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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
A SIMARSUL, responsável pela construção da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Barreiro/Moita, localizada na área de influência do sítio arqueológico da Ponta da Passadeira, reconhece a importância cultural desse património histórico da Península de Setúbal, manifestando, desta forma e no âmbito da sua assumida conduta de responsabilidade social, o seu contributo para a sua preservação.
Fonte: (23 Abr 2009). Distrito,on line: http://www.distritonline.pt/seccoes.php?n
As escavações arqueológicas iniciadas no passado mês de Janeiro no antigo Recolhimento da Anunciada que abrigava órfãs, viúvas e meretrizes, permitiram descobrir as ossadas de pelo menos 45 mulheres (recolhidas), anunciou a Câmara de Setúbal, escreve a Lusa.
«Estamos a proceder à exumação dos 45 corpos de mulheres, entre os 18 e os 70 anos, que foram enterrados com muita dignidade e respeito, entre 1736 e 1836/37, nas quatro alas do claustro», disse a antropóloga Natalie Antunes Ferreira, durante uma visita às escavações no antigo edifício.
Mulheres desprotegidas socialmente»
«A maior parte das mulheres tem grinaldas de flores e véus, anéis, moedas. E nota-se que a indumentária foi cuidada e dispendiosa, o que não condiz com a condição de mulheres desprotegidas socialmente», acrescentou.
Natalie Ferreira salientou ainda o facto de as ossadas encontradas pertencerem a mulheres órfãs, viúvas, mendigas e meretrizes, que foram tratadas com grande dignidade quando morreram, situação que, disse, «era pouco comum para pessoas desprotegidas».
Segundo a Câmara de Setúbal, o Recolhimento da Anunciada foi criado em 1745 com o objectivo de acolher as mulheres mais desfavorecidas do bairro de Troino, designadamente órfãs e viúvas de pescadores perdidos no mar, numa época em que tinham um estatuto social diminuído, sendo duplamente oprimidas, tanto pela pobreza, como por serem mulheres.
Reconvertidas para casarem com colonos
Tanto quanto se sabe, os Recolhimentos também acolhiam prostitutas e outras mulheres de grupos marginais, de modo a serem reconvertidas e enviadas para os vários territórios do império, para aí casarem com colonos.
De acordo com a documentação distribuída pela autarquia, o Recolhimento da Anunciada tem um «modelo arquitectónico inspirado na arquitectura conventual de raiz beneditino cisterciense, com o típico claustro, refeitório comum, capela, sala do capítulo e cozinha, existindo, também, um dormitório colectivo e pequenas casas independentes onde a recolhidas pernoitavam».
A descoberta arqueológica no antigo Recolhimento da Anunciada, na Avenida Luísa Todi, foi anunciada quinta-feira durante uma visita da presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira.
Fonte: (13 Mar 2009). IOL Diário: http://diario.iol.pt/sociedade/setubal-e
Projecto pioneiro estuda período helenístico
A actividade da equipa desenvolve-se desde o início de Abril na antiga cidade de Nabada, actual Tell Beydar, na fronteira com o Iraque e a Turquia, e onde pela primeira vez aparece a escrita na Alta Mesopotâmia, no terceiro milénio antes de Cristo (A.C.).
«O interessante desta investigação é que ela é inédita a nível mundial. Não se conhece praticamente nada sobre o período helenístico nestas cidades no terceiro milénio na Alta Mesopotâmia», declarou Conceição Lopes, directora da equipa de arqueólogos e professora na UC.
Trata-se de uma investigação ainda no início, mas «muito promissora», que vai desafiar a equipa «a lançar bases, a definir coisas que serão pioneiras em termos mundiais», designadamente a fazer a tipologia dos edifícios.
Conceição Lopes realça que cidades do terceiro milénio são tão importantes que as equipas internacionais têm-se interessado fundamentalmente pelo terceiro milénio, sobre o início da escrita, da civilização, da revolução urbana, não apostando no período helenístico.
Investigam na antiga cidade de Nabada
Os arqueólogos portugueses ocupam-se de escavar um grande edifício, que ainda não se sabe o que é, na antiga cidade de Nabada, sobre a qual se conhecem 30 hectares, e que teve uma ocupação entre 2.900 A.C. até pelo menos à época romana.
