da biblioteca a realizar a operação, quer no empacotamento quer na abertura das caixas e posterior arrumação».


A biblioteca foi encerrada a 7 de Maio porque «não era possível fazer a mudança» se estivesse em funcionamento, comentou aquele responsável.


A transferência de alguns serviços para o Palácio da Ajuda, um dos alvos de contestação por parte da Associação Profissional de Arqueólogos (APA) e da Associação dos Arqueólogos Portugueses (AAP), num comunicado divulgado quinta-feira, teve «alguns percalços que estamos a tentar ultrapassar», esclareceu Cunha Ribeiro.


«Está projectada a transferência dos serviços remanescentes para Cordoaria Nacional. O processo está em curso e as obras começam dentro de dias. Quando entrarmos em fase de obra, prevemos o prazo de dois meses para lá instalarmos os serviços.Temos a expectativa de tê-los a funcionar até ao fim de Julho».


As obras de demolição em curso no terreno do futuro Museu dos Coches «só podem ser levadas até ao fim quando tivermos instalações alternativas». Assim, está a ser feito o isolamento com tapumes dos pavilhões onde ainda funcionam serviços, para minimizar os efeitos da obra e para salvaguardar os materiais em arquivo. «Em nenhum momento se encontrará em perigo a integridade do espólio arqueológico ali depositado», assegurou o sub-director do IGESPAR, que é professor de Arqueologia.


Diário Digital / Lusa


Fonte: (15 Mai 2009). Diário Digital: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=4&id_news=388282

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por noticiasdearqueologia às 10:08

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