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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
Um ex-emigrante de 58 anos foi constituído arguido pela suspeita de escavação, recolha e guarda ilegal de achados arqueológicos em locais de povoamento antigo nas zonas de Chaves e Valpaços, anunciou hoje a Policia Judiciária.
Através da Directoria do Norte, a PJ identificou o suspeito pela presumível actividade continuada das referidas escavações de vários tipos de achados arqueológicos, das épocas romana e medieval.
As autoridades apreenderam de um total de 113 artefactos e fragmentos, de entre os quais moedas e objectos metálicos, em barro e em granito, bem como de dois detectores de metais que terão sido utilizados nessa actividade.
Fonte: (16 Fev 2009). Lusa/SOL.
Os arqueólogos que estudaram o solo onde foi construída a auto-estrada
A21, Ericeira/Mafra/Malveira, afirmam ter encontrado uma das maiores
concentrações de fornos de argila (110) existentes na Europa, do
período do neolítico.
"Este conjunto de 110 fornos do neolítico corresponde a uma das
maiores concentrações de fornos existentes em território europeu",
afirmou hoje Ana Catarina Sousa, arqueóloga responsável pelas
escavações.
"Além da quantidade de fornos do neolítico, encontrámos mais um forno
romano, outro da Idade Média e da Idade Moderna, o que significa que o
Homem ocupou este território e com uma mesma estratégia: a exploração
de argila", acrescentou Ana Sousa que também pertence ao gabinete de
arqueologia da Câmara de Mafra.
Uma amostra constituída por quatro fornos vai integrar uma exposição
onde serão exibidas algumas das 33 mil peças recolhidas nos trabalhos
arqueológicos decorrentes da construção da auto-estrada.
A exposição vai ser aberta ao público amanhã no complexo cultural
Quinta da Raposa, em Mafra.
Segundo a arqueóloga, foram também identificados "um conjunto de
materiais de natureza excepcional da Idade do Bronze, salientando-se
um conjunto de 44 contas de colar em âmbar, conjunto esse que é
superior a todas as contas encontradas até hoje em Portugal".
Ana Cristina Sousa destacou ainda que foram estudados 26 sítios "mais
do que um por cada quilómetro construído" e que as peças datam de
vários períodos desde o neolítico, calcolítico, idade do bronze,
período romano, antiguidade tardia, medieval islâmico e idade moderna.
"Encontrámos também fornos de cal dos séculos XVII e XVIII
contemporâneos da construção do Palácio de Mafra", adiantou.
A via, de 18 quilómetros, foi construída entre 2004 e 2008. A
construção da auto-estrada permitiu, através do acompanhamento
arqueológico de todas as etapas da obra, "fazer uma autêntica operação
de pesquisa histórica da ocupação humana do concelho de Mafra",
concluiu.
Além da exposição, o gabinete preparou um programa de sessões
pedagógicas denominado "Arqueologia às escuras". Nestas actividades,
programadas para 14 de Março, 28 de Março e 18 de Abril, os
participantes poderão manusear réplicas dos artefactos mais
significativos de cada período cronológico, permitindo também ao
público invisual sentir os objectos, conhecer a sua forma, peso,
cheiro e os associar ao período respeitante.
Fonte: (11 Fev 2009). Lusa.
Notícia relacionada: http://www.oesteonline.pt/noticias/notic
Achados do Convento de S. Domingos foram descobertos há um ano no centro de Coimbra mas instituto defende que não têm condições para ser preservados. Especialistas contestam
Foi um dos primeiros grandes conventos da Ordem Dominicana em Portugal mas a sua localização exacta na cidade de Coimbra só foi confirmada há cerca de um ano, com o início da construção de um estacionamento subterrâneo. A obra, que pôs a descoberto os primeiros vestígios do antigo Convento de S. Domingos, datado do séc. XIII, teve que parar mas agora, depois de vários meses de escavações arqueológicas, o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) decidiu que os achados não têm condições para ser preservados e deu luz verde ao desmantelamento. A decisão é, porém, questionada por professores universitários e investigadores.
O valor da descoberta arqueológica é reconhecido pelo próprio Igespar, não só por causa da relevância patrimonial dos vestígios mas também pelo que podem dizer sobre a história da cidade no período medieval. O problema, sustenta o subdirector do Igespar, João Cunha Ribeiro, são as "condições e o contexto" em que os vestígios se encontram: a "oito metros de profundidade", "abaixo do nível freático do rio Mondego" e numa zona central da cidade com "diversos edifícios já construídos".