Convivem no campo arqueológico com equipas de outros países europeus, de Itália, Bélgica ou Alemanha, que investigam o terceiro milénio, e a escassos quilómetros onde pesquisou, no primeiro quartel do século XX, o arqueólogo Max Mallowan, marido da mestre da literatura do crime Agatha Cristie.
Equipa consituída por alunos de mestrado de Coimbra
A equipa é constituída por Ricardo Cabral (responsável no campo), e André Tomé, ambos já doutorandos na universidade holandesa de Leiden, e ainda por Ana Meireles e Tiago Costa, estes alunos de mestrado em Coimbra.
Trata-se de uma equipa que, além escavar, está a produzir ciência, pois do trabalho dela numa região considerada o berço da civilização resultarão teses de doutoramento e de pós-doutoramento. No termo do projecto de cinco anos serão ainda apresentadas publicações sobre os resultados.
O período de campanha arqueológica, que se iniciou este mês desenrola-se até finais de Maio, retornando a equipa em Setembro para estudos dos materiais recolhidos, especialmente de cerâmicas, e para prospecções em outros locais.
A equipa portuguesa é financiada pela Universidade de Coimbra e pela Fundação da Ciência e Tecnologia, mas o desejo é angariar um mecenas que possibilite o seu alargamento e até a ampliação do âmbito dos estudos, revelou Conceição Lopes.
Fonte: (26 Abr 2009). IOL DIário: http://diario.iol.pt/ambiente/siria-arqu
Os trabalhos de terraplanagem para a execução do Projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN) do Palmares Resort, junto à Meia Praia e à Ria de Alvor, deixou a descoberto alguns vestígios arqueológicos, que poderão indicar a existência de uma villa romana no local.
No entanto, António Pinto Coelho, director de projectos do grupo Onyria, promotor do resort, garantiu ao «barlavento» que a informação não tem fundamento, «devendo tratar-se claramente de um equívoco».
Fundo de ânfora na zona em obras no resort dos Palmares, na Meia Praia
O alerta partiu de João Velhinho, investigador de arqueologia, que até já enviou uma denúncia ao director regional de Cultura do Algarve Gonçalo Couceiro.
Em declarações ao «barlavento», o investigador explicou que, apesar de duas estruturas, que poderão ter sido uma «casa romana e um forno», ainda não terem sido danificadas na sua totalidade com as movimentações de terra, na semana passada já eram visíveis «vestígios de cerâmica em terra sigilata, vidros e bocados de ânforas», que podem ter sido partidas pelas máquinas. A reportagem do «barlavento» constatou isso mesmo no local.
Aquelas duas estruturas poderão, contudo, nem correr perigo, visto que António Pinto Coelho garante que, nessa zona, junto ao acesso para o molhe poente da Ria de Alvor, no Vale de Lama, não está prevista uma intervenção.
O local situa-se «entre a linha de caminho de ferro e a Ria de Alvor, sendo considerada no PUMP [Plano de Urbanização Meia Praia] como área natural, a qual não é passível de transformação», justificou o director do projecto.
No entanto, segundo João Velhinho, já terá sido destruído, a Norte do caminho de ferro, o que poderá ter sido um tanque de um impluvium, a zona central de uma casa romana onde era recolhida a água da chuva. É também aí que se encontra o maior volume de vestígios da cerâmica em terra sigilata e de ânforas partidas.
O investigador supõe, através dos vestígios visíveis à superfície do terreno, que a villa romana teria tido «uma certa importância, até porque há cerâmica em terra sigilata, que era fina e importada. Justificava a qualidade da vida de um senhor que tinha posses». E a quantidade de fragmentos daquele material é enorme.
António Pinto Coelho garantiu que «o único sítio arqueológico existente em Palmares e constante do relatório do Plano de Urbanização da Meia Praia é o sítio de Sete Figueiras 1, relativamente ao qual foram tomadas as medidas de delimitação e de defesa previstas na lei. Durante a execução dos trabalhos, não foram encontrados quaisquer vestígios arqueológicos». E garante, se tivessem sido encontrados, as obras teriam que parar.
No entanto, João Velhinho assegura existir «um levantamento arqueológico» com dados sobre essa villa romana, tendo a autora informado a administração do resort já há alguns anos.
