Domingo, 15.02.09
As escavações abragem uma área total de 6.500 metros quadrados
As escavações que decorrem junto à Igreja de Santa Maria do Olival, em Tomar, deram a conhecer aquela que pode ser a maior necrópole da Europa, em número de enterramentos (3.400) e em área, disseram os arqueólogos que acompanham a obra.
Arlete Castanheira, responsável da Geoarque Lda., empresa contratada pelo consórcio MRG Lena/Abrantina, que ganhou a empreitada da construção da ponte do Flecheiro e arranjo da zona envolvente, um dos projectos inseridos no programa Polis de Tomar, disse à Lusa que, apesar de saberem, desde o início, que existia uma necrópole no local, ninguém "previa que fosse desta dimensão".
Desde o início dos trabalhos, em Novembro de 2007, foram encontrados cerca de 3.400 enterramentos, sendo que 40 por cento das sepulturas têm ainda ossários associados, afirmou à Lusa Elizabete Pereira, directora da escavação.
Pelo espólio encontrado junto às sepulturas (moedas, cerâmica, alfinetes para atar as mortalhas, pregos, contas, terços e alguns brincos e anéis), pensa estar-se perante uma necrópole moderna, com enterramentos feitos entre os séculos XIII e XVI, disse a arqueóloga, sublinhando que esta é uma escavação "com grande complexidade", uma vez que vários enterramentos aparecem sobrepostos.
"Trata-se da maior necrópole da Europa em número de indivíduos e em área", disse Arlete Castanheira, adiantando que as duas fases da escavação abrangem uma área total de 6.500 metros quadrados.
Todo o espólio osteológico recolhido está a ser encaminhado para a Universidade de Évora, que reúne condições para o manter em reserva, estando o espólio material à guarda do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), adiantou.
A fase actual da escavação está a atingir um nível de vestígios romanos, tendo sido encontrada cerâmica fina e vidro, bem como algumas estruturas de divisões de pouca dimensão e fornos que poderiam destinar-se à cozedura da cerâmica, disse Elizabete Pereira. "Dá para saber que a área foi usada no período romano e depois como necrópole na Idade Média", disse.
Nas proximidades da igreja foram encontradas várias sepulturas estruturadas, que não foi possível associar a um estatuto social pois não apareceu espólio que sustente essa hipótese, afirmou Sérgio Pereira, também director de escavação.
Além dos relatórios mensais que vão dando conta do desenrolar dos trabalhos, a equipa de arqueólogos no terreno produzirá, quando terminar a intervenção, prevista para o final de Fevereiro, um relatório final, científico, já com o estudo dos materiais encontrados.
O presidente da Câmara Municipal de Tomar, Corvêlo de Sousa, disse à Lusa que a autarquia está a estudar a possibilidade de publicar os resultados finais da escavação no seu boletim municipal, bem como a realização de conferências e de uma exposição temporária com o espólio do material encontrado e as duas sepulturas estruturadas removidas, já com o objectivo de virem a ser expostas noutro local.
Corvêlo de Sousa referiu ainda que a possibilidade da musealização in situ de alguns dos achados, em particular de um conjunto de sepulturas estruturadas, não recebeu parecer favorável do IGESPAR, pelo que, eventualmente, será colocado no local um painel com informação sobre os trabalhos realizados.
Supõe-se que a actual igreja de Santa Maria do Olival remonte a meados do século XIII, tendo sido edificada no local onde teria existido um convento beneditino, mandado construir por São Frutuoso, arcebispo de Braga, no século VII.
O templo serviu de panteão à maior parte dos mestres templários e aos primeiros da Ordem de Cristo, dependendo, no tempo dos Templários, directamente da Santa Sé, não integrando por isso nenhuma diocese. Por bula papal de 1455 foi matriz de todas as igrejas dos territórios descobertos.
Fonte: (3 Fev 2009). LUSA/Público: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1358630&idCanal=14
Fotos: http://diario.iol.pt/sociedade/necropole-tomar-oleiros-medieval-idade-media-templarios/1039270-4071.html
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por noticiasdearqueologia às 01:33
Domingo, 15.02.09
El último reducto de neandertales en Europa fue en sureste de la Península Ibérica, donde habitaron hasta hace unos 24.000 años. La existencia en esa zona de una biodiversidad más cálida que en el resto del continente, una flora en la que no faltaban árboles y arbustos, está detrás de su supervivencia, según revela un grupo de investigadores españoles.