"Chegou-se a um ponto em que não era possível continuar. Uma intervenção de preservação daqueles vestígios seria despropositada pelos riscos e custos que implicaria. E, portanto, face a estas condições, entendemos que era necessário tomar uma decisão. Deu-se autorização para a obra continuar", afirma o responsável pela área de arqueologia do Igespar.
Medidas "insuficientes"
Por ordem deste instituto, os vestígios arqueológicos serão alvo de um registo científico antes de serem desmantelados e várias amostras dos sedimentos que envolvem os achados vão ser preservadas para análises laboratoriais. Medidas "insuficientes", na opinião de Maria de Lurdes Craveiro, professora do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (UC), que defende que "uma parte da cidade e da sua história vai-se perder por causa de um parque de estacionamento".
"Lamento profundamente esta decisão. Estes achados são importantes não apenas por que se trata de um convento medieval mas pelo facto de contarem uma parte importante da história de Coimbra", diz.
Maria Conceição Lopes, docente no Instituto de Arqueologia da UC, reconhece que a escavação arqueológica exigiria "meios logísticos e financeiros muito grandes" que precisam de ser "bem avaliados", mas sustenta que o "debate prévio" que deveria existir é se a cidade precisa de "mais um parque de estacionamento numa zona em que já existem vários". Devido à "importância dos achados", João Cunha Ribeiro revela que, no decorrer do processo, foi avaliada a possibilidade de os vestígios serem classificados, uma hipótese que não mereceu concordância da Direcção Regional de Cultura do Centro e que o próprio Igespar considerou "despropositada" pelos riscos e custos que implicaria.
Contudo, defende Walter Rossa, docente no departamento de arquitectura da UC, a classificação dos vestígios "não era a única opção possível". Para este arquitecto, com uma tese de doutoramento sobre a evolução do espaço urbano de Coimbra, "valia a pena parar a obra durante mais tempo" para que os achados fossem "verdadeiramente estudados". Porém, para João Cunha Ribeiro, "não seria possível continuar a exploração arqueológica sem provocar impactos extraordinários na zona envolvente". "Provavelmente seria necessário abrir uma cratera no centro da cidade e demolir edifícios para pôr a descoberto estruturas como o claustro ou a igreja. Seria do domínio do absurdo."
Um grande convento que foi invadido pelo Mondego
Situado debaixo da Avenida Fernão Magalhães e dos edifícios ali construídos nos sécs. XIX e XX, o estado de conservação do Convento de S. Domingos é uma incógnita. Mas quanto à relevância do conjunto, Saul Gomes, historiador na Universidade de Coimbra, que publicou uma planta do convento datada do séc. XVI, garante que se está perante um "exemplo maior da presença dominicana em Portugal".
"Não só pela sua dimensão física mas também pelo dinamismo cultural. Foi o lugar onde, durante muitos anos, era feita a formação da elite dominicana em Portugal."
Maria de Lurdes Craveiro, docente do Instituto de História da Arte, em Coimbra, já visitou o local e diz que as estruturas visíveis parecem constituir "uma das alas contíguas ao claustro do convento". De acordo com as plantas conhecidas, a igreja estará alguns metros a sul, debaixo de vários edifícios e, porventura, da Avenida Fernão Magalhães. "Mas nada foi ainda identificado com clareza", lamenta.
Devido à proximidade do Mondego e à invasão das águas, o convento foi abandonado no séc. XVI, tendo sido transferido para a Rua da Sofia, também no centro de Coimbra, onde hoje funciona um centro comercial.
S. Domingos não foi o único convento em Coimbra a ser invadido pelas águas do Mondego. Também o Convento de Santa Clara-a-Velha foi resgatado ao rio depois de uma intervenção iniciada em 1994 que durou vários anos e custou 7,5 milhões de euros.
Fonte: André Jegundo (23.02.2009). Público.
Fonte: (15 Fev 2009). Diário de Notícias: http://dn.sapo.pt/2009/02/15/cidades/des
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) está desenvolvendo junto com o governo do Egito um projeto para a construção do primeiro museu subaquático do mundo, na cidade mediterrânea de Alexandria.
A ação tem o objetivo de divulgar a arqueologia submersa e o patrimônio cultural e histórico encontrados na costa da cidade, entre eles vestígios do palácio da rainha Cleópatra e do Farol de Alexandria.
A Unesco ajudará o Egito, que será responsável pela obra, por meio de uma Comissão internacional para consultas científicas.
O projeto inicial prevê que o museu terá áreas construídas na superfície e outras submersas, as quais permitirão que os visitantes observem as peças arqueológicas no fundo do mar.