As estruturas podem mesmo ter sido de uma villa ou quinta romana, com actividades industriais, como a produção do garum (pasta de peixe) e de ânforas para a exportar. Mais a Norte, poderá ainda ter existido uma necrópole.
O certo é que, quer tenha fundamento ou não, sem as escavações e sem o acompanhamento de um arqueólogo na obra, não será possível ter certezas.
E João Velhinho estranha que, numa zona onde têm surgido frequentemente importantes vestígios arqueológicos, não tenha sido feita uma campanha de prospecções antes do início de quaisquer obras.
O Palmares Resort é um projecto PIN, que ascende aos 300 milhões de euros de investimento, implantado em 200 hectares, com um hotel de cinco estrelas, spa, 450 moradias e apartamentos turísticos, onde se prevê ainda a ampliação do campo de golfe de 18 para 27 buracos.
Fonte: Ana Sofia Varela (25 Abr 2009): O Bralavento, on line: http://www.barlavento.online.pt/index.ph
Por iniciativa do deputado arouquense André Almeida, a Assembleia da República aprovou, no passado dia 23 de Abril, por unanimidade, um voto de congratulação pela integração do Geoparque Arouca na Rede Europeia de Geoparks da UNESCO.
No dia 22 de Abril, Dia Mundial da Terra e Dia Nacional do Património Geológico, foi dado a conhecer oficialmente a integração do Geoparque Arouca na Rede Europeia e Global de Geoparks, sob a tutela da UNESCO.
Segundo a definição da European Geoparks Network (EGN/UNESCO), um Geoparque é «um território de limites bem definidos com uma área suficientemente grande para servir de apoio ao desenvolvimento sócio-económico local. Deve abranger um determinado número de sítios geológicos de relevo (geossítios) com especial importância científica, pedagógica e turística, que seja representativo da sua história geológica, eventos e processos. Deverá possuir ainda interesses ao nível da ecologia, da arqueologia, da história e da cultura, entre outros».
Na declaração apresentada, André Almeida explicou com relativo detalhe todos os passos do processo que conduziu a esta integração, enaltecendo o trabalho desenvolvido pela Autarquia e, sobretudo, pela equipa de trabalho da AGA – Associação Geoparque Arouca.
O jovem deputado arouquense conclui, na declaração que apresentou assinalando que, «pelo reconhecimento internacional e pela preocupação central com o desenvolvimento sustentável que estão no cerne deste projecto, compete à Assembleia da República assinalar este facto, expressando um voto de congratulação pela certificação do Geoparque Arouca como território UNESCO, felicitando, assim, a entidade gestora Associação Geoparque Arouca, a Câmara Municipal de Arouca e toda população do Município, pelo empenho e cuidado colocados em todo este processo, que conduziram ao sucesso alcançado».
VOTO DE CONGRATULAÇÃO
INTEGRAÇÃO DO GEOPARQUE AROUCA NA REDE EUROPEIA DE GEOPARKS DA UNESCO
No dia 22 de Abril, Dia Mundial da Terra e Dia Nacional do Património Geológico, foi dado a conhecer oficialmente a integração do Geoparque Arouca na Rede Europeia e Global de Geoparks, sob a tutela da UNESCO.
Segundo a definição da European Geoparks Network (EGN/UNESCO), um Geoparque é «um território de limites bem definidos com uma área suficientemente grande para servir de apoio ao desenvolvimento sócio-económico local. Deve abranger um determinado número de sítios geológicos de relevo (geossítios) com especial importância científica, pedagógica e turística, que seja representativo da sua história geológica, eventos e processos. Deverá possuir ainda interesses ao nível da ecologia, da arqueologia, da história e da cultura, entre outros».
A candidatura do Geoparque Arouca a esta Rede Europeia foi oficialmente formalizada em Agosto de 2008, tendo sido validada por unanimidade em Setembro passado.
Na sequência desse facto, de 9 a 11 de Fevereiro de 2009 foi desencadeado um processo de auditoria/avaliação por parte de dois peritos da EGN, com o objectivo de observar in loco todas as valências apresentadas no dossier de candidatura.
O relatório que resultou dessa visita foi, então, submetido ao Comité de Coordenação da EGN, tendo contribuído decisivamente para a aprovação que agora se conhece. De entre as nove candidaturas em avaliação, o Geoparque Arouca foi o único a colher unanimidade.
