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O Património é um bem comum... Preservá-lo só depende de cada um de nós...
As obras de requalificação do Jardim da República, em Santarém, deram a descobrir cerca de 80 ossadas junto ao convento de S. Francisco. Os primeiros cadáveres foram descobertos a cerca de 50 metros do monumento, na zona paralela à rua 31 de Janeiro. Até à data foram identificados cerca de 30 esqueletos de diferentes idades e de ambos os sexos. Neste momento os trabalhos caminham no sentido do convento, com o trabalho meticuloso de limpeza e de consolidação das ossadas, que as chuvas recentes amoleceram, para que os corpos possam ser exumados.
Novidade para os arqueólogos foi também os cerca de 50 cadáveres que estavam enterrados na área onde ficavam os sanitários do jardim. Segundo o arqueólogo da Câmara de Santarém, António Matias, é sempre relevante encontrar enterramentos. “É mais um apontamento com que ficamos na cidade para conhecer não só a população a partir dos restos humanos da população antiga que viveu em Santarém, mas também saber como eles viviam em termos de alimentação, quantos filhos tinham, o que faziam no dia a dia e que actividades desenvolviam. Sem esquecer o que fica para analisar da organização urbana desta área após o final da ocupação do próprio cemitério”, explica o técnico.
No terreno tem sido uma equipa de cinco pessoas – um arqueólogo, duas técnicas e dois operários indiferenciados –, liderada pelo arqueólogo Costa Santos, a fazer os trabalhos de arqueologia para a empresa Oliveiras - Engenharia e Construção SA, encarregue da requalificação do Jardim de República.
“Estamos a dar tempo para que os ossos possam secar e os podermos exumar. Temos os escalões etários diferenciados, como recém-nascidos, crianças, idosos e adultos e de ambos os sexos. Mais a oeste do jardim, em valas que foram feitas, exumámos cerca de 45 cadáveres e aí não havia qualquer registo nem contávamos com qualquer necrópole. Que não estará relacionada com o convento de S. Francisco, mas com outra igreja nessas imediações”, refere Costa Santos.
Quanto aos restantes espaços do centro da cidade que sofrem obras de vulto há também novidades. Na zona do campo Sá da Bandeira acabaram os trabalhos arqueológicos na área do futuro Jardim da Liberdade. Foram descobertos dois núcleos funerários, um com três indivíduos e outro com mais 15 sepulturas da época medieval e moderna. “Possivelmente integrados na cerca do antigo Convento das Donas”, alvitra António Matias.
Do campo Sá da Bandeira às Portas do Sol, atravessa-se boa parte do centro histórico de Santarém, sendo o ex-libris da cidade um manancial de achados arqueológicos e de histórias. Segundo António Matias, haverá algumas surpresas dado que se trata de uma zona mais sensível, apontada como um dos berços de criação da própria cidade. “Temos alguns materiais da idade do ferro, vestígios de equipamentos da idade do bronze, da época romana e medieval, caso dos enterramentos. É um espólio que ainda não tinha surgido na zona da alcáçova”, diz o arqueólogo.
No caso da empreitada do Jardim da Liberdade, a empresa responsável pelo projecto tem luz verde para começar a fazer o parque subterrâneo sem condicionamentos de arqueologia. Nas Portas do Sol e Jardim da República os trabalhos terão de acompanhar o ritmo das descobertas.
Fonte: (14 Jan 2009). O Mirante: http://semanal.omirante.pt/index.asp?idE
A Câmara de Lousada vai apresentar sexta-feira, na Biblioteca Municipal, a Carta Arqueológica do Concelho.
O património arqueológico de Lousada, enquanto parte integrante do património cultural, reflecte valores de memória, antiguidade, autenticidade ou singularidade.
O património assume-se como afirmação da própria identidade das comunidades locais, só tendo existência efectiva quando é reconhecido pelas populações que dele podem usufruir e nele se revêem.
Neste sentido, a Carta Arqueológica de Lousada apresenta um estudo da realidade arqueológica do concelho, nomeadamente através da detecção, inventariação e caracterização e dos elementos identificados, procurando definir, o potencial arqueológico deste espaço geográfico. O objectivo é dotar os serviços da autarquia de um instrumento de gestão e ordenamento do território.
A obra procura, ainda, lançar as bases científicas para uma aproximação aos modelos ocupacionais empregues pelas populações humanas no espaço geográfico actualmente adstrito ao concelho de Lousada.
Para o Vereador do pelouro da Arqueologia, Eduardo Vilar, “a obra apresentada agora é o resultado do trabalho que tem sido desenvolvido pelo Gabinete de Arqueologia ao longo dos anos”.
Fonte: Inês Pinto (14 Jan 2009). Jornal de Lousada: http://www.jornaldelousada.com/index.php?o
O Ministério da Cultura prepara-se para transferir o Museu dos Coches para um novo edifício e o Museu Nacional de Arqueologia dos Jerónimos para a Cordoaria Nacional.
A Alcáçova de Santarém tem-se revelado «riquíssima» para os arqueólogos, tendo as escavações actualmente em curso, no decorrer das obras de requalificação do Jardim das Portas do Sol, confirmado a presença de vestígios desde a Idade do Bronze até à época Contemporânea.
Laurent Caron, do Departamento de Território, Arqueologia e Património, do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), responsável pela escavação, disse à agência Lusa que os trabalhos iniciados em Setembro trouxeram à superfície uma cisterna romana «inteira», do século I, e um tanque que pode estar associado a esta estrutura, na zona exterior ao jardim.
Para surpresa do grupo de arqueólogos do IPT, no interior do jardim foram encontrados enterramentos (13 corpos) do século XIII e alguns mais recentes, que podem estar associados à Igreja de Santa Maria de Alcáçova ou a uma Ermida de S. Miguel, o que não havia ainda sucedido nas escavações anteriores.
Fonte: (17 Jan 2009). Diário Digital: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?se
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