Fonte: (04 Fev 2008). ANSA: http://www.ansa.it/ansalatinabr/notizie/f
As escavações abragem uma área total de 6.500 metros quadrados
Pelo espólio encontrado junto às sepulturas (moedas, cerâmica, alfinetes para atar as mortalhas, pregos, contas, terços e alguns brincos e anéis), pensa estar-se perante uma necrópole moderna, com enterramentos feitos entre os séculos XIII e XVI, disse a arqueóloga, sublinhando que esta é uma escavação "com grande complexidade", uma vez que vários enterramentos aparecem sobrepostos.
"Trata-se da maior necrópole da Europa em número de indivíduos e em área", disse Arlete Castanheira, adiantando que as duas fases da escavação abrangem uma área total de 6.500 metros quadrados. Desde o início dos trabalhos, em Novembro de 2007, foram encontrados cerca de 3.400 enterramentos, sendo que 40 por cento das sepulturas têm ainda ossários associados, afirmou à Lusa Elizabete Pereira, directora da escavação.
Todo o espólio osteológico recolhido está a ser encaminhado para a Universidade de Évora, que reúne condições para o manter em reserva, estando o espólio material à guarda do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), adiantou.
A fase actual da escavação está a atingir um nível de vestígios romanos, tendo sido encontrada cerâmica fina e vidro, bem como algumas estruturas de divisões de pouca dimensão e fornos que poderiam destinar-se à cozedura da cerâmica, disse Elizabete Pereira. "Dá para saber que a área foi usada no período romano e depois como necrópole na Idade Média", disse.
Nas proximidades da igreja foram encontradas várias sepulturas estruturadas, que não foi possível associar a um estatuto social pois não apareceu espólio que sustente essa hipótese, afirmou Sérgio Pereira, também director de escavação.
Além dos relatórios mensais que vão dando conta do desenrolar dos trabalhos, a equipa de arqueólogos no terreno produzirá, quando terminar a intervenção, prevista para o final de Fevereiro, um relatório final, científico, já com o estudo dos materiais encontrados.
O presidente da Câmara Municipal de Tomar, Corvêlo de Sousa, disse à Lusa que a autarquia está a estudar a possibilidade de publicar os resultados finais da escavação no seu boletim municipal, bem como a realização de conferências e de uma exposição temporária com o espólio do material encontrado e as duas sepulturas estruturadas removidas, já com o objectivo de virem a ser expostas noutro local.
Corvêlo de Sousa referiu ainda que a possibilidade da musealização in situ de alguns dos achados, em particular de um conjunto de sepulturas estruturadas, não recebeu parecer favorável do IGESPAR, pelo que, eventualmente, será colocado no local um painel com informação sobre os trabalhos realizados.
Supõe-se que a actual igreja de Santa Maria do Olival remonte a meados do século XIII, tendo sido edificada no local onde teria existido um convento beneditino, mandado construir por São Frutuoso, arcebispo de Braga, no século VII.
O templo serviu de panteão à maior parte dos mestres templários e aos primeiros da Ordem de Cristo, dependendo, no tempo dos Templários, directamente da Santa Sé, não integrando por isso nenhuma diocese. Por bula papal de 1455 foi matriz de todas as igrejas dos territórios descobertos.
Fonte: (3 Fev 2009). LUSA/Público: http://ultimahora.publico.clix.pt/notici
El último reducto de neandertales en Europa fue en sureste de la Península Ibérica, donde habitaron hasta hace unos 24.000 años. La existencia en esa zona de una biodiversidad más cálida que en el resto del continente, una flora en la que no faltaban árboles y arbustos, está detrás de su supervivencia, según revela un grupo de investigadores españoles.
El estudio, publicado en 'Quaternary Science Reviews', está dirigido por el investigador José S. Carrión, de la Universidad de Murcia, quien ha utilizado los restos fósiles de plantas encontradas en la Cueva de Gorham, en Gibraltar, para determinar las especies que había en el Peñón del Pleistoceno.
Carrión, especialista en fósiles de flora, y su equipo han logrado determinar que, mientras el resto de Europa estaba prácticamente congelada, en esa región había pinos, encinas, robles y árboles caducifolios, vegetales que indican que el clima era cálido. Se trataba de un área semiboscosa a la que, según explica a elmundo.es, "los neandertales estaban muy bien adaptados".
"Esta especie humana no llevaba muy bien los espacios abiertos, que son más propios de nuestra especie. Precisamente, puede que se extinguieran porque el paisaje dominante durante el último máximo glaciar fue muy estepario, y puede que sobrevivieran allí porque era uno de los últimos reductos de vegetación forestal europea", señala el investigador.
