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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
Vestígios do século XVII obrigam EPAL a alterar traçado de conduta de
água, o que poderá comprometer prazo de obra, que devia terminar em
Junho
A descoberta de uma antiga muralha do século XVII nas obras que
decorrem entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré, em Lisboa, poderá
comprometer o prazo anunciado para o fim dos trabalhos, em Junho.
O paredão inclinado de contenção da margem do rio é semelhante ao que
hoje existe ainda na zona ribeirinha. Acontece que se encontrava
enterrado no subsolo. Quando depararam com ele, os arqueólogos que
acompanhavam a obra de substituição da conduta de água da EPAL entre o
Terreiro do Paço e a Ribeira das Naus consultaram gravuras da época e
chegaram à conclusão que estavam mesmo perante uma das muralhas que
nelas aparecia representada.
A EPAL é que não ficou satisfeita com a perspectiva de ter de alterar
o projecto da conduta e com os atrasos a isso inerentes. No início da
semana, a porta-voz da empresa ainda disse ao PÚBLICO que a obra ia
prosseguir normalmente, já que a EPAL havia sido autorizada pelo
Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico
(Igespar) a desmontar a estrutura, que se prolonga paralelamente à
margem por pelo menos 20 metros. Uma expressão que, por vezes, mais
não é do que um eufemismo para designar o que pura e simplesmente é a
destruição dos achados arqueológicos, depois de desenhados e
fotografados. Mas afinal, e apesar da argumentação da empresa junto do
Igespar sobre as dificuldades de alterar o traçado da conduta, a
decisão do instituto que tem como dever a protecção do património vai
no sentido de a EPAL fazer todos os esforços para preservar o paredão.
O Igespar invoca a monumentalidade da muralha para exigir a sua
preservação. Como o prazo das obras é um assunto considerado sensível,
por causa dos transtornos que os trabalhos estão a criar na circulação
rodoviária, por via do encerramento da Avenida da Ribeira das Naus, o
assunto irá ser discutido na semana que vem entre as várias entidades
envolvidas - Câmara de Lisboa, Igespar e EPAL.
Desde que o paredão de contenção de terras foi encontrado, no final do
mês passado, que o ritmo dos trabalhos da EPAL tem vindo a abrandar.
"Há locais onde é possível ir avançando, embora a um ritmo diferente
do habitual. A obra não tem estado completamente parada", garante a
mesma porta-voz da empresa, Conceição Martins, segundo a qual ainda
não era ontem conhecido na EPAL o teor da decisão do Igespar. Ainda
assim, por enquanto "a obra está a evoluir dentro do prazo que estava
previsto".
A substituição deste troço de 640 metros de conduta de distribuição de
água é apenas uma das quatro empreitadas que estão a decorrer
simultaneamente entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré. A
construção de duas caixas de intercepção de esgotos, para impedir que
os esgotos de parte da cidade continuem a poluir o rio, e a
consolidação do torreão poente do Terreiro do Paço são outras das
obras em curso, tendo esta última empreitada já acabado. A Câmara de
Lisboa também aproveitou a ocasião para fazer um colector pluvial.
Numa visita à obra no fim de Março, o presidente da câmara garantiu
que tudo ficaria pronto dentro do prazo. Na altura já era conhecida a
existência da muralha, que pode inviabilizar um estacionamento
subterrâneo que a autarquia ali quer fazer. Além do paredão, foram
encontrados no local outros vestígios arqueológicos da mesma época.
Paralelo ao rio, o paredão de contenção da margem prolongava-se pelo
menos até ao Cais do Sodré, atravessando a zona onde hoje estão as
agências europeias. Só que a construção das agências não foi
acompanhada por arqueólogos. Quando o Igespar percebeu o que se tinha
passado era tarde de mais e já tinham sido demolidos troços da antiga
muralha.
Fonte: Ana Henriques (17 Abr 2009). Público.
O Ministério da Cultura quer passar de dois para cinco por cento o património nacional classificado sob sua tutela, disse ontem, em Tomar, o ministro da Cultura. António Pinto Ribeiro afirmou, na cerimónia que assinalou o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, realizada no Convento de Cristo, em Tomar, que está em vias de ser publicada a portaria que permitirá passar para a sua tutela cinco por cento do património nacional classificado.