El estudio, publicado en 'Quaternary Science Reviews', está dirigido por el investigador José S. Carrión, de la Universidad de Murcia, quien ha utilizado los restos fósiles de plantas encontradas en la Cueva de Gorham, en Gibraltar, para determinar las especies que había en el Peñón del Pleistoceno.
Carrión, especialista en fósiles de flora, y su equipo han logrado determinar que, mientras el resto de Europa estaba prácticamente congelada, en esa región había pinos, encinas, robles y árboles caducifolios, vegetales que indican que el clima era cálido. Se trataba de un área semiboscosa a la que, según explica a elmundo.es, "los neandertales estaban muy bien adaptados".
"Esta especie humana no llevaba muy bien los espacios abiertos, que son más propios de nuestra especie. Precisamente, puede que se extinguieran porque el paisaje dominante durante el último máximo glaciar fue muy estepario, y puede que sobrevivieran allí porque era uno de los últimos reductos de vegetación forestal europea", señala el investigador.
Carrión apunta que hace 24.000 años la temperatura media era 4ºC o 5ºC menor que ahora y que el nivel del mar estaba mucho más bajo. De hecho, las cuevas de los acantilados gibraltareños en las que se refugiaban los neandertales estaban a 10 kilómetros de la costa, y daban a una sabana. Hoy esas cuevas están junto al mar.
LOS COPROLITOS
El trabajo ha sido realizado con la información que aportan los coprolitos, heces fosilizadas de animales, en este caso de las hienas que tenían en el área sus cubiles. Pero ¿cómo llegaba el polen hasta allí? El proceso, según explica Carrión, es el siguiente: la vegetación lo produce y lo dispersa en el aire y cae al suelo; a continuación, un herbívoro ingiere el polen a través de la dieta (ejemplo comiendo hierba), y luego, a su vez, es ingerido por un carnívoro como la hiena.
Miles de años después llega un paleobotánico, coge el coprolito, lo trata en el laboratorio y extrae los granos de polen de aquella época, de manera que puede reconstruir la vegetación que había.
Investigaciones anteriores ya habían demostrado que los neandertales eran omnívoros y se alimentaban de mamíferos terrestres (conejos, palomas, cabras montesas...) y marinos (focas monje, delfines, peces o mejillones). Se sabe, por los restos encontrados, que también se alimentaban de frutos secos y plantas.
Los paleontólogos consideran que su desaparición se debió a un cúmulo de factores, como el endurecimiento del clima y la falta de diversidad genética, dado que esta última población de neandertales estaba muy aislada.
Junto con la Universidad de Murcia, en esta investigación han colaborado expertos del Museo de Gibraltar, del IPHES, del Laboratorio de Arqueobotánica del CSIC y del Instituto Pirenaico de Ecología, entre otros.
Fonte: Rosa M. Tristán (3 Fev 2009). El Mundo Digital: http://www.madrimasd.org/informacionIDI/noticias/noticia.asp?id=38027&sec=1
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por noticiasdearqueologia às 01:18
Domingo, 15.02.09
Um mosaico romano, de grandes dimensões e «único» na Península Ibérica, foi descoberto durante os trabalhos de arqueologia que decorrem na cidade romana de Abelterium, em Alter do Chão (Portalegre), revelou este domingo o arqueólogo responsável.
Em declarações à agência Lusa, Jorge António, arqueólogo na Câmara Municipal de Alter do Chão, considerou o mosaico «único na Península Ibérica» e garantiu que a descoberta se reveste de «extraordinária importância».
Esta peça arqueológica, que remonta ao século IV, foi encontrada há cerca de um ano, mas só agora foi divulgada, mantendo-se durante todo este tempo no «segredos dos deuses».
O mosaico foi achado na sequência das escavações efectuadas às termas públicas da cidade romana de Abelterium, também denominada de Estação Arqueológica de Ferragial d`El Rei, naquele concelho do Norte Alentejano.