Carrión apunta que hace 24.000 años la temperatura media era 4ºC o 5ºC menor que ahora y que el nivel del mar estaba mucho más bajo. De hecho, las cuevas de los acantilados gibraltareños en las que se refugiaban los neandertales estaban a 10 kilómetros de la costa, y daban a una sabana. Hoy esas cuevas están junto al mar.
LOS COPROLITOS
El trabajo ha sido realizado con la información que aportan los coprolitos, heces fosilizadas de animales, en este caso de las hienas que tenían en el área sus cubiles. Pero ¿cómo llegaba el polen hasta allí? El proceso, según explica Carrión, es el siguiente: la vegetación lo produce y lo dispersa en el aire y cae al suelo; a continuación, un herbívoro ingiere el polen a través de la dieta (ejemplo comiendo hierba), y luego, a su vez, es ingerido por un carnívoro como la hiena.
Miles de años después llega un paleobotánico, coge el coprolito, lo trata en el laboratorio y extrae los granos de polen de aquella época, de manera que puede reconstruir la vegetación que había.
Investigaciones anteriores ya habían demostrado que los neandertales eran omnívoros y se alimentaban de mamíferos terrestres (conejos, palomas, cabras montesas...) y marinos (focas monje, delfines, peces o mejillones). Se sabe, por los restos encontrados, que también se alimentaban de frutos secos y plantas.
Los paleontólogos consideran que su desaparición se debió a un cúmulo de factores, como el endurecimiento del clima y la falta de diversidad genética, dado que esta última población de neandertales estaba muy aislada.
Junto con la Universidad de Murcia, en esta investigación han colaborado expertos del Museo de Gibraltar, del IPHES, del Laboratorio de Arqueobotánica del CSIC y del Instituto Pirenaico de Ecología, entre otros.
Fonte: Rosa M. Tristán (3 Fev 2009). El Mundo Digital: http://www.madrimasd.org/informacionIDI/n
Um mosaico romano, de grandes dimensões e «único» na Península Ibérica, foi descoberto durante os trabalhos de arqueologia que decorrem na cidade romana de Abelterium, em Alter do Chão (Portalegre), revelou este domingo o arqueólogo responsável.
Em declarações à agência Lusa, Jorge António, arqueólogo na Câmara Municipal de Alter do Chão, considerou o mosaico «único na Península Ibérica» e garantiu que a descoberta se reveste de «extraordinária importância».
Esta peça arqueológica, que remonta ao século IV, foi encontrada há cerca de um ano, mas só agora foi divulgada, mantendo-se durante todo este tempo no «segredos dos deuses».
O mosaico foi achado na sequência das escavações efectuadas às termas públicas da cidade romana de Abelterium, também denominada de Estação Arqueológica de Ferragial d`El Rei, naquele concelho do Norte Alentejano.
À medida que os trabalhos decorriam nas termas da cidade romana, a equipa de arqueólogos descobriu uma casa de um «aristocrata ou político».
«Nós identificámos o mosaico no triclínio da casa», disse o especialista, garantindo que era nesse espaço, onde está inserida a peça de grandes dimensões, que o proprietário recebia «as suas visitas».
«É um mosaico figurativo, onde surge a figura da Medusa como figura central. O mosaico é uma representação homérica, da Ilíada [poema épico grego atribuído a Homero], mas ainda existe pela frente um grande trabalho de fundo para conhecer melhor esta peça», salientou o arqueólogo.
Jorge António revelou ainda que o mosaico possui «pasta vítrea em tons de azul, verde e bordeaux».
«Este mosaico vai trazer, no futuro, vários visitantes a Alter do Chão», assegurou o arqueólogo.
«Grande passado romano»
Já o presidente da Câmara Municipal de Alter do Chão, Joviano Vitorino, afiançou à Lusa que pretende ver aquela peça, assim como toda a cidade romana de Abelterium classificada como «Património Nacional».
Alter do Chão tem «um grande passado romano e vamos efectuar todas os esforços necessários para tornar este espaço Património Nacional», defendeu.
De acordo com Joviano Vitorino, a cidade romana «é mais um pólo de atracção» para que os turistas visitem aquela vila alentejana.
As ruínas da antiga cidade romana, onde vão continuar a ser realizadas escavações arqueológicas, porque «muito há ainda por descobrir», segundo o arqueólogo Jorge António, vão ser abertas ao público a partir de 21 de Maio, dia do Município de Alter do Chão.
Fonte: (1 Fev 2009) IOL - Diário: http://diario.iol.pt/sociedade/mosaico-r
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