Segundo disse, apenas 18 por cento do património classificado pertence à Administração Central e, desse, só dois por cento está actualmente sob tutela do ministério. Pinto Ribeiro realçou a importância que o seu ministério tem dado ao património, referindo o facto de estar a ser feita a primeira inventariação do património em risco e de estar em elaboração a regulamentação da lei do património.
Por outro lado, apenas aguardam publicação os diplomas que vão permitir uma maior agilidade na realização de obras, promovendo uma relação mais próxima entre os seus serviços e os interessados, e a criação do fundo de intervenção e salvaguarda, já em constituição, disse. Este fundo, com uma dotação inicial de cino milhões de euros, vai receber outras doações e ainda o resultado do "cheque obra", donativos em obra a prestar ao Ministério da Cultura por empresas da construção civil e obras públicas.
Considerando que o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios deve ser um momento de mobilização e consciencialização das pessoas, o ministro defendeu a criação, em rede com os vários actores sociais e culturais, de rotas que sirvam de alternativa às tradicionais ofertas turísticas de sol e praia, e que envolvam várias cidades com património.
A celebração do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios em Tomar foi marcada pela apresentação do site do Convento de Cristo, um portal com variadas possibilidades de navegação, nomeadamente uma visita virtual ao monumento.
Primeiro eixo do projecto "Mil anos de sabedoria, da Idade Média ao século XXI", que está a ser desenvolvido pelo Instituto Politécnico de Tomar com a INI-GraphicsNet, no âmbito de um protocolo assinado com o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), a ferramenta deverá ser posteriormente aplicada a todos os monumentos portugueses Património da Humanidade.
A apresentação do site e da iniciativa da Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, que vai promover em todo o país, até de 18 de Junho, mais de 71 sessões que aliam património e ciência, procuraram responder ao lema do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que hoje se assinalou, "Património e Ciência".
Fonte: (19 Abr 2009). Lusa.
Fonte: (19 Mar 2009). Lusa.
O Grupo Parlamentar do PCP defende a «suspensão imediata» da construção do novo Museu dos Coches, em Lisboa, e a abertura de uma discussão pública sobre este projecto, que classificou de «desastroso»
O novo Museu, a inaugurar dentro de ano e meio, ficará instalado nas ex-Oficinas Gerais do Material do Exército, em Belém, onde actualmente funcionam os Serviços de Arqueologia, que serão transferidos, na sua maioria, para a Cordoaria Nacional.
No entender do PCP, a construção do novo museu «é uma decisão desastrosa pela falta de perspectiva estratégica em termos de política museológica e cultural que traduz e pelas consequências que acarreta».
Os comunistas criticam que 32 milhões de euros das contrapartidas do funcionamento do Casino de Lisboa sejam destinados a esta obra, que vai substituir «aquele que é hoje o museu mais visitado do país», sem que haja uma perspectiva de «requalificação, modernização ou melhoria dos serviços e museus sob tutela do Ministério da Cultura».
A utilização das actuais instalações do Museu dos Coches como picadeiro real é também criticada pelo PCP, que considera que este uso é «completamente incompatível com a preservação que se impõe ser assegurada pelo Estado».
Os comunistas condenam também a demolição das antigas Oficinas Gerais do Exército, cujo valor patrimonial destacam, para permitir a nova construção, alertando ainda para eventuais prejuízos para o acervo patrimonial e arqueológico decorrentes da forma como está a ser desocupado este espaço.
Por outro lado, a transferência do Museu Nacional de Arqueologia para a Cordoria Nacional é «desadequada» devido ao investimento necessário para adaptar este edifício e por se tratar, ele próprio, de um monumento nacional, além de já estar pensada a expansão daquele museu no Mosteiro dos Jerónimos, uma solução preferida pelo PCP.
Os comunistas pedem ainda um processo de discussão pública sobre o projecto de construção de um novo Museu dos Coches e as suas consequências para os museus e serviços envolvidos e defendem que o Estado apresente, para discussão, um projecto de transferência dos serviços do extinto Instituto Português de Arqueologia, ainda instalados nas antigas Oficinas Gerais.