À medida que os trabalhos decorriam nas termas da cidade romana, a equipa de arqueólogos descobriu uma casa de um «aristocrata ou político».
«Nós identificámos o mosaico no triclínio da casa», disse o especialista, garantindo que era nesse espaço, onde está inserida a peça de grandes dimensões, que o proprietário recebia «as suas visitas».
«É um mosaico figurativo, onde surge a figura da Medusa como figura central. O mosaico é uma representação homérica, da Ilíada [poema épico grego atribuído a Homero], mas ainda existe pela frente um grande trabalho de fundo para conhecer melhor esta peça», salientou o arqueólogo.
Jorge António revelou ainda que o mosaico possui «pasta vítrea em tons de azul, verde e bordeaux».
«Este mosaico vai trazer, no futuro, vários visitantes a Alter do Chão», assegurou o arqueólogo.
«Grande passado romano»
Já o presidente da Câmara Municipal de Alter do Chão, Joviano Vitorino, afiançou à Lusa que pretende ver aquela peça, assim como toda a cidade romana de Abelterium classificada como «Património Nacional».
Alter do Chão tem «um grande passado romano e vamos efectuar todas os esforços necessários para tornar este espaço Património Nacional», defendeu.
De acordo com Joviano Vitorino, a cidade romana «é mais um pólo de atracção» para que os turistas visitem aquela vila alentejana.
As ruínas da antiga cidade romana, onde vão continuar a ser realizadas escavações arqueológicas, porque «muito há ainda por descobrir», segundo o arqueólogo Jorge António, vão ser abertas ao público a partir de 21 de Maio, dia do Município de Alter do Chão.
Fonte: (1 Fev 2009) IOL - Diário: http://diario.iol.pt/sociedade/mosaico-romano-alter-do-chao-romanos-arqueologia-patrimonio-mosaico/1038656-4071.html
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por noticiasdearqueologia às 01:11
Domingo, 15.02.09
Estudo ajudará a esclarecer a evolução humana
Svante Pääbo, antropólogo do Instituto Max Planck, sentiu-se sem dúvida muito feliz, hoje, ao subir ao palco no congresso da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Chicago, para proferir a sua palestra. Vinha anunciar oficialmente que tinha conseguido fazer aquilo que ele e os seus colegas andavam há anos a tentar: ler o genoma dos Neandertais, esses homens das cavernas que viveram na Europa e partes da Ásia ao mesmo tempo que os primeiros Homo sapiens sapiens (os nossos avós) – e que se extinguiram, ninguém sabe porquê, há 30 mil anos.
A equipa de Pääbo e a empresa norte-americana 454 Life Sciences, especialista das técnicas de sequenciação genética, realizaram uma proeza: a partir de ossos fósseis de Neandertal vindos de uma gruta na Croácia, sequenciaram milhões de fragmentos de ADN deste humano ancestral. Para tal, desenvolveram métodos específicos para ter a certeza de que estavam realmente a sequenciar o genoma dos Neandertais – e não o dos microorganismos que colonizaram os ossos, nem o dos próprios técnicos que faziam a sequenciação. Afinal de contas, os humanos actuais e os Neandertais têm em comum entre 99,5 e 99,9 por cento do nosso ADN. Nada mais fácil, portanto, do que confundi-los Um outro feito, não menos impressionante, foi terem conseguido extrair a sequência de ADN utilizando menos de meio grama de matéria óssea. Seja como for, o primeiro “rascunho” do genoma dos Neandertais ontem apresentado corresponde a cerca de 60 por cento da totalidade do património genético dos Neandertais. O trabalho não acabou, mas já revelou novidades.
Uma delas, disse Pääbo à BBC News, é que, segundo os resultados preliminares, “não há razão para não terem falado como nós”. Os Neandertais tinham a mesma variante que nós de um gene chamado FOXP2, que está associado à linguagem e à fala – ao passo que os chimpanzés não partilham dessa variante do gene.