Desta forma, desde o dia 22 de Abril, Dia Mundial da Terra e Dia Nacional do Património Geológico, que o Geoparque Arouca é oficialmente um European Geopark Network, passando a ser reconhecido como uma «área abrangida por designações de conservação de carácter supracional», por decisão do Conselho Executivo da UNESCO (161 ex/Decisions, 3.3.1).
Com projectos em desenvolvimento desde 5 de Dezembro de 2007, o Geoparque de Arouca abrange todo o território do Município, num total de mais de 327 quilómetros quadrados, num total de 41 «geossítios» classificados, agora reconhecidos pela sua raridade e valor científico como património mundial.
A Associação Geoparque Arouca, que tem gerido o projecto, tem também desenvolvido várias actividades educativas, no sentido da preservação, divulgação e estudo deste vasto e valioso património.
Destas ocorrências, salientam-se as Trilobites e as Pedras Parideiras, considerados dois fenómenos geológicos únicos no mundo, conferindo a este território características de excepção. Contudo, não estamos a falar de um parque fechado, mas antes de um território vivo, dinâmico e aberto.
O Geoparque Arouca tem, assim, por missão central o desenvolvimento sustentável do território, funcionando como centro agregador das várias sinergias da região, divulgando e preservando a geologia, a gastronomia, a cultura e a etnografia do espaço que abrange.
No contexto europeu, Arouca é, assim, o 34.º território a receber este reconhecimento. O processo de candidatura, iniciado em Agosto de 2008, contou com a visita e respectivo relatório de dois peritos da UNESCO, em Fevereiro de 2009, e colhe, agora, a unanimidade daquela instituição de referência.
Assim, pelo reconhecimento internacional e pela preocupação central com o desenvolvimento sustentável que estão no cerne deste projecto, compete à Assembleia da República assinalar este facto, expressando um voto de congratulação pela certificação do Geoparque Arouca como território UNESCO, felicitando, assim, a entidade gestora Associação Geoparque Arouca, a Câmara Municipal de Arouca e toda população do Município, pelo empenho e cuidado colocados em todo este processo, que conduziram ao sucesso alcançado.
Fonte: (25 Abr 2009). Arouca.biz: http://www.arouca.biz/Noticias/Local/Par
A criação de um centro interpretativo para os achados arqueológicos
descobertos durante as obras do Terreiro do Paço é uma das hipóteses
em estudo para divulgar aquele património, disse o vereador do
Urbanismo na Câmara de Lisboa, Manuel Salgado.
A hipótese foi avançada numa reunião entre o vereador, o presidente do
Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico
(Igespar), o vice-presidente do instituto para a área da arqueologia e
responsáveis da sociedade Frente Tejo, da EPAL e da Simtejo, entidades
envolvidas nas obras que decorrem no Terreiro do Paço.
Na reunião foi decidido o levantamento da interrupção da obra devido à
descoberta de achados arqueológicos, nomeadamente de uma muralha junto
ao Cais do Corpo Santo. "A situação está controlada e nenhum atropelo
foi cometido para não comprometer o calendário da obra", garantiu
Manuel Salgado, referindo o "valor importante" dos achados.
"Não houve destruição de património. Assim que foram detectados
achados foi dado conhecimento ao Igespar, que accionou as medidas
preventivas", afirmou o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa,
durante a reunião da Assembleia Municipal que se realizou anteontem.
Diferente é a versão do responsável pela arqueologia náutica e
subaquática do Igespar, Francisco Alves, que revelou ao PÚBLICO, em
declarações anteriores, que houve um avanço das máquinas sobre os
vestígios, previamente registados por desenho e fotografia, "sem
autorização da tutela". Também o presidente do instituto, Elísio
Summavielle, admitiu uma "precipitação" do empreiteiro.
A Assembleia Municipal aprovou uma moção do PSD condenando
"veementemente" as "situações ocorridas" e exigindo do presidente da
câmara "garantias sólidas" de que é capaz de "defender e salvaguardar
o património histórico e arqueológico".
Fonte: (23 Abr 2009). Público.
Vestígios do século XVII obrigam EPAL a alterar traçado de conduta de
água, o que poderá comprometer prazo de obra, que devia terminar em
Junho
A descoberta de uma antiga muralha do século XVII nas obras que
decorrem entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré, em Lisboa, poderá
comprometer o prazo anunciado para o fim dos trabalhos, em Junho.