O edifício, que ocupará 15.177 metros quadrados, foi apresentado como «um projecto-âncora da requalificação e revitalização da Frente Tejo de Lisboa».
O novo edifício - de linhas direitas, envidraçado do lado poente (virado para a Praça D. Afonso de Albuquerque) - disporá de uma área de apoio à manutenção dos coches, restaurantes e apoio ao visitante.
Fonte: (17 Abr 2009). Lusa/SOL: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politic
Director Regional da Cultura do Centro lembra que o que vai reabrir é um espaço cujo elemento gerador é o mosteiro, mas que se desdobra por outros equipamentos.
Para o director Regional da Cultura do Centro, António Pedro Pita, a recuperação e valorização do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha foi "uma das mais importantes" intervenções culturais a que o país já assistiu. E uma prova de que Coimbra está a mudar, observa.
Valeu a pena esperar décadas e investir 25 milhões de euros [16 milhões vieram da UE] no projecto do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha?
Valeu. O que vai reabrir não é o que fechou há uns anos: é um espaço cujo elemento gerador é o mosteiro, mas que se desdobra por outros equipamentos e espaços que dão forma a um objecto completamente diferente.
O que destaca?
O que caracteriza a singularidade daquele sítio. Nele coexistem o património, a intervenção de arqueologia e de arquitectura, que se conjugam com condições para o lazer, o turismo, o conhecimento e o acesso à criação artística contemporânea.
O que significa para Coimbra?
A reabertura de um dos seus espaços míticos e simbólicos mais importantes, mais um elemento da nova centralidade cultural que se está a definir na margem esquerda e uma possibilidade de esta se relacionar com a direita, através da relação privilegiada com o Museu Machado de Castro. Há muitos objectos que estão num lado e no outro. Além disso, é uma intervenção de grande importância no domínio da arqueologia e da história da arte. Uma das mais importantes intervenções culturais do país, que se fez em Coimbra.
A cultura, em Coimbra, não continua a ser o marasmo de que falava Eduardo Prado Coelho, em 2001?
Há mudanças muito significativas. Temos hoje uma oferta artística muito significativa e atravessamos um período de requalificação cultural muito significativo. Basta ver a reabertura do Museu Machado de Castro, o novo Museu da Ciência, o programa de acção que quer influenciar o centro histórico, a presença de grandes arquitectos em Coimbra, a requalificação do Pátio da Inquisição… Temos que ter uma leitura atenta, e em função do futuro, ao dinamismo da cidade, que traduz vontades de vários parceiros, com uma intervenção muito significativa do Ministério da Cultura.
Mas a comunidade cultural parece pessimista.
Por vezes, quando estamos metidos em determinada situação, temos dificuldade em observar todas as dimensões do contexto. Aquilo que me parece mais significativo é aquele dinamismo de que falei. Mas poderia referir outros aspectos, como o financiamento do MC, que se alterou significativamente, permitindo uma diversificação da oferta, quer em termos regionais quer locais. Temos o festival de jazz [do Jazz ao Centro Clube] apoiado; temos o reconhecimento da importância da cena lusófona, ao fim de um longo período em que não mereceu apoio de ninguém; mantém-se o apoio ao Centro de Artes Visuais, que é absolutamente fundamental para manter abertos canais com alguns aspectos da criação contemporânea…
Fonte: Nelson Morais (17 Abr 2009). Jornal de Notícias: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/I
A Câmara de Reguengos de Monsaraz vai organizar entre hoje e domingo o colóquio de arqueologia "Monsaraz e Seu Termo - Arqueologia no Município de Reguengos de Monsaraz - Povoamento, Sociedades, Economia e Arte". Este colóquio, em homenagem à memória de José Pires Gonçalves, tem como objectivo promover um balanço relativo aos progressos de conhecimento sobre o passado da região, obtidos a partir da investigação arqueológica. O colóquio decorre no Auditório Municipal de Reguengos de Monsaraz, conta com o Ministro da Cultura, José Pinto Ribeiro, na Comissão de Honra e repartir-se-á por cinco sessões. No colóquio de arqueologia haverá comunicações de cerca de duas dezenas de especialistas e interessados de todo o país.
Fonte: (17 Abr 2009). Diana FM: http://dianafm.com/index.php?option=com_
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