Mas a questão principal é a de saber se os Neandertais se terão ou não misturado com os Homo sapiens sapiens. Será que herdámos genes dos Neandertais que ainda hoje persistem nas populações humanas? Pääbo responde que não há indicações, no genoma agora reconstituído, de que tal tenha acontecido. Para isso, analisaram um outro gene, chamado microcefalina-1, implicado no desenvolvimento cerebral. Há quem pense que uma variante deste gene, comum nos europeus, vem dos Neandertais. Mas Pääbo e a sua equipa apenas encontraram uma forma ancestral desse gene no genoma dos Neandertais.
A sequenciação deste genoma fóssil deverá ajudar a identificar as alterações genéticas que permitiram que os humanos saíssem de África, há 100 mil anos, e se espalhassem pelo mundo. Mas há um enigma que Pääbo não acredita que vá ser resolvido pelos genes: o da extinção dos Neandertais. “Não me parece que tenha sido devido ao seu genoma,” disse. “Teve claramente a ver com o ambiente ou com os humanos modernos.”
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por noticiasdearqueologia às 00:55
Domingo, 15.02.09
Em uma cidade perdida do norte da China, berço da civilização chinesa, os arqueólogos revelam, pouco a pouco, os vestígios de uma cultura de 3.000 anos.O vasto cemitério de Yangzhou, a 100 km do Rio Amarelo, entrega os segredos da dinastia Jin e de sua notável diversidade cultural, onde hoje fica a província do Shanxi.
"Estamos na Idade de Ouro da Arqueologia na China, desde o fim dos anos 1980", destacou Ji Kunzhang, um especialista do Instituto arqueológico do Shanxi, encarregado das escavações de Yangzhou.
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por noticiasdearqueologia às 00:42
Domingo, 15.02.09
Los trabajos que se están realizando en el
Teatro Romano de Cádiz para la construcción de un centro de
interpretación han sacado a la luz una placa romana fechada en el
siglo I antes de nuestra Era, en la que hay un grafito con la
inscripción "Eh, Balbo, ladrón".
La delegada provincial de Cultura, Yolanda Peinado, ha visitado hoy el
Teatro para comprobar in situ el hallazgo, donde ha estado acompañada
del arqueólogo Francisco Alarcón -que ha realizado las primeras
investigaciones sobre esta placa- y del director del Museo de Cádiz,
Juan Alonso de la Sierra.
La piedra mide ochenta centímetros -por el lado en el que está la
inscripción-, y quince centímetros de alto.
La documentación elaborada por Alarcón y los arqueólogos Juan de Dios
Borrego y Angel Ventura, de la Universidad de Córdoba, desvela que
dicha inscripción se ha hecho con puntero y mazo, y no con cincel.
Así que no se trata de una inscripción hecha en un taller, sino más
bien un "grafito ocasional" realizado por un artesano con acceso a las
obras de realización del Teatro.
"La inscripción se colocó boca abajo, para no ser vista, a modo de
defixio o maldición", ha explicado Alarcón.
El grafito consta de tres palabras. La primera es latro, que significa
´ladrón´.
A continuación, parece ser que el artesano comenzó a grabar un
monograma, pero no convencido del resultado, lo borró con varios
golpes de mazo.
Finalmente escribió con letras grandes y profundas el testimonio
definitivo, un monograma compuesto por las letras BE cruzadas por una
raya horizontal a modo de A y también de L.
En ellas se esconde el protagonista a quien se dirige la maldición o
insulto: Balbe, vocativo de Balbus. El resultado es pues: "Latro,
Balbe".
"El hecho de realizarse de forma críptica", añaden los arqueólogos,
"se explica por el temor del artesano a ser descubierto y castigado.
Los expertos creen que en el monograma se esconde el nombre Balbus en
vocativo, Balbe.
Posiblemente la maldición se grabó en el lugar que ocuparía un tal
Balbo en la prohedria del Teatro durante las representaciones, por lo
que se trataría, pues, de un miembro "de la elite social gaditana" de
la época.
La delegada provincial de Cultura, Yolanda Peinado, ha anunciado que
la placa se trasladará al Museo de Cádiz la semana que viene para que
sea custodiado y no sufra ningún daño durante las obras que se están
llevando a cabo en el Teatro Romano.
Fonte: (30 Jan 2009). EFE.
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por noticiasdearqueologia às 00:20