O paredão inclinado de contenção da margem do rio é semelhante ao que
hoje existe ainda na zona ribeirinha. Acontece que se encontrava
enterrado no subsolo. Quando depararam com ele, os arqueólogos que
acompanhavam a obra de substituição da conduta de água da EPAL entre o
Terreiro do Paço e a Ribeira das Naus consultaram gravuras da época e
chegaram à conclusão que estavam mesmo perante uma das muralhas que
nelas aparecia representada.
A EPAL é que não ficou satisfeita com a perspectiva de ter de alterar
o projecto da conduta e com os atrasos a isso inerentes. No início da
semana, a porta-voz da empresa ainda disse ao PÚBLICO que a obra ia
prosseguir normalmente, já que a EPAL havia sido autorizada pelo
Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico
(Igespar) a desmontar a estrutura, que se prolonga paralelamente à
margem por pelo menos 20 metros. Uma expressão que, por vezes, mais
não é do que um eufemismo para designar o que pura e simplesmente é a
destruição dos achados arqueológicos, depois de desenhados e
fotografados. Mas afinal, e apesar da argumentação da empresa junto do
Igespar sobre as dificuldades de alterar o traçado da conduta, a
decisão do instituto que tem como dever a protecção do património vai
no sentido de a EPAL fazer todos os esforços para preservar o paredão.
O Igespar invoca a monumentalidade da muralha para exigir a sua
preservação. Como o prazo das obras é um assunto considerado sensível,
por causa dos transtornos que os trabalhos estão a criar na circulação
rodoviária, por via do encerramento da Avenida da Ribeira das Naus, o
assunto irá ser discutido na semana que vem entre as várias entidades
envolvidas - Câmara de Lisboa, Igespar e EPAL.
Desde que o paredão de contenção de terras foi encontrado, no final do
mês passado, que o ritmo dos trabalhos da EPAL tem vindo a abrandar.
"Há locais onde é possível ir avançando, embora a um ritmo diferente
do habitual. A obra não tem estado completamente parada", garante a
mesma porta-voz da empresa, Conceição Martins, segundo a qual ainda
não era ontem conhecido na EPAL o teor da decisão do Igespar. Ainda
assim, por enquanto "a obra está a evoluir dentro do prazo que estava
previsto".
A substituição deste troço de 640 metros de conduta de distribuição de
água é apenas uma das quatro empreitadas que estão a decorrer
simultaneamente entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré. A
construção de duas caixas de intercepção de esgotos, para impedir que
os esgotos de parte da cidade continuem a poluir o rio, e a
consolidação do torreão poente do Terreiro do Paço são outras das
obras em curso, tendo esta última empreitada já acabado. A Câmara de
Lisboa também aproveitou a ocasião para fazer um colector pluvial.
Numa visita à obra no fim de Março, o presidente da câmara garantiu
que tudo ficaria pronto dentro do prazo. Na altura já era conhecida a
existência da muralha, que pode inviabilizar um estacionamento
subterrâneo que a autarquia ali quer fazer. Além do paredão, foram
encontrados no local outros vestígios arqueológicos da mesma época.
Paralelo ao rio, o paredão de contenção da margem prolongava-se pelo
menos até ao Cais do Sodré, atravessando a zona onde hoje estão as
agências europeias. Só que a construção das agências não foi
acompanhada por arqueólogos. Quando o Igespar percebeu o que se tinha
passado era tarde de mais e já tinham sido demolidos troços da antiga
muralha.
Fonte: Ana Henriques (17 Abr 2009). Público.
O Ministério da Cultura quer passar de dois para cinco por cento o património nacional classificado sob sua tutela, disse ontem, em Tomar, o ministro da Cultura. António Pinto Ribeiro afirmou, na cerimónia que assinalou o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, realizada no Convento de Cristo, em Tomar, que está em vias de ser publicada a portaria que permitirá passar para a sua tutela cinco por cento do património nacional classificado.
Segundo disse, apenas 18 por cento do património classificado pertence à Administração Central e, desse, só dois por cento está actualmente sob tutela do ministério. Pinto Ribeiro realçou a importância que o seu ministério tem dado ao património, referindo o facto de estar a ser feita a primeira inventariação do património em risco e de estar em elaboração a regulamentação da lei do património.
Por outro lado, apenas aguardam publicação os diplomas que vão permitir uma maior agilidade na realização de obras, promovendo uma relação mais próxima entre os seus serviços e os interessados, e a criação do fundo de intervenção e salvaguarda, já em constituição, disse. Este fundo, com uma dotação inicial de cino milhões de euros, vai receber outras doações e ainda o resultado do "cheque obra", donativos em obra a prestar ao Ministério da Cultura por empresas da construção civil e obras públicas.
Considerando que o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios deve ser um momento de mobilização e consciencialização das pessoas, o ministro defendeu a criação, em rede com os vários actores sociais e culturais, de rotas que sirvam de alternativa às tradicionais ofertas turísticas de sol e praia, e que envolvam várias cidades com património.
A celebração do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios em Tomar foi marcada pela apresentação do site do Convento de Cristo, um portal com variadas possibilidades de navegação, nomeadamente uma visita virtual ao monumento.
Primeiro eixo do projecto "Mil anos de sabedoria, da Idade Média ao século XXI", que está a ser desenvolvido pelo Instituto Politécnico de Tomar com a INI-GraphicsNet, no âmbito de um protocolo assinado com o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), a ferramenta deverá ser posteriormente aplicada a todos os monumentos portugueses Património da Humanidade.
A apresentação do site e da iniciativa da Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, que vai promover em todo o país, até de 18 de Junho, mais de 71 sessões que aliam património e ciência, procuraram responder ao lema do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que hoje se assinalou, "Património e Ciência".
Fonte: (19 Abr 2009). Lusa.
Fonte: (19 Mar 2009). Lusa.
O Grupo Parlamentar do PCP defende a «suspensão imediata» da construção do novo Museu dos Coches, em Lisboa, e a abertura de uma discussão pública sobre este projecto, que classificou de «desastroso»
O novo Museu, a inaugurar dentro de ano e meio, ficará instalado nas ex-Oficinas Gerais do Material do Exército, em Belém, onde actualmente funcionam os Serviços de Arqueologia, que serão transferidos, na sua maioria, para a Cordoaria Nacional.
No entender do PCP, a construção do novo museu «é uma decisão desastrosa pela falta de perspectiva estratégica em termos de política museológica e cultural que traduz e pelas consequências que acarreta».
Os comunistas criticam que 32 milhões de euros das contrapartidas do funcionamento do Casino de Lisboa sejam destinados a esta obra, que vai substituir «aquele que é hoje o museu mais visitado do país», sem que haja uma perspectiva de «requalificação, modernização ou melhoria dos serviços e museus sob tutela do Ministério da Cultura».
A utilização das actuais instalações do Museu dos Coches como picadeiro real é também criticada pelo PCP, que considera que este uso é «completamente incompatível com a preservação que se impõe ser assegurada pelo Estado».
Os comunistas condenam também a demolição das antigas Oficinas Gerais do Exército, cujo valor patrimonial destacam, para permitir a nova construção, alertando ainda para eventuais prejuízos para o acervo patrimonial e arqueológico decorrentes da forma como está a ser desocupado este espaço.
Por outro lado, a transferência do Museu Nacional de Arqueologia para a Cordoria Nacional é «desadequada» devido ao investimento necessário para adaptar este edifício e por se tratar, ele próprio, de um monumento nacional, além de já estar pensada a expansão daquele museu no Mosteiro dos Jerónimos, uma solução preferida pelo PCP.
Os comunistas pedem ainda um processo de discussão pública sobre o projecto de construção de um novo Museu dos Coches e as suas consequências para os museus e serviços envolvidos e defendem que o Estado apresente, para discussão, um projecto de transferência dos serviços do extinto Instituto Português de Arqueologia, ainda instalados nas antigas Oficinas Gerais.
O edifício, que ocupará 15.177 metros quadrados, foi apresentado como «um projecto-âncora da requalificação e revitalização da Frente Tejo de Lisboa».
O novo edifício - de linhas direitas, envidraçado do lado poente (virado para a Praça D. Afonso de Albuquerque) - disporá de uma área de apoio à manutenção dos coches, restaurantes e apoio ao visitante.
Fonte: (17 Abr 2009). Lusa/SOL: http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politic
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